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Faculdade de Engenharia
Departamento de Estruturas e Fundações PGECIV
ESTABILIDADE DE TALUDES
CONTEÚDO
1. Introdução ................................................................................................................................... 3
1.1. Mecanismo de ruptura ...................................................................................................... 5
1.2. Tipos de Taludes ............................................................................................................... 7
1.3. Exemplos de Escorregamentos e Remediação ........................................................... 8
1.3.1. Taludes em Rocha .................................................................................................... 8
1.3.2. Taludes em Solo ...................................................................................................... 10
2. Tipos de movimentos de massa ........................................................................................... 14
2.1. Escoamento ..................................................................................................................... 15
2.2. Subsidência e Recalques .............................................................................................. 17
2.3. Escorregamentos ............................................................................................................ 18
2.4. Erosão ............................................................................................................................... 19
2.5. Classificação dos Movimentos de Massa ................................................................... 21
2.5.1. Quanto aos grupos.................................................................................................. 21
2.5.2. Quanto a velocidade ............................................................................................... 23
2.5.3. Quanto a profundidade ........................................................................................... 24
3. Tipos de Escorregamento ...................................................................................................... 25
3.1. Rotacional ......................................................................................................................... 25
3.2. Translacional .................................................................................................................... 26
3.3. Misto: Rotacional e Translacional ................................................................................. 27
4. Causas Gerais dos Escorregamentos ................................................................................. 29
5. Conceitos Basicos Aplicados a Estudos de Estabilidade ................................................. 33
5.1. Água no Solo.................................................................................................................... 33
5.2. Pressão na água ............................................................................................................. 35
5.2.1. Região Não saturada .............................................................................................. 35
5.2.1.1. Fenômeno da Capilaridade ............................................................................... 36
5.2.1.2. Sucção .................................................................................................................. 39
5.2.2. Condição Hidrostatica............................................................................................. 41
5.2.3. Regime de Fluxo ..................................................................................................... 41
5.2.3.1. Problema unidimensional ................................................................................... 46
5.2.3.2. Problema Bidimensional .................................................................................... 47
5.3. Resistência ao Cisalhamento ........................................................................................ 49
5.3.1. Solo não saturado ................................................................................................... 52
6. Analises de Estabilidade ........................................................................................................ 55
6.1. Tipos de Análise .............................................................................................................. 56
6.1.1. Analise de tensões .................................................................................................. 56
6.1.2. Equilíbrio limite......................................................................................................... 57
6.2. .Classificação Geotécnica das Análises de Estabilidade ......................................... 61
6.2.1. Quanto à condição critica ...................................................................................... 61
6.2.1.1. Influência da poropressão.................................................................................. 61
1. INTRODUÇÃO
corte
escavação
(a) Jusante
(c) Montante
Figura 3.. Zona fraca, zona cisalhada e superfície de cisalhamento (LEROUEIL, 2001).1
1
Fonseca, Ana Paula (2006) Análise De Mecanismos De Escorregamento Associados A Voçorocamento em Cabeceira
de Drenagem Na Bacia do Rio Bananal (SP/RJ). Tese da Doutorado . Coppe/UFRJ
2
Fernandes Manuel de Matos (2006) Mecânica dos Solos: Conceitos e Princípios Fundamentais Vol 1 – FEUP Edicões
3
GeoRio (2000). Manual de encostas
2.1. Escoamento
vr < v
vr
Rastejo ou fluência
escorregamento escorregamento + rastejo
rastejo
Corridas
Os recalques são movimentos verticais de uma estrutura, causados pelo peso próprio
ou pela deformação do solo gerada por outro agente. As causas mais comuns são:
Ação do peso próprio
Remoção do confinamento lateral devido a escavações
Rebaixamento do lençol d’água
Quedas
Material rochoso
2.3. Escorregamentos
Escorregamentos
2.4. Erosão
À ação antrópica, tem sido o fator condicionante na deflagração dos processos erosivos,
nas suas várias formas de atuação, como desmatamento e construção de vias de acesso, sem
atenção às condições ambientais naturais.
Futai e outros (2005)4 mostraram que o processo de evolução da voçoroca pode provocar
escorregamentos sucessivos ( Figura 17), conforme indicam as seguintes fases:
4
Futai e outros (2005) Evolução de uma voçoroca por escorregamentos retrogressivos em solo não-
saturado COBRAE, Salvador
2
Ganho de
resistência após
ressecamento
1.5
Fator de segurança
C
hu
C
hu
va
seca
va
s
s
1
Escorregamento e
geometria
mudança de
Novo
escorregamento
0.5
0
0 5 10 15 20 25
Tempo (dias)
Figura 18. Variação do fator de segurança com
o tempo
5
Varnes, D.J. (1978). Slope moviment types and processes. In: Landslides Analysis and Control. Washington, National
Academy of Sciences.
6
Augusto Filho, O. & Virgili, J.C. (1998). Estabilidade de taludes. In: Geologia de Engenharia. São Paulo, ABGE
Tipo de material
Tipo de movimento Solo (engenharia)
Rocha
Grosseiro Fino
Quedas De rocha De detritos De terra
Tombamentos De rocha De detritos De terra
Abatimento e Abatimento de Abatimento de
Poucas
Rotacional rocha detritos terra
unidades
Escorregamentos De blocos de Blocos de De blocos de
Muitas rochosos detritos terra
Translacional De rocha De detritos de Terra
unidades
Expansões laterais De rocha De detritos De terra
De rocha De detritos De terra
Corridas/escoamentos (rastejo
(Rastejo de solo)
profundo)
Complexos: combinação de dois ou mais dos principais tipos de movimentos
Nomenclatura Características
Escoamento Corresponde a uma deformação ou movimento continuo com ou sem superfície
definida.
Dependendo do movimento, são classificados como
Rastejo escoamento plástico
Corrida escoamento fluido-viscoso
Escorregamento Deslocamento finito ao longo de superfície bem definida
Dependendo da forma, são definidos como
Rotacional
Translacional
Subsidência Deslocamento finito ou deformação continua de direção essencialmente vertical
Podem ser subdivididos em
Subsidência propriamente dita
Recalque
desabamento / quedas
3. TIPOS DE ESCORREGAMENTO
3.1. Rotacional
(c) sucessivo
Figura 21.. Escorregamento rotacional múltiplo.
colher cilíndrica
3.2. Translacional
A
A’ Fendas
B
B’
embarrigamento
Manto de
alteracao
Material
resistente
Progressivo
1º.
2º.
rotacional
translacional
Sucessivo
translacional
3º.
2º.
