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Apostila Auxiliar de Saúde Bucal - Módulo I PDF
Apostila Auxiliar de Saúde Bucal - Módulo I PDF
SUMÁRIO
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HISTÓRIA DA SAÚDE BUCAL
Para compreender a história, precisamos saber que a Saúde Bucal, ou seja, os cuidados com os
dentes, já existia bem antes da criação da profissão de Cirurgião-Dentista, e que vem sendo
erguida bem antes da fundação da primeira faculdade. Desta forma, os modelos de saúde bucal
são definidos e caracterizados baseando-se nas práticas odontológicas da época em questão, no
contexto social em que estavam inseridos, nos recursos humanos disponíveis, nas tecnologias,
ambientes e resultados obtidos no período que foram criados. São teorias que nos ajudam a
pensar sobre a realidade do ontem e do hoje.
Dessa premissa surgiu a Odontologia Sanitária/ Social que teve como diferencial a inserção da
odontologia na Saúde Pública, porém, continuou no conceito flexineriano que despertou a
reflexão de que à assistência individual não seria suficiente para atuar neste setor da saúde. A
primeira tentativa se deu nos anos 50, trabalhando dentro das escolas, adotando o modelo
incremental. Dessa forma se conceituou como um modelo excludente, individualista, de
planejamento rudimentar onde, prevenção e cura se desarticulam.
Nos anos 80 e 90, as ações preventivas ganharam prestígio com as importações de tecnologias
preventivas, mas no setor privado essas ações só foram implantadas quando foram
transformadas em lucros. O maior problema foi mesmo no setor público, pois a prática
preventiva foi usada em detrimento de serviços assistenciais dando a prevenção o status de
única.
Um pouco antes, nos anos 70, as críticas ao modelo tradicional fizeram surgir o que chamamos
de Odontologia Simplificada. Tentou-se diminuir o ―supérfluo‖ para
diminuir os custos da assistência, criando-se para isso o conceito de
equipe odontológica e conseqüentemente aumentar a cobertura dos
serviços. Este modelo não deixou de lado o público alvo, que continuou
com os escolares dando ênfase à assistência curativa. Confrontando-se
com a qualidade versus quantidade.
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Nos anos 80, falava-se em Odontologia Integral, que possuía três pilares explicativos. O
primeiro, atitude preventiva, que levava em consideração a integralidade da atenção, segundo, a
simplificação sem exageros, e em terceiro, a desmonopolização do saber, dando lugar a
educação e participação da comunidade.
Nos dias atuais, a saúde bucal coletiva, vem ganhando espaço e se caracterizando como modelo
vigente, que acompanha toda transformação que a saúde sofreu com a criação do sistema, que
hoje rege a saúde no Brasil.
ODONTOLOGIA NO BRASIL
Argumentavam que as mãos do profissional poderiam ficar pesadas e sem condições para
intervenções delicadas. Os barbeiros e sangradores eram geralmente ignorantes e tinham um
baixo conceito, aprendendo esta atividade com alguém mais experiente.
Em 1600, havia no Rio de Janeiro 300 colonos e suas famílias. Por certo deveriam existir
"mestres" de vários ofícios, inclusive mestres cirurgiões e barbeiros, que "curassem de cirurgia,
sangrassem, tirassem dentes, etc."
Para exercer esta atividade os profissionais dependiam de uma licença especial dada pelo
"cirurgião-mor mestre Gil", sendo os infratores autuados, presos e multados em três marcos de
ouro... (segundo a norma da Carta Régia de 25 de outubro de 1448, de El-rei D. Afonso, de
Portugal, dando "carta de oficio de cirurgião-mór destes reinos"). A carta de ofício não se
referia aos barbeiros e sangradores, havendo a possibilidade destes profissionais terem obtido
licença do cirurgião-mór de Portugal.
Somente em 09 de novembro de 1629 houve, através da Carta Régia, os exames aos cirurgiões e
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barbeiros. A reforma do regimento em 12 de dezembro de 1631 determinava a multa de dois mil
réis às pessoas que "tirassem dentes" sem licença. Parece que sangrador e Tiradentes, ofícios
acumulados pelos barbeiros, eram coisas que se confundiam, podendo o sangrador também tirar
dentes, pois nos exames de habilitação tinham de provar que durante dois anos "sangraram" e
fizeram as demais atividades de barbeiro.
Para avaliar o significado e conceito de "barbeiro" temos na quarta edição do Novo Dicionário
da Língua Portuguesa, de Eduardo de Faria, publicado no Rio de Janeiro em 1859:
Barbeiro: s.m. - o que faz barba; (antigo) "sangrador", cirurgião pouco instruído que sangrava,
deitava ventosas, sarjas, punha cáusticos e fazia operações cirúrgicas pouco importantes. -*
Obs.: Nessas cirurgias pouco importantes incluíam-se extrações dentárias.
Em 1728, na França, Piérre Fauchard (1678-1761) com seu livro: Le Chirugien Dentiste au
Traité des Dents, revoluciona a odontologia, inovando conhecimentos, criando técnicas e
aparelhos, sendo juntamente cognominado "o pai de Odontologia Moderna". Nesta época
começava a exploração do ouro no Estado de Minas Gerais, com grande afluxo de interessados
e José S. C. Galhardo é nomeado pela Casa Real Portuguesa, cirurgião-mór deste Estado,
regulamentando os práticos da arte dentária.
Pela lei de 17 de junho de 1782, para uma melhor fiscalização nas colônias portuguesas, em
lugar de físico e cirurgião-mór, foi criado a Real Junta de Proto-Medicato. Constituída de sete
deputados, médicos ou cirurgiões, para um período de três anos,
caberia a estes o exame e a expedição de cartas e licenciamento das
"pessoas que tirassem dentes".
Os barbeiros e sangradores aprendiam o ofício com um mais experiente e tinham que provar
uma prática de dois anos sob a vista do mesmo. Após pagar a taxa de oito oitavos de ouro.
Submeter-se-iam a exame perante o cirurgião substituto de Minas Gerais e dois profissionais
escolhidos por este. Aprovados, teriam suas cartas expedidas e licenças concedidas. No final do
século XVIII, mais precisamente em 23 de maio de 1800, cria-se o "plano de exames", um
aperfeiçoamento das formalidades e dos exames.
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Em 07 de março de 1808, fugindo das forças francesas, o príncipe regente D. João VI, sua corte
e a nata da sociedade portuguesa (cerca de 15 mil pessoas) chegavam a Salvador, tornando-se o
Brasil por esta contingência sede do reino. Houve um grande surto de progresso.
Para moralizar esta atividade ante as inúmeras queixas contra os profissionais, o cirurgião-mór
determinava em suas "cartas", que o barbeiro poderia exercer a sua arte com restrições, "não
sangrados em ordem de médico ou cirurgião aprovado e não tirando dentes sem ser examinado".
Antes do final de 1808, D. João VI transfere-se de Salvador para o Rio de Janeiro.
O Doutor Whittemore, que se tornou mais tarde o dentista da Corte Imperial, propalava
em 1850 ter recebido "uma porção de clorofôrmio puro para tirar dentes sem dor".
Nenrique C. Bosworth também se destacou.
Em 1850, pelo decreto lei 598 é criada a Junta de Higiene Pública, que possibilitou a
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Medicina uma enorme evolução, principalmente pelas medidas saneadoras. Os três
primeiros dentistas que se registraram: Luiz Antunes Carvalho (1852), Emilio Salvador
Ascagne (1859) e Theotônio Borges Diniz (1860). Mentes mais lúcidas procuravam a
melhoria do ensino e normas um pouco mais criteriosas e moralizadoras àqueles que
desejassem praticar o Medicina e Odontologia.
Mais dentistas chegam dos Estados Unidos, alguns fugindo da Guerra da Secessão
(1861-1865): Samuel I. Ramo, Carlos Kit, Watt Clinton Green, Prestam A.Rambo, Jonh
William Coachman, William B. Keys, Carlos Keys, etc.. Estes três últimos pertencentes
à mesma família, constituindo-se até hoje no maior contingente de cirurgiões-dentistas
no Brasil (cerca de 120 profissionais de uma só árvore
genealógica).
Vem na pessoa de Vicente Cândido Sabóoia (1835- ), mais tarde Visconde de Sabóia
que, assumindo a direção da Faculdade de Medicina em 23 de fevereiro de 1880,
resolveu inicialmente atualizar o ensino, tanto material como cientificamente. Logo a
seguir cria o laboratório de cirurgia dentária, encomendando aparelhos e instrumentos
dos Estados Unidos. Com crédito especial obtido na lei 3141 de 30 de outubro de 1882,
monta também o laboratório de prótese dentária.
- Usando da autorização concedida pelo art. 2º, Parágrafo 7º, da lei 3141 de 30 de
outubro de 1882: - Hei por bem que nas Faculdades de Medicina do Império se
observem os novos estatutos que com este baixam, assinados por Filippe Franco de Sá;
do Meu Conselho, Senador do Império que assim o tenha entendido e faça executar.
Palácio do Rio de Janeiro, em 25 de outubro de 1884, 63º da Independência e do
Império. Com a rubrica de sua Majestade o Imperador Filippe Franco de Sá.
Pela primeira vez, no art. 1º, vinha consignado que a odontologia formaria um curso
anexo. Assim:
-Art. 1º - Cada uma das Faculdades de Medicina do Império se designará pelo nome da
cidade em que tiver assento; seja regida por um diretor e pela Congregação dos Lentes,
e as comporá de um curso de ciências médicas e cirúrgicas e de três cursos anexos: o de
Farmácia, o de Obstetrícia e Ginecologia e o de Odontologia.
No capítulo II, a Sessão IV tem o título: "Do curso de Odontologia" - Art. 9º. Das
matérias deste curso Haverá três séries:
Os três primeiros mestres no Rio de Janeiro foram: Thomas Gomes dos Santos Filho ( ),
Aristides Benício de Sá (1854-1910) e Antônio Gonçalves Pereira da Silva (1851-1916)
que prestaram relevantes serviços à Odontologia.
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Curiosidades
Uma dessas sepulturas, pertencente ao chefe dos dentistas do faraó, E Mery, tem uma
entrada que conduz a um salão retangular similar a um corredor, e que contém duas
pequenas antecâmaras com cenas da vida cotidiana esculpidas em suas paredes,
ressaltou a autoridade egípcia.
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REORGANIZAÇÃO DAS AÇÕES DE SAÚDE
BUCAL NA ATENÇÃO BÁSICA
PORTARIA DE NORMAS E DIRETRIZES DA SAÚDE BUCAL
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PLANO DE REORGANIZAÇÃO DAS AÇÕES DE SAÚDE BUCAL
NA ATENÇÃO BÁSICA
A) INTRODUÇÃO
B) OBJETIVOS
A inclusão das ações de saúde bucal na estratégia de saúde da família deverá expressar
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os princípios e diretrizes do SUS e apresentar as seguintes características operacionais:
I. Caráter substitutivo das práticas tradicionais exercidas nas unidades básicas de saúde;
II. Adscrição da população sob a responsabilidade da unidade básica de saúde;
III. Integralidade da assistência prestada à população adscrita;
IV. Articulação da referência e contra-referência aos serviços de maior complexidade do
Sistema de Saúde;
V. definição da família como núcleo central de abordagem;
VI. Humanização do atendimento;
VII. Abordagem multiprofissional;
VIII. Estímulo às ações de promoção da saúde, à articulação intersetorial, à participação
e ao controle social;
IX. Educação permanente dos profissionais;
X. Acompanhamento e avaliação permanente das ações realizadas.
3. A relação de equipe de saúde bucal – ESB – por equipe de saúde da família basear-
se-á nos seguintes parâmetros:
3.1. Cada ESB deverá atender, em média, 6.900 (seis mil e novecentos) habitantes;
3.2. Nos municípios com população inferior a 6.900 (seis mil e novecentos) habitantes,
deverá ser implantada uma ESB para uma ou duas equipes de saúde da família
implantadas ou em processo de implantação;
3.3. Nos municípios com população superior a 6.900 (seis mil e novecentos) habitantes,
deverá ser implantada uma ESB para cada duas equipes de saúde da família implantadas
ou em processo de implantação.
