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DIA 07

160 PERGUNTAS E RESPOSTAS


DESAFIO 07 DIAS
160 PERGUNTAS E RESPOSTAS

PERGUNTAS E RESPOSTAS DISCURSIVAS

DIA 07
MATERIAL DE PERGUNTAS E RESPOSTAS DISCURSIVAS

160 PERGUNTAS E RESPOSTAS DISCURSIVAS

Futuro Procurador(a),
Para que você possa se aprofundar ainda mais no seu estudo, desenvolvemos o presente material
de perguntas e respostas discursivas.
Nas próximas linhas você terá contato de forma direta e objetiva com temas atuais e relevantes
para os concursos de advocacia pública.
Vamos juntos?

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1- Qual é o termo inicial do prazo prescricional no caso de infração disciplinar de servidor público?

Resposta: Os prazos prescricionais previstos no artigo 142 da Lei 8.112/1990 iniciam-se na data em
que a autoridade competente para a abertura do procedimento administrativo toma conhecimento
do fato, interrompem-se com o primeiro ato de instauração válido – sindicância de caráter punitivo
ou processo disciplinar – e voltam a fluir por inteiro, após decorridos 140 dias desde a interrupção
(Súmula nº 635 do STJ)

2-O trânsito em julgado superveniente da decisão objeto de mandado de segurança impede a


análise do mérito?

Resposta: NÃO! De acordo com o entendimento firmado pelo STJ, o mandado de segurança deverá
ter seu mérito apreciado independentemente de superveniente trânsito em julgado da decisão
questionada pelo mandamus.
Deve ser aplicada ao caso a mesma razão jurídica pela qual a reclamação subsiste, mesmo diante
do trânsito em julgado da decisão reclamada. É que, em sendo acolhida a impugnação, o ato
reclamado será desconstituído, assim como, por conseguinte, todos os que lhe são posteriores.
Portanto, deixará de subsistir o próprio trânsito em julgado da decisão reclamada. Nesses termos,
deve ser aplicado o mesmo raciocínio para o mandado de segurança (EDcl no MS 22.157-DF, Rel.
Min. Luis Felipe Salomão, Corte Especial, por maioria, julgado em 14/03/2019, DJe 11/06/2019).

3- Qual é a natureza da responsabilidade ambiental administrativa?

Resposta: Como é cediço, a responsabilidade civil ambiental é objetiva e orientada pela teoria do
risco integral. Entretanto, julgando um caso que envolvia a imposição de multa por dano ambiental
sob o fundamento da responsabilidade objetiva decorrente da propriedade da carga transportada
por outrem, que efetivamente teve participação direta no acidente que causou a degradação
ambiental, o STJ firmou o entendimento de que, no âmbito administrativo, a responsabilidade
ambiental é subjetiva.
Assim, o STJ entendeu que a responsabilidade civil por dano ambiental é subjetivamente mais

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abrangente do que as responsabilidades administrativa e penal, não admitindo estas últimas que
terceiros respondam a título objetivo por ofensas ambientais praticadas por outrem (EREsp
1.318.051-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em
08/05/2019, DJe 12/06/2019).

4- Todos os negócios jurídicos processuais dependem de homologação judicial?

Resposta: NÃO! Segundo o Enunciado nº 115 da II Jornada de Processo Civil do CJF, o negócio
jurídico processual somente se submeterá à homologação quando expressamente exigido em
norma jurídica, admitindo-se, em todo caso, o controle de validade da convenção, nos termos do
art. 190 , parágrafo único, do CPC.

5- Qual é o recurso cabível contra a decisão que julga procedente, na primeira fase, a ação de exigir
contas?

Resposta: Segundo o entendimento do STJ, o recurso cabível contra decisão que julga procedente,
na primeira fase, a ação de exigir contas é o agravo de instrumento (REsp 1.680.168-SP, Rel. Min.
Marco Buzzi, Rel. Acd. Min. Raul Araújo, Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 09/04/2019,
DJe 10/06/2019).
Para a Corte Cidadã, o Novo CPC, aprimorando a técnica do anterior, ao se referir a uma decisão,
deixou mais claro que poderá não haver sentença, como sucede quando a ação de exigir contas é
julgada procedente na primeira fase, para ter prosseguimento ainda. Na hipótese contrária, ou seja,
se a decisão der pela improcedência da ação de exigir contas, aí sim teremos uma sentença pondo
fim ao processo, inclusive com aplicação de ônus sucumbenciais. Então, na primeira hipótese, ter-
se-á uma decisão que desafia agravo de instrumento; na segunda hipótese é que a decisão atrairia
apelação.

6- A alienação do controle acionário de empresas estatais exige autorização legislativa e licitação?

Resposta: SIM! Segundo o entendimento do STF, a alienação do controle acionário de empresas


públicas e sociedades de economia mista exige autorização legislativa e licitação.

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Por outro lado, não se exige autorização legislativa para a alienação do controle de suas subsidiárias
e controladas. Nesse caso, a operação pode ser realizada sem a necessidade de licitação, desde que
siga procedimentos que observem os princípios da administração pública inscritos no art. 37 da
CF/88, respeitada, sempre, a exigência de necessária competitividade (ADI 5624 MC-Ref/DF, Rel.
Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 5 e 6/6/2019).

7- Entes despersonalizados podem celebrar negócios jurídicos processuais?

Resposta: SIM! De acordo com o Enunciado nº 114 da II Jornada de Processo Civil do CJF, os entes
despersonalizados podem celebrar negócios jurídicos processuais. O art. 190 do CPC apenas requer,
para a celebração desses negócios, que o processo verse sobre direitos que admitam
autocomposição e que as partes sejam plenamente capazes.

8- O Poder Judiciário pode revisar o mérito de decisões administrativas proferidas pelo CADE?

Resposta: NÃO! De acordo com o entendimento do STF, Poder Judiciário não pode fazer a revisão
judicial do mérito da decisão administrativa proferida pelo CADE. O Conselho Administrativo de
Defesa Econômica é uma autarquia federal dotada de expertise técnica e capacidade institucional
em questões de regulação econômica, o que exige que o Poder Judiciário tenha uma postura
deferente (de respeito) ao mérito das decisões proferidas pela Autarquia. Assim, a análise
jurisdicional deve se limitar ao exame da legalidade ou abusividade do ato administrativo. (RE
1083955/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/5/2019).

9- É válida a lei que autorize o trabalho de gestantes e lactantes em atividades insalubres?

Resposta: NÃO! Segundo o entendimento firmado pelo STF, é inconstitucional a lei que autorize o
trabalho de gestantes e lactantes em atividades insalubres. Isso porque a proteção para que a
gestante e a lactante não sejam expostas a atividades insalubres caracteriza-se como importante
direito social instrumental que protege não apenas a mulher como também a criança.
Assim, a proteção à maternidade e a integral proteção à criança são direitos irrenunciáveis e não

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podem ser afastados pelo desconhecimento, impossibilidade ou a própria negligência da gestante


ou lactante em apresentar um atestado médico, sob pena de prejudicá-la e prejudicar o recém-
nascido (ADI 5938/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 29/5/2019).

10- A falta de patrimônio do devedor permite a dispensa da garantia do juízo para a oposição de
embargos à execução fiscal?

Resposta: SIM! Segundo o entendimento firmado pelo STJ, deve ser afastada a exigência da garantia
do juízo para a oposição de embargos à execução fiscal, caso comprovado inequivocadamente que
o devedor não possui patrimônio para garantia do crédito exequendo (REsp 1.487.772-SE, Rel. Min.
Gurgel de Faria, Primeira Turma, por unanimidade, julgado em 28/05/2019, DJe 12/06/2019).

11- É possível aplicar multa à parte que comparece à audiência preliminar apenas para manifestar
desinteresse na realização de acordo?

Resposta: Em regra, não. Segundo o Enunciado nº 121 da II Jornada de Processo Civil do CJF, não
cabe aplicar multa a quem, comparecendo à audiência do art. 334 do CPC, apenas manifesta
desinteresse na realização de acordo. Entretanto, o enunciado ressalva a hipótese de a sessão ter
sido designada unicamente por requerimento da parte e não houver justificativa para a alteração
de posição.

12- É cabível ADI contra decreto autônomo que extingue colegiados da Administração Pública?

Resposta: SIM! Segundo o entendimento firmado pelo STF, é cabível ADI contra decreto presidencial
que, com fundamento no art. 84, VI, “a”, da CF/88, extingue colegiados da Administração Pública
federal. Isso porque se trata de decreto autônomo, que retira fundamento de validade diretamente
da Constituição Federal e, portanto, é dotado de generalidade e abstração (ADI 6121 MC/DF, Rel.
Min. Marco Aurélio, julgado em 12 e 13/6/2019).

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13- É válida a lei municipal que obriga supermercados a colocar à disposição dos consumidores
pessoal suficiente nos caixas?

Resposta: SIM! Segundo o entendimento do STF, é constitucional lei municipal que estabelece que
os supermercados e hipermercados do Município ficam obrigados a colocar à disposição dos
consumidores pessoal suficiente no setor de caixas, de forma que a espera na fila para o
atendimento seja de, no máximo, 15 minutos. Isso porque compete aos Municípios legislar sobre
assuntos de interesse local, notadamente sobre a definição do tempo máximo de espera de clientes
em filas de estabelecimentos empresariais (ARE 809489 AgR/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em
28/5/2019).

14- A majoração de honorários na instância recursal depende da comprovação de trabalho adicional


do advogado?

Resposta: NÃO! Segundo o entendimento do STJ exposto no Jurisprudência em Teses nº 128, para
a majoração de honorários advocatícios na instância recursal, não é exigível a comprovaçãode
trabalho adicional do advogado, que será apenas considerado para a quantificação de tal verba.

15- A suspensão dos direitos políticos prevista no art. 15, III, da CF é aplicável aos condenados ap
enas restritivas de direitos?

Resposta: SIM! Conforme definido pelo STF, havendo condenação criminal transitada em julgado, a
pessoa condenada fica com seus direitos políticos suspensos tanto no caso de pena privativa de
liberdade como na hipótese de substituição por pena restritiva de direitos (RE 601182/MG, Rel. Min.
Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 8/5/2019).

16- São constitucionais as leis municipais que proíbam o serviço de transporte de passageiros
mediante aplicativo?

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Resposta: NÃO! Segundo o entendimento do STF, a proibição ou restrição da atividade de transporte


privado individual por motorista cadastrado em aplicativo é inconstitucional, por violação aos
princípios da livre iniciativa e da livre concorrência (ADPF 449/DF, Rel. Min. Luiz Fux; RE 1054110/SP,
Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 8 e 9/5/2019).

17- Quais vícios podem atingir o motivo do ato administrativo?

Resposta: Existem dois vícios que podem atingir o motivo do ato administrativo e ambos geram
nulidade:
I- Inexistência do Motivo: matéria de fato ou de direito em que se fundamenta o ato é
materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;
II- Falsidade do Motivo: motivo alegado não corresponde ao efetivamente ocorrido.

18- Decreto pode extinguir colegiado previsto em lei?

Resposta: NÃO! Segundo o entendimento firmado pelo STF, é proibida a extinção, por ato
unilateralmente editado pelo chefe do Poder Executivo, de colegiado cuja existência encontre
menção em lei em sentido formal, ainda que ausente a expressa referência “sobre a competência
ou a composição” (ADI 6121 MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12 e 13/6/2019).

19- É constitucional lei estadual que obriga o Poder Executivo a divulgar dados de contratos e obras
públicas?

Resposta: SIM! O STF já decidiu que é constitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que
obriga o Poder Executivo do referido Estado-membro a divulgar, na imprensa oficial e na internet,
a relação completa de obras atinentes a rodovias, portos e aeroportos (ADI 2444/RS, Rel. Min. Dias
Toffoli, julgado em 6/11/2014).

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20- Lei de iniciativa parlamentar pode conceder anistia a servidores público?

Resposta: NÃO! De acordo com o entendimento do STF, é inconstitucional, por vício formal, lei
estadual, de iniciativa parlamentar, que conceda anistia a servidores públicos punidos em virtude
de participação em movimentos reivindicatórios. Isso porque a CF/88 prevê que compete ao Chefe
do Poder Executivo a iniciativa de lei que trate sobre os direitos e deveres dos servidores públicos
(art. 61, § 1º, II, “c”, da CF/88) (ADI 1440/SC, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 15/10/2014).

21- A inexistência de alvará de localização e funcionamento impede a empresa de aderir ao Simples?