1º.
material mais
resistente
rotacional
mobilizado f
Superfície FS =1
potencial de mob
ruptura
f
Esta condição pode ser atingida com o aumento das tensões cisalhantes mobilizadas ou
pela redução da resistência. Varnes (1978) divide os mecanismos deflagradores em 2 grupos. A
Tabela 5 propõe uma classificação adaptada
7
Varnes, David J. Landslides, Analyses and Control, Special report 176, National Academy of Sciences, cap. II
Remoção de suporte
Tendência a novos
escorregamemtos
NA
Pressão de
água na
trinca
NA1 NA1
NA2 NA2
Diagrama de Diagrama de
poropressão poropressão
mh cos
NA
h mh
hp= (mh cos)cos
u = hpw
Precipitação
Interceptação
Evaporação
Evapotranspiração
Fluxo Interno
Parte do volume de água precipitado atinge diretamente o solo, parte cai em rios , lagos e
mares, e parte é interceptada pela vegetação. Do volume de água que é interceptado pela
vegetação, parte retorna para a atmosfera por evapotranspiração e o restante ou é absorvido pela
própria vegetação ou cai no terreno. Do volume de água que cai na superfície do solo, parte
infiltra e parte flui superficialmente (runoff) ou fica retido em depressões superficiais . A infiltração
de água no solo altera as condições de umidade da região não saturada, podendo inclusive alterar
a posição da superfície freática; dependendo da estratigrafia, chega a gerar um fluxo sub-
8
Abramsen, L. W.;Lee, T S; Sharma, S. e Boyce, G.M (1996) -0 Slope Stability and Stabilizations Methods. John
Wiley & Sons, Inc
P Q E I W
Como mostrado na Figura 36 a água presente no solo esta associada a uma determinada
zona (saturada, capilar ou não saturada) fazendo com que a pressão na água possa variar entre
positivos e negativos. A Figura 37 mostra as variações do grau de saturação com a profundidade
em decorrência de processos de infiltração. A zona não saturada a pressão nan água é negativa e
é denominada sucção. Na zona capilar, S= 100% mas as pressões na água são negativas como
resultado das ações das tensões capilares
A condição de não saturação do solo ocorre na camada acima do lençol freático. Nesta
região, a umidade pode ser decorrente de processos de infiltração da água de chuva ou por
ascensão através dos vazios (Figura 39).
Um tubo capilar inserido numa superfície líquida forma um menisco (Figura 41), cujo raio
de curvatura e altura de ascensão (h) são inversamente proporcionais ao diâmetro do tubo. A
concavidade do menisco em direção ao fluido indica que pressão no interior do tubo é inferior à
pressão atmosférica. No caso de tubos cilíndricos o menisco assume uma forma esférica,
segundo as relações geométricas apresentadas na Figura 41.
2r
Ts R
Ts
2R cos
h
Pw NA
P
Par
ar Pw
Este fenômeno físico é conseqüência da tensão superficial (Ts) que ocorre entre interfaces
líquido-gás. Nesta interface, o líquido se comporta como se estivesse coberto por uma membrana
elástica em um estado de tensão constante. Este estado de tensão é resultado de um
desbalanceamento de forças de atração das moléculas de água presentes na superfície.
Enquanto que no interior do líquido as forças de atração são isotrópicas, na superfície as forças
em direção à fase líquida são maiores do que às ocorrem em direção à fase gasosa, causando
uma contração da superfície do líquido (Figura 42). No caso da água pura, a uma temperatura de
20 72,75
40 69,6
u (+) 60 64,4
80 62,6
100 58,8
Quando existe uma diferença de pressão entre as 2 fases, a interface líquido-gás se torna
curva, com concavidade voltada para a fase de menor pressão (Figura 41). Se, por exemplo, uma
membrana elástica é colocada entre 2 células de ar a diferentes pressões, a membrana se
encurvará na direção da célula de menor pressão. Similarmente, um líquido com uma interface
côncava, com relação ao ar, está sob pressão inferior à atmosférica.
5.2.1.2. Sucção
Partículas
Água Adsorvida
Água "Capilar"
Figura 44.- Água Capilar e de Adsorção
Nos solos, a altura de ascensão capilar depende do diâmetro dos vazios. Como estes são
de dimensões muito variadas, a superfície superior de ascensão não fica bem caracterizada,
sendo possível que bolhas de ar fiquem enclausuradas no interior do solo. Ainda assim, existe
uma altura máxima de ascensão capilar que depende da ordem de grandeza do tamanho
representativo dos vazios do solo. Em areias a altura de ascensão capilar é da ordem de
centímetros, enquanto que em terrenos argilosos, esta pode atingir dezenas de metros.
Para solos arenosos, como as forças de adsorção são pequenas, é possível associar
sucção somente às forças capilares.
Curva Característica
A relação entre a volume de água presente no solo e a sucção é conhecida como curva
característica. Este volume de água pode ser quantificado em termos de teor de umidade
volumétrico (), definido como a relação entre o volume de água e o volume de total, teor de
umidade gravimétrico (), cuja magnitude é obtida em função da relação entre pesos de água e
de sólidos, ou em termos do grau de saturação.
Dentre as diversas formas de se definir curva característica, a mais adotada é aquela que
relaciona teor de umidade volumétrico e sucção mátrica. O formato desta depende do tipo de solo,
distribuição de tamanhos de vazios e, conseqüentemente, da distribuição das frações
granulométricas. Solos arenosos tendem a apresentar perda brusca de umidade quando a sucção
ultrapassa um determinado valor; em contrapartida, solos argilosos tendem a apresentar curvas
mais suaves. Comportamento semelhante é observado quando comparam-se curvas
características de solos uniformes e solos bem graduados
A Figura 45 apresenta curvas características típicas para areias e argilas, além de definir
os parâmetros mais importantes relativos a esta função.
Sucção (
(escala log)
Capacidade deRetenção
Específica: C()=/
Solo
argiloso
Sucção de
entrada
de ar ( b Solo arenoso
Teor de umidade
(r (s volumétrico (
Teor de umidade Teor de umidade
residual saturado
Figura 45.- Curvas Características Típicas
Sob condição hidrostática e solo saturado, a pressão de água é triangular, crescente com
a profundidade, como mostra a Figura 46.
u w hw
u sat hw w hw sub hw
Solos e rochas possuem poros que permitem a passagem da água são denominados
aqüíferos. A permeabilidade do material não determina se este se torna um aqüífero. O que
importa é o contraste de permeabilidades com os materiais circundantes; isto é, uma camada de
solo siltoso pode se tornar um aqüífero se estiver contida entre camadas argilosas
Aqüíferos podem estar confinados entre 2 camadas impermeáveis ou não confinado. Os
aqüíferos confinados são em geral saturados. Aqüíferos não confinados não estão
necessariamente completamente saturados e podem apresentar nível d´água.