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territorialização já estipulados;
9. O registro das atividades de saúde bucal deverá ser feito no Sistema de Informação da
Atenção Básica – Siab –, para fins de planejamento, monitoramento e avaliação das
equipes;
ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS DO
ATENDENTE DE CONSULTÓRIO
DENTÁRIO (ACD)
I. Proceder à desinfecção e esterilização de
materiais e instrumentos utilizados.
II. Realizar procedimentos educativos e preventivos
nos usuários para o atendimento clínico, como
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evidenciação de placa bacteriana, orientações à escovação com o uso de fio dental sob
acompanhamento do THD.
III. Preparar o instrumental e materiais para uso (sugador, espelho, sonda e demais
materiais necessários para o trabalho).
IV. Instrumentalizar o cirurgião dentista ou THD durante a realização de procedimentos
clínicos.
V. Cuidar da manutenção e conservação dos equipamentos odontológicos.
VI. Agendar e orientar o paciente quanto ao retorno para manutenção do tratamento.
VII. Acompanhar e apoiar o desenvolvimento dos trabalhos da equipe de saúde da
família no tocante à saúde bucal.
VIII. Realizar procedimentos coletivos como escovação supervisionada, evidenciação
de placa bacteriana e bochechos fluorados na Unidade Básica de Saúde da Família e
espaços sociais identificados.
IX. Registrar no Siab os procedimentos de sua competência realizados.
F) RESPONSABILIDADES INSTITUCIONAIS
- MINISTÉRIO DA SAÚDE
I. Regulamentar e repassar os incentivos financeiros para os Fundos
Municipais ou Estaduais de Saúde, segundo as modalidades de
inclusão das ações de saúde bucal no PSF.
II. Estabelecer normas e diretrizes para a reorganização das ações de
saúde bucal na atenção básica por intermédio da estratégia de saúde
da família.
III. Prestar assessoria técnica aos estados e municípios relativa ao processo de
implantação e de gerenciamento da saúde bucal no PSF.
IV. Estabelecer parceria com as Secretarias Estaduais de Saúde com vistas ao
incremento dos processos de capacitação da equipe e de formação de pessoal auxiliar
em saúde bucal.
V. Elaborar e editar material didático para a capacitação dos profissionais de saúde
bucal e dos agentes comunitários de saúde.
VI. Tornar disponível o Siab como instrumento para monitorar as ações de saúde bucal
desenvolvidas no PSF.
VII. Consolidar, analisar e divulgar os dados relacionados à saúde bucal de interesse
nacional gerados pelo sistema de informação, divulgando resultados obtidos.
VIII. Identificar recursos técnicos e científicos para o processo de controle e avaliação
dos resultados e do impacto das ações de saúde bucal no PSF.
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PLANEJAMENTO EM SAÚDE BUCAL
Planejamento em saúde bucal adota as idéias mais recentes apontam para a necessidade
do planejamento de ações bucais, não se limitando apenas ao problema da cárie dentária
ou que sejam planejadas apenas para as crianças. É necessário atividades que
compreendam todos os fatores voltados a saúde bucal, ou no mínimo problemas da
doença periodontal, má oclusão, câncer bucal e, principalmente, fluoretação da água de
abastecimento, voltada para crianças, adultos e idosos.
Tendo necessidade de um bom planejamento assim como uma boa execução dos planos
previstos. Aplicar os programas preventivos, com uma visão geográfica, epidemiológica
e econômica, obtendo desta forma as melhores intervenções a serem feitas em uma
determinada área escolhida. Nessa situação o planejamento deve enfrentar desafios,
analisar interesses contraditórios, e desta forma construir planos e contratos que
modifiquem o campo da saúde bucal da sociedade analisada.
CONSULTÓRIO ODONTOLOGICO
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INTRODUÇÃO
Para montar um consultório, uma série de requisitos são necessários, não basta ter
simplesmente um CRO e um diploma na mão, necessita-se conhecer um pouco do
caminho das pedras (a burocracia). O recém-formado que desejar montar um
consultório na modalidade individual deve:
1) Ir à prefeitura de sua cidade para fazer o registro de autônomo, mediante pagamento
de taxa, são necessários à apresentação do RG, CPF, IPTU do local onde funcionará o
consultório.
2) Fazer a inscrição no INSS, para ter o número que será utilizado para pagamento
mensal;
3) Alvará de Funcionamento da Vigilância Sanitária Municipal.
Observações:
- Ainda que o mesmo local de trabalho seja compartilhado por mais de um cirurgião
dentista, cada um deverá ter o seu alvará.
- O Responsável Técnico pelo Consultório odontológico deverá ser Cirurgião-Dentista,
com inscrição no Conselho Regional de Odontologia do Estado.
- Em caso de Clínica Odontológica, o Responsável Técnico deverá possuir Certificado
de Responsabilidade Técnica (CRT) fornecido pelo CRO.
4) Alvará de Funcionamento emitido pelo Corpo de Bombeiros
5)- Uso de Solo, na Secretaria de Fiscalização Urbana.
6)- Secretaria Municipal do Meio Ambiente, para obter autorização para colocar placa
externa.
7) Cadastro Nacional de estabelecimento de Saúde – CNES,
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Para abrir um consultório na modalidade de empresa são necessários:
1) Fazer uma busca do nome escolhido nos cartórios de notas da cidade, para que não se
tenha problemas de empresas homônimas.
2) Elaboração do contrato social, dando entrada em qualquer cartório de notas da
cidade, munido de fotocópias dos RGs e CPFs de cada um dos sócios.
3) Obtenção do CNPJ, através da inscrição na receita federal.
4) Obtenção da Inscrição Estadual.
5) Cadastrar-se na Secretaria Municipal de Finanças, tirar o ISS, (cadastro de empresa).
6) Alvará de Funcionamento da Vigilância Sanitária Municipal.
7) Alvará de Funcionamento emitido pelo Corpo de Bombeiros,
8) Uso de Solo, na Secretaria de Fiscalização Urbana.
9) Secretaria Municipal do Meio Ambiente, para obter autorização para colocar placa
externa.
10) Cadastro Nacional de estabelecimento de Saúde - CNES
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V) Clínica modular é o estabelecimento de assistência odontológica caracterizado pelo
atendimento em um único espaço com área mínima condicionada ao número e
disposição dos equipamentos odontológicos, podendo fazer uso ou não de equipamento
de Raios X odontológico conforme disposto nesta NT.
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O funcionamento do consultório odontológico, também foi normatizado, de forma
que:
- LAVATÓRIO – todo consultório deve possuir no mínimo 2 pias, uma para lavagem
de mão e outra para a lavagem de material contaminado.
O cirurgião dentista recém formado deve aprender essas normas, procurar nos órgãos
competentes a regulamentação para a instalação de um consultório, pois, a correto
funcionamento do estabelecimento odontológico proporcionara um melhor atendimento
ao paciente (cliente) e menores transtornos com os órgãos de vigilância sanitária, o que
resultará em melhores lucros e garantia de um trabalho de qualidade e respeito ao
paciente.
Segue abaixo os principais equipamentos, utilizados bem como a função dos mesmos,
para o profissional auxiliar em Saúde Bocal, saber e reconhecer os mesmos é
imprescindível.
CADEIRA
AUTOCLAVE
EQUIPO
MOCHO
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CUSPIDEIRA
REFLETOR
APARELHO RAIO X
APARELHO FOTOPOLIMERIZADOR
CAMARA ESCURA
Utilizada para fazer a leitura das imagens retiradas pelo aparelho de raio
X com base nestas informações e da leitura da mesma que se dará o
procedimento odontológico, este não é um procedimento padrão, apenas
usado em algumas situações.
COMPRESSOR
BOMBA A VACUO
MICROMOTOR
CONTRA-ÂNGULO
NEGATOSCÓPIO
BISTURI ELETRÔNICO
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CÂMERA INTRA EXTRAORAL
DESTILADOR DE AGUA
CLAREADOR DENTAL
IRRIGADOR ORAL,
LAVADORA ULTRASONICA
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INSTRUMENTAIS ODONTOLÓGICOS
Pinça de algodão, tem função de pegar matérias como algodão, brocas, dentre outros.
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INSTRUMENTAIS PARA PROCEDIMENTOS ,instrumentais usados em diversas
especialidades odontológicas.
Arco para isolamento absoluto, onde será colocado o lençol de borracha e perfurado com
ao alicate de Ainsworth . Na foto o arco de Yong e o alicate de Ainsworth..
Pinça porta grampo de isolamento e grampo de isolamento, este varia conforme o dente.
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Pote Dapen, recipientes pequenos para colocação de materiais com flúor, resina acrílica, e
outros. Podem ser de vidro, plástico ou silicone.
Cuba metálica, recipientes maiores para colocação de soro, álcool iodado , etc. Variam de
forma e tamanho conforme a aplicação.
Cuba de borracha e espátula, usados para manipular alginato e gesso.Ao lado faca para
cortar gesso
Moldeiras, usadas para se inserir o material de moldagem para ser levado à boca. Na foto
total lisa superior, perfurada inferior e parcial perfurada
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Bandejas metálicas, base onde são depositados os instrumentais, variam de tamanho
conforme a aplicação.
Prendedor de guardanapo.
Destaca periósteo, usado para separar tecidos moles do osso, vários modelos na figura
abaixo o de Molt.
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Pinça hemostática, para apreensão de vaso e tecidos.
Pinça porta agulha, para apreensão do fio de sutura. Na foto em ordem Matheu, Maio e
CastroViejo.
Tesoura, servem para cortar o tecido humano, bem como fio de sutura e outros, variam de
forma e tamanho dependendo da aplicação. Na foto uma curva e uma para metal.
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Sindesmótomo, usado para separar a gengiva do dente e do osso.
Cureta para alvéolo, usada para limpar o alvéolo pós extração, na foto a de Lucas.
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Pinça de instrumental, para transferência de material.
Fórceps, utilizados nas extrações dentárias. Seguem numeração, nos superiores, incisivos
nº 1, caninos e pré-molares nº 150, molares nº 18R (lado direito) e nº 18L (lado esquerdo).
Nos dentes inferiores, incisivos, caninos e pré-molares nº 151; molares nº 16 ,17,23.
Há ainda fórceps especiais como o de nº69 e 65 e infantis. Na foto nº 150 e 151.
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Raspadores periodontais, utilizados para retirada de cálculo dentário, a numeração varia
de acordo com a região da arcada.. Na foto Mc Call 1-10 e 11-12.
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Esculpidores, tem função de dar forma as restaurações antes do endurecimento do
material. Na foto o de Holemback.
Brocas, podem ser diamantadas ou de aço, usadas para cortar estruturas duras, devendo
ser acopladas no contra-ângulo, alta rotação ou peça reta. São organizadas em catálogos,
sendo as mais usadas as de ponta esférica. Na foto broca para contra-ângulo esférica,
broca para alta rotação esférica, broca para peça de mão e broca diamantada esférica.
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Materiais de Consumo - Consultório Odontológico
Segue abaixo alguns dos principais materiais de consumo odontológico, lembramos que
há outros materiais que variam de acordo com a especialidade odontológica:
Tiras de poliéster;
Utilizadas em isolamento de restaurações interproximais com resina
composta.
Matriz metálica;
Cunhas de madeira;
As cunhas de madeira TDV, são indicadas para uso geral, em
procedimentos restauradores com a função mecânica de adaptar a
matriz e/ou afastar dentes adjacentes. As cunhas de madeira TDV não
necessitam de recortes ou ajustes e garantem a fixação das matrizes,
proporcionando restaurações livres de excesso subgengival e com
perfeito contorno.
