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3.

1 ÉTIMOLOGIA para ÉTICA

Etimologicamente, a palavra Ética origina-se do grego “éthos” e tem dois sentidos: um que
significa “MORADA”, “LUGAR ONDE SE HABITA” e outro que quer dizer “CARÁTER”, ou seja, “MODO
DE SER ADQUIRIDO”.Indica um comportamento propriamente humano não natural, sendo adquirido
pelo hábito constituído histórica e socialmente de acordo com as relações sociais.

3.2 CONCEITUAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Tratada por muitos como sendo um ramo da filosofia, a Ética é considerada, hoje, como sendo
a ciência ou tratado dos deveres de um ponto de vista empírico, dada a sua aplicabilidade mediadora
aos inúmeros anseios individuais de interesses contidos no reflexo social de conflito.

Ética também pode ser definida como sendo“[…] a ciência do comportamento moral dos
homens em sociedade. Ou seja, é ciência de uma forma especifica de comportamento humano.”, nada
diferente, a Ética tem sido entendida em seu sentido mais amplo:

[…] a ciência da conduta humana perante o ser e seus semelhantes. Envolve, pois, os estudos de
aprovação ou desaprovação da ação dos homens e a consideração de valor como equivalente de uma
medição do que é real e voluntarioso no campo das ações virtuosas.

A Ética é vista como sendo a ciência do comportamento e da conduta humana, ou seja, a


ciência das premissas que influenciam as ações do homem estabelecido num determinado meio social,
sendo um conjunto de princípios e disposições teorizadas, constituída na história humana, e voltadas
para a ação do ser humano com o intuito de balizá-la teoricamente.

3.3 ETIMOLOGIA para MORAL

Etimologicamente, a palavra Moral origina-se da palavra latina “mores”, “moralis”, que significa
“COSTUMES”, “HÁBITO”, representando a prática do conjunto de princípios gerais de conduta
estabelecidos em uma determinada sociedade. Encontra-se ligada intimamente ao aspecto cultural de
uma região, de uma nação, sendo um mandamento de retidão de postura frente aos hábitos inerentes
do cotidiano.

3.4 CONCEITUAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

A Moral está interligada a prática, a ação de um ditame procedimental, sendo assim, é


considerada como o exercício da teoria moral estabelecida, a ação Ética do modo de proceder
concebida apenas à sua execução. Enquanto ação humana, do ponto de vista do dever-fazer, a Moral
é quem determina a ação estabelecida frente a teorização Ética, já quanto ao dever ser, a mesma
estará condicionada aos valores ora determinados por essa teorização. Segundo Scheler (1941,
p.267), “Todo dever ser está fundado sobre os valores; ao contrário, os valores não estão fundados, de
nenhum modo, sobre o dever ser.”.

Refere-se a Moral, exclusivamente aos motivos de criação de uma conduta validada pelo
costume e que prescrevem ou proíbem o estabelecimento de uma determinada ação que,
obrigatoriamente, estará condicionada à axiologia contida na definição daquilo que é bom ou ruim, do
bem e do mal. Dessa maneira, a Moral é quem prescreve a conduta em sua forma de ação acertada,
estabelecida quando do entendimento comum de todos os membros de uma sociedade em sua forma
especifica de ação.
Apesar de exprimirem o mesmo cerne idêntico, não há de se confundir Ética e Moral. A
primeira é teoria, a segunda ação, e nesse sentido, a Moral é estabelecida como objeto da ciência Ética
do comportamento humano, intrínseca a uma conjuntura mais regionalizada.

As opiniões e posicionamentos individuais a respeito de um comportamento coletivo geral, são


o reflexo da Moral enquanto atitude, e,portanto, a Moral pode ser determinada a uma especifica
circunscrição social, não sendo dessa forma, absoluta emqualquer consideração de determinação do
seu conceito para o âmbito universal. Segundo Kelsen (1999, p. 45):

IV – ÉTICA DOS AGENTES

4.1 ETIMOLOGIA para DEONTOLOGIA

Etimologicamente, a palavra Deontologia origina-se do grego “deon” ou “deontos/logos” e


significa o estudo dos deveres, estudo daquilo relativo a dever, obrigação ou necessidade.
A Deontologia faz parte da filosofia moral contemporânea, significa ciência do 'dever' e da
'obrigação'. Foi organizada em 1834, pelo filósofo inglês Jeremy Bentham, quando disse que a
deontologia seria a “ciência do que é justo e conveniente que o homem faça, dos valores que decorrem
do dever ou norma que dirige o comportamento humano”.
As bases da Deontologia foram popularizadas com Imannuel Kant. A Deontologia é um tratado
dos deveres e da moral. O que importa são as escolhas dos indivíduos. Se alguém entende que algo é
moralmente necessário e isso lhe serve, então essa ação deve ser feita.

