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DIA 07
MATERIAL DE PERGUNTAS E RESPOSTAS DISCURSIVAS
Futuro Procurador(a),
Para que você possa se aprofundar ainda mais no seu estudo, desenvolvemos o presente material
de perguntas e respostas discursivas.
Nas próximas linhas você terá contato de forma direta e objetiva com temas atuais e relevantes
para os concursos de advocacia pública.
Vamos juntos?
1- Qual é o termo inicial do prazo prescricional no caso de infração disciplinar de servidor público?
Resposta: Os prazos prescricionais previstos no artigo 142 da Lei 8.112/1990 iniciam-se na data em
que a autoridade competente para a abertura do procedimento administrativo toma conhecimento
do fato, interrompem-se com o primeiro ato de instauração válido – sindicância de caráter punitivo
ou processo disciplinar – e voltam a fluir por inteiro, após decorridos 140 dias desde a interrupção
(Súmula nº 635 do STJ)
Resposta: NÃO! De acordo com o entendimento firmado pelo STJ, o mandado de segurança deverá
ter seu mérito apreciado independentemente de superveniente trânsito em julgado da decisão
questionada pelo mandamus.
Deve ser aplicada ao caso a mesma razão jurídica pela qual a reclamação subsiste, mesmo diante
do trânsito em julgado da decisão reclamada. É que, em sendo acolhida a impugnação, o ato
reclamado será desconstituído, assim como, por conseguinte, todos os que lhe são posteriores.
Portanto, deixará de subsistir o próprio trânsito em julgado da decisão reclamada. Nesses termos,
deve ser aplicado o mesmo raciocínio para o mandado de segurança (EDcl no MS 22.157-DF, Rel.
Min. Luis Felipe Salomão, Corte Especial, por maioria, julgado em 14/03/2019, DJe 11/06/2019).
Resposta: Como é cediço, a responsabilidade civil ambiental é objetiva e orientada pela teoria do
risco integral. Entretanto, julgando um caso que envolvia a imposição de multa por dano ambiental
sob o fundamento da responsabilidade objetiva decorrente da propriedade da carga transportada
por outrem, que efetivamente teve participação direta no acidente que causou a degradação
ambiental, o STJ firmou o entendimento de que, no âmbito administrativo, a responsabilidade
ambiental é subjetiva.
Assim, o STJ entendeu que a responsabilidade civil por dano ambiental é subjetivamente mais
abrangente do que as responsabilidades administrativa e penal, não admitindo estas últimas que
terceiros respondam a título objetivo por ofensas ambientais praticadas por outrem (EREsp
1.318.051-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em
08/05/2019, DJe 12/06/2019).
Resposta: NÃO! Segundo o Enunciado nº 115 da II Jornada de Processo Civil do CJF, o negócio
jurídico processual somente se submeterá à homologação quando expressamente exigido em
norma jurídica, admitindo-se, em todo caso, o controle de validade da convenção, nos termos do
art. 190 , parágrafo único, do CPC.
5- Qual é o recurso cabível contra a decisão que julga procedente, na primeira fase, a ação de exigir
contas?
Resposta: Segundo o entendimento do STJ, o recurso cabível contra decisão que julga procedente,
na primeira fase, a ação de exigir contas é o agravo de instrumento (REsp 1.680.168-SP, Rel. Min.
Marco Buzzi, Rel. Acd. Min. Raul Araújo, Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 09/04/2019,
DJe 10/06/2019).
Para a Corte Cidadã, o Novo CPC, aprimorando a técnica do anterior, ao se referir a uma decisão,
deixou mais claro que poderá não haver sentença, como sucede quando a ação de exigir contas é
julgada procedente na primeira fase, para ter prosseguimento ainda. Na hipótese contrária, ou seja,
se a decisão der pela improcedência da ação de exigir contas, aí sim teremos uma sentença pondo
fim ao processo, inclusive com aplicação de ônus sucumbenciais. Então, na primeira hipótese, ter-
se-á uma decisão que desafia agravo de instrumento; na segunda hipótese é que a decisão atrairia
apelação.
Por outro lado, não se exige autorização legislativa para a alienação do controle de suas subsidiárias
e controladas. Nesse caso, a operação pode ser realizada sem a necessidade de licitação, desde que
siga procedimentos que observem os princípios da administração pública inscritos no art. 37 da
CF/88, respeitada, sempre, a exigência de necessária competitividade (ADI 5624 MC-Ref/DF, Rel.
Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 5 e 6/6/2019).
Resposta: SIM! De acordo com o Enunciado nº 114 da II Jornada de Processo Civil do CJF, os entes
despersonalizados podem celebrar negócios jurídicos processuais. O art. 190 do CPC apenas requer,
para a celebração desses negócios, que o processo verse sobre direitos que admitam
autocomposição e que as partes sejam plenamente capazes.
8- O Poder Judiciário pode revisar o mérito de decisões administrativas proferidas pelo CADE?
Resposta: NÃO! De acordo com o entendimento do STF, Poder Judiciário não pode fazer a revisão
judicial do mérito da decisão administrativa proferida pelo CADE. O Conselho Administrativo de
Defesa Econômica é uma autarquia federal dotada de expertise técnica e capacidade institucional
em questões de regulação econômica, o que exige que o Poder Judiciário tenha uma postura
deferente (de respeito) ao mérito das decisões proferidas pela Autarquia. Assim, a análise
jurisdicional deve se limitar ao exame da legalidade ou abusividade do ato administrativo. (RE
1083955/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/5/2019).
Resposta: NÃO! Segundo o entendimento firmado pelo STF, é inconstitucional a lei que autorize o
trabalho de gestantes e lactantes em atividades insalubres. Isso porque a proteção para que a
gestante e a lactante não sejam expostas a atividades insalubres caracteriza-se como importante
direito social instrumental que protege não apenas a mulher como também a criança.
Assim, a proteção à maternidade e a integral proteção à criança são direitos irrenunciáveis e não
10- A falta de patrimônio do devedor permite a dispensa da garantia do juízo para a oposição de
embargos à execução fiscal?
Resposta: SIM! Segundo o entendimento firmado pelo STJ, deve ser afastada a exigência da garantia
do juízo para a oposição de embargos à execução fiscal, caso comprovado inequivocadamente que
o devedor não possui patrimônio para garantia do crédito exequendo (REsp 1.487.772-SE, Rel. Min.
Gurgel de Faria, Primeira Turma, por unanimidade, julgado em 28/05/2019, DJe 12/06/2019).
11- É possível aplicar multa à parte que comparece à audiência preliminar apenas para manifestar
desinteresse na realização de acordo?
Resposta: Em regra, não. Segundo o Enunciado nº 121 da II Jornada de Processo Civil do CJF, não
cabe aplicar multa a quem, comparecendo à audiência do art. 334 do CPC, apenas manifesta
desinteresse na realização de acordo. Entretanto, o enunciado ressalva a hipótese de a sessão ter
sido designada unicamente por requerimento da parte e não houver justificativa para a alteração
de posição.
12- É cabível ADI contra decreto autônomo que extingue colegiados da Administração Pública?
Resposta: SIM! Segundo o entendimento firmado pelo STF, é cabível ADI contra decreto presidencial
que, com fundamento no art. 84, VI, “a”, da CF/88, extingue colegiados da Administração Pública
federal. Isso porque se trata de decreto autônomo, que retira fundamento de validade diretamente
da Constituição Federal e, portanto, é dotado de generalidade e abstração (ADI 6121 MC/DF, Rel.
Min. Marco Aurélio, julgado em 12 e 13/6/2019).
13- É válida a lei municipal que obriga supermercados a colocar à disposição dos consumidores
pessoal suficiente nos caixas?
Resposta: SIM! Segundo o entendimento do STF, é constitucional lei municipal que estabelece que
os supermercados e hipermercados do Município ficam obrigados a colocar à disposição dos
consumidores pessoal suficiente no setor de caixas, de forma que a espera na fila para o
atendimento seja de, no máximo, 15 minutos. Isso porque compete aos Municípios legislar sobre
assuntos de interesse local, notadamente sobre a definição do tempo máximo de espera de clientes
em filas de estabelecimentos empresariais (ARE 809489 AgR/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em
28/5/2019).
Resposta: NÃO! Segundo o entendimento do STJ exposto no Jurisprudência em Teses nº 128, para
a majoração de honorários advocatícios na instância recursal, não é exigível a comprovaçãode
trabalho adicional do advogado, que será apenas considerado para a quantificação de tal verba.