Discos soflex;
Os discos estão disponíveis em duas séries: azul e laranja; Os discos
da série azul são indicados para superfícies labial/bucal/lingual,
superfícies oclusais selecionadas e bordas incisais;Os discos da série
laranja são indicados para áreas interproximais, superfícies
bucal/mesial/distal;Disponíveis em 4 granulações: grossa,média,
fina e superfina;Discos de granulação grossa ou média para
contorno e fina para acabamento;Granulação superfina para obtenção de um excelente
polimento;Indicados para superfícies livres dos dentes (vestibular e lingual).Os discos
são descartáveis. 1/2 pol. = 13 mm 3/8 pol. = 9 mm
Pasta profilática;
Flúor tópico;
Remineralização dos dentes após branqueamento.
Flúor verniz;
Selante;
Paramono;
Tricresol:
Formocresol;
Tartarite;
Bicarbonato de sódio;
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Cariostático;
Cimento cirúrgico;
Dycal;
Anestésicos
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Anestésico tópico;
Agulha Gengival
Dessensibilizante;
Cimento endodôntico;
Cones guta;
Hipoclorito;
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EDTA;
Agente Quelante
O E.D.T.A. TRISSÓDICO Líquido é um produto amplamente
utilizado no preparo das paredes dos canais radiculares, previamente à
obturação.
Atua desmineralizando partículas dentinárias por quelação de íons de
cálcio e magnésio, facilitando sua dissolução e absorção, mostrando-se
como um efetivo agente quelante e lubrificante.
É também efetivo na remoção de raspas dentinárias durante a terapia
periodontal, expondo o colágeno e facilitando a aderência do tecido
conjuntivo tratado na superfície radicular. Este composto descalcifica a
dentina a uma profundidade de 10 a 30 µm em 5 minutos.
A sua solubilidade chega a 30% e o seu ph entre 7,0 e 8,0 é compatível
com os tecidos vivos, conferindo ao produto uma irritação tecidual
praticamente nula.
Clorexidine 0,12%;
Clorexidine 2%;
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SUGADOR CIRURGICO
Roletes de algodão;
Amálgama
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Água para Autoclave
Abridor de Boca
Touca Descartável
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Silicone de Condensação
Algitec
Produto indicado para realizações de impressões das arcadas
dentárias. Indicado em moldagens para próteses fixas e removíveis,
ortodontia e modelos de estudo.
Adesivo Ortodôntico
Para fixação de brackets de metal, plástico, ou cerâmica.
Tubo de Soldagem
Bráquete Metálico
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Cera Protetora
SAÚDE DA FAMÍLIA
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Existem três tipos de ESB:
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- Encaminhar e orientar os usuários que apresentam problema complexos a outros níveis
de assistência, assegurando seu acompanhamento;
- Realizar atendimentos de primeiros cuidados nas urgências;
- Realizar pequenas cirurgias ambulatoriais;
- Prescrever medicamentos e outras orientações na conformidade dos diagnósticos
efetuados;
- Emitir laudos, pareceres e atestados sobre assuntos de sua competência;
- Executar as ações de assistência integral, aliado a atuação clínica à saúde coletiva,
assistindo as famílias, indivíduos ou grupo específicos, de acordo com planejamento
local;
- Coordenar ações coletivas voltadas para promoção e prevenção em saúde bucal;
- Programar e supervisionar o fornecimento de insumos para as ações coletivas;
- Capacitar às equipes de saúde da família no que se refere às ações educativas e
preventivas em saúde bucal;
- Supervisionar o trabalho desenvolvido pelo THD e o ACD.
4. Apoiar as atividades dos ACD e dos ACS nas ações de prevenção e promoção da
saúde bucal;
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ATRIBUIÇÕES DO AUXILIAR DE SAÚDE BUCAL
CARIE
A cárie dental durante muito tempo foi, e talvez ainda seja, tratada apenas no sentido
mais estrito da palavra (do latim destruição, decomposição) limitando e o seu
tratamento apenas à remoção do tecido cariado e obturação da cavidade decorrente.
A cárie dental pode ser tida como uma doença típica do homem civilizado e, de maneira
genérica, todo indivíduo adulto durante sua vida é acometido pela cárie dental, datando,
porém, da pré-história o aparecimento da cárie entre os seres humanos.
Qualquer que seja a definição de cárie, quando não tratada pode haver progressão
culminando com a destruição quase total do dente e levando à infecção da polpa e
tecidos de suporte, com seqüelas às vezes graves (Burnett et al., 1978; Weyne,1989).
Ao se planejar o tratamento da cárie dental, o clínico deverá decidir quanto a ser ou não
mais apropriado tentar impedir o progresso da lesão, exilá-la e restaurar a cavidade, ou
extrair o dente.
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Caso seja adotada a abordagem restauradora, então algum julgamento deverá ser
exercido quanto à extensão do procedimento operatório, o tempo que será necessário e
os materiais restauradores a usar. Dentro desse contexto deveria ficar determinado se o
tratamento é realmente necessário, se ele constitui a maneira mais apropriada de
controle da doença e se ele será empreendido dentro do contexto das necessidades do
paciente, além de ser imprescindível lembrar que apropagação da cárie ocorre de
maneira diferente de acordo com a superfície do dente (Elderton e Mjör,1990; Kidd e
Joyston-Bechal, 1987).
Sendo assim, não precisa ser empregado qualquer critério de seleção para o tratamento,
desde que a bactéria encontrada em paciente com quadro de cárie aguda seja similar
àquela encontrada em paciente sem lesão de cárie. A principal diferença entre saúde e
doença seria a magnitude dos depósitos de placa.
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Os dentes estão em constante processo de desmineralização (perda de minerais) e
remineralização (agregação de minerais).
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ALIMENTAÇÃO X CÁRIE DENTÁRIA
ALIMENTOS
MAIS MENOS CARIOGÊNICOS
CARIOGÊNICOS
Frutas caramelizadas. Todas as frutas frescas e todos os tipos de verduras e vegetais.
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DOENÇAS PERIODONTAIS
A doença periodontal pode afetar um ou vários dentes. Esta doença inicia quando a
bactéria presente na placa (película viscosa e incolor que constantemente se forma sobre
os dentes) começa a inflamar a gengiva.
Há indícios que a gengivite não tratada pode evoluir para periodontite. Com o tempo a
placa pode se espalhar e crescer por baixo da gengiva. As toxinas produzidas pela
bactéria da placa irritam a gengiva. Essas toxinas estimulam uma resposta inflamatória
crônica, onde nosso organismo se volta contra si próprio, e os tecidos e o osso que
suporta os dentes são atacados e destruídos. As gengivas se separam dos dentes,
formando bolsas periodontais (espaços entre os dentes e as gengivas) que se tornam
infeccionadas. À medida que a doença (periodontite) avança, as bolsas se tornam cada
vez mais profundas, e mais tecido gengival e osso são destruídos. Este processo
destrutivo apresenta sintomas bastante brandos. Eventualmente, os dentes podem
apresentar mobilidade, e ter de ser extraídos.
Fumo:
Como você provavelmente já sabe, o cigarro está relacionado com muitas doenças
sérias como o câncer, doenças pulmonares, problemas cardiovasculares, assim como
muitos outros problemas de saúde. O que você pode não saber é que os fumantes estão
sob maior risco de apresentar doença periodontal. De fato, estudos recentes
demonstraram que o cigarro pode ser um dos mais importantes fatores de risco no
desenvolvimento e na progressão da doença periodontal.
Genética:
Pesquisas provam que mais de 30% da população pode ser geneticamente susceptível à
doenças gengivais. Apesar de bons hábitos de higiene e cuidado oral, estas pessoas
podem ser seis vezes mais predispostas a apresentarem doenças periodontais. Identificar
55
estas pessoas através de testes genéticos antes mesmo de apresentarem sintomas da
doença, e submetê-las a um tratamento prévio pode ajudá-las a manter seus dentes por
toda a vida.
Gravidez e Puberdade:
Escovar bem os dentes, usar fio dental, uma dieta saudável, e exercícios físicos
regulares são importantes para manter uma boa saúde. No entanto, em determinadas
fases da vida de uma mulher, estes cuidados devem ser redobrados. Fases como a
puberdade e menopausa, ou ainda períodos menstruais e gravidez, são períodos de
intensas alterações hormonais, que podem afetar diversos tecidos em todo o corpo,
inclusive as gengivas. Estas podem se tornar sensíveis e até reagir agressivamente a essa
flutuação hormonal, o que aumentaria a susceptibilidade à doença periodontal. Além
disso, estudos recentes sugerem que mulheres grávidas que apresentam periodontite
estão sob um risco sete vezes maior de ter um parto pré-maturo, e bebês de baixo peso.
Estresse:
Você já deve ter ouvido que o estresse está relacionado com muitas doenças sérias como
hipertensão, câncer, assim como muitos outros problemas de saúde. O que você pode
não saber é que o estresse também é um dos mais importantes fatores de risco no
desenvolvimento e na progressão da doença periodontal. Pesquisas demonstram que o
estresse torna mais difícil para o organismo lutar contra infecções, inclusive as doenças
periodontais.
Medicamentos:
Alguns medicamentos como contraceptivos orais, antidepressivos, anticonvulsivos, e
certos medicamentos para problemas cardiovasculares, podem afetar sua saúde oral.
Assim como você informa ao seu médico sobre os medicamentos que faz uso, você
também deve nos informar sobre os medicamentos em uso.
Parafunção:
Alguém alguma vez já lhe disse que você range seus dentes à noite? Seu maxilar está
dolorido por apertar seus dentes quando você está sob tensão? Apertar ou ranger os
dentes submete os tecidos ao redor dos dentes a um excesso de força e pode acelerar a
destruição dos tecidos periodontais em caso de doença.
Diabetes:
Diabetes é uma doença que altera os níveis do açúcar no sangue. A diabetes se
desenvolve por uma deficiência na produção de insulina (hormônio que é o componente
chave no processo de consumo do açúcar no sangue pelo organismo) ou uma
incapacidade do organismo de utilizar esta insulina corretamente. De acordo com a
Associação Americana de Diabetes, aproximadamente 16 milhões de americanos têm
diabetes; entretanto, mais da metade não foi diagnosticado para esta doença. Se você é
diabético, você tem um risco maior de desenvolver infecções, incluindo as doenças
periodontais. Estas infecções podem diminuir a capacidade de produzir e/ou utilizar a
insulina, o que pode dificultar o controle da diabetes, como também pode tornar a
infecção mais severa do que em indivíduos não diabéticos .
Má Nutrição:
56
Como você já deve saber, uma dieta pobre em nutrientes importantes pode comprometer
o sistema imune e tornar mais difícil para o corpo lutar contra infecções. Já que a
doença periodontal é uma doença infecciosa, a má nutrição pode piorar a condição de
suas gengivas.
Se você valoriza sua saúde bucal assim como sua saúde geral, qualquer hora é uma boa
hora para visitar para uma avaliação específica de periodontia. Na maioria das vezes a
doença periodontal somente pode ser diagnosticada através de uma avaliação
profissional precisa. Uma avaliação periodontal pode ser especialmente importante se
você apresentar alguma destas características:
Pesquisas têm demonstrado que bactérias que causam doença periodontal podem ser
transmitidas através da saliva, o que expõe crianças e conjugues ao risco de contrair
doença periodontal. Além disso, a hereditariedade genética também é um fator de risco
para doença periodontal.
Se seus dentes aparentam estar mais curtos ou o seu sorriso mostra muito a sua gengiva.
Se seus dentes aparentam estar mais longos ou com maior sensibilidade ao frio ou ao
calor.
Presença de manchas ou depósitos de tártaro na superfície de seus dentes,
principalmente próximo à gengiva.
Se você fuma mais de 10 cigarros por dia.
57
Como é feita a avaliação da doença periodontal?