Resposta: NÃO! Segundo o entendimento firmado pelo STJ, a ausência de alvará de localização e
funcionamento não impede que a Empresa de Pequeno Porte ou a Microempresa ingressem ou
permaneçam no regime do Simples Nacional.
O inciso XVI do art. 17 da LC 123/2006 prevê que não poderá aderir ao regime as empresas que não
tiverem inscrição em cadastro fiscal federal, municipal ou estadual ou, então, se possuírem
irregularidade em algum desses cadastros. No entanto, os cadastros a que se refere esse inciso são
apenas os cadastros fiscais. Assim, a falta de alvará de localização e funcionamento não significa
"ausência de inscrição em cadastro fiscal" ou "irregularidade em cadastro fiscal", tal como previsto
no art. 17, XVI, da LC 123/2006 (REsp 1.512.925-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
2/6/2016).

22- É constitucional a lei de iniciativa parlamentar que trate sobre os cargos, a organização e o
funcionamento do Tribunal de Contas?

Resposta: NÃO! O STF entende que é inconstitucional lei de iniciativa parlamentar que trate sobre
os cargos, a organização e o funcionamento do Tribunal de Contas. Isso porque é a própria Corte de
Contas quem tem competência reservada para deflagrar o processo legislativo que trate sobre essa

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matéria (arts. 73, 75 e 96 da CF/88). (ADI 3223/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 6/11/2014).

23- O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas pode propor reclamação perante o STF?

Resposta: NÃO! Segundo o entendimento do STF, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas
não possui legitimidade ativa para propor reclamação no STF alegando descumprimento da decisão
do Supremo. A atuação dos membros do MPTC limita-se, unicamente, ao âmbito dos próprios
Tribunais de Contas perante os quais oficiam (Rcl 24156 AgR/DF e Rcl 24158 AgR/DF, Rel. Min. Celso
de Mello, julgados em 24/10/2017).

24- É possível o arbitramento de honorários recursais se não houve fixação anterior no processo?

Resposta: NÃO! Segundo o entendimento do STJ exposto no Jurisprudência em Teses nº 128, os


honorários recursais não têm autonomia nem existência independente da sucumbência fixada na
origem e representam um acréscimo ao ônus estabelecido previamente, motivo por que na
hipótese de descabimento ou de ausência de fixação anterior, não haverá falar em honorários
recursais.

25- Qual é o termo inicial do mandado de segurança que discuta regra do edital que tenha
fundamentado a eliminação de candidato?
Resposta: Segundo o entendimento firmado pelo STJ, o termo inicial do prazo decadencial para a
impetração de mandado de segurança no qual se discuta regra editalícia que tenha fundamentado
eliminação em concurso público é a data em que o candidato toma ciência do ato administrativo
que determina sua exclusão do certame, e não a da publicação do edital do certame (REsp
1.124.254-PI, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 1º/7/2014).

26- Qual é a natureza jurídica do silêncio administrativo?

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Resposta: Conforme leciona Rafael Oliveira (2018, p. 374), a omissão administrativa não representa
uma manifestação de vontade da Administração Pública, razão pela qual não pode ser considerada
um ato administrativo. Dessa forma, o silêncio é considerado um fato administrativo.
Excepcionalmente, o silêncio administrativo representará uma manifestação de vontade da
Administração, desde que haja previsão legal nesse sentido, podendo resultar na concordância ou
não com determinada pretensão do administrado.

27- Os valores para dispensa de licitação das empresas estatais podem ser alterados por ato
infralegal?

Resposta: SIM! Os incisos I e II do art. 29 da Lei das Estatais dispõem que a licitação será dispensável:
I- para obras e serviços de engenharia de valor até R$ 100.000,00 (cem mil reais);
II- para outros serviços e compras de valor até R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) e para alienações;
Segundo o §3º do art. 29 da Lei das Estatais, os valores estabelecidos nos incisos I e II do caput
podem ser alterados, para refletir a variação de custos, por deliberação do Conselho de
Administração da empresa pública ou sociedade de economia mista, admitindo-se valores
diferenciados para cada sociedade.

28- O que é a tipicidade dos atos administrativos?

Resposta: A tipicidade é um dos atributos dos atos administrativos. De acordo com Maria Sylva
Zanella Di Pietro (2018, p. 282), em razão da tipicidade, o ato administrativo deve corresponder a
figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Assim, trata-
se de uma decorrência do princípio da legalidade, que afasta a possibilidade d a Administração
praticar atos inominados.

29- Quais são as espécies de analogia?

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Resposta: Existem duas espécies de analogia, de acordo com a doutrina (TARTUCE, 2017, p. 29):
I- Analogia legal ou legis: consiste na aplicação de somente uma norma próprima ao caso concreto;
e
II- Analogia jurídica ou iuris: consiste na aplicação de um conjunto de normas próximas, com a
extração de elementos que possibilitem a analogia. Um exemplo é a aplicação por analogia das
regras da ação reivindicatória para a ação de imissão de posse.

30- O que é a imperatividade dos atos administrativos?

Resposta: A imperatividade é um dos atributos dos atos administrativos. Segundo Maria Sylvia Di
Pietro (2018, p. 280), a imperatividade é o atributo pelo qual os atos administrativos são impostos
a terceiros, independentemente de sua concordância. Isso decorre da prerrogativa que detém o
Poder Público de, por meio de atos unilaterais, impor obrigações a terceiros, em razão do chamado
“poder extroverso”.

31- Quais são as espécies de lacunas normativas?

Resposta: Conforme leciona Flávio Tartuce (2017, p. 27), e de acordo com a classificação de Maria
Helena Diniz, as lacunas normativas podem ser das seguintes espécies:
I- Lacuna normativa: ausência total de uma norma prevista para um determinado caso concreto;
II- Lacuna ontológica: presença de norma para o caso concreto, mas que não tenha eficácia social;
III- Lacuna axiológica: presença de norma para o caso concreto, mas cuja aplicação é insatisfatória
ou injusta;
IV- Lacuna de conflito ou antinomia: é o choque entre duas ou mais normas válidas, pendente de
solução no caso concreto.

32- Qual é o marco temporal utilizado para a aplicação das regras do CPC/2015 sobre honorários

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advocatícios?

Resposta: Segundo o entendimento do STJ, a sentença é o ato processual que qualifica o nascedouro
do direito à percepção dos honorários advocatícios, razão pela qual deve ser considerada o marco
temporal para a aplicação das regras fixadas pelo CPC/2015 (EAREsp 1.255.986-PR, Rel. Min. Luis
Felipe Salomão, Corte Especial, por unanimidade, julgado em 20/03/2019, DJe 06/05/2019).

33- O que são os efeitos prodrômicos dos atos administrativos?

Resposta: Os efeitos prodrômicos são os efeitos atípicos do ato administrativo. Em outras palavras,
são os efeitos preliminares ou iniciais distintos da eficácia principal do ato. É o caso, por exemplo,
da autorização que a lei confere ao Poder Público para ingressar no bem a ser desapropriado após
a expedição do decreto expropriatório.

34- O STJ admite a impetração de mandado de segurança contra decisão proferida em execução
fiscal cujo valor seja inferior a 50 ORTN?

Resposta: NÃO! De acordo com o entendimento do STJ, não é cabível mandado de segurança contra
decisão proferida em execução fiscal no contexto do art. 34 da Lei de Execução Fiscal. Isso porque
o dispositivo mencionado afirma que, nas execuções fiscais cujo valor seja inferior a 50 ORTN, são
oponíveis somente embargos de declaração e embargos infringntes, entendimento excepcionado
apenas pelo eventual cabimento de recurso extraordinário, conforme prevê a Súmula nº 640 do STJ
(IAC no RMS 54.712-SP, Rel. Min. Sérgio Kukina, Primeira Seção, por maioria, julgado em
10/04/2019, DJe 20/05/2019).

35- É possível a penhora no rosto dos autos de procedimento de arbitragem?

Resposta: SIM! Conforme definido pelo STJ, é possível a penhora no rosto dos autos de

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procedimento de arbitragem. A penhora no rosto dos autos prevista no art. 674 do CPC/1973
correspondente à penhora nos autos do art. 860 do CPC/2015 recai sobre direito litigioso, ou seja,
direito que ainda é pleiteado em juízo. A prévia formação do título executivo judicial não é requisito
para que se realize a penhora no rosto dos autos, bastando, para tanto, que o devedor, executado
nos autos em que se requer a medida, tenha, ao menos, a expectativa de receber algum bem
economicamente apreciável nos autos em cujo "rosto" se pretende seja anotada a penhora
requerida.
Respeitadas as peculiaridades de cada jurisdição, é possível aplicar a regra do art. 674 do CPC/1973
(art. 860 do CPC/2015) ao procedimento de arbitragem, a fim de permitir que o juiz oficie o árbitro
para que este faça constar em sua decisão final, acaso favorável ao executado, a existência da ordem
judicial de expropriação, ordem essa, por sua vez, que só será efetivada ao tempo e modo do
cumprimento da sentença arbitral (REsp 1.678.224-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma,
por unanimidade, julgado em 07/05/2019, DJe 09/05/2019).

36- Quais atos administrativos não podem ser revogados?

Resposta: Segundo a doutrina majoritária, os seguintes atos administrativos não comportam


revogação:
a) Atos que geram direito adquirido;
b) Atos já exauridos;
c) Atos vinculados;
d) Atos enunciativos (certidões, pareceres e atestados); e
e) Atos preclusos no curso de procedimento administrativo.

37- É penhorável o bem de família que esteja locado a terceiros?

Resposta: Depende! Segundo a Súmula nº 486 do STJ, é impenhorável o único imóvel residencial do
devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para

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a subsistência ou a moradia da sua família. Dessa forma, caso a renda obtida não tenha a destinação
mencionada, o bem de família locado a terceiros será penhorável.

38- O princípio da insignificância é aplicável aos crimes cometidos contra a Administração Pública?

Resposta: NÃO! Segundo entendimento do STJ, exposto na Súmula nº 599, o princípio da


insignificância é inaplicável aos crimes cometidos contra a Administração Pública, ainda que o valor
seja irrisório, porquanto a norma penal busca tutelar não somente o patrimônio, mas também a
moral administrativa.

39- O condomínio pode ser responsabilizado pelo pagamento do IPTU relativo às áreas comuns e
de terceiros?

Resposta: NÃO! Conforme definido pelo STJ, o condomínio não é responsável pelo pagamento do
IPTU incidente sobre as áreas comuns e de terceiros, pois não é sua a titularidade do domínio útil,
tampouco exerce posse com animus domini (AgRg no Resp 1361631/DF, Rel. Min. Assusete
Magalhães, j. 21/06/2016, Dje 28/06/2016).

40- Como deve ser interpretado o contrato de fiança?

Resposta: Conforme afirmado pelo STJ, o contrato de fiança deve ser interpretado restritivamente,
tendo em vista que o art. 819 do Código Civil veda a interpretação extensiva. Desse, a
responsabilidade dos fiadores se resume aos termos do pactuado no ajuste original, com o qual
expressamente consentiram (Resp 1482565/SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, j. 06/12/2016, Dje
15/12/2016).

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41- O ato de tombamento geral precisa individualizar os bens abarcados pelo tombo?

Resposta: NÃO! Segundo o entendimento firmado pelo STJ, o ato de tombamento geral não precisa
individualizar os bens abarcados, pois as restrições impostas pelo Decreto-Lei nº 25/1937 se
estendem à totalidade dos imóveis pertencentes à área tombada (Resp 1359534/MA, Rel. Min.
Herman Benjamin, T2, j. 20/02/2014, Dje 24/10/2016).

42- A impenhorabilidade do bem de família é oponível às execuções de sentenças cíveis decorrentes


de atos ilícitos?

Resposta: Em regra, SIM! Segundo o entendimento do STJ, a impenhorabilidade do bem de família


é oponível às execuções de sentenças cíveis decorrenes de atos ilícitos, exceto nas hipóteses em
que houve o prévio reconhecimento do ato na esfera penal (Resp 1021440/SP, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, j. 02/05/2013, Dje 20/05/2013).

43- Quais são os vícios que um ato administrativo pode apresentar quanto ao motivo?

Resposta: Segundo a lição de Maria Sylvia Di Pietro (2018, p. 323), o motivo do ato administrativo
pode apresentar dois vícios:
I- Inexistência de motivo: ocorre quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o
ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;
II- Falsidade do motivo: ocorre quando o motivo exposto para o ato é falso e difere do motivo real.

44- Na desapropriação, como é calculada a indenização referente à cobertura vegetal?

Resposta: Segundo o entendimento do STJ, a indenização referente à cobertura vegetal deve ser
calculada em separado do valor da terra nua caso comprovada a exploração dos recursos vegetais
de forma lícita e anterior ao processo interventivo na propriedade (Resp 1287823/MT, Rel. Min. Ari

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Pargendler, T1, j. 04/08/2015, DJe 28/08/2015).

45- Incide imposto de renda sobre a indenização recebida pelo particular decorrente de servidão
administrativa?