Camadas consideradas não aqüíferos representam barreiras para a movimentação da
água. Assim sendo, é possível encontrar situações em que um determinado perfil apresenta mais
de um nível d´água, denominado nível d´água suspenso (Figura 48).
Nível d´água
suspenso
areia
argila
areia
Aqüíferos em que a carga piezométrica á superior a cota de sua extremidade superior são
denominados aqüíferos artesianos. Em alguns casos, a elevada carga piezométrica associada a
determinadas estratigrafias acarreta em surgências d´água na superfície do terreno (Figura 49).
Fontes de água na superfície do terreno podem ser resultado de forças gravitacionais (Figura 50)
Lei de Darcy u v2
h he h p hv z
w
2g
nulo
h nulo
qk A
L u
h he h p z
w
q kiA k = Coeficiente de permeabilidade ou Condutividade hidráulica
A =área
h
i = gradiente hidráulico
L
e3 e2
k k k e2 e log k
(1 e) (1 e)
h A h A z 2 L2 L1 z1
k1 2k 2
hB hB 0
A1 2 A2
hC ?
Por continuidade:
A’
z1
A
q1 = q2
h1 h
L1 k1 A1 k 2 2 A2
L1 L2
fluxo C h hC h hB
2k 2 A 2 A2 k 2 C A2
L2 L1 L2
L
h A hC hC hB 1
B’ B z2
4 L2
L L
hC 1 1 hA hB 1
4 L2 4 L2
Figura 52 – Solos em serie
4 L2 L1
hc hA hB
L1 4 L2 4 L2
h A h A z1 L z 2
A’
hB hB z1
z2
A” A h A h A h A mesma perda
hB hB hB de carga
L solo 2 solo 1
q kiA
B” B h AB h
q1 k1 A1 2k1 AB 2 A2
L L
z1 h AB
B’ Ref q2 k 2 A2
L
k1 2k 2 q1
A1 2 A2 4
q2
Figura 53 – Solos em paralelo
A equação que rege processos de fluxo de fluxo em solos esta descrita a seguir:
2h 2h 1 S e
kx k e S
x z 1 e t t
2 z 2
Supondo-se que:
- O fluxo é estacionário (não há variação do gradiente hidráulico ao longo do tempo);
2h 2h
kx k 0
x 2 z 2
z
2h 2h
0 (Equação de Laplace)
x 2 z 2
A solução geral da equação de Laplace é constituída por dois grupos de funções, as quais
podem ser representadas, dentro da zona de fluxo em estudo, por duas famílias de curvas
ortogonais entre si, denominadas de linhas de fluxo e linhas equipotenciais.
A rede de fluxo é uma solução gráfica da equação de Laplace. A rede permite a estimativa
da vazão, poropressões e, consequentemente, gradientes hidráulicos.
A Figura 54 mostra a rede de fluxo em talude. Na superfície freática a poropressão é nula
e representa o limite entre a zona saturada e a capilar. Observe que piezômetros instalados no
talude fornecem altura de carga de pressão que não coincide com a superfície freática.
A
Figura 55 compara as superfícies freática e piezométrica. A superfície freática é uma linha
de fluxo a partir da qual é possível desenhar linhas ortogonais representando linhas
equipotenciais. Neste caso a carga de pressão é menor do que a distancia vertical ate a linha
freática (hw). Geometricamente tem-se:
h p hw cos cos hw cos 2
hw cos hw cos2
Embricamento
“interlocking”
Resistência ao atrito = f ()
cisalhamento Resistência
entre particulas
coesão f ()
A resistência entre partículas pode ser vista por analogia à lei de Coulomb que define
resistência ao deslizamento de um corpo rígido sobre uma superfície plana (Figura 58).
cola
c tan
A envoltória resistência dos solos segue o modelo critério de ruptura de Mohr Coulomb é é
definida pela tangente de círculos de Mohr correspondentes as condições de ruptura. Sua
determinação é feitaa realizando-se ensaios com diferentes condições iniciais que permitam
a definição dos estados de tensão na ruptura. Na Figura 62, mostra-se que esta busca pode ,
por exemplo, ser feita variando-se as tensões 1 e 3.
= c´+ tan ´
´
1
1 3
3
(1 3 )f
c´
3f 1f ´
9
Fredlund, D. G., Rahardjo, H. (1993) Soil mechanics for unsaturated soils, John Wiley, New
York.
b
Tensão Cisalhante
’
c c’
Com isso, a envoltória de resistência passa a ser definida em termos de tensão efetiva, no
plano x ’.
6. ANALISES DE ESTABILIDADE
x O
R
n
D C
x1 O x2
MInstabilizante = W1 x1
A
M Estabilizante = W2 x2 mob AB Raio
R
Equilíbrio de Momentos:
W1
W2 x2 mob AB Raio W1 x1
AB Raio W x W x -
B
W2 mob 1 1 2 2
Nas análises obtém-se mob de tal forma que a massa esteja em estado de equilíbrio limite
f
iii) o FS é obtido comparando-se FS
mob
iv) FS é admitido constante em toda a superfície.
v) O FS mínimo é obtido por iterações
FS=2,0
x
x FS=1,5
x x
x x FS=1,3
x
x x
i) Admite-se que o material tenha um modelo constitutivo rígido plástico. Com isso, não
se tem informação sobre as deformações, isto é não há como se verificar se estão
dentro da faixa admissível para o projeto
Figura 70. Comparação entre valores de tensão efetiva: Equilíbrio limite x Análise de Tensões
q Condição não
drenada qD kf
qf
FS
qmob
qf
qND FS ND FS FS D
qmob
p´
ii) drenada àquela que ocorre durante a dissipação dos excessos de poro-pressão ou,
melhor, durante o processo de transferência de carga entre a água e o arcabouço sólido. Nesta
fase ocorrem as variações de volume e,consequentemente, os recalques no solo.