O clínico geral pode detectar a presença de doença periodontal durante uma consulta de
rotina. Porém, um exame completo e específico para determinar a severidade e extensão
da doença é freqüentemente realizado pelos nossos periodontistas. Uma vez que a
avaliação está completa, nossos periodontistas terão as informações necessárias para
desenvolver um plano de tratamento mais adequado para você.
Sondagem periodontal
Os tecidos gengivais ao redor dos dentes devem ser avaliados clinicamente. Um
instrumento específico, chamado de sonda periodontal milimetrada, é utilizado
rotineiramente para avaliação periodontal. A região conhecida como sulco gengival
compreende o espaço quase "virtual" entre o dente e a gengiva. A sonda periodontal é
introduzida no sulco para medir a profundidade deste espaço. Um sulco saudável mede
58
1 a 3 milímetros. Quando a doença periodontal está presente, este espaço fica mais
profundo (mais de 3 mm) formando bolsas periodontais onde acumulam restos de
alimentos e bactérias. Em casos severos, a profundidade das bolsas podem alcançar 8
mm ou mais.
Radiografias
As radiografias são valiosas ferramentas na avaliação do tecido ósseo de suporte e
possibilitam determinar o nível da altura óssea em relação aos dentes. O exame
radiográfico é uma excelente forma para documentação do nível ósseo através do
tempo. Através de comparação de filmes atuais com filmes mais antigos, é possível
verificar se ocorreram alterações do contorno ósseo. Por essa razão, é fortemente
recomendado o uso de radiografias dentárias quando há suspeita de presença de doença
periodontal.
Plano de Tratamento
Após seu exame, periodontistas irão apresentar opções de tratamento de acordo com a
extensão da doença. O tratamento consiste basicamente de um programa
individualizado de cuidados de higiene oral, terapia mecânica com raspagem supra
gengival e subgengival e alisamento radicular e, em alguns casos, terapia cirúrgica.
Hoje, existem algumas possibilidades de regeneração óssea e recobrimento da raiz
exposta, através de cirurgias plásticas, visando à solução de problemas estéticos. Caso a
doença tenha atingido um grau de severidade que não permita a preservação do dente,
nossos periodontistas irão elaborar um plano de tratamento utilizando implantes
dentários.
A melhor maneira de prevenir a doença nas gengivas é através de uma boa higiene oral.
Um simples bochecho com água remove alimentos da boca, mas não remove placa
bacteriana. A escovação e o uso do fio dental a cada 12 horas removem placa
bacteriana. Portanto,
» Escove seus dentes duas vezes ao dia, após o café da manhã e a noite, antes de dormir,
com uma escova dentária de cabeça pequena e cerdas macias e retas. Use fio dental e
escovas interdentárias para higienizar os espaços entre os dentes.
59
» Trabalhos protéticos como pontes fixas devem ser higienizados com fio dental e passa
fio para prevenir doença nos dentes de suporte.
» Não fume, além de causar câncer, o fumo é um fator de risco para doença periodontal.
Se você é fumante, e tem dificuldade de parar de fumar, tente pelo menos fumar até 10
cigarros por dia. Estudos demonstram que os riscos de doenças associadas ao fumo
aumentam em pessoas que fumam mais do que 10 cigarros por dia.
» tenha uma dieta balanceada, evitando excesso de açúcar entre as refeições para
também prevenir cáries.
Fio Dental
Use fio dental diariamente para remover a placa entre os dentes e abaixo da linha da
gengiva, onde a escova dental não alcança. Use fio dental, uma vez ao dia, antes ou após
a escovação.
» Enrole as pontas nos dedos médios de cada mão, deixando uns dez centímetros entre
os dedos.
» Use os dedos polegares e indicadores para conduzir o fio entre os dentes. Os dedos
que controlam o fio dental não deverão estar separados mais que dois centímetros.
» Deslize o fio levemente para cima e para baixo contra um dente chegando a penetrar
um pouco além da linha da gengiva. Nunca force o fio contra a gengiva, pois ele pode
cortar ou machucar o frágil tecido gengival.
» Utilize uma parte nova do pedaço de fio dental para cada dente a ser limpo.
» Lembre que são duas superfícies que necessitam ser limpas em cada espaço. Repita o
mesmo procedimento para cada lado de todos os dentes.
» Para remover o fio, solte um dos lados, e puxe delicadamente o outro lado, retirando-o
do meio dos dentes.
» Não se esqueça da superfície atrás dos últimos dentes, tanto superiores quanto
inferiores.
60
Escova Dental
Ao contrário do que se pode pensar, escovar os dentes não é tão simples. Apesar de
fazer isso todo o dia tem muita gente que não sabe escovar os dentes corretamente.
Alguns conselhos úteis devem ser seguidos:
A maioria dos dentistas concorda que a escova dental com cabeça pequena e cerdas
macias é a melhor para a remoção da placa bacteriana e dos resíduos de alimentos.
Escove seus dentes pelo menos três vezes ao dia: após as refeições e antes de deitar.
Uma escovação adequada deve durar, no mínimo, dois minutos, isto é, 120 segundos! A
maioria dos adultos não chega nem próximos a este tempo. Para ter uma idéia do tempo
necessário para uma boa escovação, use um relógio na próxima vez que escovar os
dentes.
» Faça movimentos horizontais curtos com as cerdas entre a gengiva e o dente por toda
arcada dentária, por dentro e por fora.
» Escove a parte interna dos dentes da frente usando a escova no sentido vertical.
» Escove a superfície de mastigação dos dentes de trás com movimentos para frente e
para trás.
» Fique por volta de 10 segundos em cada região que deve cobrir no máximo dois
dentes.
A halitose, nome científico do mau hálito, é uma condição que afeta milhões de pessoas
em vários países. A halitose não é uma doença, mas sim um sintoma de má higiene
61
bucal ou de alguma doença na sua boca ou algum problema em seu organismo. O fato é
que este é um problema que pode dificultar, ou até mesmo destruir, relacionamentos
pessoais. E, na maioria das vezes, os portadores de halitose não costumam perceber o
mau cheiro.
Cerca de 85% a 90% dos casos de halitose se origina na boca, um local onde vivem
centenas de espécies diferentes de bactérias. Estas bactérias digerem substâncias que
quando degradadas liberam mau cheiro.
Estudos recentes em pessoas saudáveis com halitose mostraram que o principal fator
responsável pela halitose não é a placa bacteriana, como se pensava, mas a área mais
posterior da língua, no fundo da cavidade oral. Esta região recebe um fluxo diminuído
de saliva e contém grande número de pequenas invaginações, nas quais as bactérias
podem se instalar e digerir proteínas de restos alimentares aí retidos e as contidas no
muco oriundo dos seios da face. Cerca de 25% da população urbana possui um
gotejamento imperceptível dos seios da face na direção da faringe (gotejamento pós-
nasal), como resultado de alergias, poluentes químicos e processos inflamatórios das
mucosas nasais e dos seios da face (sinusites). Existem pessoas que apresentam fissuras
na parte superior da língua, onde também pode acumular microorganismos, podendo
causar halitose. Neste tipo de língua fissurada, a escovação leve e diária é indicada.
Outras causas de halitose incluem: inflamações das fossas nasais; processos infecciosos
localizados nas amídalas e fatores que diminuem o fluxo salivar, tais como jejum
prolongado, desidratação, respiração bucal, falar por muito tempo, ar condicionado,
estresse e centenas de medicamentos. O cigarro pode provocar halitose porque resseca a
boca, piora as condições das gengivas, aumenta o gotejamento pós-nasal e deixa um
resíduo que perverte o aroma bucal. Raríssimas vezes o estômago ou outras partes do
aparelho digestivo estão envolvidos na halitose.
62
CLASSIFICAÇÃO ATUAL DAS DOENÇAS PERIODONTAIS
I. Doenças Gengivais
II. Gengivite
- Inflamação da gengiva. (Carranza, 2007).
Fator etiológico Primário:
- Placa bacteriana ou biofilme dentário é o único desencadeador da gengivite.
- O cálculo dentário é a placa bacteriana calcificada, no entanto ele não origina a gengivite.
No entanto, deve-se removê-lo, porque as bactérias fixam-se na sua superfície.
Características clínicas:
- Sangramento a sondagem e, às vezes, espontâneo.
- Hiperplasia gengival (aumento de volume) sem perda óssea. Isso é o que caracteriza a falsa
bolsa.
- A consistência da gengiva passa a ser flácida.
Plano de tratamento:
- Raspagem + OHB
- Reavaliação
- Controle e manutenção
II. Periodontite
‖É definida como uma doença inflamatória dos tecidos de suporte dos dentes, causada por
microorganismos específicos, resultando em uma destruição progressiva do ligamento
periodontal e osso alveolar, com formação de bolsa, retração gengival ou ambas.‖ (Carranza,
2007).
A característica clínica que diferencia a periodontite da gengivite é a presença de perda de
inserção clinicamente detectável. Esta característica é freqüentemente acompanhada pela
formação de bolsa periodontal e mudanças na densidade e altura do osso alveolar subjacente.
Plano de tratamento:
- Raspagem + PROF + OHB
63
-Antibioticoterapia
- Tratamento não cirúrgico
- Reavaliação
- Cirurgia
- Controle e manutenção
O QUE É A ORTODONTIA?
Ortodontia é uma especialidade odontológica que corrige a posição dos dentes e dos ossos
maxilares posicionados de forma inadequada. Dentes tortos ou dentes que não se encaixam
corretamente são difíceis de serem mantidos limpos, podendo ser perdidos precocemente,
devido à deterioração e à doença periodontal. Também causam um estresse adicional aos
músculos de mastigação que pode levar a dores de cabeça, síndrome da ATM e dores na
região do pescoço, dos ombros e das costas. Os dentes tortos ou mal posicionados também
prejudicam a sua aparência.
O tratamento ortodôntico torna a boca mais saudável, proporciona uma aparência mais
agradável e dentes com possibilidade de durar a vida toda.
64
Como saber se preciso de um ortodontista?
Diversos tipos de aparelhos, tanto fixos como móveis, são utilizados para ajudar a
movimentar os dentes, retrair os músculos e alterar o crescimento mandibular. Estes aparelhos
funcionam colocando uma leve pressão nos dentes e ossos maxilares. A gravidade do seu
problema é que irá determinar qual o procedimento ortodôntico mais adequado e mais eficaz.
Aparelho fixo —este é o tipo mais comum de aparelho; consiste de bandas, fios e/ou
braquetes. As bandas são fixadas em volta de vários dentes ou um só dente, e
utilizadas como âncoras para o aparelho, enquanto que os braquetes são presos na
parte externa do dente. Os fios em forma de arco passam através dos braquetes e são
ligados às bandas. Apertando-se o arco, os dentes são tracionados, movendo-se
gradualmente em direção à posição correta. Os aparelhos fixos são geralmente
apertados a cada mês para se obter os resultados desejados, que podem ocorrer no
prazo de alguns meses até alguns anos. Atualmente eles são menores, mais leves e
exibem bem menos metal que no passado. Podem apresentar cores vivas para as
crianças, bem como estilos mais claros, preferidos por muitos adultos.
65
Aparelho fixo especial — utilizados para controlar o hábito de chupar o dedo ou a
língua "presa", estes aparelhos são fixados aos dentes através de bandas. Por serem
muito desconfortáveis durante as refeições, devem ser utilizados apenas como um
último recurso.
Mantenedor de espaço fixo — se o dente de leite é perdido precocemente, um
protetor de espaço é utilizado para manter este espaço aberto até que o dente
permanente nasça. Uma banda é cimentada ao dente próximo ao espaço vazio e um fio
é estendido até o dente do outro lado do espaço.