Resposta: NÃO! De acordo com o entendimento do STJ, não deve incidir imposto de renda sobre os
valores indenizatórios recebidos pelo particular em razão de servidão administrativa instituída pelo
Poder Público, tendo em vista a ausência de acréscimo patrimonial (Resp 1410119/SC, Rel. Min.
Eliana Calmon, j. 12/11/2013, Dje 20/11/2013).

46- Quais são as características da competência para a prática de atos administrativos?

Resposta: Segundo leciona Maria Sylvia Di Pietro (2018, p. 284), à competência para a prática de
atos administrativos aplicam-se as seguintes regras:
I- decorre sempre da lei, não podendo o próprio órgão estabelecer, por si, as suas atribuições;
II- é inderrogável, seja pela vontade da Administração, seja por acordo com terceiros, tendo em
vista que ela é conferida em benefício do interesse público;
III- pode ser objeto de delegação ou de avocação, desde que não se trate de competência conferida
a determinado órgão ou agente, com exclusividade, pela lei.
Vale ressaltar que o art. 11 da Lei nº 9.784/99 prevê que a competência é irrenunciável e se exerce
pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e
avocação legalmente admitidos.

47- Como os atos administrativos podem ser classificados quanto aos efeitos?
Resposta: Segundo Maria Sylvia Di Pietro (2018, p. 306), quanto aos efeitos, os atos administrativos
podem ser classificados como:
I- Ato constitutivo: é aquele pelo qual a Administração cria, modifica ou extingue um direito ou uma
situação do administrado.

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II- Ato declaratório: é aquele em que a Administração apenas reconhece um direito que já existia
antes do ato;
III- Ato enunciativo: é aquele pelo qual a Administração apenas ateste ou reconhece determinada
situação, sem que haja manifestação de vontade produtora de efeitos jurídicos.

48- É cabível indenização caso a servidão de passagem abranja área superior àquela prevista na
escritura pública?

Resposta: SIM! Segundo o entendimento do STJ, nas hipóteses em que ficar demonstrado que a
servidão de passagem instituída pelo Poder Público abrange área superior àquela prevista na
escritura pública, impõe-se o dever de indenizar, sob pena de violação do princípio do justo preço
(Resp 1359575/RS, Rel. Min. Og Fernandes, j. 09/10/2018, Dje 15/10/2018).

49- Qual é o regime prescricional aplicável ao particular que comete ato de improbidade
administrativa?

Resposta: Segundo a Súmula nº 634 do STJ, ao particular aplica-se o mesmo regime prescricional
previsto na lei de improbidade administrativa para os agentes públicos.

50- Como os atos administrativos podem ser classificados quanto à forma?

Resposta: De acordo com Maria Sylvia Di Pietro (2018, p. 314), os atos administrativos podem ser
classificados, quanto à forma, em:
I- Decreto: é a forma de que se revestem os atos individuais ou gerais, emanados do Chefe do
Executivo;
II- Resolução e portaria: formas dos atos, gerais ou individuais, emanados de autoridades outras que
não o Chefe do Executivo;
III- Circular: é o instrumento de que se valem as autoridades para transmitir ordens internas

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uniformes aos subordinados;


IV- Despacho: é o ato administrativo que contém decisão das autoridades administrativas sobre
assunto de interesse individual ou coletivo submetido à sua apreciação;
V- Alvará: é o instrumento para a concessão de licença ou autorização para a prática de ato ou
atividade sujeitos ao poder de polícia.

51- Os bens de sociedades de economia mista podem ser adquiridos por meio de usucapião?

Resposta: Depende! Segundo o entendimento do STJ, os bens integrantes do acervo patrimonial das
sociedades de economia mista sujeitos a uma destinação pública equiparam-se a bens públicos,
sendo, portanto, insuscetíveis de serem adquiridos por meio de usucapião. Os demais bens dessas
entidades são equiparados aos bens privados (AgInt no Resp 1719589/SP, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, T4, j. 06/11/2018, Dje 12/11/2018).

52- Na arbitragem, os árbitros possuem poder coercitivo direto?

Resposta: NÃO! Segundo a jurisprudência do STJ, o árbitro não possui poder coercitivo direto,
sendo-lhe vedada a prática de atos executivos, cabendo ao Poder Judiciário a execução forçada do
direito reconhecido na sentença arbitral (Resp 1733685/SP, Rel. Min. Raul Araújo, T4, j. 06/11/2018,
Dje 12/11/2018).

53- A construção irregular em bem de uso comum do povo gera dano presumido à coletividade?

Resposta: SIM! Segundo o entendimento adotado pelo STJ, a construção ou a atividade irregular em
bem de uso comum do povo revela dano presumido à coletividade, dispensada prova de prejuízo
concreto. Isso decorre do grau de conhecimento popular e do caráter notório do status público
desses bens (Resp 1730402/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, T2, j. 07/06/2018, Dje 12/03/2019).

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54- O pescador profissional artesanal tem direito a indenização por danos morais em caso de dano
ambiental que afete sua atividade?

Resposta: SIM! O STJ entende que é devida a indenização por dano moral quando patente o
sofrimento intenso do pescador profissional artesanal, causado pela privação das condições de
trabalho, em consequência de dano ambiental (Resp 1346449/PR, Rel. Min. Luiz Felipe Salomão, T4,
j. 18/10/2012, Dje 21/11/2012) (Vide Tema 439 dos Recursos Repetitivos).

55- Os imóveis vinculados ao Sistema Financeiro de Habitação são tratados como bens públicos?

Resposta: SIM! Segundo o entendimento firmado pelo STJ, o imóvel vinculado ao Sistema Financeiro
de Habitação – SFH, porque afetado à prestação de serviço público, deve ser tratado como bem
público, não podendo, pois, ser objeto de usucapião (AgInt no AREsp 1343742/RJ, Rel. Min. Luiz
Felipe Salomão, T4, j. 26/02/2019, Dje 06/03/2019).

56- Incide IPI sobre os serviços de composição e de impressão gráfica?

Resposta: NÃO! De acordo com o entendimento do STJ, não incide imposto sobre produtos
industrializados – IPI nos serviçso de composição e de impressão gráfica. Nesse caso, incide apenas
o ISS, tendo em vista a previsão expressa na Lista Anexa à LC nº 116/03 (AgInt no Resp 1342471/SP,
Rel. Min. Sérgio Kukina, T1, j. 07/06/2018, Dje 14/06/2018).

57- As entidades dos serviços sociais autônomos possuem legitimidade passiva nas ações judiciais
relacionadas às contribuições sociais recolhidas?

Resposta: NÃO! O STJ firmou o entendimento de que as entidades dos serviços sociais autônomos

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não possuem legitimidade passiva nas ações judiciais em que se discute a relação jurídico-tributária
entre o contribuinte e a União e a repetição de indébito das contribuições sociais recolhidas.
Os serviços sociais autônomos são meros destinatários de parte das contribuições sociais instituídas
pela União, parcela nominada, via de regra, de "adicional à alíquota", cuja natureza jurídica,
contudo, é de Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE.
O repasse da arrecadação da CIDE caracteriza uma transferência de receita corrente para pessoas
jurídicas de direito privado. É, assim, espécie de subvenção econômica. Após o repasse, os valores
não mais têm a qualidade de crédito tributário; são, a partir de então, meras receitas dos serviços
sociais autônomos.
Assim, os serviços autônomos, embora sofram influência (financeira) da decisão judicial a respeito
da relação tributária, como pessoas jurídicas de direito privado, não têm interesse jurídico quanto
à relação jurídico-tributária da qual se origina a base de cálculo dos valores repassados (EREsp
1.619.954-SC, Rel. Min. Gurgel de Faria, por unanimidade, julgado em 10/04/2019, DJe
16/04/2019).

58- Combustíveis, lubrificantes e energia elétrica consumidos no processo de industrialização


podem ser incluídos no cálculo do crédito presumido do IPI?

Resposta: NÃO! Segundo a jurisprudência do STJ, combustíveis, lubrificantes e energia elétrica,


embora consumidos durante o processo de industrialização, não podem ser considerados como
matéria-prima, insumos ou produtos intermediários, para o fim de inclusão no cálculo do crédito
presumido de IPI (AgRg no Resp 1205255/DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, T1, j.
21/03/2017, Dje 31/03/2017).

59- Em recurso ordinário em mandado de segurança, os tribunais federais e estaduais podem


realizar o juízo de admissibilidade?

Resposta: NÃO! Conforme definido pelo STJ, em recurso ordinário em mandado de segurança, o
exercício de juízo de admissibilidade por tribunais federais e estaduais caracteriza usurpação da

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competência do Superior Tribunal de Justiça, sendo cabível reclamação (Rcl 35.958-CE, Rel. Min.
Marco Aurélio Bellizze, por unanimidade, julgado em 10/04/2019, DJe 12/04/2019).

60- Os honorários sucumbenciais relativos a ação de cobrança de cotas condominiais possuem


natureza propter rem?

Resposta: NÃO! Segundo o entendimento adotado pelo STJ, os honorários de sucumbência


decorrentes de ação de cobrança de cotas condominiais não possuem natureza propter real (REsp
1.730.651-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 09/04/2019, DJe
12/04/2019).
As obrigações dos condôminos perante o condomínio são ordinariamente qualificadas como
ambulatórias (propter rem), de modo que, decorrendo as respectivas prestações da mera
titularidade do direito real sobre o imóvel, incidirão sobre a coisa e irão acompanhá-la em todas as
suas mutações subjetivas. Entretanto, a obrigação de pagar as verbas de sucumbência, ainda que
sejam elas decorrentes de sentença proferida em ação de cobrança de cotas condominiais, não
pode ser qualificada como ambulatória (propter rem) e, portanto, não pode ser exigida do novo
proprietário do imóvel sobre o qual recai o débito condominial.
Em primeiro lugar, porque tal obrigação não está expressamente elencada no rol do art. 1.345 do
CC/2002, até mesmo por não se prestar ao custeio de despesas indispensáveis e inadiáveis à
manutenção da coisa comum. Em segundo lugar, porque, no que tange aos honorários de
sucumbência, o STJ, à luz do que dispõe o art. 23 do Estatuto da OAB, consolidou o entendimento
de que constituem direito autônomo do advogado, de natureza remuneratória.

61- A extinção do processo em razão da prescrição intercorrente por ausência de localização de


bens atrai a sucumbência para o exequente?

Resposta: NÃO! O STJ firmou o entendimento de que a prescrição intercorrente por ausência de
localização de bens não retira o princípio da causalidade em desfavor do devedor, nem atrai a
sucumbência para o exequente (REsp 1.769.201-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, por

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unanimidade, julgado em 12/03/2019, DJe 20/03/2019).


A prescrição intercorrente decorre de fato objetivo, o mero decurso do tempo sem a localização de
bens penhoráveis. Com efeito, o fato de o exequente não localizar bens do devedor não pode
significar mais uma penalidade em desfavor daquele que, embora tenha decisão meritória
favorável, não vem a obter êxito prático com o processo. Do contrário, o devedor que não
apresentou bens suficientes ao cumprimento da obrigação ainda sairia vitorioso na lide, fazendo jus
à verba honorária em prol de sua defesa, o que se revelaria teratológico, absurdo, aberrante.

62- Cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que defere ou indefere a distribuição
dinâmica do ônus da prova?

Resposta: Depende! Segundo a jurisprudência firmada pelo STJ, nem todas as decisões
interlocutórias que versem sobre o ônus da prova são recorríveis de imediato, mas, sim, apenas
aquelas proferidas nos exatos moldes delineados pelo art. 373, §1º, do CPC/2015, que contempla
duas regras jurídicas distintas, ambas criadas para excepcionar a regra geral.
Nesse cenário, é cabível a impugnação imediata da decisão interlocutória que verse sobre quaisquer
das exceções mencionadas no art. 373, §1º, do CPC/2015, pois somente assim haverá a
oportunidade de a parte que recebe o ônus da prova no curso do processo dele se desvencilhar,
seja pela possibilidade de provar, seja ainda para demonstrar que não pode ou que não deve provar,
como, por exemplo, nas hipóteses de prova diabólica reversa ou de prova duplamente diabólica.
Portanto, é cabível agravo de instrumento contra decisão interlocutória que defere ou indefere a
distribuição dinâmica do ônus da prova ou quaisquer outras atribuições do ônus da prova distinta
da regra geral, desde que se operem ope judicis e mediante autorização legal (REsp 1.729.110-CE,
Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 02/04/2019, DJe 04/04/2019).

63- Prova testemunhal é suficiente para amparar o pedido de uma ação rescisória?