NA
P
Altura do aterro
Tempo
Poropressao
no ponto P
Tempo
Fator de Segurança
Tempo
NA original
NA final
hp iniciall
hp final
P
Equipotencial
Fase Não
Drenada
Poropressão no ponto P
uo =hp iniciall x
uf =hp final x
Fase Drenada
A=1
A=0
Tempo
Fator de Segurança
A=0
A=1
Tempo
A Figura 73 mostra como o FS varia durante a construção de uma barragem de terra. São
apresentados os comportamentos relativos aos taludes de montante e de jusante.Observa-se que
as condições mais criticas dependem do talude; isto é
Talude de montante final de construção
rebaixamento rápido
Talude de jusante final de construção
longo prazo
P
Equipotencial passando por P
Tensão cisalhante media
Jusante
no ponto P
Montante
Tempo
Fluxo em regime
Assumindo zero permanente
de dissipação
Montante
Jusante
Tempo
Montante
Fator de Segurança
Jusante
Tempo
Nas análises em termos de tensão efetiva, a tensão cisalhante mobilizada é estimada por
c' tg '
( u )
FS FS
Poropressão
Inicial
Razão de poropressão (ru), definido pela relação entre poropressão e tensão vertical:
u u
ru
v h
O parâmetro de poropressão é fácil de ser implementado, mas o grande problema está no
fato de que este varia no talude. Assim sendo, avaliar a estabilidade considerando um único valor
de ru fornece resultados incorretos
area FGDEF
ru w
area ABCDEFA
Figura 76. ru para taludes com nível d’água coincidente com a superfície do terreno10
10
Abramsen, L. W.;Lee, T S; Sharma, S. e Boyce, G.M (1996) -0 Slope Stability and Stabilizations Methods. John
Wiley & Sons, Inc
Induzida
iv) Henkel:
3A 1
3 2
Alternativamente, podem-se acompanhar as poropressões geradas pela obra através de
da instalação de piezômetros. Entretanto, seria necessário que os piezômetros fossem instalados
ao longo das superfícies de ruptura, o que na pratica é muito difícil de se prever.
su mob su
FS
Envoltória
Efetiva (?)
Su
(Cu)
Triaxial CD
Longo Prazo Cisalhamento Direto
Tensões efetivas c’, ’ e uo
(drenado) Triaxial CU com medida de poropressão
Ensaio de Torção
Em um mesmo caso pode-se ter solos saturados e não-saturados e/ou condição drenada e
não drenada ocorrendo simultaneamente nos diferentes materiais envolvidos na analise, sendo
necessário usar a envoltória adequada para cada um deles.
´pico
1
´res
2 1
2
7. MÉTODOS DE ESTABILIDADE
FS
Area FS sec aoi
ZT
h<0
h=0
Para o caso de maciço com superfície horizontal, as tensões na ruptura são calculadas
considerando o circulo de ruptura e a envoltória de Mohr-Coulomb
c'' tan '
1 3
cos '
2
f
1 3 1 3
(1-3)/2
sen '
2 2
f
3 1 Substituindo em c'' tan ' , chega-se a
1 3 3 1 3 sen '
cos ' c' 1 sen ' .
2 2 2 cos '
Figura 81. Circulo de Mohr para solo
coesivo
1 3 3 3
cos 2 ' c' cos ' 1 sen ' 1 sen 2 '
2 2 2
1 3 3
2 2
cos ' sen ' c' cos ' 1 sen '
2 2
1 3 3
c'. cos ' 1 sen '
2 2
1 2.c'. cos ' (1 sen ' )
(1 sen ' ) c. cos ' 3 (1 sen ' ) 3 1
2 2 1 sen ' (1 sen ' )
1 sen 1 sen
h ativo v 2c v tan 2 (45 ) 2c tan(45 )
1 sen 1 sen
2
2
Ka Kac
Ka Kac
1 = z
h z tan 2 (45 ) 2c tan(45 )
3 = h 2 2
2 su
Solo puramente coesivo: = 0 zT
No caso da escavação de taludes verticais (Figura 82), o estado de tensões pode ser
aproximado como estado ativo de Rankine.
h (-) zT
Hc
h(+)
Então
c A tan
Wsen A
Figura 83 - Ação do peso próprio FS N'
FS
c A W cos tan
Wsen
FS FS
c A W cos tan
FS
W sen
OBS:
tan
Se c’= 0 FS
tan
independente do peso do bloco!
Ação do peso próprio e água
Equilíbrio na direção normal ao plano N W cos
V N U W cos
s s Wsen V
c A tan
W
N’ Mas s ( N u)
U FS FS
Então
c A W cos u tan
Figura 84 - Ação do peso próprio e FS
W sen V
água
hp
E+dE
b l cos
x w x+dx
U ul
h E
W b h
s Superfície de ruptura
N’
l
m
s Wsen 0
cl tan
F n 0
c l tan
FS
N
FS
Wsen
s N
FS FS
F m 0 W cos N ul N W cos ul
Tensões efetivas FS
c h cos 2 u tan
h sen cos
su l
Tensoes totais FS
h sen cos
Casos especiais:
u u
i) se c’= 0 e definindo o parâmetro de poropressão ru
v h
Tensões efetivas FS
h cos u tan tan
2
1 ru sec 2
h sen cos tan
ii) se c’= 0 e u = 0
tan
Tensões efetivas FS
tan
mh
mh cos Tensões efetivas
NA
FS
h cos 2
mh cos 2 tan
h sen cos
h mh
hp= (m.h.cos)cos tan
u=w (m.h.cos )
2 FS 1 m w
tan
Segundo Duncan (1996), o fator de segurança de taludes infinitos pode ser definido por
tan c
FS A B
tan .H
onde os parâmetros A e B são obtidos nos ábacos apresentados na Figura 88.
11
GeoRio (2000) – Manual de Taludes
Caso o talude apresente zona de fraqueza no campo é possível que a superfície critica
coincida com este plano.
AB = comprimento da superfície de
ruptura
T N
W s
N W cos
N’ T Wsen
c( AB ) tan
Mas s N
FS FS
Então
FS
FSmin
Superfície critica
W = peso da cunha
q = sobrecarga distribuída
P = resultante da sobrecarga,
no trecho BC q B C =
V = empuxo de água na trinca
1
wZ
2
T = esforço do tirante
U = resultante da poropressão
smob na base da cunha (trecho AD)
1
wZ A D
2
smob= resistência mobilizada
Figura 91 – Superfície plana com trinca de tração no trecho AD
N = resultante de tensão
normal no trecho AD
c A D tan
Mas smob (N U )
FS FS
Então
c A D W P cos Tsen( ) Vsen U tan
FS
(W P) sen V cos T cos( )
Existem situações em que a superfície de ruptura pode ser definida por segmentos de
retas (Figura 92), formando cunhas de solo.