15- A suspensão dos direitos políticos prevista no art. 15, III, da CF é aplicável aos condenados ap
enas restritivas de direitos?
Resposta: SIM! Conforme definido pelo STF, havendo condenação criminal transitada em julgado, a
pessoa condenada fica com seus direitos políticos suspensos tanto no caso de pena privativa de
liberdade como na hipótese de substituição por pena restritiva de direitos (RE 601182/MG, Rel. Min.
Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 8/5/2019).
16- São constitucionais as leis municipais que proíbam o serviço de transporte de passageiros
mediante aplicativo?
Resposta: Existem dois vícios que podem atingir o motivo do ato administrativo e ambos geram
nulidade:
I- Inexistência do Motivo: matéria de fato ou de direito em que se fundamenta o ato é
materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;
II- Falsidade do Motivo: motivo alegado não corresponde ao efetivamente ocorrido.
Resposta: NÃO! Segundo o entendimento firmado pelo STF, é proibida a extinção, por ato
unilateralmente editado pelo chefe do Poder Executivo, de colegiado cuja existência encontre
menção em lei em sentido formal, ainda que ausente a expressa referência “sobre a competência
ou a composição” (ADI 6121 MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12 e 13/6/2019).
19- É constitucional lei estadual que obriga o Poder Executivo a divulgar dados de contratos e obras
públicas?
Resposta: SIM! O STF já decidiu que é constitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que
obriga o Poder Executivo do referido Estado-membro a divulgar, na imprensa oficial e na internet,
a relação completa de obras atinentes a rodovias, portos e aeroportos (ADI 2444/RS, Rel. Min. Dias
Toffoli, julgado em 6/11/2014).
Resposta: NÃO! De acordo com o entendimento do STF, é inconstitucional, por vício formal, lei
estadual, de iniciativa parlamentar, que conceda anistia a servidores públicos punidos em virtude
de participação em movimentos reivindicatórios. Isso porque a CF/88 prevê que compete ao Chefe
do Poder Executivo a iniciativa de lei que trate sobre os direitos e deveres dos servidores públicos
(art. 61, § 1º, II, “c”, da CF/88) (ADI 1440/SC, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 15/10/2014).
Resposta: NÃO! Segundo o entendimento firmado pelo STJ, a ausência de alvará de localização e
funcionamento não impede que a Empresa de Pequeno Porte ou a Microempresa ingressem ou
permaneçam no regime do Simples Nacional.
O inciso XVI do art. 17 da LC 123/2006 prevê que não poderá aderir ao regime as empresas que não
tiverem inscrição em cadastro fiscal federal, municipal ou estadual ou, então, se possuírem
irregularidade em algum desses cadastros. No entanto, os cadastros a que se refere esse inciso são
apenas os cadastros fiscais. Assim, a falta de alvará de localização e funcionamento não significa
"ausência de inscrição em cadastro fiscal" ou "irregularidade em cadastro fiscal", tal como previsto
no art. 17, XVI, da LC 123/2006 (REsp 1.512.925-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
2/6/2016).
22- É constitucional a lei de iniciativa parlamentar que trate sobre os cargos, a organização e o
funcionamento do Tribunal de Contas?
Resposta: NÃO! O STF entende que é inconstitucional lei de iniciativa parlamentar que trate sobre
os cargos, a organização e o funcionamento do Tribunal de Contas. Isso porque é a própria Corte de
Contas quem tem competência reservada para deflagrar o processo legislativo que trate sobre essa
matéria (arts. 73, 75 e 96 da CF/88). (ADI 3223/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 6/11/2014).
23- O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas pode propor reclamação perante o STF?
Resposta: NÃO! Segundo o entendimento do STF, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas
não possui legitimidade ativa para propor reclamação no STF alegando descumprimento da decisão
do Supremo. A atuação dos membros do MPTC limita-se, unicamente, ao âmbito dos próprios
Tribunais de Contas perante os quais oficiam (Rcl 24156 AgR/DF e Rcl 24158 AgR/DF, Rel. Min. Celso
de Mello, julgados em 24/10/2017).
24- É possível o arbitramento de honorários recursais se não houve fixação anterior no processo?
25- Qual é o termo inicial do mandado de segurança que discuta regra do edital que tenha
fundamentado a eliminação de candidato?
Resposta: Segundo o entendimento firmado pelo STJ, o termo inicial do prazo decadencial para a
impetração de mandado de segurança no qual se discuta regra editalícia que tenha fundamentado
eliminação em concurso público é a data em que o candidato toma ciência do ato administrativo
que determina sua exclusão do certame, e não a da publicação do edital do certame (REsp
1.124.254-PI, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 1º/7/2014).
Resposta: Conforme leciona Rafael Oliveira (2018, p. 374), a omissão administrativa não representa
uma manifestação de vontade da Administração Pública, razão pela qual não pode ser considerada
um ato administrativo. Dessa forma, o silêncio é considerado um fato administrativo.
Excepcionalmente, o silêncio administrativo representará uma manifestação de vontade da
Administração, desde que haja previsão legal nesse sentido, podendo resultar na concordância ou
não com determinada pretensão do administrado.
27- Os valores para dispensa de licitação das empresas estatais podem ser alterados por ato
infralegal?
Resposta: SIM! Os incisos I e II do art. 29 da Lei das Estatais dispõem que a licitação será dispensável:
I- para obras e serviços de engenharia de valor até R$ 100.000,00 (cem mil reais);
II- para outros serviços e compras de valor até R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) e para alienações;
Segundo o §3º do art. 29 da Lei das Estatais, os valores estabelecidos nos incisos I e II do caput
podem ser alterados, para refletir a variação de custos, por deliberação do Conselho de
Administração da empresa pública ou sociedade de economia mista, admitindo-se valores
diferenciados para cada sociedade.
Resposta: A tipicidade é um dos atributos dos atos administrativos. De acordo com Maria Sylva
Zanella Di Pietro (2018, p. 282), em razão da tipicidade, o ato administrativo deve corresponder a
figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Assim, trata-
se de uma decorrência do princípio da legalidade, que afasta a possibilidade d a Administração
praticar atos inominados.
Resposta: Existem duas espécies de analogia, de acordo com a doutrina (TARTUCE, 2017, p. 29):
I- Analogia legal ou legis: consiste na aplicação de somente uma norma próprima ao caso concreto;
e
II- Analogia jurídica ou iuris: consiste na aplicação de um conjunto de normas próximas, com a
extração de elementos que possibilitem a analogia. Um exemplo é a aplicação por analogia das
regras da ação reivindicatória para a ação de imissão de posse.
Resposta: A imperatividade é um dos atributos dos atos administrativos. Segundo Maria Sylvia Di
Pietro (2018, p. 280), a imperatividade é o atributo pelo qual os atos administrativos são impostos
a terceiros, independentemente de sua concordância. Isso decorre da prerrogativa que detém o
Poder Público de, por meio de atos unilaterais, impor obrigações a terceiros, em razão do chamado
“poder extroverso”.
Resposta: Conforme leciona Flávio Tartuce (2017, p. 27), e de acordo com a classificação de Maria
Helena Diniz, as lacunas normativas podem ser das seguintes espécies:
I- Lacuna normativa: ausência total de uma norma prevista para um determinado caso concreto;
II- Lacuna ontológica: presença de norma para o caso concreto, mas que não tenha eficácia social;
III- Lacuna axiológica: presença de norma para o caso concreto, mas cuja aplicação é insatisfatória
ou injusta;
IV- Lacuna de conflito ou antinomia: é o choque entre duas ou mais normas válidas, pendente de
solução no caso concreto.
32- Qual é o marco temporal utilizado para a aplicação das regras do CPC/2015 sobre honorários
advocatícios?
Resposta: Segundo o entendimento do STJ, a sentença é o ato processual que qualifica o nascedouro
do direito à percepção dos honorários advocatícios, razão pela qual deve ser considerada o marco
temporal para a aplicação das regras fixadas pelo CPC/2015 (EAREsp 1.255.986-PR, Rel. Min. Luis
Felipe Salomão, Corte Especial, por unanimidade, julgado em 20/03/2019, DJe 06/05/2019).
Resposta: Os efeitos prodrômicos são os efeitos atípicos do ato administrativo. Em outras palavras,
são os efeitos preliminares ou iniciais distintos da eficácia principal do ato. É o caso, por exemplo,
da autorização que a lei confere ao Poder Público para ingressar no bem a ser desapropriado após
a expedição do decreto expropriatório.