Resposta: SIM! Conforme o entendimento do STJ, no novo ordenamento jurídico processual,


qualquer modalidade de prova, inclusive a testemunhal, é apta a amparar o pedido de

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desconstituição do julgado rescindendo na ação rescisória (REsp 1.770.123-SP, Rel. Min. Ricardo
Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 26/03/2019, DJe 02/04/2019).
O novo CPC, com o nítido propósito de alargar o espectro de abrangência do cabimento da ação
rescisória, passou a prever, no inciso VII do artigo 966, a possibilidade de desconstituição do julgado
pela obtenção de "prova nova" em substituição à expressão "documento novo" disposta no mesmo
inciso do artigo 485 do código revogado. Assim, nas ações rescisórias fundadas na obtenção de
prova nova, o termo inicial do prazo decadencial é diferenciado, qual seja, a data da descoberta da
prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado da última
decisão proferida no processo.

64- Quais são as características das Áreas de Proteção Ambiental?

Resposta: A área de proteção ambiental é uma unidade de conservação de uso sustentável. Trata-
se de uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos
abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o
bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica,
disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
A Área de Proteção Ambiental é constituída por terras públicas ou privadas e podem ser
estabelecidas normas e restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada nessa
unidade de conservação.

65- O que é necessário para a configuração da conexão entre medidas cautelares preparatórias?

Resposta: Segundo o entendimento firmado pelo STJ, vínculo de conexão a justificar a reunião de
medidas cautelares preparatórias está vinculado com a identidade de objeto e/ou de causa de pedir
existente entre as ações principais a serem propostas e não do processo cautelar em si (AREsp
832.354-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, por unanimidade, julgado em 21/02/2019, DJe 19/03/2019)

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66- Quais são as características da Floresta Nacional?

Resposta: A Floresta Nacional é uma unidade de conservação de uso sustentável configurada por
uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo
básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em
métodos para exploração sustentável de florestas nativas. Essa unidade de conservação é de posse
e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser
desapropriadas de acordo com o que dispõe a lei.
Nas Florestas Nacionais é admitida a permanência de populações tradicionais que a habitam quando
de sua criação, em conformidade com o disposto em regulamento e no Plano de Manejo da unidade.
A Floresta Nacional também disporá de um Conselho Consultivo, presidido pelo órgão responsável
por sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da
sociedade civil e, quando for o caso, das populações tradicionais residentes.

67- Qual é o alcance do conceito de “decisão interlocutória que versa sobre tutela provisória” para
cabimento de agravo de instrumento?

Resposta: Segundo o entendimento firmado pelo STJ, conceito de "decisão interlocutória que versa
sobre tutela provisória" previsto no art. 1.015, I, do CPC/2015, abrange as decisões que examinam
a presença ou não dos pressupostos que justificam o deferimento, indeferimento, revogação ou
alteração da tutela provisória e, também, as decisões que dizem respeito ao prazo e ao modo de
cumprimento da tutela, a adequação, suficiência, proporcionalidade ou razoabilidade da técnica de
efetivação da tutela provisória e, ainda, a necessidade ou dispensa de garantias para a concessão,
revogação ou alteração da tutela provisória (REsp 1.752.049-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, por
unanimidade, julgado em 12/03/2019, DJe 15/03/2019).

68- Quais são as características da Reserva Particular do Patrimônio Natural?

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Resposta: A Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma unidade de conservação de uso


sustentável. Ela é formada por uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de
conservar a diversidade biológica.
Só poderá ser permitida, na Reserva Particular do Patrimônio Natural, conforme se dispuser em
regulamento: I - a pesquisa científica; e II - a visitação com objetivos turísticos, recreativos e
educacionais.

69- O pedido de suspensão de segurança pode ser veiculado por meio de simples petição?

Resposta: SIM! De acordo com o entendimento do STJ, para a formalização da pretensão e análise
do pedido de suspensão de segurança, basta o requerimento em simples petição dirigida ao
presidente do tribunal ao qual couber o conhecimento de recurso na causa principal (AgInt no AgInt
na SLS 2.116-MG, Rel. Min. Laurita Vaz, por unanimidade, julgado em 07/11/2018, DJe 26/02/2019).
Isso porque não há requisitos formais previstos em lei para o pedido de suspensão; exige-se, apenas,
que haja requerimento da pessoa jurídica de direito público interessada.

70- É válida a cláusula de norma coletiva que permite a conversão em pecúnia do período de
garantia de emprego após o parto?

Resposta: NÃO! Segundo o entendimento do TST, é nula cláusula de norma coletiva que permite a
conversão em pecúnia do período de garantia de emprego após o parto, uma vez que se trata de
direito revestido de indisponibilidade absoluta, assegurado à gestante pelo art. 10, II, "b", do ADCT.
Da mesma forma, também padece de nulidade cláusula de norma coletiva que permite a
substituição da garantia de emprego do empregado reabilitado por indenização do período
estabilitário, e estabelece que o salário na readaptação tenha como parâmetro o valor inicial da
nova função a ser exercida, pois pode implicar redução salarial vedada pelo art. 7º, VI, da CF (TSTRO-
162-89.2016.5.08.0000, SDC, rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, 18.3.2019).

71- Quais são as características da Estação Ecológica?

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Resposta: A estação ecológica é uma unidade de conservação de proteção integral que tem o
objetivo de preservação a natureza e permitir a pesquisa científica. Sua área é pública e é proibida
a visitação, exceto educacional. Pesquisas científicas são permitidas em até 3% ou 1.500 ha. A
criação dessa unidade de conservação independe de consulta pública.

72- Os avós podem ter direito ao recebimento de pensão por morte?

Resposta: SIM! De acordo com a jurisprudência do STJ, deve ser reconhecido aos avós de segurado
falecido o direito ao recebimento de pensão por morte em razão de terem sido os responsáveis pela
criação do neto, ocupando verdadeiro papel de genitores (REsp 1.574.859-SP, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, por unanimidade, julgado em 8/11/2016, DJe 14/11/2016).

73- É válida a cláusula de acordo coletivo de trabalho que assegure o pagamento de auxílio cesta
básica apenas aos trabalhadores associados ao sindicato profissional?

Resposta: NÃO! Segundo o entendimento do TST, é nula cláusula de acordo coletivo de trabalho
que garante o pagamento de auxílio cesta básica apenas aos trabalhadores associados ao sindicato
profissional.
Tal cláusula extrapola os limites na negociação coletiva, pois gera discriminação nas relações de
trabalho, em afronta ao princípio da igualdade (art. 5º, I, da CF), além de representar uma tentativa
de obrigar a filiação compulsória de trabalhadores ao sindicato, o que é vedado pelos arts. 5º, XX, e
8º, V, da CF. Ademais, a negociação restrita aos filiados fere o art. 8º, III, da CF, no que confere aos
sindicatos a defesa dos direitos e interesses da categoria (TST-RO-772-57.2016.5.08.0000, SDC, rel.
Min. Mauricio Godinho Delgado, 8.4.2019).

74- A declaração de suspeição feita pelo próprio magistrado por motivo superveniente gera a
nuldiade dos atos processuais praticados anteriormente?

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Resposta: NÃO! Segundo o entendimento do STJ, a autodeclaração de suspeição realizada por


magistrado em virtude de motivo superveniente não importa em nulidade dos atos processuais
praticados em momento anterior ao fato ensejador da suspeição. Isso porque essa declaração não
gera efeitos retroativos (PET no REsp 1.339.313-RJ, Rel. Min. Sérgio Kukina, Rel. para acórdão Min.
Assusete Magalhães, julgado em 13/4/2016, DJe 9/8/2016).

75- O que é uma Reserva de Biosfera?

Resposta: Segundo o art. 41 da Lei do SNUC, a Reserva da Biosfera é um modelo, adotado


internacionalmente, de gestão integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais, com os
objetivos básicos de preservação da diversidade biológica, o desenvolvimento de atividades de
pesquisa, o monitoramento ambiental, a educação ambiental, o desenvolvimento sustentável e a
melhoria da qualidade de vida das populações.
A Reserva da Biosfera é constituída por áreas de domínio público ou privado e pode ser integrada
por unidades de conservação já criadas pelo Poder Público, respeitadas as normas legais que
disciplinam o manejo de cada categoria específica.
Além disso, a Reserva da Biosfera é gerida por um Conselho Deliberativo, formado por
representantes de instituições públicas, de organizações da sociedade civil e da população
residente, conforme se dispuser em regulamento e no ato de constituição da unidade.

76- O que é uma Constituição Institucionalista?

Resposta: Conforme leciona Uadi Lammêgo Bulos (2014, p. 105), a Constituição, no sentido
institucionalista, é a expressão das ideias fortes e duradouras, dos fins políticos, com vistas a cumprir
programas de ordem social. Para o autor, esse sentido institucionalista de texto constitucional é
semelhante à acepção sociológica de instituição: entrelaçamento de práticas sociais articuladas num
complexo de relações, costumes e sentimentos, com vistas ao exercício de controles sociais. Vale
ressalatar que a Constituição Institucionalista é defendida, entre outros, por Maurice Hauriou.

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77- É possível a compensação dos honorários fixados em embargos à execução com aqueles fixados
na própria ação de execução?

Resposta: NÃO! Segundo o entendimento do STJ, inexiste reciprocidade das obrigações ou de


bilateralidade de créditos (pressupostos do instituto da compensação, art. 368 do Código Civil), o
que implica a impossibilidade de se compensarem os honorários fixados em embargos à execução
com aqueles fixados na própria ação de execução (REsp 1.520.710-SC, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, Corte Especial, por unanimidade, julgado em 18/12/2018, DJe 27/02/2019 (Tema 587)).

78- A impetração de mandado de segurança para declaração de direito à compensação tributária


depende da comprovação do efetivo recolhimento a maior do tributo?

Resposta: Depende. O STJ analisou o tema sob dois aspectos distintos (REsp 1.715.256-SP, Rel. Min.
Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em 13/02/2019, DJe
11/03/2019 (Tema 118)):
I- Tratando-se de Mandado de Segurança impetrado com vistas a declarar o direito à compensação
tributária, em virtude do reconhecimento da ilegalidade ou inconstitucionalidade da exigência da
exação, independentemente da apuração dos respectivos valores, é suficiente, para esse efeito, a
comprovação de que o impetrante ocupa a posição de credor tributário, visto que os comprovantes
de recolhimento indevido serão exigidos posteriormente, na esfera administrativa, quando o
procedimento de compensação for submetido à verificação pelo Fisco;
II- Por outro lado, tratando-se de Mandado de Segurança com vistas a obter juízo específico sobre
as parcelas a serem compensadas, com efetiva investigação da liquidez e certeza dos créditos, ou,
ainda, na hipótese em que os efeitos da sentença supõem a efetiva homologação da compensação
a ser realizada, o crédito do contribuinte depende de quantificação, de modo que a inexistência de
comprovação cabal dos valores indevidamente recolhidos representa a ausência de prova pré-
constituída indispensável à propositura da ação.

79- A decisão interlocutória que afasta a alegação de prescrição é imediatamente recorrível?

Resposta: SIM! De acordo com o entendimento firmado pelo STJ, a decisão interlocutória que afasta

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a alegação de prescrição é recorrível, de imediato, por meio de agravo de instrumento (REsp


1.738.756-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 19/02/2019, DJe
22/02/2019).
Embora a ocorrência ou não da prescrição ou da decadência possam ser apreciadas somente por
ocasião da prolação da sentença, não há vedação alguma para que essas questões sejam
antecipadamente examinadas, por intermédio de decisões interlocutórias.
Nesse contexto, vale ressaltar que o conteúdo do art. 1.015, caput, do CPC/2015 é suficientemente
amplo - "cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre" -, de
modo que, tendo sido proferida uma decisão interlocutória que diga respeito à prescrição ou à
decadência (art. 487, II), o recurso de agravo de instrumento é cabível com base no inciso II do art.
1.015, pois a prescrição e a decadência são, na forma da lei, questões de mérito.

80- O que é um Orçamento Base Zero?

Resposta: Em Direito Financeiro, Orçamento Base Zero é uma técnica de planejamento do


orçamento que inverte a lógica tradicional do processo de orçamentação. No orçamento comum,
em cada ano são realizadas apenas variações dos anos anteriores, tomando como base os
orçamentos desses anos. No entanto, no orçamento base zero, todo o orçamento deve ser criado
desde o início a cada exercício, independentemente dos orçamentos dos exercícios anteriores.
Essa técnica de orçamentação tem como vantagens, por exemplo, gerar uma alocação eficiente dos
recursos e ajudar a detectar orçamentos inflacionados.
Algumas desvantagens do orçamento base zero são o tempo consumido em relação ao orçamento
tradicional e a necessidade de justificação de cada item de despesa orçamentária.

81- Qual é o fato gerador do IPI incidente sobre mercadoria importada?

Resposta: Conforme decidido pelo STJ, o fato gerador do Imposto sobre Produtos Industrializados -
IPI, incidente sobre mercadoria importada, é o desembaraço aduaneiro (art. 46, I, do Código
Tributário Nacional - CTN), sendo irrelevante se o bem é adquirido a título de compra e venda ou de
arrendamento, incidindo o tributo sobre a base de cálculo proporcional nos casos de ingresso do
bem em caráter temporário no território nacional, nos termos do art. 79 da Lei n. 9.430/1996 (REsp

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1760149/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 11/09/2018, DJe
21/11/2018).