4.2 CONCEITUAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Como forma procedimental, a Deontologia torna-se o estudo dos princípios e fundamentos do


sistema de Moral individualizado e orientado, ligado exclusivamente a uma atividade profissional
quando do seu exercício, é o termo utilizado para a designação da Ética aplicada ao exercício no meio
profissional. Nesse sentido, a Deontologia é o conjunto de regras que direcionam as ações do homem
na relação sócio profissional.

Emerge da necessidade de um grupo profissional, legalmente instituído e com representantes


aptos ao exercício de uma atividade, de estabelecerem um procedimento normativo regulador de
conduta, concebidos num código próprio, e fiscalizados por todos os seus membros, equalizado,
porém, quando delimita a uma parte do grupo profissional, o poder impositivo de sanção dos atos
praticados em descumprimento àquilo concebido como forma de bem proceder.

É utilizada para designar uma maneira procedimental que comporte a sua execução uma Ética
profissional ou a moral do exercício profissional, resultado de uma reflexão comum dos profissionais
sobre sua prática.

Considerada como sendo a teoria dos deveres, a Deontologia se constitui por meio de
princípios e regras que direcionam e disciplinam o comportamento individual do integrante de um
determinado segmento profissional, designando, pelo estabelecimento de normas do comportamento,
aquilo a ser observado pelo profissional em atendimento ao propósito de sua instituição.
CONCLUSÃO
As Teorias Éticas básicas tanto das ações quanto dos agentes, repousam na ideia de que não
há uma 'Verdade Absoluta', de que por tudo 'ser relativo' o que serve para alguém não necessita servir
para ele, pois ele enquanto ser racional é 'senhor do seu destino'.

A Ética, a Moral e a Deontologia são institutos (relações), que se estabelecem sobre o modo de
proceder do homem, nas ações voluntárias individuais que interferem nas relações sociais. Fica
convencionado (combinado), estabelecido, claramente a interdependência existente entre tais
institutos, e que, apesar de possuírem o mesmo intuito de condução e direcionamento teórico e prático
da ação do indivíduo em sociedade, distinguem-se perfeitamente quanto a sua forma de interferência
dado seu campo de aplicação.

A Ética possui sua aplicação no campo teórico universal, a Moral atua refletindo a cultura da
ação humana em sua forma social restrita, e a Deontologia atua no seio da atividade profissional. A
aplicação desses institutos no modo de proceder do indivíduo em sociedade, possibilita a constituição
de uma relativa harmonia nas relações sociais existentes, quando a liberdade para o exercício da
vontade individual não supere a necessidade coletiva de desenvolvimento.

O surgimento de uma nova realidade social é fato impositivo para a instituição de uma nova
maneira de proceder, e tal necessidade, promove aos institutos de direcionamento teórico e prático da
conduta humana, uma condição adaptativa ao momento vivido pela vontade social.
Sua aplicação, além de garantir a liberdade ao exercício da razão realizada pelo indivíduo,
possibilita também, que as instituições sociais das quais esses indivíduos fazem parte, exerçam e
promovam as ações sociais necessárias para a realização dos objetivos a que elas se propuseram,
contribuindo assim, ao desenvolvimento de toda a sociedade.

É necessário entender que a ação prática de uma conduta Moral não é imutável frente a
procedimentos e conceitos teóricos sociais já estabelecidos, e que está ligada a um procedimento
teórico de conduta Ética universal. A prática de uma ação Moral permite no procedimento, a
interposição da vontade de um determinado grupo ou segmento. Por isso a aplicação da Deontologia
na atividade profissional, que de forma especifica, atente a uma expectativa de orientação e
procedimento vitais ao crescimento de todo o conjunto.

Portanto, para a constituição de uma sociedade, se faz necessário que os critérios teóricos e
as normas de procedimento da conduta humana sejam estabelecidos levando em consideração a
aplicação dos institutos aqui trabalhados. Freitas (2015), afirma que as relações entre Ética, Moral e
Deontologia, limitam a prática da ação da vontade individual em detrimento ao querer de uma
coletividade, o que disciplina desvios de conduta por não estar concebida de valor, o que não poderia
ser admitido num meio social que se estabelece continuamente, de formação social diária.

Um exemplo do que está mencionado nos parágrafos acima na esfera cristã, deveria ser a
consequente melhora e promoção de transformações sociais em lugares onde o evangelicalismo se
tornasse numeroso e influente, tendo em vista o efeito transformador do Evangelho, essas condições
sociais que lhe são inerentes como justiça, honestidade, respeito e altruísmo deveriam ser mais
amplamente percebidas a partir da influência e participação do cristão na sociedade em que ele está
inserido.

Temos constatado essa transformação em relação ao fenômeno do crescimento exponencial


do percentual de cristãos evangélicos nas últimas décadas na sociedade brasileira? Fica a reflexão
sobre como a igreja brasileira precisa revisar sua relação ética e moral junto a sociedade.

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