34- O STJ admite a impetração de mandado de segurança contra decisão proferida em execução
fiscal cujo valor seja inferior a 50 ORTN?
Resposta: NÃO! De acordo com o entendimento do STJ, não é cabível mandado de segurança contra
decisão proferida em execução fiscal no contexto do art. 34 da Lei de Execução Fiscal. Isso porque
o dispositivo mencionado afirma que, nas execuções fiscais cujo valor seja inferior a 50 ORTN, são
oponíveis somente embargos de declaração e embargos infringntes, entendimento excepcionado
apenas pelo eventual cabimento de recurso extraordinário, conforme prevê a Súmula nº 640 do STJ
(IAC no RMS 54.712-SP, Rel. Min. Sérgio Kukina, Primeira Seção, por maioria, julgado em
10/04/2019, DJe 20/05/2019).
Resposta: SIM! Conforme definido pelo STJ, é possível a penhora no rosto dos autos de
procedimento de arbitragem. A penhora no rosto dos autos prevista no art. 674 do CPC/1973
correspondente à penhora nos autos do art. 860 do CPC/2015 recai sobre direito litigioso, ou seja,
direito que ainda é pleiteado em juízo. A prévia formação do título executivo judicial não é requisito
para que se realize a penhora no rosto dos autos, bastando, para tanto, que o devedor, executado
nos autos em que se requer a medida, tenha, ao menos, a expectativa de receber algum bem
economicamente apreciável nos autos em cujo "rosto" se pretende seja anotada a penhora
requerida.
Respeitadas as peculiaridades de cada jurisdição, é possível aplicar a regra do art. 674 do CPC/1973
(art. 860 do CPC/2015) ao procedimento de arbitragem, a fim de permitir que o juiz oficie o árbitro
para que este faça constar em sua decisão final, acaso favorável ao executado, a existência da ordem
judicial de expropriação, ordem essa, por sua vez, que só será efetivada ao tempo e modo do
cumprimento da sentença arbitral (REsp 1.678.224-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma,
por unanimidade, julgado em 07/05/2019, DJe 09/05/2019).
Resposta: Depende! Segundo a Súmula nº 486 do STJ, é impenhorável o único imóvel residencial do
devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para
a subsistência ou a moradia da sua família. Dessa forma, caso a renda obtida não tenha a destinação
mencionada, o bem de família locado a terceiros será penhorável.
38- O princípio da insignificância é aplicável aos crimes cometidos contra a Administração Pública?
39- O condomínio pode ser responsabilizado pelo pagamento do IPTU relativo às áreas comuns e
de terceiros?
Resposta: NÃO! Conforme definido pelo STJ, o condomínio não é responsável pelo pagamento do
IPTU incidente sobre as áreas comuns e de terceiros, pois não é sua a titularidade do domínio útil,
tampouco exerce posse com animus domini (AgRg no Resp 1361631/DF, Rel. Min. Assusete
Magalhães, j. 21/06/2016, Dje 28/06/2016).
Resposta: Conforme afirmado pelo STJ, o contrato de fiança deve ser interpretado restritivamente,
tendo em vista que o art. 819 do Código Civil veda a interpretação extensiva. Desse, a
responsabilidade dos fiadores se resume aos termos do pactuado no ajuste original, com o qual
expressamente consentiram (Resp 1482565/SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, j. 06/12/2016, Dje
15/12/2016).
41- O ato de tombamento geral precisa individualizar os bens abarcados pelo tombo?
Resposta: NÃO! Segundo o entendimento firmado pelo STJ, o ato de tombamento geral não precisa
individualizar os bens abarcados, pois as restrições impostas pelo Decreto-Lei nº 25/1937 se
estendem à totalidade dos imóveis pertencentes à área tombada (Resp 1359534/MA, Rel. Min.
Herman Benjamin, T2, j. 20/02/2014, Dje 24/10/2016).
43- Quais são os vícios que um ato administrativo pode apresentar quanto ao motivo?
Resposta: Segundo a lição de Maria Sylvia Di Pietro (2018, p. 323), o motivo do ato administrativo
pode apresentar dois vícios:
I- Inexistência de motivo: ocorre quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o
ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;
II- Falsidade do motivo: ocorre quando o motivo exposto para o ato é falso e difere do motivo real.
Resposta: Segundo o entendimento do STJ, a indenização referente à cobertura vegetal deve ser
calculada em separado do valor da terra nua caso comprovada a exploração dos recursos vegetais
de forma lícita e anterior ao processo interventivo na propriedade (Resp 1287823/MT, Rel. Min. Ari
45- Incide imposto de renda sobre a indenização recebida pelo particular decorrente de servidão
administrativa?
Resposta: NÃO! De acordo com o entendimento do STJ, não deve incidir imposto de renda sobre os
valores indenizatórios recebidos pelo particular em razão de servidão administrativa instituída pelo
Poder Público, tendo em vista a ausência de acréscimo patrimonial (Resp 1410119/SC, Rel. Min.
Eliana Calmon, j. 12/11/2013, Dje 20/11/2013).
Resposta: Segundo leciona Maria Sylvia Di Pietro (2018, p. 284), à competência para a prática de
atos administrativos aplicam-se as seguintes regras:
I- decorre sempre da lei, não podendo o próprio órgão estabelecer, por si, as suas atribuições;
II- é inderrogável, seja pela vontade da Administração, seja por acordo com terceiros, tendo em
vista que ela é conferida em benefício do interesse público;
III- pode ser objeto de delegação ou de avocação, desde que não se trate de competência conferida
a determinado órgão ou agente, com exclusividade, pela lei.
Vale ressaltar que o art. 11 da Lei nº 9.784/99 prevê que a competência é irrenunciável e se exerce
pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e
avocação legalmente admitidos.
47- Como os atos administrativos podem ser classificados quanto aos efeitos?
Resposta: Segundo Maria Sylvia Di Pietro (2018, p. 306), quanto aos efeitos, os atos administrativos
podem ser classificados como:
I- Ato constitutivo: é aquele pelo qual a Administração cria, modifica ou extingue um direito ou uma
situação do administrado.
II- Ato declaratório: é aquele em que a Administração apenas reconhece um direito que já existia
antes do ato;
III- Ato enunciativo: é aquele pelo qual a Administração apenas ateste ou reconhece determinada
situação, sem que haja manifestação de vontade produtora de efeitos jurídicos.
48- É cabível indenização caso a servidão de passagem abranja área superior àquela prevista na
escritura pública?
Resposta: SIM! Segundo o entendimento do STJ, nas hipóteses em que ficar demonstrado que a
servidão de passagem instituída pelo Poder Público abrange área superior àquela prevista na
escritura pública, impõe-se o dever de indenizar, sob pena de violação do princípio do justo preço
(Resp 1359575/RS, Rel. Min. Og Fernandes, j. 09/10/2018, Dje 15/10/2018).
49- Qual é o regime prescricional aplicável ao particular que comete ato de improbidade
administrativa?
Resposta: Segundo a Súmula nº 634 do STJ, ao particular aplica-se o mesmo regime prescricional
previsto na lei de improbidade administrativa para os agentes públicos.
Resposta: De acordo com Maria Sylvia Di Pietro (2018, p. 314), os atos administrativos podem ser
classificados, quanto à forma, em:
I- Decreto: é a forma de que se revestem os atos individuais ou gerais, emanados do Chefe do
Executivo;
II- Resolução e portaria: formas dos atos, gerais ou individuais, emanados de autoridades outras que
não o Chefe do Executivo;
III- Circular: é o instrumento de que se valem as autoridades para transmitir ordens internas
51- Os bens de sociedades de economia mista podem ser adquiridos por meio de usucapião?
Resposta: Depende! Segundo o entendimento do STJ, os bens integrantes do acervo patrimonial das
sociedades de economia mista sujeitos a uma destinação pública equiparam-se a bens públicos,
sendo, portanto, insuscetíveis de serem adquiridos por meio de usucapião. Os demais bens dessas
entidades são equiparados aos bens privados (AgInt no Resp 1719589/SP, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, T4, j. 06/11/2018, Dje 12/11/2018).
Resposta: NÃO! Segundo a jurisprudência do STJ, o árbitro não possui poder coercitivo direto,
sendo-lhe vedada a prática de atos executivos, cabendo ao Poder Judiciário a execução forçada do
direito reconhecido na sentença arbitral (Resp 1733685/SP, Rel. Min. Raul Araújo, T4, j. 06/11/2018,
Dje 12/11/2018).
53- A construção irregular em bem de uso comum do povo gera dano presumido à coletividade?