82- Legislação municipal pode reduzir o patamar mínimo de proteção marginal dos cursos d'água
fixado pelo Código Florestal?

Resposta: NÃO! Segundo o entendimento do STJ, a legislação municipal não pode reduzir o patamar
mínimo de proteção marginal dos cursos d'água, em toda sua extensão, fixado pelo Código Florestal
(AREsp 1.312.435-RJ, Rel. Min. Og Fernandes, por unanimidade, julgado em 07/02/2019, DJe
21/02/2019).
Reduzir o tamanho da área de preservação permanente afastando a aplicação do Código Florestal
implicaria verdadeiro retrocesso em matéria ambiental, pois não é possível assegurar o meio
ambiente ecologicamente equilibrado diminuindo a área de preservação insculpida na norma
infraconstitucional mais protetiva. Nesse contexto, a norma federal conferiu uma proteção mínima,
cabendo à legislação municipal apenas intensificar o grau de proteção às margens dos cursos d'água,
ou quando muito, manter o patamar de proteção.

83- A quem cabe decidir sobre a existência, a validade e a eficácia da convenção de arbitragem e do
contrato que contenha cláusula compromissória?

Resposta: Segundo o entendimento do STJ, a previsão contratual de convenção de arbitragem


enseja o reconhecimento da competência do Juízo arbitral para decidir com primazia sobre o Poder
Judiciário, de ofício ou por provocação das partes, as questões relativas à existência, à validade e à
eficácia da convenção de arbitragem e do contrato que contenha a cláusula compromissória (AgInt
no AREsp 425955/MG, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em
25/02/2019, DJe 01/03/2019).

84- Qual é o termo inicial da incidência dos juros moratórios em ações de reparação por danos
decorrentes de acidentes ambientais?

Resposta: Conforme definido pelo STJ, o termo inicial da incidência dos juros moratórios nas

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hipóteses de reparação de danos morais e materiais decorrentes de acidente ambiental é a data do


evento danoso (REsp 1114398/PR, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
08/02/2012, DJe 16/02/2012).
Incide no caso a Súmula nº 54 do STJ, segundo a qual os juros moratórios fluem a partir do evento
danoso, em caso de responsabilidade extracontratual.

85- A revenda de produtos importados está sujeita a incidência de IPI se não houver industrialização
no Brasil?

Resposta: SIM! O STJ firmou, sob a sistemática dos recursos repetitivos, o entendimento de que os
produtos importados estão sujeitos a uma nova incidência do IPI quando de sua saída do
estabelecimento importador na operação de revenda, mesmo que não tenham sofrido
industrialização no Brasil.
Essa interpretação não configura bis in idem, dupla tributação ou bitributação, porque a lei elenca
dois fatos geradores distintos para o IPI: I- o desembaraço aduaneiro proveniente da operação de
compra do produto industrializado no exterior; e II- a saída do produto industrializado do
estabelecimento importador equiparado a estabelecimento produtor (EREsp 1403532/SC, Rel.
Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Rel. p/ Acórdão Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/10/2015, DJe 18/12/2015).

86- Em quais situações o Poder Judiciário pode declarar a nulidade de cláusula compromissória
arbitral?

Resposta: Segundo a jurisprudência do STJ, apenas em situações excepcionais é que o Poder


Judiciário pode declarar a nulidade de cláusula compromissória arbitral, independentemente do
estado em que se encontre o procedimento arbitral. Para tanto, a cláusula compromissória deverá
estar aposta em compromisso claramente ilegal (REsp 1602076/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 15/09/2016, DJe 30/09/2016).

87- O pescador profissional tem legitimidade para postular indenização por dano ambiental que
acarreta a redução da pesca?

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Resposta: SIM! O STJ entende que o pescador profissional é parte legítima para postular indenização
por dano ambiental que acarretou a redução da pesca na área atingida. Para tanto, ele poderá
utilizar-se do registro profissional, ainda que concedido posteriormente ao sinistro, e de outros
meios de prova que sejam suficientes ao convencimento do juiz acerca do exercício dessa atividade
(AgInt no REsp 1638946/RO, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
19/09/2017, DJe 27/09/2017).

88- Incide IPI sobre a venda de produtos furtados ou roubados antes da entrega ao comprador?

Resposta: NÃO! O STJ possui o entendimento de que não incide o Imposto sobre Produtos
Industrializados – IPI sobre a venda de produtos, na hipótese em que ocorre roubo ou furto de
mercadoria, antes da entrega ao comprador. Isso porque, nesse caso, não resta configurado o fato
gerador, o que somente ocorreria com a efetivação da operação mercantil (EREsp 734403/RS, Rel.
Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/11/2018, DJe
21/11/2018).

89- O redirecionamento da execução fiscal decorrente da dissolução irregular é cabível em caso de


dívida não tributária?

Resposta: SIM! Conforme definido pelo STJ, quando a sociedade empresário for dissolvida
irregularmente, será possível o redirecionamento da execução fiscal de dívida ativa não tributária
contra o sócio gerente da pessoa jurídica executada, independentemente da existência de dolo
(REsp 1.371.128-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10/9/2014).

90- O prévio ajuizamento de medida de urgência perante o Judiciário afasta a eficácia da cláusula
compromissória arbitral?

Resposta: NÃO! Conforme decidido pelo STJ, o prévio ajuizamento de ação cautelar perante o Poder
Judiciário deriva do poder geral de cautela insculpido na legislação processual e previsto
expressamente nos arts. 22-A e 22-B da Lei nº 9.307/96 (lei da arbitragem). A atribuição de processá-

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la, todavia, após a instauração da arbitragem, é do juízo arbitral, ocasião em que poderá reanalisar
a medida eventualmente concedida (REsp 1586383/MG, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI,
QUARTA TURMA, julgado em 05/12/2017, DJe 14/12/2017).

91- O consumidor pode propor ação declaratória com repetição de indébito para afastar, a
incidência do ICMS sobre a demanda contratada e não utilizada de energia elétrica?

Resposta: SIM! Conforme definido pelo STJ, apesar de o art. 166 do CTN conferir ao contribuinte de
direito, como regra geral, a legitimidade para a restituição de tributos pagos indevidamente, o art.
7º, II, da Lei nº 8.987/85 garante ao usuário do serviço público o direito de defender seus interesses
diante do concedente e da concessionária.
Logo, diante do que dispõe a legislação que disciplina as concessões de serviço público e da peculiar
relação envolvendo o Estado-concedente, a concessionária e o consumidor, esse último tem
legitimidade para propor ação declaratória c/c repetição de indébito na qual se busca afastar, no
tocante ao fornecimento de energia elétrica, a incidência do ICMS sobre a demanda contratada e
não utilizada (REsp 1299303/SC, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
08/08/2012, DJe 14/08/2012).

92- Os valores depositados em nome das filiais podem ser penhorados por dívidas tributárias da
matriz?

Resposta: SIM! Segundo o posicionamento do STJ, os valores depositados em nome das filiais estão
sujeitos à penhora por dívidas tributárias da matriz (REsp 1.355.812-RS, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, julgado em 22/5/2013).
O princípio tributário da autonomia dos estabelecimentos, cujo conteúdo normativo preceitua que
estes devem ser considerados, na forma da legislação específica de cada tributo, unidades
autônomas e independentes nas relações jurídico-tributárias travadas com a administração fiscal, é
um instituto de direito material ligado ao nascimento da obrigação tributária de cada imposto
especificamente considerado e não tem relação com a responsabilidade patrimonial dos devedores,
prevista em um regramento de direito processual, ou com os limites da responsabilidade dos bens
da empresa e dos sócios definidos no direito empresarial.

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Além disso, a obrigação de que cada estabelecimento se inscreva com número próprio no CNPJ tem
especial relevância para a atividade fiscalizatória da administração tributária, não afastando a
unidade patrimonial da empresa, cabendo ressaltar que a inscrição da filial no CNPJ é derivada da
inscrição do CNPJ da matriz. Diante do exposto, limitar a satisfação do crédito público, notadamente
do crédito tributário, a somente o patrimônio do estabelecimento que participou da situação
caracterizada como fato gerador é adotar interpretação incabível.

93- O que é a Teoria do Reforço da Democracia?

Resposta: A Teoria do Reforço da Democracia, de acordo com a lição de Marcelo Novelino (2017, p.
153), está relacionada à interpretação constitucional exercida pelo Poder Judiciário.
Por essa teoria, cabe aos magistrados a proteção de direitos indispensávels ao bom funcionamento
da democracia, bem como de grupos em situação de risco resultante da insuficiência do processo
democrático. Assim, a interpretação constitucional deve atuar apenas nos casos de mau
funcionamento da democracia, assegurando a regular participação política de todos os
interessados.

94- É necessária a instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica para o


redirecionamento da execução fiscal a pessoa jurídica do mesmo grupo econômico?

Resposta: Depende! Inicialmente cumpre salientar que em atenção à presunção relativa de


legitimidade da Certidão da Dívida Ativa, o STJ pacificou entendimento segundo o qual a execução
fiscal pode ser redirecionada ao corresponsável nela indicado, cabendo à parte então executada
defender-se por meio dos embargos do devedor.
Caso o pedido de redirecionamento da execução fiscal mire pessoas jurídicas não elencadas na
Certidão de Dívida Ativa, após a comprovação, pela Fazenda, da caracterização de hipótese legal de
responsabilização dos terceiros indicados, o magistrado também pode decidir pela inclusão no polo
passivo sem a instauração do incidente de desconsideração, pois a responsabilização de terceiros
tratada no CTN não necessita da desconsideração da pessoa jurídica devedora.
Ademais, a atribuição de responsabilidade tributária aos sócios gerentes, nos termos do art. 135 do
CTN, não depende mesmo do incidente de desconsideração da personalidade jurídica da sociedade

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empresária prevista no art. 133 do CPC/2015, pois a responsabilidade dos sócios, de fato, já lhes é
atribuída pela própria lei, de forma pessoal e subjetiva. Igualmente, a responsabilidade subsidiária
do art. 134, VII, do CTN autoriza o redirecionamento da execução fiscal aos sócios na hipótese de
não ser possível exigir o crédito tributário da sociedade empresária liquidada
Entretanto, o STJ decidiu que é necessária a instauração do incidente de desconsideração da
personalidade da pessoa jurídica devedora para o redirecionamento de execução fiscal a pessoa
jurídica que integra o mesmo grupo econômico, mas que não foi identificada no ato de lançamento
(Certidão de Dívida Ativa) ou que não se enquadra nas hipóteses dos arts. 134 e 135 do CTN (REsp
1.775.269-PR, Rel. Min. Gurgel de Faria, por unanimidade, julgado em 21/02/2019, DJe
01/03/2019).

95- Existem serviços que excepcionam a regra de que não podem ser concedidos incentivos fiscais
sobre o ISS que resultem em carga tributária inferior à decorrente da alíquota mínima?

Resposta: SIM! Segundo dispõe o art. 8º-A, §1º, da LC nº 116/03, ão será objeto de concessão de
isenções, incentivos ou benefícios tributários ou financeiros, inclusive de redução de base de cálculo
ou de crédito presumido ou outorgado, ou sob qualquer outra forma que resulte, direta ou
indiretamente, em carga tributária menor que a decorrente da aplicação da alíquota mínima de 2%
estabelecida no caput. No entanto, excepcionam essa regra os serviços de construção civil,
reparação/reforma de edifícios/estradas/portos/pontes, e transportes coletivos municipais.

96- É cabível agravo de instrumento contra decisão de indeferimento do pedido de exclusão de


litisconsorte?

Resposta: NÃO! De acordo com o entendimento do STJ, não cabe agravo de instrumento contra
decisão de indeferimento do pedido de exclusão de litisconsorte (REsp 1.724.453-SP, Rel. Min.
Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 19/03/2019, DJe 22/03/2019).
O CPC/2015 disciplinou, de modo específico, sobre os vícios de que padecerão as sentenças
proferidas sem a integração de um litisconsorte: (i) na hipótese de litisconsórcio necessário e
unitário, a sentença é nula (art. 115, I); (ii) na hipótese de litisconsórcio necessário e simples, a

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sentença será ineficaz em relação aos que não foram citados (art. 115, II); (iii) e, em ambas as
situações, o não atendimento da ordem judicial que determina a integração do polo passivo para a
inclusão dos litisconsortes necessários faltantes acarretará a extinção do processo (art. 115,
parágrafo único). Justamente porque a errônea exclusão de um litisconsorte é capaz de invalidar a
sentença de mérito, inclusive porque à parte excluída deveria ser facultada a ampla participação na
atividade instrutória, é que se admite que a decisão interlocutória com esse conteúdo seja, desde
logo, reexaminada pelo tribunal, antes da sentença. Essa é a razão de existir do art. 1.015, VII, do
CPC/2015.
Todavia, não se verifica a mesma consequência jurídica quando se examina a decisão interlocutória
que rejeita excluir o litisconsorte. A manutenção, no processo, de uma parte alegadamente ilegítima
não fulmina a sentença de mérito nele proferida, podendo o tribunal, por ocasião do julgamento do
recurso de apelação, reconhecer a ilegitimidade da parte e, então, exclui-la do processo.