Mordida cruzada
Mordida aberta Apinhamento
anterior
66
Crossbite Overbite
67
Tempos e Fases de Seu Tratamento Ortodôntico
I) Instalação do Aparelho
II) Manutenção
III) Contenção
4. Em casos de aparelho removível, poderá ser necessária uma nova moldagem dos
dentes do paciente para confeccionar o modelo chamado "de trabalho" será enviado para
um laboratório de prótese para a confecção do aparelho.
-
5. Por fim, será feito a instalação do aparelho, Nesta
- consulta serão feitos -
os ajustes iniciais do aparelho e será marcada uma nova consulta para algum ajuste que
ainda seja necessário. No caso da montagem do aparelho fixo, serão necessárias
algumas consultas para a instalação dos brackets (peças coladas aos dentes) e bandas
(anel metálico que é colocado ao redor dos dentes de trás da boca).
68
Colagem de braquetes
Você poderá escolher sua cor preferida para o elástico do aparelho fixo ou a cor do
aparelho removível e da caixinha aonde você irá guardá-lo.
A Manutenção:
Nesta fase é que o aparelho que foi instalado começa a funcionar. Você precisará
comparecer ao Consultório 1 a 2 vezes por mês. Mas cada visita sua será
fundamental para vermos se tudo vai bem, para corrigirmos alguns detalhes do seu
aparelho e fazer os ajustes necessários. Esperamos que todas as suas visitas sejam
agradáveis e que a sua convivência com as pessoas da nossa equipe seja bastante
gratificante!
A Contenção:
Alguns movimentos de dentes tem uma alta tendência a recidiva, ou seja, os dentes
tendem a voltar a posição original e mesmo após removida a contenção alguns dentes
podem mudar de posição.
70
A limpeza é dificultada durante o tratamento ortodôntico. Por isso é necessário que se
siga as orientações do seu ortodontista para evitar lesões de cárie e inflamações
gengivais durante o tratamento ortodôntico.
71
5) Você pode usar uma escova interdental, limpando os espaços entre os dentes e ao
redor do aparelho ortodôntico.
6) Após as refeições, além da escovação, limpe os dentes com um fio dental de ponta
regida ou utilize fio normal com a ajuda de um passa-fio. Não utilize palitos de dentes,
eles podem danificar o aparelho ortodôntico.
O aparelho fixo movimenta os dentes pela aplicação de força. A peça que é colada no
dente é chamada de bracket, é ele que permite que o ortodontista aplique uma
determinada força nos dentes através dos arcos e acessórios. O arco é aquele fio
metálico que passa pelos brackets e é o principal responsável pela movimentação
dentária. Os arcos podem ter calibres diferentes e ser de ligas metálicas diferentes
também, dependendo da função. As ligaduras são aquelas borrachinhas coloridas que
servem para fixar o arco aos brackets que por sua vez estão colados nos dentes. É assim
que o arco movimenta os dentes. Usando acessórios (molas e elásticos) e dobras no
arco, o ortodontista consegue fazer com que os dentes se movimentem, corrigindo os
problemas estéticos e funcionais da boca.
72
Abaixo você pode ver o aparelho fixo em detalhes:
Aparelho Fixo Visão Lateral Aparelho Fixo Visão Frontal Aparelho Fixo Visão Oclusal
É necessário apenas que a pessoa tenha boa saúde bucal, sem cáries ou problemas
periodontais (sangramento gengival, por exemplo). Se uma pessoa precisa de tratamento
ortodôntico, ela deve antes fazer uma consulta com um dentista clínico para avaliar a
saúde da boca.
Eles são colados com um material muito parecido com aquele usado para fazer
restaurações da cor dos dentes: a Resina Composta. E a colagem não causa nenhum
dano ao esmalte dos dentes.
O ideal é que sim, para que o aparelho fique mais confortável. O ortodontista coloca o
arco na posição e fixa aos brackets com as ligaduras de borracha.
73
Todo aparelho precisa das borrachinhas para prender o arco?
Se houver cuidado com a higiene, não há problemas, basta seguir as orientações do seu
ortodontista e usar corretamente a escova e o fio dental. A limpeza é mais difícil durante
o tratamento, mas só depende de você ter os dentes sempre limpos e a gengiva livre de
sangramentos desagradáveis.
O importante é limpar bem em volta dos brackets dando uma atenção especial à área
mais próxima à gengiva. Siga as instruções abaixo:
Higiene Bucal
Use a escova de maneira que Use a escova inter-dental Passe o fio dental pelo arco
as cerdas entrem nos para fazer a limpeza entre e limpe a face do dente
intervalos do aparelho fixo os brackets próxima à gengiva
No início, enquanto as bochechas e lábios ainda não se acostumaram com ele, pode ser
necessário usar a cera de proteção para evitar aftas. Ela impede que os brackets fiquem
em atrito com a mucosa bucal. Depois do primeiro mês, geralmente a mucosa se adapta
e o incômodo termina. Há ainda a situação em que os brackets são colados, mas o arco
não é colocado. Neste caso, a boca pode se machucar mais. Abaixo, imagens
demonstram a aplicação da cera:
A cera protetora pode ser Faça uma pequena bolinha Se for necessário use um
usada para evitar o com um pedaço do bastão de bastão inteiro para proteger
aparecimento de aftas cera da caixinha uma área maior
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Em média, quanto tempo dura o tratamento?
Normalmente dura em torno de dois anos, podendo variar de acordo com o caso. O
prazo do tratamento só pode ser definido com precisão após a avaliação do ortodontista.
É verdade que se eu tiver consultas a cada quinze dias o tratamento avança mais rápido
do que se as consultas forem mensais?
Simplificando, podemos dizer que as extrações são recomendadas quando não há osso
suficiente para acomodar todos os dentes. O ortodontista vai decidir extrair ou não,
dependendo do estudo do caso que é feito na documentação ortodôntica (radiografias,
modelos, etc.). Extrair dentes é um ótimo recurso quando bem indicado, mas, se for mal
planejado, pode comprometer o resultado. Por outro lado, não fazer as extrações quando
é necessário também pode levar o tratamento ao fracasso.
Imagens de um caso com extrações de pré-molares superiores, que estão marcados com
o X vermelho
75
Nas imagens, as setas azuis mostram o espaço fechado depois das extrações
Os dentes podem sair da posição depois que o aparelho fixo é removido? Eu vou
precisar de aparelho móvel?
A contenção inferior é fixa e colada por trás dos caninos inferiores mantendo os dentes
firmes na posição já que esta área é bem mais instável que a superior.
Também é muito importante fazer ao menos uma consulta anual com o seu ortodontista
para monitorar a estabilidade do caso e evitar surpresas desagradáveis como dentes
saindo da posição.
Contenção pós-tratamento
76
FLUOROSE DENTÁRIA
A partir do final do século XIX dentistas chamaram a atenção para populações restritas
com mancha mento dos dentes com coloração marrom. Descobriram que a causa deste
defeito nos dentes estava associada à presença natural de flúor na água de abastecimento
público e ao mesmo tempo em que estas populações tinham um baixo índice de cáries.
Desde então milhares de conferências e estudos científicos são desenvolvidos para
entendermos os mecanismos de ação do flúor e seu efeito na prevenção de cárie, ação
sistêmica e ação tópica de flúor, a distribuição do flúor no corpo humano, ingestão
apropriada do flúor nos dias atuais e o seu risco de toxicidade.
77
Ocorre durante a odontogênese ou processo de formação dos dentes. Este processo
inicia a partir do 1º trimestre de gravidez, quando se inicia a mineralização dos incisivos
decíduos, até aproximadamente os 8 anos de idade, quando se formam os segundos
molares permanentes. Sua severidade e distribuição depende da concentração do
flúor, durante quanto tempo foi ingerido, estágio de formação do esmalte e de
variações individuais em relação à suscetibilidade. Porém outros fatores também
importantes influenciam a severidade da fluorose como: estado nutricional, baixo peso
corporal, períodos de crescimento e remodelamento ósseo, altitude e alteração da
atividade renal.
No Brasil, uma grande parcela da população tem contato com o flúor através da forma
sistêmica (fluoretação da água de abastecimento público, do leite, do sal, medicamentos
com flúor, alimentos e bebidas com alto teor de flúor) e da forma tópica (cremes
dentais, géis e fluoretos como soluções para bochechos). Com tantas fontes de flúor ao
alcance da população se faz necessário um controle e monitoramento das empresas que
fornecem e distribuem a água e através da vigilância sanitária critérios rígidos no
controle dos alimentos e bebidas que contenham flúor.
A toxicidade crônica acontece quando pequenas quantidades de flúor (dpt= 0,05 a 0,07
mgF/kg/dia) sistêmico ou tópico ocorrem durante longos períodos causando o mancha
mento do esmalte ou fluorose dental. O período de desenvolvimento em que os dentes
estão mais sujeitos à fluorose parece ser entre 22 e 26 meses de idade perdurando o
risco até 5,5 anos de idade. Nem todos os dentes são igualmente afetados pela fluorose
dentária. Os dentes menos afetados são os incisivos e primeiros molares permanentes,
ao passo que os pré-molares e outros molares permanentes são os mais gravemente
78
afetados.
No Brasil todos os dentifrícios devem conter uma concentração mínima de 600 ppm de
flúor pelo prazo de 1 ano, a partir da data de fabricação. A maioria dos cremes dentais
contém entre 1000 e 1500 ppm de flúor e estão sob vigilância sanitária.
Atualmente recomenda-se utilizar o creme dental com flúor uma vez ao dia na
quantidade de um grão de arroz com a presença dos molares decíduos em boca, o que
ocorre por volta dos 18-24 meses da criança. Mas estando a criança com uma
alimentação equilibrada e assistida pelo dentista esta poderá utilizar o creme dental sem
flúor até que o profissional indique o momento de trocar para o creme dental com flúor.
Desta forma a criança correrá menor risco de fluorose.
79
FLUOROSE DENTÁRIA
Essa descoloração, que se caracteriza pelos tons que se estende do branco ao marrom,
podendo chegar a manchas pretas, são evidências de alteração estrutural nas células de
formação dos dentes, particularmente as células que compõem o esmalte dental, a esse
processo patológico denominamos, FLUOROSE DENTAL.
Pesquisas recentes apontam também que a taxa de fratura óssea nas crianças com
FLUOROSE DENTAL, são maiores que as taxas observadas em crianças sem FLUOROSE
DENTAL.
O tratamento, nos casos mais leves de alterações na cor do esmalte, conforme ilustrado nas
fotos, nesses casos de leve alteração da cor, podemos iniciar com um leve desgaste com
brocas de baixíssima abrasividade dessa região com alteração de cor e depois de adequado
tratamento da superfície desgastada fazermos a aplicação de resinas
com maior composição de sílica , componente básico da porcelana
que confere ao dente bons resultados estéticos e estruturais.
80
CÂNCER DE BOCA: SAIBA MAIS
No Brasil, 50 a 60% dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço comparecem para a
primeira consulta sem possibilidades de tratamento cirúrgico, restringindo, assim, a
utilização de uma das armas mais eficientes no tratamento desta doença.
A American Cancer Society estima que para tumores menores que 1,5cm de diâmetro a
taxa de sobrevivência em cinco anos é de 59%, enquanto para tumores maiores de
3,0cm esta taxa é apenas de 17%. Além disso, o preço pago pelos pacientes que
conseguem sobreviver é a mutilação, na grande maioria das vezes com seqüelas difíceis
de serem solucionadas em curto prazo, dificultando com isso a reintegração social do
paciente.
CONCEITOS
O termo câncer é a tradução latina da palavra grega carcinoma que significa: crustáceo,
81
caranguejo. Foi usado pela primeira vez por Galeno (138-201 DC) ao observar um
tumor de mama feminina; a deformidade e o intumescimento das veias da região
causado pela doença era de tal ordem que lembrava, de forma figurada, a imagem de um
caranguejo.