Resposta: SIM! Segundo o entendimento adotado pelo STJ, a construção ou a atividade irregular em
bem de uso comum do povo revela dano presumido à coletividade, dispensada prova de prejuízo
concreto. Isso decorre do grau de conhecimento popular e do caráter notório do status público
desses bens (Resp 1730402/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, T2, j. 07/06/2018, Dje 12/03/2019).
54- O pescador profissional artesanal tem direito a indenização por danos morais em caso de dano
ambiental que afete sua atividade?
Resposta: SIM! O STJ entende que é devida a indenização por dano moral quando patente o
sofrimento intenso do pescador profissional artesanal, causado pela privação das condições de
trabalho, em consequência de dano ambiental (Resp 1346449/PR, Rel. Min. Luiz Felipe Salomão, T4,
j. 18/10/2012, Dje 21/11/2012) (Vide Tema 439 dos Recursos Repetitivos).
55- Os imóveis vinculados ao Sistema Financeiro de Habitação são tratados como bens públicos?
Resposta: SIM! Segundo o entendimento firmado pelo STJ, o imóvel vinculado ao Sistema Financeiro
de Habitação – SFH, porque afetado à prestação de serviço público, deve ser tratado como bem
público, não podendo, pois, ser objeto de usucapião (AgInt no AREsp 1343742/RJ, Rel. Min. Luiz
Felipe Salomão, T4, j. 26/02/2019, Dje 06/03/2019).
Resposta: NÃO! De acordo com o entendimento do STJ, não incide imposto sobre produtos
industrializados – IPI nos serviçso de composição e de impressão gráfica. Nesse caso, incide apenas
o ISS, tendo em vista a previsão expressa na Lista Anexa à LC nº 116/03 (AgInt no Resp 1342471/SP,
Rel. Min. Sérgio Kukina, T1, j. 07/06/2018, Dje 14/06/2018).
57- As entidades dos serviços sociais autônomos possuem legitimidade passiva nas ações judiciais
relacionadas às contribuições sociais recolhidas?
Resposta: NÃO! O STJ firmou o entendimento de que as entidades dos serviços sociais autônomos
não possuem legitimidade passiva nas ações judiciais em que se discute a relação jurídico-tributária
entre o contribuinte e a União e a repetição de indébito das contribuições sociais recolhidas.
Os serviços sociais autônomos são meros destinatários de parte das contribuições sociais instituídas
pela União, parcela nominada, via de regra, de "adicional à alíquota", cuja natureza jurídica,
contudo, é de Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE.
O repasse da arrecadação da CIDE caracteriza uma transferência de receita corrente para pessoas
jurídicas de direito privado. É, assim, espécie de subvenção econômica. Após o repasse, os valores
não mais têm a qualidade de crédito tributário; são, a partir de então, meras receitas dos serviços
sociais autônomos.
Assim, os serviços autônomos, embora sofram influência (financeira) da decisão judicial a respeito
da relação tributária, como pessoas jurídicas de direito privado, não têm interesse jurídico quanto
à relação jurídico-tributária da qual se origina a base de cálculo dos valores repassados (EREsp
1.619.954-SC, Rel. Min. Gurgel de Faria, por unanimidade, julgado em 10/04/2019, DJe
16/04/2019).
Resposta: NÃO! Conforme definido pelo STJ, em recurso ordinário em mandado de segurança, o
exercício de juízo de admissibilidade por tribunais federais e estaduais caracteriza usurpação da
competência do Superior Tribunal de Justiça, sendo cabível reclamação (Rcl 35.958-CE, Rel. Min.
Marco Aurélio Bellizze, por unanimidade, julgado em 10/04/2019, DJe 12/04/2019).
Resposta: NÃO! O STJ firmou o entendimento de que a prescrição intercorrente por ausência de
localização de bens não retira o princípio da causalidade em desfavor do devedor, nem atrai a
sucumbência para o exequente (REsp 1.769.201-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, por
62- Cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que defere ou indefere a distribuição
dinâmica do ônus da prova?
Resposta: Depende! Segundo a jurisprudência firmada pelo STJ, nem todas as decisões
interlocutórias que versem sobre o ônus da prova são recorríveis de imediato, mas, sim, apenas
aquelas proferidas nos exatos moldes delineados pelo art. 373, §1º, do CPC/2015, que contempla
duas regras jurídicas distintas, ambas criadas para excepcionar a regra geral.
Nesse cenário, é cabível a impugnação imediata da decisão interlocutória que verse sobre quaisquer
das exceções mencionadas no art. 373, §1º, do CPC/2015, pois somente assim haverá a
oportunidade de a parte que recebe o ônus da prova no curso do processo dele se desvencilhar,
seja pela possibilidade de provar, seja ainda para demonstrar que não pode ou que não deve provar,
como, por exemplo, nas hipóteses de prova diabólica reversa ou de prova duplamente diabólica.
Portanto, é cabível agravo de instrumento contra decisão interlocutória que defere ou indefere a
distribuição dinâmica do ônus da prova ou quaisquer outras atribuições do ônus da prova distinta
da regra geral, desde que se operem ope judicis e mediante autorização legal (REsp 1.729.110-CE,
Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 02/04/2019, DJe 04/04/2019).
63- Prova testemunhal é suficiente para amparar o pedido de uma ação rescisória?
desconstituição do julgado rescindendo na ação rescisória (REsp 1.770.123-SP, Rel. Min. Ricardo
Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 26/03/2019, DJe 02/04/2019).
O novo CPC, com o nítido propósito de alargar o espectro de abrangência do cabimento da ação
rescisória, passou a prever, no inciso VII do artigo 966, a possibilidade de desconstituição do julgado
pela obtenção de "prova nova" em substituição à expressão "documento novo" disposta no mesmo
inciso do artigo 485 do código revogado. Assim, nas ações rescisórias fundadas na obtenção de
prova nova, o termo inicial do prazo decadencial é diferenciado, qual seja, a data da descoberta da
prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado da última
decisão proferida no processo.
Resposta: A área de proteção ambiental é uma unidade de conservação de uso sustentável. Trata-
se de uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos
abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o
bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica,
disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
A Área de Proteção Ambiental é constituída por terras públicas ou privadas e podem ser
estabelecidas normas e restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada nessa
unidade de conservação.
65- O que é necessário para a configuração da conexão entre medidas cautelares preparatórias?
Resposta: Segundo o entendimento firmado pelo STJ, vínculo de conexão a justificar a reunião de
medidas cautelares preparatórias está vinculado com a identidade de objeto e/ou de causa de pedir
existente entre as ações principais a serem propostas e não do processo cautelar em si (AREsp
832.354-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, por unanimidade, julgado em 21/02/2019, DJe 19/03/2019)
Resposta: A Floresta Nacional é uma unidade de conservação de uso sustentável configurada por
uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo
básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em
métodos para exploração sustentável de florestas nativas. Essa unidade de conservação é de posse
e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser
desapropriadas de acordo com o que dispõe a lei.
Nas Florestas Nacionais é admitida a permanência de populações tradicionais que a habitam quando
de sua criação, em conformidade com o disposto em regulamento e no Plano de Manejo da unidade.
A Floresta Nacional também disporá de um Conselho Consultivo, presidido pelo órgão responsável
por sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da
sociedade civil e, quando for o caso, das populações tradicionais residentes.
67- Qual é o alcance do conceito de “decisão interlocutória que versa sobre tutela provisória” para
cabimento de agravo de instrumento?
Resposta: Segundo o entendimento firmado pelo STJ, conceito de "decisão interlocutória que versa
sobre tutela provisória" previsto no art. 1.015, I, do CPC/2015, abrange as decisões que examinam
a presença ou não dos pressupostos que justificam o deferimento, indeferimento, revogação ou
alteração da tutela provisória e, também, as decisões que dizem respeito ao prazo e ao modo de
cumprimento da tutela, a adequação, suficiência, proporcionalidade ou razoabilidade da técnica de
efetivação da tutela provisória e, ainda, a necessidade ou dispensa de garantias para a concessão,
revogação ou alteração da tutela provisória (REsp 1.752.049-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, por
unanimidade, julgado em 12/03/2019, DJe 15/03/2019).
69- O pedido de suspensão de segurança pode ser veiculado por meio de simples petição?