97- A arbitragem possui natureza jurisdicional?

Resposta: SIM! De acordo com o entendimento firmado pelo STJ, a atividade desenvolvida no
âmbito da arbitragem possui natureza jurisdicional.
Isso torna possível a existência de conflito de competência entre os juízos estatal e arbitral, cabendo
ao Superior Tribunal de Justiça o seu julgamento (CC 157099/RJ, Rel. Ministro MARCO BUZZI, Rel.
p/ Acórdão Ministra NANCY ANDRIGHI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 10/10/2018, DJe 30/10/2018).

98- A retenção de mercadoria importada até o pagamento dos direitos antidumping configura uma
sanção política?

Resposta: NÃO! A súmula nº 323 do STF afirma ser inadmissível a apreensão de mercadorias como
meio coercitivo para pagamento de tributos. No entanto, segundo o entendimento firmado pelo
STJ, a retenção de mercadoria importada até o pagamento dos direitos antidumping não viola o
enunciado da Súmula n. 323/STF (REsp 1.728.921-SC, Rel. Min. Regina Helena Costa, por
unanimidade, julgado em 16/10/2018, DJe 24/10/2018).
O termo dumping origina-se do verbo to dump, que significa jogar, desfazer, esvaziar-se. Consiste
na prática de medidas com o fim de possibilitar que mercadorias ou produtos possam ser oferecidos

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em um mercado estrangeiro a preço inferior ao vigente no mercado interno. O remédio adotado


para essa prática comercial desleal é chamado de direito antidumping, ou seja, é o procedimento
que agrega ao valor do produto importado uma quantia igual ou inferior àquela margem de preço
diferenciado.
Com efeito, o pagamento dos direitos antidumping representa condição para a importação dos
produtos. O importador fica sujeito à sua exigência de ofício, além de multa e juros moratórios, se
não cumprir a determinação, cuja imposição deve ser formalizada em auto de infração. Por essas
razões, resta inaplicável o enunciado da Súmula n. 323 do Supremo Tribunal Federal, que rejeita a
apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos, porquanto não se
pode confundir a apreensão com a retenção de mercadorias e consequente exigência de
recolhimento de tributos e multa ou prestação de garantia, procedimento que integra a operação
de importação. Outrossim, a quitação dos direitos antidumping é requisito para perfectibilização do
processo de importação, sem o qual não pode ser autorizado o despacho aduaneiro.

99- O pedido de concessão de pensão por morte está sujeito à prescrição do fundo de direito?

Resposta: NÃO! Conforme definido pelo STJ, as prestações previdenciárias têm características de
direitos indisponíveis, daí porque o benefício previdenciário em si não prescreve, somente as
prestações não reclamadas no lapso de cinco anos é que prescreverão, uma a uma, em razão da
inércia do beneficiário.
Nesse sentido, nas causas em que se pretende a concessão de benefício de caráter previdenciário,
inexistindo negativa expressa e formal da Administração, não há falar em prescrição do fundo de
direito, nos termos do art. 1º. do Decreto n. 20.910/1932, porquanto a obrigação é de trato
sucessivo, motivo pelo qual incide no caso o disposto na Súmula n. 85 do STJ. Não se pode admitir
que o decurso do tempo legitime a violação de um direito fundamental.
Portanto, não ocorre a prescrição do fundo de direito no pedido de concessão de pensão por morte,
estando prescritas apenas as prestações vencidas no quinquênio que precedeu à propositura da
ação (EREsp 1.269.726-MG, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, por unanimidade, julgado em
13/03/2019, DJe 20/03/2019).

100- O tráfego de veículos com excesso de peso pode gerar responsabilidade civil?

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Resposta: SIM! Segundo o entendimento do STJ, o tráfego de veículos com excesso de peso gera
responsabilidade civil em razão dos danos materiais às vias públicas e do dano moral coletivo
consistente no agravamento dos riscos à saúde e à segurança de todos, sendo viável, como medida
coercitiva, a aplicação de multa civil (astreinte), ainda que já imputada multa administrativa (REsp
1.574.350-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, por unanimidade, julgado em 03/10/2017, DJe
06/03/2019).

101- No que tange à competência administrativa, qual a diferença entre delegação de competência
e delegação de assinatura?

Resposta: Na delegação de competência, há efetiva transferência de competência e da


responsabilidade pela função que será exercida pelo delegatário. Por outro lado, na delegação de
assinatura, o delegatário apenas assina atos administrativos em nome do delegante, sem assumir
qualquer responsabilidade pelo respectivo conteúdo.

102- Editais de concurso público podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem?

Resposta: Segundo entendimento do STF, editais de concurso público não podem estabelecer
restrição a pessoas com tatuagem, salvo situações excepcionais, em razão de conteúdo que viole
valores constitucionais. Nesse sentido, entendeu que a criação de barreiras arbitrárias para impedir
o acesso de candidatos a cargos públicos fere os princípios constitucionais da isonomia e da
razoabilidade (RE 898450).

103- É cabível execução provisória de fazer, não fazer e entregar coisa em face da Fazenda Pública?

Resposta: Segundo entendimento do STF, é cabível execução provisória de fazer, não fazer e
entregar coisa contra a fazenda pública, pois a execução provisória de obrigação de fazer em face

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da Fazenda Pública não atrai o regime constitucional dos precatórios. Assim, em caso de “obrigação
de fazer”, é possível a execução provisória contra a Fazenda Pública, não havendo incompatibilidade
com a Constituição Federal. (RE 573872)

104- Pode o usufrutuário de imóvel urbano discutir a relação jurídico-tributária de IPTU?

Resposta: Segundo entendimento do STJ, o usufrutuário de imóvel urbano possui legitimidade ativa
para questionar o IPTU, pois é o responsável pelo pagamento do IPTU, nos termos do art. 733, II, do
Código Civil, na proporção de seu usufruto. (REsp 203098/SP)

105- É necessária autorização do órgão ambiental competente para manejo sustentável da reserva
legal sem propósito comercial?

Resposta: O manejo sustentável da reserva legal para exploração florestal eventual, sem propósito
comercial direto ou indireto, para consumo no próprio imóvel situado na pequena propriedade ou
posse rural familiar, INDEPENDE DE AUTORIZAÇÃO do órgão ambiental competente, limitada a
retirada anual de material lenhoso a 2 m³ por hectare.

106- É possível o protesto de CDA?

Resposta: Segundo Harrison Leite, é juridicamente possível o protesto da CDA, mormente nos casos
concretos de execução fiscal de baixo valor, muitas vezes de valor inferior ao respectivo custo
processual, pois, a cada pleito executório, mobiliza-se toda a máquina administrativa e a judicial,
quando, na verdade, tem-se um mecanismo mais eficiente, econômico e razoável de se alcançar o
mesmo resultado. Nesse sentido, decidiu o STF pela constitucionalidade do protesto da CDA. (ADI
5135)

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107- O que são serviços públicos impróprios?

Resposta: Segundo Di Pietro, são os serviços públicos que, embora atendam às necessidades
coletivas, NÃO são assumidos nem executados pelo Estado, mas apenas por ele autorizados,
regulamentados e fiscalizados, como, por exemplo, os serviços de táxi.

108- Há responsabilidade solidária do novo empregador com o grupo econômico, no caso de


sucessão de empresas?

Resposta: O TST entendeu que NÃO há responsabilidade solidária do novo empregador com o grupo
econômico, SALVO se comprovada má-fé ou fraude na sucessão, conforme OJ nº 411 da SDI-I: “O
sucessor não responde solidariamente por débitos trabalhistas de empresa não adquirida,
integrante do mesmo grupo econômico da empresa sucedida, quando, à época, a empresa
devedora direta era solvente ou idônea economicamente, ressalvada a hipótese de má-fé ou fraude
na sucessão.”

109- É possível o uso de arbitragem nos conflitos societários?

Resposta: O art. 109 da Lei das S/A permite o uso da arbitragem, porém há que se diferenciar duas
situações: se a cláusula foi prevista originariamente no estatuto da companhia, tendo os sócios
aprovado a cláusula por unanimidade, é plenamente válida a e legítimo o uso da arbitragem, mas
se a cláusula compromissória for introduzida em alteração estatutária, é possível que alguns
acionistas NÃO se manifestem sobre a matéria. Nesse último caso, entende André Santa Cruz
(@prof.andresantacruz) que a inclusão de cláusula compromissória de arbitragem deve ser sempre
unânime.

110- No processo do trabalho, se firmado acordo judicial sem reconhecimento de vínculo, é devido
recolhimento da contribuição previdenciária?

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160 PERGUNTAS E RESPOSTAS

Resposta: É devido o recolhimento da contribuição previdenciária, mediante alíquota de 20% a


cargo do tomador de serviços e de 11% pelo prestador, na qualidade de contribuinte individual,
sobre o valor total do acordo, respeitado o teto de contribuição (OJ 398, da SDI-I do TST).

111- Qual a diferença entre obrigação quesível e obrigação portável?

Resposta: Na obrigação quesível, o pagamento ocorre no domicílio do devedor. Não havendo


contratação específica quanto ao local do cumprimento da obrigação, será considerada quesível,
pois é a regra geral do Código Civil. Já na obrigação portável, estipula-se, pelo instrumento negocial
ou natureza da obrigação, que o local do pagamento será o domicílio do credor.

112- Em que consiste a legitimação bifronte para a ação popular?

Resposta: Significa que a pessoa jurídica de direito público ou de direito privado poderá abster-se
de contestar o pedido ou poderá atuar ao lado do autor da ação popular, desde que útil ao interesse
público. Assim, poderá atuar em ambos os polos da demanda, de acordo com o interesse público,
conforme permissão do art. 6º, § 3º, da Lei 4.717/65.

113- É cabível o redirecionamento da execução fiscal no caso de falência?

Resposta: O STJ NÃO tem admitido o redirecionamento nos processos de falência, por entender que
falir não é infração à lei. Nesse sentido, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no sentido
de que a falência não caracteriza modo irregular de dissolução da pessoa jurídica (STJ, Resp n.
824.914, RE. Min. Denise Arruda, j. 13.11.07). Inclusive, há precedentes do STJ que dizem que a
falência, por si só não legitima o redirecionamento. Para tanto, só é possível redirecionar a execução
quando restar provada que o sócio agiu com infração à lei, ou quando o nome do sócio constou na
CDA desde o início da execução.

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114- Em que consiste o princípio da disponibilidade do processo de execução?

Resposta: Consiste na possibilidade de o exequente, a qualquer momento, ainda que pendente de


julgamento os embargos à execução, desistir do processo, sendo dispensada a concordância do
executado para que produza efeitos jurídicos. No entanto, a admissibilidade da desistência da
execução está condicionada à não realização no processo de atos que não possam ser anulados sem
prejuízo do devedor ou de terceiros.

115- O que é concessão florestal?

Resposta: Segundo a Lei 11.284/06, é a delegação onerosa, feita pelo poder concedente, do direito
de praticar manejo florestal sustentável para exploração de produtos e serviços numa unidade de
manejo, mediante licitação, à pessoa jurídica, em consórcio ou não, que atenda às exigências do
respectivo edital de licitação e demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco
e por prazo determinado.

116- É possível a efetivação de direitos sociais pelo Poder Judiciário?

Resposta: Segundo entendimento do STF, embora seja prerrogativa dos Poderes Legislativo e
Executivo formular e executar políticas públicas, o STF entende possível a efetivação de direitos
sociais via Poder Judiciário, excepcionalmente, sobretudo nas hipóteses de políticas públicas
definidas pela própria Constituição. (RTJ 164/158-161, Rel. Min. CELSO DE MELLO).

117- Como será determinada a competência para o mandado de segurança em 1º grau?

Resposta: Segundo Daniel Amorim Assumpção Neves (@danielnevescpc), se a competência para o

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julgamento do MS for do juízo de primeiro grau, tanto na Justiça Estadual como na Federal, a
competência territorial será determinada pelo local em que a autoridade exerce suas funções. Caso
haja vara privativa da Fazenda Pública, a competência será absoluta dentro da comarca.

118- Crédito presumido de IPI integra a base de cálculo do IRPJ e da CSLL?