(a)
(b)
Figura 92 – Exemplos de superfícies de ruptura poligonal
Nestes casos a solução é obtida por equilíbrio de esforços nas direções horizontal e
vertical (não sendo incorporado o equilíbrio de momentos). Considerando os esforços
atuantes nas cunhas da barragem , são identificadas 5 incógnitas:
D
Incógnitas:
E N’1 = ?
B
E21 B W2 N’2 = ?
S2 =?
Eij = ?
W1 N’2 FS= ?
C E12 C
A U2
S1
N’1
U1
D
E12
E
Direção de
B W2 R2
c l
E12 FS W2
N’2 U=u x l
=0 R2
i
N 2 tan
C
FS c l
FS
U=u x l
Cunha 2 FS final
FS final FS FS
Figura 95 – Determinação do FS
Exemplo
cunha 1
H=9m
cunha 2 =1,6t/m3
c’=2,5t/m2
’= 15o
cunha 3
4m 4m 4m
ii) por equilíbrio de forças estima-se E para cada única cunha, sendo i a inclinação da
base da cunha
cl tan
W seni N seni N cos i 0
FS FS
F v 0
W FS clseni
W
N
S
E
tan seni FS cos i
=0
i
cl tan N’2
E cos i N cos i N seni 0
FS FS
F h 0
cl tan
E N seni cos i N cos i S cl N tan
FS FS FS FS
iii) avalia-se E
se E < 0 FS arbitrado muito baixo
se E > 0 FS arbitrado muito alto
se E = 0 FS
FS
M o resistente
x
O
M o atuante
M o resistente R s u ds
R
H
W
h
M o atuante W .x
DH
su
su R 2 s
FS N u 1
W. x H
Camada mais resistente
H
N = fator de estabilidade
su
Taylor propõe, então, o uso da Figura 97 para determinação do fator de estabilidade (1/N)
em função da profundidade da superfície de ruptura (DH) para diferentes inclinações do talude
(inferiores a 54º). No caso da configuração A (Caso A) , as linhas tracejadas, transversais as
curvas de traço cheio,permitem a determinação da distancia da superfície de ruptura e o pé do
talude (nH).
Assumindo, por exemplo, que a superfície de ruptura passa pelo pé do talude (n=0) e que
o fator de profundidade (D) é igual a 2, a ruptura ocorreria para uma combinação de 2 fatores:
Inclinação do talude () 8º
1 su H
0,115
N H
Para se determinar a superfície critica, vários círculos devem ser avaliados até se obter o
menor FS. O método se aplica de acordo com o procedimento a seguir:
definem-se as variáveis H e D
para um determinado ângulo de inclinação () determina-se
c
FS 1 cmob H
H
su
calcula-se FS
c mob
Notas:
1 Os ábacos são definidos para inclinações do talude superiores e inferiores a 54°:
-
< 54° (Figura 97a) possível localizar a superfície critica em função do parâmetro
N
> 54° (Figura 97b) a superfície crítica passa necessariamente pelo pé do talude
(D = 1.0)
2 Para situações em que
- < 54° e não existe camada rígida (D=) o fator de estabilidade (N)
deverá ser obtido utilizando a reta tracejada na Figura 97b
3 A localização dos círculos de pé ( > 54°) poder ser feita utilizando a Figura 98
-
14
DH
h
D 2
7
su 10
0,11
H 13x7
= 7,5o FS=1
s 10
su mob u 8,3kPa
FS 1,3
sumob 8,3
H 13x7 0,092 < 7º
Outras condições de contorno podem ser também analisadas pelos ábacos de Taylor
(a) talude totalmente submerso
Os ábacos poderão ser utilizados considerando o valor do peso específico submerso (sub)
ao invés do peso específico total
Solo 1
D 1 e 50 N 0,177
3
=1,92t/m 2,6m
2
su=2,93t/m
Solo 2
3
=1,6t/m 3,6m
2 su mob
N su mob NH med
su=1,95t/m
Solo 3
H med
3
=1,68t/m
h 6,2
i
ui i
su med
Solo 1 2,6m
h i 6,2
cisalhamento. Neste caso os ábacos de Taylor poderão ser utilizados com valor de angulo de
atrito modificado (R):
sub
R
mob
-
Terzaghi e Peck (1967) estenderam os ábacos de Taylor para situações com 0 (Figura
100). Ressalta-se que neste gráfico DH corresponde a camada abaixo do pé do talude. O
procedimento para utilização do ábaco é feito de forma iterativa:
i) assumir um valor de FS = FS1
tan
ii) calcular o valor de mob tan mob
FS 1
Figura 100. Ábaco de Taylor para o caso em que c 0 e 0 (Dh contado a partir do pe do
talude)
Dados:
H
DH= 10,7m; H=6,1m, su = ?, =16kN/m3
h = arctan (1/2,5)= 21,8o; FS=1
DH
Solução:
10,7
D 1,75
6,1
su
0,157 su 15,3kPa
H
O ábaco indica que a superfície
potencial de ruptura
s 10
su mob u 8,3kPa
FS 1,3
sumob 8,3
H 13x7 0,092 < 7º
12
Geotechnique vol12, n.3, pp 212-216
13
Geotechnique vol18, n.3, pp 372-378
14
Journal ASCE 91 – SM4, pp85-106
15
Hoek e Bray (1981) Rock Slope Engineering
Os ábacos (Figura 103 a Figura 107)16 mostram as soluções para cinco situações distintas
de linha freática, definidas geometricamente pela razão Lw / H, onde H é a altura do talude e Lw é
a distância entre o pé do talude e o ponto onde a linha freática atinge a superfície do terreno.
Em todos os casos a superfície critica passa pelo pé do talude, com uma trinca de
tração existente em sua extremidade superior. As condições típicas de fluxo estão apresentadas
na Figura 102.