Resposta: SIM! De acordo com o entendimento do STJ, para a formalização da pretensão e análise
do pedido de suspensão de segurança, basta o requerimento em simples petição dirigida ao
presidente do tribunal ao qual couber o conhecimento de recurso na causa principal (AgInt no AgInt
na SLS 2.116-MG, Rel. Min. Laurita Vaz, por unanimidade, julgado em 07/11/2018, DJe 26/02/2019).
Isso porque não há requisitos formais previstos em lei para o pedido de suspensão; exige-se, apenas,
que haja requerimento da pessoa jurídica de direito público interessada.
70- É válida a cláusula de norma coletiva que permite a conversão em pecúnia do período de
garantia de emprego após o parto?
Resposta: NÃO! Segundo o entendimento do TST, é nula cláusula de norma coletiva que permite a
conversão em pecúnia do período de garantia de emprego após o parto, uma vez que se trata de
direito revestido de indisponibilidade absoluta, assegurado à gestante pelo art. 10, II, "b", do ADCT.
Da mesma forma, também padece de nulidade cláusula de norma coletiva que permite a
substituição da garantia de emprego do empregado reabilitado por indenização do período
estabilitário, e estabelece que o salário na readaptação tenha como parâmetro o valor inicial da
nova função a ser exercida, pois pode implicar redução salarial vedada pelo art. 7º, VI, da CF (TSTRO-
162-89.2016.5.08.0000, SDC, rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, 18.3.2019).
Resposta: A estação ecológica é uma unidade de conservação de proteção integral que tem o
objetivo de preservação a natureza e permitir a pesquisa científica. Sua área é pública e é proibida
a visitação, exceto educacional. Pesquisas científicas são permitidas em até 3% ou 1.500 ha. A
criação dessa unidade de conservação independe de consulta pública.
Resposta: SIM! De acordo com a jurisprudência do STJ, deve ser reconhecido aos avós de segurado
falecido o direito ao recebimento de pensão por morte em razão de terem sido os responsáveis pela
criação do neto, ocupando verdadeiro papel de genitores (REsp 1.574.859-SP, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, por unanimidade, julgado em 8/11/2016, DJe 14/11/2016).
73- É válida a cláusula de acordo coletivo de trabalho que assegure o pagamento de auxílio cesta
básica apenas aos trabalhadores associados ao sindicato profissional?
Resposta: NÃO! Segundo o entendimento do TST, é nula cláusula de acordo coletivo de trabalho
que garante o pagamento de auxílio cesta básica apenas aos trabalhadores associados ao sindicato
profissional.
Tal cláusula extrapola os limites na negociação coletiva, pois gera discriminação nas relações de
trabalho, em afronta ao princípio da igualdade (art. 5º, I, da CF), além de representar uma tentativa
de obrigar a filiação compulsória de trabalhadores ao sindicato, o que é vedado pelos arts. 5º, XX, e
8º, V, da CF. Ademais, a negociação restrita aos filiados fere o art. 8º, III, da CF, no que confere aos
sindicatos a defesa dos direitos e interesses da categoria (TST-RO-772-57.2016.5.08.0000, SDC, rel.
Min. Mauricio Godinho Delgado, 8.4.2019).
74- A declaração de suspeição feita pelo próprio magistrado por motivo superveniente gera a
nuldiade dos atos processuais praticados anteriormente?
Resposta: Conforme leciona Uadi Lammêgo Bulos (2014, p. 105), a Constituição, no sentido
institucionalista, é a expressão das ideias fortes e duradouras, dos fins políticos, com vistas a cumprir
programas de ordem social. Para o autor, esse sentido institucionalista de texto constitucional é
semelhante à acepção sociológica de instituição: entrelaçamento de práticas sociais articuladas num
complexo de relações, costumes e sentimentos, com vistas ao exercício de controles sociais. Vale
ressalatar que a Constituição Institucionalista é defendida, entre outros, por Maurice Hauriou.
77- É possível a compensação dos honorários fixados em embargos à execução com aqueles fixados
na própria ação de execução?
Resposta: Depende. O STJ analisou o tema sob dois aspectos distintos (REsp 1.715.256-SP, Rel. Min.
Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Seção, por unanimidade, julgado em 13/02/2019, DJe
11/03/2019 (Tema 118)):
I- Tratando-se de Mandado de Segurança impetrado com vistas a declarar o direito à compensação
tributária, em virtude do reconhecimento da ilegalidade ou inconstitucionalidade da exigência da
exação, independentemente da apuração dos respectivos valores, é suficiente, para esse efeito, a
comprovação de que o impetrante ocupa a posição de credor tributário, visto que os comprovantes
de recolhimento indevido serão exigidos posteriormente, na esfera administrativa, quando o
procedimento de compensação for submetido à verificação pelo Fisco;
II- Por outro lado, tratando-se de Mandado de Segurança com vistas a obter juízo específico sobre
as parcelas a serem compensadas, com efetiva investigação da liquidez e certeza dos créditos, ou,
ainda, na hipótese em que os efeitos da sentença supõem a efetiva homologação da compensação
a ser realizada, o crédito do contribuinte depende de quantificação, de modo que a inexistência de
comprovação cabal dos valores indevidamente recolhidos representa a ausência de prova pré-
constituída indispensável à propositura da ação.
Resposta: SIM! De acordo com o entendimento firmado pelo STJ, a decisão interlocutória que afasta
Resposta: Conforme decidido pelo STJ, o fato gerador do Imposto sobre Produtos Industrializados -
IPI, incidente sobre mercadoria importada, é o desembaraço aduaneiro (art. 46, I, do Código
Tributário Nacional - CTN), sendo irrelevante se o bem é adquirido a título de compra e venda ou de
arrendamento, incidindo o tributo sobre a base de cálculo proporcional nos casos de ingresso do
bem em caráter temporário no território nacional, nos termos do art. 79 da Lei n. 9.430/1996 (REsp
1760149/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 11/09/2018, DJe
21/11/2018).
82- Legislação municipal pode reduzir o patamar mínimo de proteção marginal dos cursos d'água
fixado pelo Código Florestal?
Resposta: NÃO! Segundo o entendimento do STJ, a legislação municipal não pode reduzir o patamar
mínimo de proteção marginal dos cursos d'água, em toda sua extensão, fixado pelo Código Florestal
(AREsp 1.312.435-RJ, Rel. Min. Og Fernandes, por unanimidade, julgado em 07/02/2019, DJe
21/02/2019).
Reduzir o tamanho da área de preservação permanente afastando a aplicação do Código Florestal
implicaria verdadeiro retrocesso em matéria ambiental, pois não é possível assegurar o meio
ambiente ecologicamente equilibrado diminuindo a área de preservação insculpida na norma
infraconstitucional mais protetiva. Nesse contexto, a norma federal conferiu uma proteção mínima,
cabendo à legislação municipal apenas intensificar o grau de proteção às margens dos cursos d'água,
ou quando muito, manter o patamar de proteção.
83- A quem cabe decidir sobre a existência, a validade e a eficácia da convenção de arbitragem e do
contrato que contenha cláusula compromissória?
84- Qual é o termo inicial da incidência dos juros moratórios em ações de reparação por danos
decorrentes de acidentes ambientais?
Resposta: Conforme definido pelo STJ, o termo inicial da incidência dos juros moratórios nas
85- A revenda de produtos importados está sujeita a incidência de IPI se não houver industrialização
no Brasil?
Resposta: SIM! O STJ firmou, sob a sistemática dos recursos repetitivos, o entendimento de que os
produtos importados estão sujeitos a uma nova incidência do IPI quando de sua saída do
estabelecimento importador na operação de revenda, mesmo que não tenham sofrido
industrialização no Brasil.
Essa interpretação não configura bis in idem, dupla tributação ou bitributação, porque a lei elenca
dois fatos geradores distintos para o IPI: I- o desembaraço aduaneiro proveniente da operação de
compra do produto industrializado no exterior; e II- a saída do produto industrializado do
estabelecimento importador equiparado a estabelecimento produtor (EREsp 1403532/SC, Rel.
Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Rel. p/ Acórdão Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/10/2015, DJe 18/12/2015).
86- Em quais situações o Poder Judiciário pode declarar a nulidade de cláusula compromissória
arbitral?
87- O pescador profissional tem legitimidade para postular indenização por dano ambiental que
acarreta a redução da pesca?
Resposta: SIM! O STJ entende que o pescador profissional é parte legítima para postular indenização
por dano ambiental que acarretou a redução da pesca na área atingida. Para tanto, ele poderá
utilizar-se do registro profissional, ainda que concedido posteriormente ao sinistro, e de outros
meios de prova que sejam suficientes ao convencimento do juiz acerca do exercício dessa atividade
(AgInt no REsp 1638946/RO, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
19/09/2017, DJe 27/09/2017).