Resposta: Sim, segundo entendimento do STJ, O crédito presumido de IPI previsto no art. 1º da Lei
no 9.363/96 integra a base de cálculo do IRPJ e da CSLL. (EREsp 1210941/RS)

119- Qual o alcance do valor mínimo para contratos de parceira público-privada?

Resposta: Existem duas correntes doutrinárias a respeito do alcance federativo da exigência do valor
mínimo de dez milhões de reais (Lei 13.529/17) nos contratos de PPPs. Para a primeira corrente,
que prevalece, o valor mínimo deve ser observado por todos os entes da federação, pois a lei
11.079/04 consagra normas gerais de PPP. Já para a segunda corrente, o valor mínimo de 10 milhões
de reais só se aplica à União, sob pena de inviabilizar a PPP no âmbito dos Estados e Municípios.

120- A revisão anual de vencimentos dos servidores públicos é obrigatória?

Resposta: Segundo entendimento do STF, a revisão anual de vencimentos não é obrigatória, mas
chefe do Executivo deve justificar. Nesse sentido, decidiu que o não encaminhamento de projeto de
lei de revisão anual dos vencimentos dos servidores públicos, previsto no inciso X do art. 37 da
CF/88, não gera direito subjetivo a indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto, se pronunciar,
de forma fundamentada, acerca das razões pelas quais não propôs a revisão. (RE 565089/SP)

121- O que é um codicilo?

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Resposta: Segundo Flávio Tartuce, é disposição testamentária de pequena extensão, ato de última
vontade simplificado. Toda pessoa capaz de testar poderá, mediante escrito particular seu, datado
e assinado, fazer disposições especiais sobre o seu enterro, sobre esmolas de pouca monta a certas
e determinadas pessoas, ou, indeterminadamente, aos pobres de certo lugar, assim como legar
móveis, roupas ou joias, de pouco valor, de seu uso pessoal. Atos praticados por codicilo revogam-
se por atos iguais, e consideram-se revogados, se, havendo testamento posterior, de qualquer
natureza, este não confirmá-los ou modificá-los.

122- Em que consiste a reserva de administração?

Resposta: Consiste no núcleo funcional da administração resistente à lei, ou seja, o tratamento de


algumas matérias seria adstrito à Administração, sendo ilícita ingerência do parlamento. Pode se
dividir em reserva geral de administração, pela qual a atuação de cada órgão estatal não pode
invadir ou cercear o núcleo essencial da competência de outros órgãos, sobretudo no exercício da
discricionariedade administrativa; e reserva específica de Administração, pela qual a CF destaca
determinadas matérias, submetendo-as à exclusiva competência administrativa do poder
executivo.

123- Quais são os requistos para o exercício do direito de greve?

Resposta: Segundo Henrique Correia (@prof_correia), são requisitos para o exercício do direito de
greve: convocação e realização de assembleia geral; comunicação prévia ao empregador, com
antecedência de 48 horas, no mínimo, e para serviços essenciais deve ser de 72 horas; e
manutenção do maquinário.

124- É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais


independentemente da responsabilização da pessoa física?

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Resposta: Sim, segundo entendimento do STF e do STJ, é possível a responsabilização penal da


pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da responsabilização concomitante da
pessoa física que agia em seu nome. A jurisprudência não mais adota a chamada teoria da "dupla
imputação”. (STJ: RMS 39.173-BA, STF: RE 548181/PR)

125- É possível o pagamento de terço de férias e de 13º salário a Vereadores?

Resposta: O STF decidiu que o art. 39, § 4º, da Constituição Federal não é incompatível com o
pagamento de terço de férias e décimo terceiro salário. Assim, os Vereadores, mesmo recebendo
sua remuneração por meio de subsídio, podem ter direito ao pagamento de terço de férias e de 13º
salário. Desse modo, é possível o pagamento de terço de férias e de 13º salário aos Vereadores,
desde que a percepção de tais verbas esteja prevista em lei municipal. (RE 650898/RS)

126- No contexto das expropriações, qual a diferença entre tredestinação e adestinação?

Resposta: Segundo Alexandre Mazza ocorre a tredestinação quando o bem objeto da ação
expropriante recebe destinação diferente da inicialmente prevista no ato ou na lei expropriatória.
Já na adestinação o bem expropriado não recebe destinação alguma, nem de interesse público, nem
de interesse privado, sendo mantido completamente desafetado e sem uso.

127- No que tange à manifestação de vontade do órgão, em que consiste a teoria da representação?

Resposta: Segundo Matheus Carvalho, pela teoria da representação, o agente público, por força de
lei, atuaria como representante do Poder Público, como os curadores ou tutores de incapazes. Nesse
sentido, a teoria peca por considerar a existência de duas vontades independentes, ou seja, a do
Estado e a do agente público que teria a capacidade de representar a vontade estatal, em
decorrência da representação. Além disso, a Administração Pública não poderia ser considerada
incapaz de exercer seus direitos e obrigações.

128- A alienação do controle das empresas subsidiárias e controladas das empresas públicas e

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sociedades de economia mista exige autorização legislativa e licitação?

Resposta: Não, não se exige autorização legislativa para a alienação do controle de subsidiárias e
controladas de empresas públicas e sociedade de economia mista. Além disso, nesses casos não há
necessidade de licitação, desde que siga procedimentos que observem os princípios da
administração pública inscritos no art. 37 da Constituição Federal, respeitada, sempre, a exigência
de necessária competitividade. (STF, ADI 5624 MC-Ref/DF)

129- Existe Poder Constituinte “Municipal”?

Resposta: Segundo Uadi Lammêgo Bulos, inexiste poder constituinte “municipal”. O que há é uma
competência legislativa titularizada pela Câmara de Vereadores, cujo escopo é elaborar e modificar
a lei orgânica do Município.

130- É constitucional foro por prerrogativa de função para Procuradores do Estado estabelecido por
Constituição Estadual?

Resposta: É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que estabeleça foro por


prerrogativa de função, no Tribunal de Justiça, para Procuradores do Estado, assim como para
Procuradores da Assembleia Legislativa, Defensores Públicos e Delegados de Polícia. Segundo
entendimento do STF, a CF/88 apenas excepcionalmente conferiu prerrogativa de foro para as
autoridades federais, estaduais e municipais. Assim, não podem os Estados, livremente, criar novas
hipóteses de foro por prerrogativa de função. (STF, ADI 2553/MA)

131- É cabível ADI contra decreto presidencial que, com fundamento no art. 84, VI, ‘a’, da CF/88,
extingue colegiados da Administração Pública Federal?

Resposta: Sim, é cabível ADI contra decreto que extingue colegiados da Administração Pública
Federal, cujo fundamento é o art. 84, VI, ‘a’ da CF/88, pois se trata de decreto autônomo, que retira
fundamento de validade diretamente da Constituição Federal e, portanto, é dotado de generalidade
e abstração suficientes para ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade. (STF, ADI 6121

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MC/DF)

132- Qual a natureza do calendário procedimental previsto no art. 191 do CPC?

Resposta: Segundo Daniel Amorim Assumpção Neves, a calendarização procedimental é um negócio


jurídico plurilateral, considerando-se que nos termos do art. 191, caput, do CPC, a fixação do
calendário depende no caso concreto de um acordo entre as partes e o juiz. Ainda, deve-se entender
o termo partes de forma ampla, porque qualquer sujeito processual que participe da relação jurídica
processual será diretamente afetado pela calendarização do procedimento, sendo imprescindível
sua concordância.

133- Cabe agravo de instrumento contra a decisão interlocutória que acolhe ou afasta a arguição de
impossibilidade jurídica do pedido?

Resposta: Sim, pois, segundo entendimento do STJ, a possibilidade jurídica do pedido, após o
CPC/15, compõe parcela do mérito que está sendo discutido no processo, de modo que a decisão
interlocutória que versar sobre essa matéria, seja para acolher ou para afastá-la, poderá ser objeto
de agravo de instrumento com base no art. 1.015, II, do CPC. (STJ, REsp 1.757.123-SP)

134- É cabível ação rescisória contra decisão do Presidente do Tribunal proferida em suspensão de
liminar?

Resposta: Segundo entendimento do STJ, não, pois ausentes os requisitos para a propositura da
ação rescisória previstos no art. 966 do CPC, mais especificamente, a existência de decisão de
mérito, transitada em julgado. Assim, mesmo que tenha transitado em julgado, não é cabível ação
rescisória contra decisão do Presidente do STJ proferida em suspensão de liminar e de sentença
porque não faz coisa julgada material nem impede a rediscussão do objeto controvertido na ação
principal. (STJ, AR 5.857-MA)

135- No âmbito do Direito Tributário, em que consistem as imunidades ontológicas?

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Resposta: Segundo Ricardo Alexandre, são ontológicas as imunidades que existiriam mesmo sem
previsão expressa do texto constitucional, uma vez que são fundamentais para atendimento ao
princípio da isonomia e ao pacto federativo. Assim, são consideradas ontológicas as imunidades das
instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos (CF, art. 150, VI, c), tendo em vista
sua falta de capacidade contributiva, uma vez que seus parcos recursos devem ser destinados à sua
importante atividade-fim. Também é ontológica a imunidade recíproca (CF, art. 150, VI, a), por se
configurar em cláusula protetiva do pacto federativo.

136- No âmbito do processo civil, qual a diferença entre fundamentação exauriente e


fundamentação suficiente?

Resposta: Segundo Daniel Amorim Assumpção Neves, na fundamentação exauriente, o juiz é


obrigado a enfrentar todas as alegações das partes, enquanto na fundamentação suficiente basta
que enfrente e decida todas as causas de pedir do autor e todos os fundamentos defesa do réu.
Como cada causa de pedir e cada fundamento de defesa podem ser baseados em várias alegações,
na fundamentação suficiente o juiz não é obrigado a enfrentar todas elas, desde que justifique o
acolhimento ou a rejeição da causa de pedir ou do fundamento de defesa. O direito brasileiro adota
a técnica da fundamentação suficiente, sendo nesse sentido a jurisprudência do STJ.

137- É possível a aplicação de medidas atípicas aflitivas pessoais na execução fiscal?

Resposta: Segundo entendimento do STJ, não cabem medidas atípicas aflitivas pessoais na execução
fiscal, tais como a suspensão de passaporte e da licença para dirigir, como forma de compelir o
executado a pagar o débito. O Tribunal entendeu que o Poder Público já é dotado, pela Lei 6.830/80,
de privilégios processuais e conferir a possibilidade de medidas atípicas aflitivas pessoais seria
excessivo. (STJ, HC 453.870-PR)

138- A prática de litigância simulada (“sham litigation”) configura ato ilícito indenizável?

Resposta: Sim. Conforme entendimento do STJ, o ajuizamento de sucessivas ações judiciais,


desprovidas de fundamentação idônea e intentadas com propósito doloso, pode configurar ato

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ilícito de abuso do direito de ação ou de defesa, o denominado assédio processual. Dessa forma, a
litigância simulada configura ato ilícito de abuso de direito de ação, podendo gerar indenização por
danos morais e materiais. (STJ, REsp 1.817.845-MS)

139- Qual a diferença entre obrigação e dever jurídico?

Resposta: Segundo Flávio Tartuce, o dever jurídico engloba não só as relações obrigacionais ou de
direito pessoal, mas também aquelas de natureza real, de direito de família, entre outras, enquanto
a obrigação se adstringe apenas ao dever oriundo da relação creditória, pessoal.

140- Em que consiste a “offshore company”?

Resposta: Segundo Tarcísio Teixeira, “offshore company” é uma sociedade constituída no exterior
com o fim de controlar uma ou mais empresas no território nacional. Em tese, não há ilicitude se o
ordenamento jurídico não proibir, pois pode ser uma forma de planejamento. No entanto, se tais
empresas forem constituídas buscando “reduções tributárias ilegais” nos países considerados
“paraísos fiscais”, com a ocultação da identidade dos controladores ou com remessa ilícita de
dinheiro para o exterior, então haverá ilicitude.

141- Qual a diferença entre os movimentos ambientalistas conservacionista e preservacionista?

Resposta: Segundo Frederico Amado, os conservacionistas pregavam o equilíbrio da relação homem


e meio ambiente, admitindo ser possível o uso racional e controlado dos recursos da natureza sem
desperdícios, tendo sido idealizado pelo engenheiro alemão Giffor Pinchot. É possível afirmar que a
doutrina conservacionista está ligada ao modelo de desenvolvimento econômico sustentável. Já os
preservacionistas adotavam uma postura radical, pois viam o ser humano como uma verdadeira
ameaça ao meio ambiente, que deveria ser protegido do processo industrial e urbano, tendo valor
intrínseco próprio, independentemente da existência do homem, tendo como principal idealizador
John Muir.

142- No âmbito do Direito Urbanístico, é possível o impedimento de acesso a pedestres ou

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condutores de veículos, não residentes, em loteamento de acesso controlado?