infiltração
Trinca de tração
Trinca de tração
h h
equipotencial equipotencial
Linha de fluxo
Superfície de ruptura Linha de fluxo
Superfície de ruptura
16
GeoRio (2000) Manual de Taludes
trinca
H
superfície
crítica
0 1 2 3
200 4 5 6
7
8
9
180 10
11
12
13
160 14
15
16 c'
17 (x10-2)
18 H .tan '
140 19
20
120 25
30
100 90º
tan ' 35
(x10-2)
FS 40
80
45
50
80º
60 60
70º 70
60º 80
40 90
50º 100
40º
30º 150
20 20º 200
10º 400
8
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34
c'
(x10-2)
H FS
Figura 103 - Ábaco de estabilidade de Hoek and Bray (1981): linha freática profunda
LW
trinca
H
superfície
crítica
0 1 2
200 3 4
5
6
7
8
180 9
10
11
12
13 c'
160 14 (x10-2)
15 H. tan'
16
17
18
140 19
20
120 25
90º 30
100
tan ' 40
(x10-2)
FS 45
80
50
60
80º
60 70
70º
80
60º 90
40 50º 100
40º
30º
20º 150
20 10º 200
400
8
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34
c' (x10-2)
H FS
Figura 104 - Ábaco de estabilidade de Hoek and Bray (1981): linha freática com Lw = 8 H
LW
trinca
H
superfície
crítica
0 1 2 3
200 4 5
6
7
8
9
180 10
11
12 c'
13 (x10-2)
160 14 H. tan'
15
16
17
18
140 19
20
25
tan'
120
FS
(x10 )
-2
90º 30
100
35
40
80 45
50
80º
60 60
70º 70
60º 80
50º 90
40 40º 100
30º
20º 150
20 200
400
8
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34
c'
(x10-2)
H FS
Figura 105 - Ábaco de estabilidade de Hoek and Bray (1981): linha freática com Lw = 4 H
LW
H
0 1 2 3
200 4 5
6
7
8
180 9
10 c'
11
12
(x10-2)
13 H. tan '
160 14
15
16
17
18
140 19
20
120
25
90º
tan '
(x10-2) 30
FS 100
35
40
80
80º 50
60
60 70º 70
60º 80
90
40 50º 100
150
20 200
400
8
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34
c'
(x10-2)
H FS
Figura 106 - Ábaco de estabilidade de Hoek and Bray (1981): linha freática com Lw = 2 H
trinca
H
superfície
crítica
0 1 2 3
200 4
5
6
7
8
9 c'
180 10 (x10-2)
11 H. tan '
12
13
160 14
15
16
17
18
140 19
20
120 25
tan ' (x10-2)
FS 100
30
35
40
80
80º 45
50
70º
60 60
60º
70
50º 80
40 40º
90
30º 100
20º 150
20 10º 200
400
0
8
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34
c'
(x10-2)
H FS
Figura 107 - Ábaco de estabilidade de Hoek and Bray (1981): solo saturado
Exemplo:17
Dados:
c’= 20 kPa
’= 30 graus
=18 kN/m3
60o
15 m
Etapas de cálculo:
Selecionar o ábaco que mais se adapta ao caso de linha freática na encosta; neste caso, é o ábaco
da Figura 104 (linha freática com Lw = 8 H ).
17
GeoRio (2000) - Manual de Taludes
FS = 1,00 FS = 1,31
15 m 60o
40o
x O
R
n
D C
b
A
s
n B
cl
En+1 FS
N tan
FS
xn w Xn+1
En w
D N’
s
C Xn -Xn+1
N’
N
u.l
En -En+1
u
tan
l tan
FS
Figura 110 – Esforços na fatia n
Figura 111 – Esforços e polígono de forcas
W x
i i mobi R
ou
mas x R sen
N
c' l ( N ul )tg '
FS
Wi sen
s l
W xi i R u
FS
Tensoes totais
mas x R sen
R su l s l
FS
u
Esta será, portanto a equação básica para determinação de FS para superfícies circulares,
sendo FS mínimo é obtido por iterações; isto é, varias superfícies são testadas até que se
determine a superfície potencial de ruptura. A Figura 112 mostra que contornos de mesmo valor
de FS tendem a apresentar uma forma elíptica, com o eixo maior se aproximando da superfície do
talude.
FS=2,0
x
x FS=1,5
x x
x x FS=1,3
x
x x
hipotesesimplificadora
c' l W cos ul tg ' X n X n1 cos 'En En1 sen tg '
R
FS
Wi x
hipotesesimplificadora
n X X n 1 cos 'En En1 sen 0
Neste caso N W cos
FS
c' l (W cos ul )tg '
W sen
i
Observações importantes:
ii) Em círculos muito profundos e com elevados valores de poropressão, o método tende
a fornecer valores pouco confiáveis
iii) Existem lamelas em que o valor de é negativo; com isso a parcela relativa à tensão
efetiva torna-se negativa!
N (W cos ul ) 0 N 0
Esta condição pode ocorrer em lamelas finas com elevado valor de poropressão. Nestes
casos recomenda-se que termo este termo seja anulado
x O
R
e considerando b l cos
tensao mobilizada
cl tan
N cos ub W X n X n 1 N sen
FS FS
cl tan
N cos W X n X n1 ub sen N sen
FS FS
tan sen cl
N cos W X n X n1 ub sen
FS FS
considerando
1 tan tan
m cos
FS
Tem-se
cl
W X n X n1 ub sen
N FS
m
tg
c' b (W ub) ( X X n1 )
1
FS
Wi sen m
n
Esta hipotese equivale a deprezar as parcelas de esforço horizontal entre lamelas. Com
isso chega-se a
1
c' b (W ub) tan m
1
FS
Wi sen
A solução do método é iterativa, visto que FS aparece em ambos lados da equação. Para
tal, arbitra-se um valor de FS1 e checa-se o valor fornecido pela expressão. Em geral, usa-se o FS
obtido por Fellenius como 1ª aproximação .
A Figura 114 mostra a planilha de cálculo do método
Observações Importantes
i) determinação de m
1 tan tan
ii) Em casos de superfícies profundas, o termo pode se tornar nulo ou
FS
negativo, na região próxima ao pé do talude
1 tan tan
se =0 m =0 FS =
FS
1 tan tan
se < 0 o termo correspondente a tensão normal efetiva pode se
FS
Descontinuidade na
superfície
Deve-se evitar a presença de
descontinuidades no topo das
fatias
No entanto, esta parcela é pequena se comparada aos Minst gerados pelo peso da massa
de solo
Fp
Equipotenciais
Equipotenciais
Fellenius FS
c' l (W cos ul )tg ' F w1b Fwa a
W sen i
1
c' b (W ub) tan m
1
Bishop FS Fw1b Fwa a
Wi sen
Caso não haja fluxo no talude, o calculo pode ser simplificado. Calculando o peso do solo
abaixo do NA com o peso especifico submerso, não é necessário considerar a poropressão.