88- Incide IPI sobre a venda de produtos furtados ou roubados antes da entrega ao comprador?
Resposta: NÃO! O STJ possui o entendimento de que não incide o Imposto sobre Produtos
Industrializados – IPI sobre a venda de produtos, na hipótese em que ocorre roubo ou furto de
mercadoria, antes da entrega ao comprador. Isso porque, nesse caso, não resta configurado o fato
gerador, o que somente ocorreria com a efetivação da operação mercantil (EREsp 734403/RS, Rel.
Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/11/2018, DJe
21/11/2018).
Resposta: SIM! Conforme definido pelo STJ, quando a sociedade empresário for dissolvida
irregularmente, será possível o redirecionamento da execução fiscal de dívida ativa não tributária
contra o sócio gerente da pessoa jurídica executada, independentemente da existência de dolo
(REsp 1.371.128-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10/9/2014).
90- O prévio ajuizamento de medida de urgência perante o Judiciário afasta a eficácia da cláusula
compromissória arbitral?
Resposta: NÃO! Conforme decidido pelo STJ, o prévio ajuizamento de ação cautelar perante o Poder
Judiciário deriva do poder geral de cautela insculpido na legislação processual e previsto
expressamente nos arts. 22-A e 22-B da Lei nº 9.307/96 (lei da arbitragem). A atribuição de processá-
la, todavia, após a instauração da arbitragem, é do juízo arbitral, ocasião em que poderá reanalisar
a medida eventualmente concedida (REsp 1586383/MG, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI,
QUARTA TURMA, julgado em 05/12/2017, DJe 14/12/2017).
91- O consumidor pode propor ação declaratória com repetição de indébito para afastar, a
incidência do ICMS sobre a demanda contratada e não utilizada de energia elétrica?
Resposta: SIM! Conforme definido pelo STJ, apesar de o art. 166 do CTN conferir ao contribuinte de
direito, como regra geral, a legitimidade para a restituição de tributos pagos indevidamente, o art.
7º, II, da Lei nº 8.987/85 garante ao usuário do serviço público o direito de defender seus interesses
diante do concedente e da concessionária.
Logo, diante do que dispõe a legislação que disciplina as concessões de serviço público e da peculiar
relação envolvendo o Estado-concedente, a concessionária e o consumidor, esse último tem
legitimidade para propor ação declaratória c/c repetição de indébito na qual se busca afastar, no
tocante ao fornecimento de energia elétrica, a incidência do ICMS sobre a demanda contratada e
não utilizada (REsp 1299303/SC, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
08/08/2012, DJe 14/08/2012).
92- Os valores depositados em nome das filiais podem ser penhorados por dívidas tributárias da
matriz?
Resposta: SIM! Segundo o posicionamento do STJ, os valores depositados em nome das filiais estão
sujeitos à penhora por dívidas tributárias da matriz (REsp 1.355.812-RS, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, julgado em 22/5/2013).
O princípio tributário da autonomia dos estabelecimentos, cujo conteúdo normativo preceitua que
estes devem ser considerados, na forma da legislação específica de cada tributo, unidades
autônomas e independentes nas relações jurídico-tributárias travadas com a administração fiscal, é
um instituto de direito material ligado ao nascimento da obrigação tributária de cada imposto
especificamente considerado e não tem relação com a responsabilidade patrimonial dos devedores,
prevista em um regramento de direito processual, ou com os limites da responsabilidade dos bens
da empresa e dos sócios definidos no direito empresarial.
Além disso, a obrigação de que cada estabelecimento se inscreva com número próprio no CNPJ tem
especial relevância para a atividade fiscalizatória da administração tributária, não afastando a
unidade patrimonial da empresa, cabendo ressaltar que a inscrição da filial no CNPJ é derivada da
inscrição do CNPJ da matriz. Diante do exposto, limitar a satisfação do crédito público, notadamente
do crédito tributário, a somente o patrimônio do estabelecimento que participou da situação
caracterizada como fato gerador é adotar interpretação incabível.
Resposta: A Teoria do Reforço da Democracia, de acordo com a lição de Marcelo Novelino (2017, p.
153), está relacionada à interpretação constitucional exercida pelo Poder Judiciário.
Por essa teoria, cabe aos magistrados a proteção de direitos indispensávels ao bom funcionamento
da democracia, bem como de grupos em situação de risco resultante da insuficiência do processo
democrático. Assim, a interpretação constitucional deve atuar apenas nos casos de mau
funcionamento da democracia, assegurando a regular participação política de todos os
interessados.
empresária prevista no art. 133 do CPC/2015, pois a responsabilidade dos sócios, de fato, já lhes é
atribuída pela própria lei, de forma pessoal e subjetiva. Igualmente, a responsabilidade subsidiária
do art. 134, VII, do CTN autoriza o redirecionamento da execução fiscal aos sócios na hipótese de
não ser possível exigir o crédito tributário da sociedade empresária liquidada
Entretanto, o STJ decidiu que é necessária a instauração do incidente de desconsideração da
personalidade da pessoa jurídica devedora para o redirecionamento de execução fiscal a pessoa
jurídica que integra o mesmo grupo econômico, mas que não foi identificada no ato de lançamento
(Certidão de Dívida Ativa) ou que não se enquadra nas hipóteses dos arts. 134 e 135 do CTN (REsp
1.775.269-PR, Rel. Min. Gurgel de Faria, por unanimidade, julgado em 21/02/2019, DJe
01/03/2019).
95- Existem serviços que excepcionam a regra de que não podem ser concedidos incentivos fiscais
sobre o ISS que resultem em carga tributária inferior à decorrente da alíquota mínima?
Resposta: SIM! Segundo dispõe o art. 8º-A, §1º, da LC nº 116/03, ão será objeto de concessão de
isenções, incentivos ou benefícios tributários ou financeiros, inclusive de redução de base de cálculo
ou de crédito presumido ou outorgado, ou sob qualquer outra forma que resulte, direta ou
indiretamente, em carga tributária menor que a decorrente da aplicação da alíquota mínima de 2%
estabelecida no caput. No entanto, excepcionam essa regra os serviços de construção civil,
reparação/reforma de edifícios/estradas/portos/pontes, e transportes coletivos municipais.
Resposta: NÃO! De acordo com o entendimento do STJ, não cabe agravo de instrumento contra
decisão de indeferimento do pedido de exclusão de litisconsorte (REsp 1.724.453-SP, Rel. Min.
Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 19/03/2019, DJe 22/03/2019).
O CPC/2015 disciplinou, de modo específico, sobre os vícios de que padecerão as sentenças
proferidas sem a integração de um litisconsorte: (i) na hipótese de litisconsórcio necessário e
unitário, a sentença é nula (art. 115, I); (ii) na hipótese de litisconsórcio necessário e simples, a
sentença será ineficaz em relação aos que não foram citados (art. 115, II); (iii) e, em ambas as
situações, o não atendimento da ordem judicial que determina a integração do polo passivo para a
inclusão dos litisconsortes necessários faltantes acarretará a extinção do processo (art. 115,
parágrafo único). Justamente porque a errônea exclusão de um litisconsorte é capaz de invalidar a
sentença de mérito, inclusive porque à parte excluída deveria ser facultada a ampla participação na
atividade instrutória, é que se admite que a decisão interlocutória com esse conteúdo seja, desde
logo, reexaminada pelo tribunal, antes da sentença. Essa é a razão de existir do art. 1.015, VII, do
CPC/2015.
Todavia, não se verifica a mesma consequência jurídica quando se examina a decisão interlocutória
que rejeita excluir o litisconsorte. A manutenção, no processo, de uma parte alegadamente ilegítima
não fulmina a sentença de mérito nele proferida, podendo o tribunal, por ocasião do julgamento do
recurso de apelação, reconhecer a ilegitimidade da parte e, então, exclui-la do processo.
Resposta: SIM! De acordo com o entendimento firmado pelo STJ, a atividade desenvolvida no
âmbito da arbitragem possui natureza jurisdicional.
Isso torna possível a existência de conflito de competência entre os juízos estatal e arbitral, cabendo
ao Superior Tribunal de Justiça o seu julgamento (CC 157099/RJ, Rel. Ministro MARCO BUZZI, Rel.
p/ Acórdão Ministra NANCY ANDRIGHI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 10/10/2018, DJe 30/10/2018).
98- A retenção de mercadoria importada até o pagamento dos direitos antidumping configura uma
sanção política?