Morbidade
O câncer bucal é o sexto tipo de câncer mais comum em todo mundo com uma
participação aproximada de 6% dos casos de câncer diagnosticados anualmente. A taxa
de incidência desta doença vem caindo em alguns países, mas apresenta uma grande
variabilidade mundial, sendo quase o dobro em países desenvolvidos em relação aos
países em desenvolvimento.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima para o ano de 2005 que, no Brasil,
devem ocorrer 467.440 casos novos de câncer, considerando todos os tipos e as diversas
localizações. Neste universo, o câncer bucal tem uma participação aproximada de 3%,
já que 13.880 pessoas deverão desenvolver a doença.
Mortalidade
Gênero
Idade
O fator idade é fundamental no estudo do câncer bucal, uma vez que aumenta as
possibilidades de contato e o tempo de exposição aos agentes carcinogênicos à medida
que o indivíduo avança em idade.
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O câncer, em geral, é uma doença de meia-idade e idade avançada, sendo raro nas
crianças e adultos jovens. No Brasil, ao se analisar a distribuição por faixa etária,
verifica-se que sua concentração está acima dos 40 anos. No Estado de São Paulo numa
série histórica de 1975 a 1984, a análise dos coeficientes de mortalidade por câncer
bucal ajustados pela mortalidade geral, revela que a faixa etária de maior percentual
(15,16%) foi a de 50 a 54 anos, seguida pela de 55 a 59anos, com 13,66%.
Pesquisas realizadas nesse campo levam a acreditar que no futuro poderá haver uma
ampliação das faixas etárias para os casos de câncer bucal no Brasil, em particular em
São Paulo, por se tratar de uma cidade de alto risco em relação aos agentes
carcinogênicos.
CARCINOGÊNESE
Os fatores de natureza física, química ou biológica que tenham potencial para provocar
alterações no genoma ou incrementar a proliferação celular são denominados de
carcinógenos ou cancerígenos. Estes podem ser classificados como iniciador, se causa
dano genético nas células, e promotor, se estimula a taxa de crescimento celular. São
denominados de carcinógenos completos, se atuam, de forma conjunta, como iniciador e
promotor.
Tabaco
A relação entre o tabaco e o câncer foi estabelecida há mais de 200 anos, sendo hoje
considerado como o principal agente carcinogênico, que pode aumentar sobremaneira o
risco do indivíduo aos cânceres de pulmão, laringe, cavidade oral, faringe, esôfago,
pâncreas e bexiga.
O tabaco é um carcinógeno completo, porque tanto tem a capacidade de lesar o DNA
celular, através das substâncias genotóxicas produzidas pela sua combustão, induzindo a
efeitos mutagênicos, como estimula a proliferação celular pela sua ação irritativa. Já
foram identificadas no tabaco e na fumaça que desprende dele por volta de 4.700
substâncias tóxicas, das quais 60 apresentam ação oncogênica conhecida, dentre elas, os
hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, isolados das fases gasosa e particulada do
fumo, os quais se constituem num dos principais elementos com poderes carcinogênicos
indutores. Além desses, as nitrosaminas voláteis e aromáticas, formadas através de
aditivos químicos na cultura do tabaco e no ato de fumar também exercem ações
carcinogênicas.
84
Com relação ao câncer bucal, há que se destacar, ainda, o efeito promotor da injúria
térmica provocada na mucosa oral decorrente da combustão do tabaco, principalmente
nos fumantes de cachimbo, cigarro de palha e naqueles que tem o hábito de fumar
invertido. Embora, no Brasil, o hábito de fumar invertido não seja comum, constata-se
em populações que adquiriam esse hábito um aumento na incidência de leucoplasia em
palato e câncer na mesma região – a brasa do cigarro pode atingir 884o C e a sua
proximidade com a mucosa oral causa danos significativos. Também deve ser
considerada nesta questão a injúria mecânica derivada do atrito constante do papel,
estrias da palha e boquilha do cachimbo na semimucosa labial.
Álcool
A concentração do álcool nas bebidas fermentadas é menor que nas bebidas destiladas.
A cerveja apresenta cerca de 5% de álcool, a cachaça 50%, o whisky 40%, o vinho 18%.
Portanto, bebedores de cachaça possuem maior risco de dano celular que os bebedores
de cerveja. O alcoólatra em relação aos pacientes que bebem ocasionalmente possui 15
vezes mais risco de aparecimento de câncer de boca.
Radiações
Uma forma de radiação ionizante a que o homem se expõe é aquela emanada por
aparelhos de raios-x, o qual é submetido algumas vezes de forma excessiva. A
radioatividade decorrente de explosões nucleares constitui-se num sério risco à
humanidade, haja vista os efeitos devastadores ocasionados na população de Nagasaki e
Hiroshima, por ocasião da explosão da bomba atômica.
85
A radiação solar, embora não ionizante, desempenha um importante papel
carcinogênico para os casos de câncer de pele e lábio, em especial naqueles indivíduos
de pele clara. Sabe-se que os raios médio ultravioleta (UVB), componentes dos raios
solares, cujo comprimento de onda oscila entre 290 a 320 nanômetros, têm ações
eritematosas, congestivas e carcinogênicas.A exposição repetitiva ao sol sem a devida
proteção pode, depois de 15 a 30 anos, ou até menos, levar ao aparecimento de lesões
hiperqueratóticas, que podem desenvolver câncer de pele e na semimucosa de lábio
inferior.O uso de protetores solares e a não exposição ao sol entre as 10h e 16h, período
onde há uma grande concentração desses raios, constituem-se formas elementares de
prevenção ao câncer de pele e lábio inferior .
Vírus
Com relação ao câncer bucal, diversos vírus já foram sugeridos como portadores de
potencial oncogênico, destacando-se dentre eles o vírus do herpes simples (HSV) e mais
recentemente o vírus do papiloma humano (HPV). Embora não haja comprovação para
se afirmar que exista esta associação, colecionam-se indícios de que o HPV pode
desempenhar um papel importante na carcinogênese bucal principalmente quando
associado a outros fatores como o fumo, álcool e imunodeficiências.
Sabe-se que o HPV replica-se na camada basal do epitélio e o acesso para esta região
mais profunda é feito através de lesões e/ou abrasões que ocorrem na superfície
epitelial. Embora mais de 100 tipos de HPV já tenham sido identificados, os tipos 6, 11,
16 e 18 são os apresentam uma maior relação com a carcinogênese. A ação dos HPV 16
e 18, por exemplo, está associada às oncoproteínas E6 e E7, as quais agem seqüestrando
e degradando proteínas supressoras de tumor como a p53 e a pRb, respectivamente.
Fatores genéticos
Estado nutricional
Imunodeficiências
Condições cancerizáveis
Lesões cancerizáveis
O tratamento deve ser adequado às necessidades de cada caso em particular, tendo por
base os resultados esperados de tempo e qualidade de sobrevida. Cada vez mais o
paciente tem participado da decisão terapêutica após esclarecimento dos riscos e
87
benefícios de cada uma das alternativas de tratamento.
T - Tumor primário
N - Linfonodos regionais
M - Metástases à distância
MO - Metástases à distância
Cirurgia
• situações em que as seqüelas do tratamento por radiação possam ser maiores do que as
causadas pela cirurgia;
89
O QUE SÃO AFTAS E LESÕES BUCAIS?
São inchaços, manchas ou feridas em sua boca, nos lábios ou na língua. Há vários tipos
de feridas e de enfermidades bucais. As mais comuns são as aftas, o herpes simples, a
leucoplasia (placa branca) e a candidíase (sapinho). Estes problemas serão abordados
abaixo. Se encontrar uma ferida em sua boca, não se preocupe. Cerca de um terço de
toda a população sofre ou sofrerá com isso em algum momento da vida. Contudo, as
irritações e inflamações bucais podem ser muito dolorosas e interferir na fala e na
mastigação. Qualquer ferida que persista durante uma semana ou mais deve ser
examinada pelo seu dentista. Às vezes, é recomendável que se faça uma biópsia
(retirada de tecido para ser examinado) para que se possa detectar a causa da ferida, e
para que se possa eliminar a possibilidade de doenças sérias como o câncer e AIDS.
Aftas são inflamações pequenas e brancas cercadas por uma área avermelhada.
As aftas não são contagiosas, mas muitas vezes são confundidas com herpes,
causado por um vírus contagioso. As aftas ocorrem dentro da boca,
principalmente em mucosa, enquanto o herpes aparece no lado de fora da boca,
por exemplo, no canto dos lábios. As aftas podem sumir e reaparecer. Podem
também ser pequenas ou grandes e aparecer agrupadas ou isoladas. As aftas são
comuns e recorrentes. Embora sua causa seja incerta, alguns especialistas
acreditam que estão ligadas a problemas do sistema imunológico, a bactérias ou
a vírus. Fatores tais como o estresse, trauma, alergias, cigarro, deficiências de
ferro ou vitaminas e tendências genéticas também tornam a pessoa mais
susceptível às aftas.
O herpes simples ou herpes labial se apresenta em grupos de bolhas dolorosas
que aparecem ao redor dos lábios e, às vezes, debaixo do nariz e ao redor do
queixo. Essas bolhas são causadas por um tipo de vírus e são altamente
contagiosas. A primeira infecção muitas vezes aparece em crianças, às vezes até
sem sintomas e pode ser confundida com um resfriado ou uma gripe. Uma vez
que a pessoa é infectada, o vírus permanece no corpo, causando, de tempos em
tempos, ataques recorrentes. Em algumas pessoas, porém, o vírus permanece
inativo.
A leucoplasia tem uma aparência esbranquiçada e pode aparecer no lado interno
da bochecha, na gengiva ou na língua. Muitas vezes é associada ao fumo, ao uso
de tabaco de mascar, embora outras causas incluam também dentaduras mal
ajustadas, dentes quebrados e mordidas na bochecha. Se considerarmos que mais
ou menos 5% dos casos de leucoplasia se tornam câncer* é possível que seu
dentista recomende uma biópsia. A leucoplasia muitas vezes desaparece quando
se abandona o tabaco.
90
A candidíase (ou sapinho) é uma infecção fúngica causada por cândida
albicans. Pode ser reconhecida por sua cor branca, amarelada ou avermelhada
nas superfícies úmidas da boca. Os tecidos situados sob a mancha podem ficar
muito doloridos. A candidíase é comum em pessoas que usam dentaduras, em
recém-nascidos, em pessoas debilitadas por alguma doença e cujo sistema
imunológico não funcione de maneira adequada. Também são susceptíveis
pessoas que se queixam de boca seca que acabaram de fazer, ou estão fazendo,
tratamentos com antibióticos. Adote uma dieta equilibrada, com pouco açúcar e
pouco amido. Coma os alimentos com açúcar e amido durante as refeições e não
como "lanchinhos", para minimizar o número de vezes que seus dentes estão
expostos ao ácido.
O tratamento varia de acordo com o tipo de problema. Para os tipos mais comuns,
descritos acima, os tratamentos são os seguintes:
91
Herpes labial Aftas
Define-se estomatite como qualquer processo inflamatório que acometa a cavidade oral.
As lesões inflamatórias podem ter diversas etiologias: infecciosas, auto-imunes,
traumáticas, neoplásicas ou reações medicamentosas. Podem representar lesões
isoladas, ser manifestação local de um distúrbio sistêmico ou a partir do
comprometimento local, levar a um acometimento geral do indivíduo. Para fins
didáticos, classificamos as lesões orais de acordo com seu aspecto macroscópico em
lesões brancas, vesico-bolhosas, aftóides e lesões da língua.
Achados Clínicos
A anamnese do paciente com qualquer queixa de lesão de cavidade oral deve
conter o tempo de evolução da doença e presença de sintomas como dor, prurido,
dificuldade de alimentação ou alterações em outros sistemas do organismo. Entretanto,
muitas lesões podem ser notadas pelo paciente ou ao exame físico sem causar sintomas.