Resposta: Segundo dispõe o art. 2º, § 8º da Lei 6.766/79 (Lei do Parcelamento do Solo Urbano), nos
loteamentos de acesso controlado o controle de acesso será regulamentado por ato do Poder
Público Municipal, porém é vedado o impedimento de acesso a pedestres ou a condutores de
veículos, não residentes, devidamente identificados ou cadastrados.

143- É rescindível a decisão que declara preclusa a oportunidade de impugnação da sentença de


liquidação no processo do trabalho?

Resposta: Segundo entendimento do TST, a decisão proferida em embargos à execução ou em


agravo de petição que apenas declara preclusa a oportunidade de impugnação da sentença de
liquidação não é rescindível, em virtude de produzir tão-somente coisa julgada formal. (OJ 134 SDI
II, TST)

144- A estabilidade acidentária se estende a um segundo emprego do empregado acidentado?

Resposta: Segundo entendimento recente do TST, não, pois a lei vincula a manutenção do contrato
de trabalho à empresa em que ocorreu o acidente do empregado. Segundo dispõe o art. 118 da Lei
8.213/91, é garantida a manutenção do contrato de trabalho do segurado que, afastado por mais
de quinze dias do emprego, em razão de acidente de trabalho, tiver percebido auxílio-acidente
acidentário ou, no caso de doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução
do contrato. A garantia é concedida pelo prazo mínimo de doze meses após a cessação do benefício
e é vinculada ao contrato de trabalho do acidentado com a empresa em que ocorreu o acidente.

145 - É possível a alteração do lançamento com base em “erro de direito”?

Resposta: Segundo Ricardo Alexandre, apesar das controvérsias existentes a respeito da


interpretação do art. 146 do CTN, não é possível a revisão de lançamentos já realizados com base
no que se chama de “erro de direito”. Segundo o autor, nas hipóteses que justificam a revisão de
ofício do lançamento, previstas no art. 149 do CTN, não há qualquer caso que possa ser enquadrado

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como “erro de direito”. Assim, deve-se privilegiar o princípio da segurança jurídica e o princípio da
não surpresa, de modo que mudanças nos critérios jurídicos adotados pela Administração
Tributária, no exercício da atividade do lançamento, só terão efeitos ex nunc, sendo aplicáveis
somente a casos futuros.

146- Ao prazo para a pessoa jurídica de direito público recorrer no mandado de segurança aplica-se
a regra do art. 183 do CPC (prazo em dobro)?

Resposta: Segundo entendimento do Leonardo Carneiro da Cunha, sim. Ao contrário do prazo de


10 dias previsto para a prestação de informações, que é específico e não deve ser contado em dobro,
os recursos interpostos pela pessoa jurídica de direito público no mandado de segurança sujeitam-
se à regra do art.183 do CPC, de forma que a Fazenda Pública dispõe de prazo em dobro para
recorrer no procedimento do mandado de segurança.
Além disso, cabe ressaltar que o recurso interposto pela autoridade coatora não goza da
prerrogativa do prazo em dobro, sendo essa uma prerrogativa da pessoa jurídica de direito público
apenas, e não da autoridade apontada como coatora.

147- No que tange aos métodos de interpretação constitucional, em que consiste o método da
comparação constitucional?

Resposta: Segundo Pedro Lenza, por esse método a interpretação dos institutos se implementar
mediante comparação nos vários ordenamentos. Estabelece-se, assim, uma comunicação entre as
várias Constituições. Peter Haberle sustenta ser esse um quinto método de interpretação, partindo
dos quatro métodos ou elementos desenvolvidos por Savigny (gramatical, lógico, histórico e
sistemático).

148- A Fazenda Pública está dispensada do pagamento dos honorários de perito e do assistente
técnico?

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Resposta: Não. Segundo Leonardo Carneiro da Cunha, a Fazenda Pública não está sujeita ao
pagamento de custas e emolumentos judiciais, em cujo conceito não se incluem a remuneração do
assistente técnico nem os honorários do perito. De acordo com o art. 95 do CPC, cada parte deve
arcar com a remuneração do seu assistente técnico, tendo, assim, a Fazenda Pública que pagar a
remuneração do assistente técnico que indicar.
Quanto ao perito, a regra é que os honorários são custeados pela parte que houver requerido o
exame. Quando a Fazenda Pública requer a perícia, esta poderá ser realizada por entidade pública
ou, então, ser custeada com recursos previstos no orçamento para tal finalidade. Não sendo
realizada por entidade pública nem havendo previsão orçamentária, o pagamento deve ser feito no
exercício seguinte, depois da inclusão da previsão no respectivo orçamento.

149- São constitucionais os dispositivos previstos na Lei da Relicitação (Lei 13.448/17) para a
prorrogação antecipada dos contratos de concessão?

Resposta: Segundo entendimento do STF, as normas previstas na Lei de Relicitação para a


prorrogação antecipada nos contratos de concessão não violam os princípios constitucionais da
eficiência, da razoabilidade, da impessoalidade, da moralidade e da competitividade. As regras
complementam os requisitos da legislação geral (Lei no 8.987/95) sobre o regime de concessão de
serviços públicos, que exige a regularidade, a continuidade, a eficiência, a segurança e a fixação de
tarifas em valores razoáveis (modicidade). A prorrogação é analisada caso a caso e está sujeita à
fiscalização da agência reguladora. Além disso, o contrato deve ser submetido à consulta pública,
havendo ainda a necessidade de encaminhar ao TCU o termo aditivo para análise final. (STF, ADI
5991 MC/DF – Info 967)

150- Pode o condomínio sofrer dano moral?

Resposta: Segundo entendimento do STJ, o condomínio, por ser uma massa patrimonial, não possui
honra objetiva e não pode sofrer dano moral. O Tribunal afirmou, nesse sentido, que os
condomínios são entes despersonalizados, pois não são titulares das unidades autônomas,
tampouco das partes comuns, além de não haver, entre os condôminos, a affectio societatis, tendo

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em vista a ausência de intenção dos condôminos de estabelecerem, entre si, uma relação jurídica,
sendo o vínculo entre eles decorrente do direito exercido sobre a coisa e que é necessário à
administração da propriedade comum.
Além disso, diferentemente do que ocorre com as pessoas jurídicas, qualquer ofensa ao conceito
(reputação) que possui perante a comunidade representa, na verdade, uma ofensa individualmente
dirigida a cada um dos condôminos, pois quem goza de reputação são os condôminos e não o
condomínio, anda que o ato lesivo seja a este endereçado. Assim, o condomínio, por ser uma massa
patrimonial, não possui honra objetiva e não pode sofrer dano moral. (STJ, REsp 1.736.593-SP – Info
665)

151- No âmbito do Direito Tributário, qual a diferença entre imunidades ontológicas e políticas?

Resposta: Segundo Ricardo Alexandre são ontológicas as imunidades que existiriam mesmo sem
previsão expressa do texto constitucional, uma vez que são fundamentais para atendimento ao
princípio da isonomia e ao pacto federativo. São exemplos desse tipo de imunidade as concedidas
às instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos (art. 150, VI, c, CF), tendo em vista
sua falta de capacidade contributiva; e a imunidade recíproca (art. 150, VI, a, CF), por se configurar
em cláusula protetiva do pacto federativo.
Por outro lado, imunidades políticas são as que visam à proteção de outros princípios em virtude de
uma opção política do legislador constituinte, como é o caso da imunidade dos templos de qualquer
culto e dos livros, jornais, periódicos e do papel destinado à sua impressão.

152- A tentativa de usucapião extrajudicial é condição indispensável para o ajuizamento da ação de


usucapião?

Resposta: Segundo entendimento do STJ, não. O interesse jurídico no ajuizamento direto de ação
de usucapião independe de prévio pedido na via extrajudicial, ou seja, a tentativa de usucapião
extrajudicial não é condição indispensável para o ajuizamento da ação de usucapião. Dessa forma,
mesmo que preenchidos os requisitos para a usucapião extrajudicial, é livre a opção pela
propositura da ação judicial de forma direta. (STJ, REsp 1.824.133-RJ – Info 665)

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153- Quais são os limites ao poder de revogar pela Administração Pública?

Resposta: Segundo Alexandre Mazza a doutrina menciona alguns atos administrativos que não
podem ser revogados, como os atos que geram direito adquirido, os atos já exauridos, os atos
vinculados (não envolvem juízo de conveniência e oportunidade), os atos enunciativos (certidões,
pareceres e atestados) e os atos preclusos no curso de procedimento administrativo (a preclusão é
óbice à revogação).

154- Os créditos derivados de prestação de serviços contábeis e afins podem ser classificados como
créditos trabalhistas no processo de recuperação judicial?

Resposta: Segundo entendimento do STJ, sim. O Tribunal decidiu recentemente que os créditos
decorrentes da prestação de serviços contábeis e afins, mesmo que titularizados por sociedade
simples, são equiparados aos créditos trabalhistas para efeitos de sujeição ao processo de
recuperação judicial. Ou seja, o tratamento dispensado aos honorários devidos a profissionais
liberais deve ser o mesmo conferido aos créditos de origem trabalhista, em virtude de ostentarem
natureza alimentar. Além disso, o Tribunal ressaltou que tal entendimento não se altera pelo fato
de o titular do crédito ser uma sociedade de contadores. (STJ, REsp 1.851.770-SC – Info 665)

155- Considerando a polícia administrativa dividida em 4 ciclos distintos, quais deles podem ser
delegados?

Resposta: Considera-se o poder de polícia dividido em 4 ciclos: 1º - ordem de polícia; 2º -


consentimento de polícia; 3º fiscalização de polícia; e 4º - sanção de polícia; parte da doutrina
considera delegáveis o 2º e o 3º ciclo, pois estariam ligadas ao poder de gestão do Estado, enquanto
os ciclos 1º e 4º seriam indelegáveis por retratarem atividade de império, típicas das pessoas

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jurídicas de Direito Público.

156- A simples referência ao feriado local na interposição do recurso atende à exigência do art.
1.003, § 6º, do CPC/15?

Resposta: Segundo entendimento do STJ, não. O Tribunal decidiu que a comprovação da existência
de feriado local que dilate o prazo para a interposição de recursos deve ser demonstrada no ato de
interposição do recurso que pretende seja conhecido por documento oficial ou certidão expedida
pelo Tribunal de origem, não bastando a mera menção ao feriado local nas razões recursais,
tampouco a apresentação de documento não dotado de fé pública. (STJ, REsp 1.763.167-GO – Info
665)

157- Em que consiste o Princípio da uniformidade da tributação da renda?

Resposta: O referido princípio está previsto no art. 151, II, da CF/88, que dispõe que é vedado à
União tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do DF e dos Municípios, bem
como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que
fixar para suas obrigações e para seus agentes.
Tal disposição, aplicável exclusivamente ao imposto de renda, tem por objetivo evitar que a União
utilize o tributo como meio de concorrer deslealmente no “mercado” de títulos da dívida pública e
na seleção de servidores públicos.

158- Em uma ação civil pública, é possível a substituição da associação autora por outra associação
no caso de a primeira ser dissolvida?

Resposta: Segundo entendimento do STJ, sim. Caso ocorra a dissolução da associação autora da
ação civil pública, é possível sua substituição no polo ativo por outra associação que possua a mesma
finalidade temática.
O Tribunal decidiu dessa forma em razão de que o microssistema de defesa dos interesses coletivos

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DESAFIO 07 DIAS
160 PERGUNTAS E RESPOSTAS

privilegia o aproveitamento do processo, possibilitando a sucessão da parte autora pelo Ministério


Público ou outro colegitimado. (STJ, EDcl no REsp 1.405.697-MG – Info 665)

159- Fere a autonomia municipal a compulsoriedade da integração metropolitana?

Resposta: Pedro Lenza explica que, segundo entendimento do STF, já reiterado em diversos
julgados, o caráter compulsório da integração metropolitana não esvazia a autonomia municipal.
Dessa forma, decidiu que a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de
interesse comum, bem como o seu processo decisório, não poderão ser transferidos com
exclusividade para o Estado-membro, devendo ser assegurada a participação tanto dos municípios
compreendidos como do referido ente federativo. O Tribunal entendeu, nesse sentido, ser
necessário evitar que o poder decisório e o poder concedente se concentrem nas mãos de um único
ente para preservação do autogoverno e da autoadministração dos municípios. (ADI 1.841 e ADI
1.842)

160- No âmbito do Direito Ambiental, qual a natureza jurídica da reserva legal?

Resposta: Por ser genérica e decorrer diretamente de lei, entende-se que a reserva legal tem
natureza jurídica de limitação ao uso da propriedade, conforme já reconhecido pelo STJ (REsp
743.363), não sendo, portanto, indenizável, devendo ser suportada por todos os proprietários rurais
para a manutenção de parte das florestas e da biodiversidade nacional, regime jurídico mantido
com o novo Código Florestal.

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