Resposta: NÃO! A súmula nº 323 do STF afirma ser inadmissível a apreensão de mercadorias como
meio coercitivo para pagamento de tributos. No entanto, segundo o entendimento firmado pelo
STJ, a retenção de mercadoria importada até o pagamento dos direitos antidumping não viola o
enunciado da Súmula n. 323/STF (REsp 1.728.921-SC, Rel. Min. Regina Helena Costa, por
unanimidade, julgado em 16/10/2018, DJe 24/10/2018).
O termo dumping origina-se do verbo to dump, que significa jogar, desfazer, esvaziar-se. Consiste
na prática de medidas com o fim de possibilitar que mercadorias ou produtos possam ser oferecidos
99- O pedido de concessão de pensão por morte está sujeito à prescrição do fundo de direito?
Resposta: NÃO! Conforme definido pelo STJ, as prestações previdenciárias têm características de
direitos indisponíveis, daí porque o benefício previdenciário em si não prescreve, somente as
prestações não reclamadas no lapso de cinco anos é que prescreverão, uma a uma, em razão da
inércia do beneficiário.
Nesse sentido, nas causas em que se pretende a concessão de benefício de caráter previdenciário,
inexistindo negativa expressa e formal da Administração, não há falar em prescrição do fundo de
direito, nos termos do art. 1º. do Decreto n. 20.910/1932, porquanto a obrigação é de trato
sucessivo, motivo pelo qual incide no caso o disposto na Súmula n. 85 do STJ. Não se pode admitir
que o decurso do tempo legitime a violação de um direito fundamental.
Portanto, não ocorre a prescrição do fundo de direito no pedido de concessão de pensão por morte,
estando prescritas apenas as prestações vencidas no quinquênio que precedeu à propositura da
ação (EREsp 1.269.726-MG, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, por unanimidade, julgado em
13/03/2019, DJe 20/03/2019).
100- O tráfego de veículos com excesso de peso pode gerar responsabilidade civil?
Resposta: SIM! Segundo o entendimento do STJ, o tráfego de veículos com excesso de peso gera
responsabilidade civil em razão dos danos materiais às vias públicas e do dano moral coletivo
consistente no agravamento dos riscos à saúde e à segurança de todos, sendo viável, como medida
coercitiva, a aplicação de multa civil (astreinte), ainda que já imputada multa administrativa (REsp
1.574.350-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, por unanimidade, julgado em 03/10/2017, DJe
06/03/2019).
101- No que tange à competência administrativa, qual a diferença entre delegação de competência
e delegação de assinatura?
102- Editais de concurso público podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem?
Resposta: Segundo entendimento do STF, editais de concurso público não podem estabelecer
restrição a pessoas com tatuagem, salvo situações excepcionais, em razão de conteúdo que viole
valores constitucionais. Nesse sentido, entendeu que a criação de barreiras arbitrárias para impedir
o acesso de candidatos a cargos públicos fere os princípios constitucionais da isonomia e da
razoabilidade (RE 898450).
103- É cabível execução provisória de fazer, não fazer e entregar coisa em face da Fazenda Pública?
Resposta: Segundo entendimento do STF, é cabível execução provisória de fazer, não fazer e
entregar coisa contra a fazenda pública, pois a execução provisória de obrigação de fazer em face
da Fazenda Pública não atrai o regime constitucional dos precatórios. Assim, em caso de “obrigação
de fazer”, é possível a execução provisória contra a Fazenda Pública, não havendo incompatibilidade
com a Constituição Federal. (RE 573872)
Resposta: Segundo entendimento do STJ, o usufrutuário de imóvel urbano possui legitimidade ativa
para questionar o IPTU, pois é o responsável pelo pagamento do IPTU, nos termos do art. 733, II, do
Código Civil, na proporção de seu usufruto. (REsp 203098/SP)
105- É necessária autorização do órgão ambiental competente para manejo sustentável da reserva
legal sem propósito comercial?
Resposta: O manejo sustentável da reserva legal para exploração florestal eventual, sem propósito
comercial direto ou indireto, para consumo no próprio imóvel situado na pequena propriedade ou
posse rural familiar, INDEPENDE DE AUTORIZAÇÃO do órgão ambiental competente, limitada a
retirada anual de material lenhoso a 2 m³ por hectare.
Resposta: Segundo Harrison Leite, é juridicamente possível o protesto da CDA, mormente nos casos
concretos de execução fiscal de baixo valor, muitas vezes de valor inferior ao respectivo custo
processual, pois, a cada pleito executório, mobiliza-se toda a máquina administrativa e a judicial,
quando, na verdade, tem-se um mecanismo mais eficiente, econômico e razoável de se alcançar o
mesmo resultado. Nesse sentido, decidiu o STF pela constitucionalidade do protesto da CDA. (ADI
5135)
Resposta: Segundo Di Pietro, são os serviços públicos que, embora atendam às necessidades
coletivas, NÃO são assumidos nem executados pelo Estado, mas apenas por ele autorizados,
regulamentados e fiscalizados, como, por exemplo, os serviços de táxi.
Resposta: O TST entendeu que NÃO há responsabilidade solidária do novo empregador com o grupo
econômico, SALVO se comprovada má-fé ou fraude na sucessão, conforme OJ nº 411 da SDI-I: “O
sucessor não responde solidariamente por débitos trabalhistas de empresa não adquirida,
integrante do mesmo grupo econômico da empresa sucedida, quando, à época, a empresa
devedora direta era solvente ou idônea economicamente, ressalvada a hipótese de má-fé ou fraude
na sucessão.”
Resposta: O art. 109 da Lei das S/A permite o uso da arbitragem, porém há que se diferenciar duas
situações: se a cláusula foi prevista originariamente no estatuto da companhia, tendo os sócios
aprovado a cláusula por unanimidade, é plenamente válida a e legítimo o uso da arbitragem, mas
se a cláusula compromissória for introduzida em alteração estatutária, é possível que alguns
acionistas NÃO se manifestem sobre a matéria. Nesse último caso, entende André Santa Cruz
(@prof.andresantacruz) que a inclusão de cláusula compromissória de arbitragem deve ser sempre
unânime.
110- No processo do trabalho, se firmado acordo judicial sem reconhecimento de vínculo, é devido
recolhimento da contribuição previdenciária?
Resposta: Significa que a pessoa jurídica de direito público ou de direito privado poderá abster-se
de contestar o pedido ou poderá atuar ao lado do autor da ação popular, desde que útil ao interesse
público. Assim, poderá atuar em ambos os polos da demanda, de acordo com o interesse público,
conforme permissão do art. 6º, § 3º, da Lei 4.717/65.
Resposta: O STJ NÃO tem admitido o redirecionamento nos processos de falência, por entender que
falir não é infração à lei. Nesse sentido, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no sentido
de que a falência não caracteriza modo irregular de dissolução da pessoa jurídica (STJ, Resp n.
824.914, RE. Min. Denise Arruda, j. 13.11.07). Inclusive, há precedentes do STJ que dizem que a
falência, por si só não legitima o redirecionamento. Para tanto, só é possível redirecionar a execução
quando restar provada que o sócio agiu com infração à lei, ou quando o nome do sócio constou na
CDA desde o início da execução.
Resposta: Segundo a Lei 11.284/06, é a delegação onerosa, feita pelo poder concedente, do direito
de praticar manejo florestal sustentável para exploração de produtos e serviços numa unidade de
manejo, mediante licitação, à pessoa jurídica, em consórcio ou não, que atenda às exigências do
respectivo edital de licitação e demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco
e por prazo determinado.
Resposta: Segundo entendimento do STF, embora seja prerrogativa dos Poderes Legislativo e
Executivo formular e executar políticas públicas, o STF entende possível a efetivação de direitos
sociais via Poder Judiciário, excepcionalmente, sobretudo nas hipóteses de políticas públicas
definidas pela própria Constituição. (RTJ 164/158-161, Rel. Min. CELSO DE MELLO).
julgamento do MS for do juízo de primeiro grau, tanto na Justiça Estadual como na Federal, a
competência territorial será determinada pelo local em que a autoridade exerce suas funções. Caso
haja vara privativa da Fazenda Pública, a competência será absoluta dentro da comarca.