Deve-se pesquisar, ainda, se as lesões são recorrentes, determinando a periodicidade de
surgimento das lesões e quanto tempo duram até haver remissão. A pesquisa dos
antecedentes pessoais é essencial e deve englobar tipo de alimentação, creme dental,
exposição a agentes físicos ou químicos, tabagismo usa de álcool e tratamentos prévios
tópicos ou sistêmicos.
O exame físico se inicia com a avaliação geral do paciente, com ênfase no estado
nutricional. O profissional deve observar hábitos como mordiscar bochechas ou passar a
língua nos lábios. A acurada descrição da lesão é o passo mais importante, incluindo:
Região acometida e distribuição;
Número de lesões;
Tipo de superfície (aspecto visual e palpação);
Coloração;
Características das bordas;
Disposição das lesões.
Diagnóstico Diferencial
O diagnóstico diferencial das lesões orais é amplo e as principais doenças serão
discutidas a seguir. A tabela 1 associa as etiologias mais freqüentes com o aspecto
macroscópico predominante.
92
Tabela 1: Aspecto macroscópico da lesão relacionado com etiologia
Aspecto
Etiologias mais freqüentes
macroscópico
Candidíase, leucoplasia, líquen plano, grânulos de Fordyce,
Lesões brancas
estomatite nicotínica, leucoplasia pilosa, sífilis secundária
Lesões vesico- Herpes simples, herpes zoster, pênfigo, penfigóide, eritema
bolhosas multiforme, síndrome de Stevens-Johnson
Estomatite aftóide recidivante, doença de Behçet, lúpus
Lesões aftóides
eritematoso sistêmico, mucosite, queimadura química
Língua fissurada, glossite migratória benigna (língua geográfica),
Lesões da língua
glossite rombóide mediana, glossodínea
Leucoplasia
Trata-se de lesão mucosa de aspecto branco, em forma de mancha ou placa, não
destacável, que não tem diagnóstico definido, ou seja, não pode ser caracterizada clínica
ou histopatologicamente como nenhuma outra doença, e representa uma hiperplasia do
tecido escamoso.
Esta definição, muito inespecífica, torna necessário excluir outras doenças que
podem se apresentar com características clínicas semelhantes.
O termo é estritamente clínico e não implica nenhuma alteração tecidual
específica. O exame histopatológico revela hiperqueratose, hiperortoqueratose e
acantose (espessamento da camada espinhosa). A maioria das lesões leucoplásicas não
possui aspectos displásicos, podendo ser observada em cerca de 5% a 25% dos casos.
Os fatores etiológicos são fumo, álcool e trauma. Mais de 80% dos pacientes
com leucoplasias são fumantes. Uma grande proporção de leucoplasias em pacientes
que abandonam o hábito de fumar desaparece ou regride consideravelmente. As
leucoplasias são mais freqüentes no sexo masculino, na quinta e sexta décadas de vida.
Como é próprio nas lesões queratóticas, as leucoplasias não podem ser removidas por
raspagem, sendo, em geral, assintomáticas. Podem ser planas ou elevadas, com ou sem
fissuras.
A leucoplasia é uma lesão pré-maligna, sofrendo malignização em 4% a 6% dos
casos. As características associadas à maior risco de transformação maligna são:
Líquen Plano
Doença inflamatória crônica, benigna, de etiologia desconhecida, em que as
células da membrana basal da pele e mucosas são destruídas por linfócitos citotóxicos
(degeneração imunomediada na interface da superfície do epitélio e tecido conjuntivo) o
envolvimento da mucosa oral pode ser isolado ou associado com doença cutânea ou
genital.
O líquen plano bucal afeta 1% a 2 % da população, acometendo adultos, sem
distinção de raça. Caracteriza-se por surtos e remissões, podendo ter relação com
estresse ou uso de medicamentos. As lesões cutâneas são pequenas, violáceas e
papulares nas superfícies flexoras e extremidades. As lesões orais podem ser do tipo
reticular, em placa, atrófica, erosiva e bolhosa. Sua localização mais freqüente é a
mucosa jugal, seguindo-se a gengiva e a língua. A remissão das lesões cutâneas é mais
rápida do que a das mucosas. Essas lesões são freqüentemente dolorosas, podendo
prejudicar a alimentação.
Grânulos de Fordyce
Trata-se de glândulas sebáceas ectópicas, localizadas dentro da mucosa bucal,
mais proeminentes com a idade. Representam-se por grânulos branco-amarelados na
mucosa oral podendo formar placas, apresentando de 1 a 2 mm. Mais comuns em
mucosa jugal e lábios. São lesões benignas e assintomáticas que não requerem
tratamento.
Leucoplasia Pilosa
Trata-se de um espessamento da mucosa oral de cor esbranquiçada,
freqüentemente com pregas verticais e superfície rugosa, lembrando aspecto de
pilosidade. Essas lesões são mais freqüentes na borda lateral da língua, porém a
superfície dorsal da língua, mucosa jugal, assoalho da boca e o palato podem ser
envolvidos. Geralmente é assintomática.
O vírus Epstein Barr é considerado o fator causal, pois é isolado nas células
epiteliais dessas lesões. Embora esse vírus esteja ligado a vários tipos de cânceres de
cabeça e pescoço, não há constatação de transformação maligna.
Acometem pacientes imunodeprimidos, principalmente aqueles infectados pelo
HIV.
O diagnóstico é clínico, e a biópsia incisional somente se justifica se o
diagnóstico for duvidoso ou a infecção pelo HIV não for confirmada.
Sífilis
Lesão oral pode ser vista em qualquer estágio da doença, mais particularmente
na sífilis secundária. Na sífilis primária, pode ser visto o cancro primário após três
semanas do contato com o Treponema pallidum. O cancro primário pode envolver lábio,
língua e palato e se caracteriza por pápula ulcerada não dolorosa no local da penetração
do microorganismo. O cancro cicatriza e desaparece espontaneamente em três a oito
semanas, sendo extremamente contagioso e associado a gânglios aumentados e não
96
dolorosos.
A sífilis secundária ocorre após seis a oito semanas, com acometimento oral em
um terço dos pacientes. As lesões orais podem ser úlceras extremamente contagiosas e
pouco dolorosas ou uma placa branca bem definida sobre a mucosa labial ou palatina,
com periferia lobulada, denominada condiloma plano.
A sífilis terciária também pode apresentar lesões orais. A lesão oral mais
característica é um granuloma localizado (goma sifilítica) afetando palato e língua, com
risco de fistulização oroantral, ou oronasal no caso de acometimento de palato. Os
granulomas podem ulcerar e não são contagiosos. A lesão mais comum da sífilis
terciária é a leucoplasia, que afeta principalmente a língua e tem alto potencial de
malignidade.
O diagnóstico da sífilis pode ser feito por meio do achado do treponema ou de
reações sorológicas. A pesquisa do treponema em campo escuro é importante no
diagnóstico da doença na fase primária, quando as reações sorológicas ainda são
negativas. O treponema pode ser encontrado nas lesões da sífilis primária e nas lesões
da sífilis secundária; no entanto, na cavidade oral não é um teste confiável em razão da
presença de outras espiroquetas. O treponema também pode ser encontrado em exame
microscópico de fragmento da lesão, desde que corado pela prata. Os testes sorológicos
podem ser de dois tipos: inespecíficos e antitreponêmicos. VDRL é o teste de triagem
de escolha. O FTA-ABS é sensível e apresenta alto grau de especificidade,
permanecendo positivo por anos, mesmo após tratamento adequado. Dessa maneira,
seus títulos não podem ser usados para avaliar a resposta do paciente ao tratamento.
Herpes Simples
O Herpes simples vírus (HSV) é um DNA-vírus classificado em tipos I e II. O
tipo I está mais freqüentemente associado às lesões orais, e o tipo II, às lesões genitais.
Porém, o inverso também pode ocorrer. A transmissão se dá pelo contágio com fluidos
corporais infectados. O período de incubação é de sete dias (variando de 1 a 26 dias). O
vírus atravessa a barreira mucosa, migra pela bainha periaxonal retrogradamente, até
atingir o gânglio trigeminal, onde permanece latente até a reativação. A reativação pode
ocorrer em resposta a uma variedade de estímulos: exposição solar, estresse emocional e
resposta ao trauma.
As duas principais manifestações clínicas são a gengivoestomatite herpética
primária e as infecções recorrentes.
A gengivoestomatite herpética primária é vista geralmente em crianças entre 2 e
5 anos, soronegativas ou adultos sem exposição prévia. Na maioria dos casos, é uma
infecção subclínica ou com pequenas manifestações, usualmente atribuídas à erupção
dentária. Quando há maior sintomatologia, estomatite e faringite são as manifestações
primárias mais freqüentes. Podem ocorrer febre, artralgia, cefaléia e linfoadenopatia
(principalmente submandibular). Adultos são mais sintomáticos que crianças. Pequenas
vesículas aparecem em qualquer ponto da mucosa da cavidade oral em 24 horas,
deixando uma borda eritematosa e com uma membrana acinzentada cobrindo-a. Novas
lesões surgem durante sete dias, tendendo a desaparecer entre o 10º. e 14º. dia. A
gengiva se apresenta eritematosa e edemaciada.
Infecções recorrentes variam de 16% a 45% dos casos no grupo etário adulto.
São desencadeados por luz ultravioleta, estresse, imunossupressão, febre ou trauma.
97
Estão localizadas na junção mucocutânea dos lábios ou nas áreas queratinizadas (palato
duro, gengiva). As vesículas são dolorosas, ulceram e desaparecem em uma a duas
semanas. O vírus é capaz de entrar em latência e sobreviver nos gânglios neurais de
forma a prevenir sua eliminação pela resposta imune
O diagnóstico é clínico. O estudo anatomopatológico mostra vesículas intra-
epiteliais, formadas pela degeneração de células epiteliais infectadas pelo vírus.
Apresenta, ainda, membrana basal íntegra e células de Tzanck (células epiteliais
acantolíticas, que são células multinucleadas gigantes). Nos estudos de
imunofluorescência, nota-se a presença de IgG, C3 e IgA nos espaços intra-epiteliais.
Verifica-se, também, a presença de anticorpos circulantes, em níveis correlacionados ao
grau de atividade da doença, em 80% a 90% dos pacientes. Figura 3: Herpes simples
em palato duro
Varicela Zoster
A varicela é a infecção primária causada pelo vírus varicela-zoster; herpes zoster
é a reativação do vírus latente.
A varicela caracteriza-se por rash cutâneo súbito em tronco, cabeça e pescoço,
que evolui para erupção vesicular, pústula e ulceração com formação de crostas. Tem
duração de 7 a 10 dias, e as mucosas jugal, palatina e faríngea são mais acometidas,
apresentando pequenas vesículas que rapidamente ulceram, com margens eritematosas.
Lembram ulceras aftóides, porém são menos dolorosas.
O vírus latente em gânglios sensoriais pode se reativar em imunossuprimidos, trauma,
corticoterapia e radioterapia, formando o herpes zoster.
Ocorre primariamente em adultos, podendo causar neuralgia pós-herpética em
cabeça e tronco unilateral, febre e mal-estar. Lesões cutâneas, semelhantes às da
varicela, aparecem ao longo do dermátomo do nervo sensorial acometido, sendo os
nervos torácicos e abdominais os principais.
Lesões orais são raras e, geralmente, aparecem após as cutâneas, embora possam
98
aparecer sem o acometimento da pele; mais comumente, aparecem como vesículas
acometendo o palato duro. As lesões orais ocorrem por acometimento do nervo
trigêmio.
Tanto a varicela quanto o herpes zoster, por seu quadro clínico característico,
têm diagnóstico clínico.
Pênfigo
Pênfigo é uma doença mucocutânea que se manifesta em forma de vesículas.