R
sub
18
Livro do Taylor
19
Chowdhurry
7.5.3.4. Exemplos
Exemplo 1
Solo:
c’=10kPa
’=29º
t=20kN/m3
Valores de u na base
Método de Fellenius
358,3
FS 1,3
274,5
Método de Bishop
FS Fellenius
s l ( 0)
u
Wsen
Com base na expressão para o calculo do fator de segurança pelo método de Bishop
Simplificado (em termos de tensão efetiva), Bishop e Morgenstern apresentaram ábacos para
calculo de FS, tornando a geometria do problema adimensional, a partir da definição do parâmetro
de poropressão Ru
O
H
h
DH
u u
hp=u/w ru
v wh
c b b h 1
H H H H (1 r ) tan m
u
FS
b h
H H sen
c
Então, dados , ru , ’, o FS passa a depender exclusivamente da geometria. Nestas
H
condições, obtem-se
FS m nru
Onde m e n são coeficientes de estabilidade, obtidos em função de c’, ’, , H, D e a
partir do uso de ábacos (por exemplo, Figura 122) ou tabelas (Tabela 10)
c
Figura 122 – =0,05 e D = 1,25
H
h3 ru3
H2 ru2
h1 ru1
a b c d
Exemplo
o
S=1,5+’tan30
42m 3 =2tf/m
2
1 ru=0,18
Calcula-se
c 1,5
0,018
H 2 42
D=1,0
Como não se dispõe de gráfico ou tabela com esta configuração, a determinação dos parâmetros m
e n é feita por interpolação:
c Ábaco c
=0 m 1,7 Interpolando para =0,018
H 3:1 FS= 1,7-(1,9x0,18) =1,36 H
n 1,9
D=1,0 ’=30 o
FS
1,82
c Ábaco
=0,025 m 2,2 1,36
H 3:1 FS= 2,2-(2,1x0,18)= =1,82
c
n 2,1 0 0,025
D=1,0 ’=30o H
FS=m-nru=1,74
antes do rebaixamento u hf w
u h f w u
apos o rebaixamento
uo
ha
hf
P
Admitindo que
u B 1 u
B
1 ha w ha w
20
Paulo Cruz
Trinca de R
tração
x
b
z
y H
Nx H
Nd H
h
b N´ tan(´mob)
(c´b sec) / FS
s
Zn+1
n W
h
mob
n+1 W
Zn N´
s
u b sec
N´ Zn
Q=Zn+1 - Zn
u b sec Zn+1
21
Geotechnique 17, pag11-28
22
Brundsen & Prior - Slope Instability, John Wiley & Sons
A partir do equilíbrio de forcas nas direções paralela e normal a base da fatia chega-se
a equação da resultante Q. Observa-se que Q e a inclinação variam para cada fatia
c b tan
sec W cos ub sec Wsen
Q FS FS
tan
cos( )1 tan( )
FS
Para garantir o equilíbrio global, a soma das componentes horizontal e vertical das
forcas interlamelares deve ser nula; isto é:
Q cos 0
Q sen 0
Q cos Q sen Q 0
FS hipotese( ) Q 0
vi) Para os diferentes valores comparam-se os valores de FS ate que estes sejam
idênticos (Figura 126)
Observações
i) FS calculado por equilíbrio de momentos é pouco sensível ao valor de
Q Hb
tan
cos cos( )1 tan( )
FS
dx
dP
dQ
yt Pw E +dE
T
dw T+dT
E dW dW q
dx dP
c arg a
(y-yt) Pw+dPw peso c arg a
concentrada
solo distribuida
ds=
dN
dl
FS
c ( p t u) tan dx 1
Ea E dQ ( p t ) tan dx n
b
1 (1 / FS ) tan tan
onde n
1 tan 2
onde
Q= empuxo de
água na trinca fo = função de d/L e do tipo de solo e é
L
(+) determinado graficamente Figura 129..
c' b ( p u ) tan
n
u = poropressão media na base da fatia
FS f o
dW tan Q
Q= empuxo de água na trinca
fo =fator de correção obtido a partir de
comparações entre FS obtidos pelos métodos dW hm dx
simplificado e generalizado
No caso de inexistência de água na trinca ( Q=0 ) e de fatias de mesma largura (dx = cte),
tem-se
c'( p u ) tan
n
FS f o
W tan
(a) negativo
(b) positivo
Figura 130 – Método de Jambu Simplificado - fator n
n
FS f o
dW tan Q
Se o valor arbitrado de FS for diferente do calculado, retornar para o item (vii). Em geral 3
iterações são suficientes para convergência do método
Observações
0 coeficiente de correção (fo) foi obtido p/ taludes homogêneos
0 método de Jambu simplificado não fornece bons resultados para superfícies em
forma de cunha
Exemplo :
d=7,9m
sand clay L=46,m
1
sand Piezometric height on
2 failure surface
3
clay 4
5
6
7
failure surface
O método mais geral de equilíbrio limite para superfície qualquer foi desenvolvido por
Morgenstern e Price (1965) . Posteriormente Morgenstern (1968) publicou outro artigo sumarizado
nesta apostila. A Figura 131 mostra os esforços na fatia.
dx
n
Pw E +dE dW = peso da fatia
yt
T Pw = poropressão no contorno da fatia
dw T+dT
E
(y-yt) Pw+dPw dPb = resultante poropressão na base da fatia
dN
23
Chowdhurry . Slope Analysis. Elsevier ( 1978)
Figura 132 – Distribuições de força entre fatias usadas por Morgenstern e Price24
24
Brundsen & Prior - Slope Instability, John Wiley & Sons
dE tan dy dT tan dy
1
dx FS dx dx FS dx
c dy dPw tan dy dW tan dy dy 2 tan
2
1 . 1 Pu 1
FS dx dx FS dx dx FS dx dx FS
dPb dy
Onde Pu cos e tan
dx dx
Considerando a subdivisão em n fatias, com coordenadas limítrofes xo, x1 ...xn. assume-se
no interior das fatias as seguintes funções: (x é contado do inicio de cada fatia)
y Ax B
dW px q
dx
f kx m
Pu rx s
Pw u w v w x Ww x 2
hPw u N v N wN x 2 z N x 3
A equação pode ser simplificada na seguinte forma:
Kx L dE KE Nx P
dx
Em que
tan
K k A
FS
A tan tan
L 1 m A
FS FS
tan
N
FS
2 AW w p r (1 A 2 ) 2Ww pA
p
1
FS
c s tan (1 A 2 ) Vw A tan q tan qA Vw
Integrando a equação simplificada tem-se
1 Nx 2
E ( x) Ei L Px
L Kx 2
Assim sendo
1 Nb 2
Ei 1 Ei L Pb
L Kb 2
Onde b é a largura da fatia = xi – xi+1
Usando a relação entre E e T e a equação de equilíbrio de momentos e integrando na faixa
xo a xn, chega-se a
dy
x
M ( x) E ( y t y ) M eW ( x) f Edx
xo
dx
onde
dy
x
M eW ( x) Pw dx Pw ( y h)
xo
dx
O método é solucionado iterativamente assumindo-se valores para FS e e
calculando-se E e M(x) para cada fatia. Nos contornos (x=0 e x=n) os valores de E e M
deverão ser nulos; isto é:
x xo M ( xo ) E ( xo ) 0
x xn M ( xn ) E ( xn ) 0
Assim sendo o processo iterativo é repetido ate que as condições no contorno sejam
satisfeitas. Faz-se necessário o uso de computadores para utilização do método. Como o
resultado depende da hipótese adotada para , é importante ter conhecimento prévio da
função adotada . (Figura 133)
25
Brundsen & Prior - Slope Instability, John Wiley & Sons
Com isso é possível considerar eventuais efeitos de anisotropia. O método de Sarma tem
como vantagens:
ser um método rigoroso,
não ter problema de convergência (observado no método de Morgenstern e Price),
permitir a incorporação da anisotropia
facilidade de uso, mesmo com calculadoras
26
Geotechnique 1973 (set e dez)
Parâmetros:
bi
N i N i U i
U i ru iWi sec i
Ei E i Pwi
Hi kWii E’ i+1
Pw i dE i Ei 1 E i
Xi Pw i+1
Wi Xi+1
dxi xi 1 xi
E’i
zi l i bi sec i
tan i
tan i
Ti FS
i
N’i
Xgi e Ygi = coordenadas do centro de gravidade
Ui da fatia
Equações
2n Equilíbrio de forcas
n Equilíbrio de momentos
n Envoltória de resistência (T = f(N))
4n TOTAL DE EQUACOES
Incógnitas
1 Fator de Segurança
3n Ni, Ti, i
3(n-1) Xi, Ei, Zi
6n-2 TOTAL DE INCOGNITAS
i bi 2
(b) Da mesma forma que nos demais métodos de equilíbrio limite, assume-se hipótese
relacionada às forças entre fatias. (n-1 equações). O valor de X é calculado
indiretamente a partir de uma função.