Sua etiologia é desconhecida, mas há evidências de que seja uma doença auto-imune,
caracterizada pela produção de anticorpos contra as desmogleínas 1 e 3, glicoproteínas
transmembrana que compõem os desmossomos das células epiteliais da epiderme e
mucosa. Com isso, há uma perda de Adesividade intercelular, com conseqüente
separação entre as células epiteliais (acantólise) e resultante formação de bolhas intra-
epiteliais. São divididos em pênfigo vulgar, vegetante, foliáceo e eritematoso. Lesões
orais ocorrem principalmente no pênfigo vulgar e vegetante. As vesículas no pênfigo
são intra-epiteliais (suprabasal).
O pênfigo vulgar acomete principalmente indivíduos na faixa etária de 40-50
anos, freqüente em povos mediterrâneos e judeus. A distribuição por sexo é semelhante,
com ligeira predominância feminina. Em mais da metade dos pacientes, encontram-se
lesões bucais e genitais, que, com freqüência, precedem o aparecimento das lesões
cutâneas. O paciente pode apresentar aumento de salivação, dificuldade na deglutição e
fonação, espoliação protéica e mineral progressiva, levando à caquexia e morte. As
lesões orais são vesículas que ulceram, dolorosas, podendo levar à gengivite
descamativa. O sinal de Nikolsky é positivo (um discreto atrito sobre a mucosa não
envolvida, removendo a superfície epitelial, produz uma vesícula ou úlcera), mas pode
estar relacionado com outras doenças auto-imunes. A vesícula pode ter conteúdo
hemorrágico e está presente por pouco tempo. A lesão, então, se apresenta como uma
área erosiva, irregular e friável, podendo ser descolada com mínimo de pressão ou
trauma. Os locais mais acometidos são palato, mucosa jugal e língua. O índice de
mortalidade é alto. Em torno de 90% dos pacientes sem tratamento evoluem para óbito.
O diagnóstico, inicialmente, é baseado na história e nos achados clínicos. A
confirmação deve-se dar pelo exame histopatológico e imunofluorescência direta.
Comparando-se a observação clínica, o exame histológico e a imunofluorescência
direta, observa-se sensibilidade de 57%, 62% e 76%, respectivamente, sugerindo que
uma combinação dos três pode ser necessária para o diagnóstico.
O pênfigo vegetante é menos freqüente que o pênfigo vulgar, e alguns autores
colocam-no como uma variante deste. A doença pode se iniciar pelas mucosas bucal e
genital em forma de vesículas que ulceram e posteriormente provocam lesão vegetante.
Pode ser vista, principalmente, em comissuras labiais, sulco submamário e umbigo.
Apesar de ter evolução mais benigna, é mais resistente a tratamento.
O pênfigo eritematoso e foliáceo tem curso mais benigno. As lesões vesiculares
são mais superficiais. As lesões na pele são parecidas às escamas seborréicas e
acometem, principalmente, face, couro cabeludo e região interescapular. Lesões orais
são raras.
Penfigóide
O penfigóide caracteriza-se por apresentar similaridade clínica com o pênfigo,
mas etiologia, histologia (vesículas são subepiteliais e não intra-epiteliais), evolução e
99
prognóstico diferentes. Acredita-se haver origem auto-imune, causada por anticorpos
contra a membrana basal, separando-a das células basais. Pode ser cicatricial ou
bolhoso.
O penfigóide cicatricial é uma doença bolhosa crônica das membranas mucosas
e, ocasionalmente, da pele. É também conhecida como pênfigo ocular, penfigóide
mucoso e penfigóide da infância. Afeta, principalmente, mulheres na faixa etária de 40 a
50 anos. A mucosa oral é a mais acometida. Outras são as mucosas conjuntival, nasal,
laríngea, esofagiana e retal.
A lesão oral inicial é uma bolha de tamanho variável, podendo ser clara ou
hemorrágica, com mucosa eritematosa ao redor. Com a ruptura da bolha, pode-se
encontrar uma membrana mucosa cobrindo o local da bolha ou permanecer como uma
área erosiva e eritematosa, desaparecendo lentamente. Pode causar gengivite
descamativa. As lesões orais podem ser relativamente assintomáticas, embora pareçam
dolorosas. O sinal de Nikolsky é positivo. As lesões cutâneas se distinguem por serem
fixas e recidivantes, sempre no mesmo local, e por deixarem cicatriz. Pode ter apenas
acometimento bucal.
O diagnóstico é por imunofluorescência direta com padrão linear de IgG na
membrana basal.
No penfigóide bolhoso, os anticorpos também são direcionados contra a
membrana basal, resultando em formação de bolhas subepiteliais. Acredita-se que essa
forma da doença seja apenas uma variação clínica da forma cicatricial; associação de
pênfigoide bolhoso com outras doenças auto-imunes e com anticorpos contra fator VIII
da anticoagulação é descrita na literatura.
O penfigóide acomete principalmente pacientes acima dos 60 anos de idade.
Apresenta pico de incidência na sétima e oitava décadas de vida. As lesões orais são
incomuns e idênticas às do pênfigo cicatricial. O pênfigo bolhoso, porém, raramente
acomete pele. Quando há envolvimento da gengiva, esta se torna dolorosa e sangrante.
O sinal de Nikolsky pode ser negativo.
O diagnóstico é feito por histologia e imunofluorescência direta, da mesma
forma que o penfigóide cicatricial, porém, imunofluorescência indireta é positiva para
anticorpos contra membrana basal em 70% dos casos.
Eritema Multiforme
Trata-se de uma erupção inflamatória, caracterizada por lesões eritematosas,
edematosas ou bolhosas simétricas. Trata-se de reação de hipersensibilidade, com
deposição de imunocomplexos em pequenos vasos da derme e submucosa,
desencadeada por infecções (HSV, tuberculose), medicamentos (sulfonamidas,
barbitúricos), neoplasias, vacinas, estresse e radioterapia.
O quadro clínico é geralmente auto-limitado, mais freqüente em adultos jovens
(geralmente entre 10 e 30 anos), com predominância masculina. Em uma fase
prodrômica, o paciente apresenta cefaléia, náusea, tosse, faringite, artralgia e febre alta.
A seguir, de forma brusca, originam-se as lesões cutâneas máculo-papulares, vesico-
bolhosas, simétricas, principalmente nas faces extensoras dos membros superiores.
Lesões orais atingem mucosas jugal, labial, palatina, lingual, associadas à dor, cefaléia e
adenopatia. As lesões de mucosas em todas essas localizações são dolorosas e
interferem com a capacidade de alimentação. As lesões orais apresentam-se em cinco
estágios: macular, bolhoso, escara, pseudomembranoso e cicatricial. Embora novas
lesões possam surgir no curso da doença, os estágios macular e bolhoso são raramente
100
encontrados. A fase de escara é marcada por mucosa colapsada que cobre o local, a qual
é branca e friável, usualmente, podendo ser removida, produzindo o estágio
pseudomembranoso. A fase final é a cicatrização da ferida deixada. O tempo habitual de
evolução é de duas a três semanas. As lesões orais podem ocorrer sem envolvimento
cutâneo entre 25% e 50% dos pacientes.
Síndrome de Stevens-Johnson
Pode ser considerado uma forma sistêmica e severa do eritema multiforme,
eventualmente fatal, acometendo boca, olhos, pele, genitália e, ocasionalmente, esôfago
e trato respiratório. Geralmente, acompanhado de febre, fotofobia e mal-estar. Na
maioria dos casos, ocorre após uso de drogas, diferentemente do eritema multiforme,
em que a associação com infecção por HSV é a principal causa.
As lesões orais podem ser muito dolorosas, impedindo a alimentação, levando a
desidratação, hipoglicemia e distúrbios hidroeletrolíticos. O tempo de latência entre o
início do uso da medicação e o surgimento dos sintomas varia de uma a três semanas.
LESÕES AFTÓIDES
Doença de Behçet
A doença de Behçet é uma doença multissistêmica definida pela tríade aftas
orais, genitais e uveíte de caráter recidivante. A etiologia é desconhecida. Úlceras
aftóides dolorosas recorrentes na boca são o maior componente, e sempre devem estar
presentes. Sem estas não é possível fazer o diagnóstico. Úlceras genitais, uveíte e
vasculite pustular cutânea podem aparecer. O diagnóstico é clínico-patológico, com dois
desses sinais presentes associados à úlcera oral. O achado anatomopatológico típico,
porém raro, é de tecido inflamatório com vasculite. As úlceras orais ocorrem em quase
todos os pacientes com Behçet, e úlceras genitais em cerca de 80% desses pacientes. O
diagnóstico é feito pela presença de lesões orais recorrentes (pelo menos 3 vezes ao ano)
e mais dois critérios que incluem lesões genitais, lesões oculares, lesões cutâneas ou
teste de patergia positiva.
102
Lúpus Eritematoso Sistêmico
O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença auto-imune, com envolvimento
humoral e celular. Auto-anticorpos são encontrados no soro, assim como nos mais
variados tecidos.
Três formas são descritas: sistêmico, cutâneo subagudo e discóide crônico.
Qualquer uma delas pode acometer a mucosa oral.
As lesões orais são placas eritematosas que podem ulcerar, dolorosas, mais freqüentes
na região posterior da mucosa jugal, que apresentam fotossensibilidade em 25% dos
casos.
Mucosite
Ocorre em pacientes submetidos a radioterapia, quimioterapia e transplantados
em imunossupressão.
Apresenta-se na forma de úlceras orais dolorosas e eritema generalizado com ou
sem hemorragia, devido à inibição do crescimento do epitélio. Aparecem entre a
primeira e segunda semana da radioterapia, e persistem por duas a três semanas após o
seu término.
Queimadura Química
A mucosa oral pode entrar em contato com um agente cáustico e sofrer necrose
química. Pode ocorrer, por exemplo, ao sifonar gasolina do reservatório de um carro,
pipetar substâncias cáusticas ou quando se aplica, inadequadamente, um agente químico
em um tratamento dentário. Uma situação idêntica ocorre quando se coloca um
comprimido de ácido acetil-salicilíco sobre um dente que está doendo. Encontra-se
lesão necrótica de epitélio bucal com placa esbranquiçada.
LESÕES DA LÍNGUA
Língua Fissurada
A Língua fissurada, também denominada língua plicata, escrotal ou pregueada,
tem freqüência estimada em 3% a 20% da população. Trata-se de uma anomalia de
desenvolvimento, mais comum no sexo masculino após a puberdade, e em deficientes
mentais.
Caracteriza-se por aumento dos sulcos fisiológicos da superfície da língua,
paralelos, oblíquos ou transversais ao sulco mediano. Podem ter profundidade variada e
acometer parcial ou totalmente a língua. Caso haja retenção de alimentos nas fissuras,
segue-se inflamação local e desconforto.
Glossodínea
A maioria dos pacientes com glossodínea (síndrome da boca dolorosa) são
mulheres, na fase de climatério, com Candidíase, anemia, diabetes melito, problemas
psicogênicos (depressão) ou deficiências de vitamina B e ácido fólico. A principal
queixa desses pacientes refere-se à dor em queimação, que envolve, normalmente, a
língua, mas pode ocorrer em palato, gengiva e mucosa jugal. Não há alteração ao exame
clínico.
EXAMES COMPLEMENTARES
Os exames complementares devem ser solicitados conforme a hipótese
diagnóstica para cada lesão oral, por isso, já foram citados no tópico de diagnóstico
diferencial. De maneira geral, a história clínica e o exame físico já fornecem o
diagnóstico da maioria das lesões orais. Entretanto, a biópsia é muitas vezes necessária
e pode trazer informações importantes a respeito de processos granulomatosos,
displasias e sinais de malignidade principalmente. Outros exames complementares
incluem hemograma, dosagens de imunoglobulinas e complemento, sorologias,
imunofluorescência direta e indireta, pesquisa de auto-anticorpos, citológico e cultura.
Os exames de imagem têm menor utilidade no diagnóstico das lesões orais.
TRATAMENTO
O tratamento das lesões da cavidade oral deve ser realizado de forma
individualizada, conforme a etiologia da doença.
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