X i Qi
Isto é, não se conhece o valor real de X, mas sim um valor relativo, dado por
(Figura 135). Observa-se que no contorno (i=0 e i=n) os esforços E e X são nulos
Então
dX i dQi
dX i (Qi 1 Qi )
dX i Pi
i) Equilíbrio de Forças
F v 0 N i cos i Ti sen i Wi dX i
(1)
F H 0 Ti cos i N i sen i kWi dEi
Mas pelo critério de ruptura de Mohr-Coulomb tem-se a relação entre T=f(N); isto é
Sendo
Di Wi tan( i i ) .ciLi cos i U i sen i sec( i i ) (3)
ou
kW dE D dX
i i i i tan( i i ) (5)
ou
Pi ( y m i yG ) tan( i i ) ( x m i xG ) Wi ( x m i xG ) Di ( yG y m i )
sendo
sec 2 i
cibi Wi (1 ru ) tan i
1
s1 Wi tan i
FS 1 tan tan
i FS
s 2 Pi tan( i i )
s3 Pi ( y m i yG ) tan( i i ) ( x m i xG )
s 4 Wi ( x m i xG ) Di ( y m i yG )
k i ru yˆ i H 2i tan ˆi
Qi f i i i
cˆi H i
2
Onde
ki
1 sen 1 2rui seni (4ci cos i) / yˆ i H i
1 sen i seni
i 2 i i
f = constante , em geral, igual a 1,
2 Pwi
rui
i H i2
Pw é a pressão de água na seção
yˆ , ˆ, cˆ correspondem aos valores médios para a fatia
c´ e ´ correspondem aos valores na superfície de ruptura
Solução Completa
OBSERVAÇÔES
Assim como os demais métodos de estabilidade, existe a necessidade de se avaliar a
consistência das soluções; isto é:
A linha de empuxo (E,X) dentro dos limites que definem a massa potencial de
escorregamento; isto é 0 z 1
h
Se < 0 , implica que a direção de X esta incorreta
N i N i U i 0 , implica que não podem ocorrer as tensões efetivas negativas
na base
Procedimento de Calculo
i) subdividir a massa em blocos de forma triangular e/ou trapezoidal de acordo com
a conveniência
ii) calcular o peso de cada bloco e encontrar o centro de gravidade
iii) calcular o momento em relação a origem para cada bloco. A origem é escolhida
arbitrariamente
iv) Somar os momentos e dividir pelo peso total
As tabelas abaixo mostram as planilhas a serem seguidas para utilização do método. As colunas
A a D independem do FS. Para as demais colunas assume-se inicialmente FS igual a 1 e calculla-
se o valor de k. E necessário repetir o processo pelo menos 3 vezes para que o gráfico FS x k
possa ser traçado.
Calculo de k e FS
Calculo de Q
27
Chowdhurry, pág 157
28
Day, Robert – Geotechnical and Foundation Engineering: Design and Construction, Mc Graw Hill
Tabela 14. Resumo dos métodos de análise de estabilidade de taludes em solo (GeoRio, 2000)
8. ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES
Antes de elaborar o projeto, o engenheiro deve estar apto para responder as seguintes
questões:
i) qual o “grau” de estabilidade necessário
ii) por quanto tempo
iii) qual a importância do seu custo
iv) quais técnicas são exeqüíveis (geometria, equipamentos disponíveis, etc.)
Cada problema tem sua peculiaridade e, portanto, as soluções são dificilmente repetidas.
Cada caso é um caso. Existem 3 grandes métodos de estabilização de talude:
Superfície planar
(pouco eficiente)
Superfície circular
ii) Diminuição do ângulo do talude
8.3. Drenagem
i) Superficial:
a. Canaletas de drenagem
b. Revestimento superficial (nata de cimento, revestimento asfaltico, membranas
impermeáveis)
ii) Profunda
a. Drenos suborizontais
b. Trincheiras drenantes
c. Túneis de drenagem
d. Poços de drenagem
i) Muros de peso
ii) Muros com contrafortes
iii) Muros flexíveis (crib-wall, gabião, terra armada)
iv) Cortinas ancoradas
v) Grampos
i) Consolidação do terreno
a. Injeção de cimento
b. Tratamento químico (troca de cátions do argilo-mineral com os da substancia
injetada, aumentando a resistência do solo)
c. Eletro-osmose (migração da poropressão acelerando a consolidação)
Concreto
armado
Ancoragens
iv) Grampos
Porca
0
30
Placa metálica
Barra de aço 0
20 Concreto
0 moldado in loco
20 50
0
30
Calda de cimento Barra Calda 25 50 Grampo
de de 0
150 mm
cimento 80 mm
50
aço
Centralizador