Resposta: Sim, segundo entendimento do STJ, O crédito presumido de IPI previsto no art. 1º da Lei
no 9.363/96 integra a base de cálculo do IRPJ e da CSLL. (EREsp 1210941/RS)
Resposta: Existem duas correntes doutrinárias a respeito do alcance federativo da exigência do valor
mínimo de dez milhões de reais (Lei 13.529/17) nos contratos de PPPs. Para a primeira corrente,
que prevalece, o valor mínimo deve ser observado por todos os entes da federação, pois a lei
11.079/04 consagra normas gerais de PPP. Já para a segunda corrente, o valor mínimo de 10 milhões
de reais só se aplica à União, sob pena de inviabilizar a PPP no âmbito dos Estados e Municípios.
Resposta: Segundo entendimento do STF, a revisão anual de vencimentos não é obrigatória, mas
chefe do Executivo deve justificar. Nesse sentido, decidiu que o não encaminhamento de projeto de
lei de revisão anual dos vencimentos dos servidores públicos, previsto no inciso X do art. 37 da
CF/88, não gera direito subjetivo a indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto, se pronunciar,
de forma fundamentada, acerca das razões pelas quais não propôs a revisão. (RE 565089/SP)
Resposta: Segundo Flávio Tartuce, é disposição testamentária de pequena extensão, ato de última
vontade simplificado. Toda pessoa capaz de testar poderá, mediante escrito particular seu, datado
e assinado, fazer disposições especiais sobre o seu enterro, sobre esmolas de pouca monta a certas
e determinadas pessoas, ou, indeterminadamente, aos pobres de certo lugar, assim como legar
móveis, roupas ou joias, de pouco valor, de seu uso pessoal. Atos praticados por codicilo revogam-
se por atos iguais, e consideram-se revogados, se, havendo testamento posterior, de qualquer
natureza, este não confirmá-los ou modificá-los.
Resposta: Segundo Henrique Correia (@prof_correia), são requisitos para o exercício do direito de
greve: convocação e realização de assembleia geral; comunicação prévia ao empregador, com
antecedência de 48 horas, no mínimo, e para serviços essenciais deve ser de 72 horas; e
manutenção do maquinário.
Resposta: O STF decidiu que o art. 39, § 4º, da Constituição Federal não é incompatível com o
pagamento de terço de férias e décimo terceiro salário. Assim, os Vereadores, mesmo recebendo
sua remuneração por meio de subsídio, podem ter direito ao pagamento de terço de férias e de 13º
salário. Desse modo, é possível o pagamento de terço de férias e de 13º salário aos Vereadores,
desde que a percepção de tais verbas esteja prevista em lei municipal. (RE 650898/RS)
Resposta: Segundo Alexandre Mazza ocorre a tredestinação quando o bem objeto da ação
expropriante recebe destinação diferente da inicialmente prevista no ato ou na lei expropriatória.
Já na adestinação o bem expropriado não recebe destinação alguma, nem de interesse público, nem
de interesse privado, sendo mantido completamente desafetado e sem uso.
127- No que tange à manifestação de vontade do órgão, em que consiste a teoria da representação?
Resposta: Segundo Matheus Carvalho, pela teoria da representação, o agente público, por força de
lei, atuaria como representante do Poder Público, como os curadores ou tutores de incapazes. Nesse
sentido, a teoria peca por considerar a existência de duas vontades independentes, ou seja, a do
Estado e a do agente público que teria a capacidade de representar a vontade estatal, em
decorrência da representação. Além disso, a Administração Pública não poderia ser considerada
incapaz de exercer seus direitos e obrigações.
128- A alienação do controle das empresas subsidiárias e controladas das empresas públicas e
Resposta: Não, não se exige autorização legislativa para a alienação do controle de subsidiárias e
controladas de empresas públicas e sociedade de economia mista. Além disso, nesses casos não há
necessidade de licitação, desde que siga procedimentos que observem os princípios da
administração pública inscritos no art. 37 da Constituição Federal, respeitada, sempre, a exigência
de necessária competitividade. (STF, ADI 5624 MC-Ref/DF)
Resposta: Segundo Uadi Lammêgo Bulos, inexiste poder constituinte “municipal”. O que há é uma
competência legislativa titularizada pela Câmara de Vereadores, cujo escopo é elaborar e modificar
a lei orgânica do Município.
130- É constitucional foro por prerrogativa de função para Procuradores do Estado estabelecido por
Constituição Estadual?
131- É cabível ADI contra decreto presidencial que, com fundamento no art. 84, VI, ‘a’, da CF/88,
extingue colegiados da Administração Pública Federal?
Resposta: Sim, é cabível ADI contra decreto que extingue colegiados da Administração Pública
Federal, cujo fundamento é o art. 84, VI, ‘a’ da CF/88, pois se trata de decreto autônomo, que retira
fundamento de validade diretamente da Constituição Federal e, portanto, é dotado de generalidade
e abstração suficientes para ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade. (STF, ADI 6121
MC/DF)
133- Cabe agravo de instrumento contra a decisão interlocutória que acolhe ou afasta a arguição de
impossibilidade jurídica do pedido?
Resposta: Sim, pois, segundo entendimento do STJ, a possibilidade jurídica do pedido, após o
CPC/15, compõe parcela do mérito que está sendo discutido no processo, de modo que a decisão
interlocutória que versar sobre essa matéria, seja para acolher ou para afastá-la, poderá ser objeto
de agravo de instrumento com base no art. 1.015, II, do CPC. (STJ, REsp 1.757.123-SP)
134- É cabível ação rescisória contra decisão do Presidente do Tribunal proferida em suspensão de
liminar?
Resposta: Segundo entendimento do STJ, não, pois ausentes os requisitos para a propositura da
ação rescisória previstos no art. 966 do CPC, mais especificamente, a existência de decisão de
mérito, transitada em julgado. Assim, mesmo que tenha transitado em julgado, não é cabível ação
rescisória contra decisão do Presidente do STJ proferida em suspensão de liminar e de sentença
porque não faz coisa julgada material nem impede a rediscussão do objeto controvertido na ação
principal. (STJ, AR 5.857-MA)
Resposta: Segundo Ricardo Alexandre, são ontológicas as imunidades que existiriam mesmo sem
previsão expressa do texto constitucional, uma vez que são fundamentais para atendimento ao
princípio da isonomia e ao pacto federativo. Assim, são consideradas ontológicas as imunidades das
instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos (CF, art. 150, VI, c), tendo em vista
sua falta de capacidade contributiva, uma vez que seus parcos recursos devem ser destinados à sua
importante atividade-fim. Também é ontológica a imunidade recíproca (CF, art. 150, VI, a), por se
configurar em cláusula protetiva do pacto federativo.
Resposta: Segundo entendimento do STJ, não cabem medidas atípicas aflitivas pessoais na execução
fiscal, tais como a suspensão de passaporte e da licença para dirigir, como forma de compelir o
executado a pagar o débito. O Tribunal entendeu que o Poder Público já é dotado, pela Lei 6.830/80,
de privilégios processuais e conferir a possibilidade de medidas atípicas aflitivas pessoais seria
excessivo. (STJ, HC 453.870-PR)
138- A prática de litigância simulada (“sham litigation”) configura ato ilícito indenizável?
ilícito de abuso do direito de ação ou de defesa, o denominado assédio processual. Dessa forma, a
litigância simulada configura ato ilícito de abuso de direito de ação, podendo gerar indenização por
danos morais e materiais. (STJ, REsp 1.817.845-MS)
Resposta: Segundo Flávio Tartuce, o dever jurídico engloba não só as relações obrigacionais ou de
direito pessoal, mas também aquelas de natureza real, de direito de família, entre outras, enquanto
a obrigação se adstringe apenas ao dever oriundo da relação creditória, pessoal.
Resposta: Segundo Tarcísio Teixeira, “offshore company” é uma sociedade constituída no exterior
com o fim de controlar uma ou mais empresas no território nacional. Em tese, não há ilicitude se o
ordenamento jurídico não proibir, pois pode ser uma forma de planejamento. No entanto, se tais
empresas forem constituídas buscando “reduções tributárias ilegais” nos países considerados
“paraísos fiscais”, com a ocultação da identidade dos controladores ou com remessa ilícita de
dinheiro para o exterior, então haverá ilicitude.
Resposta: Segundo dispõe o art. 2º, § 8º da Lei 6.766/79 (Lei do Parcelamento do Solo Urbano), nos
loteamentos de acesso controlado o controle de acesso será regulamentado por ato do Poder
Público Municipal, porém é vedado o impedimento de acesso a pedestres ou a condutores de
veículos, não residentes, devidamente identificados ou cadastrados.
Resposta: Segundo entendimento recente do TST, não, pois a lei vincula a manutenção do contrato
de trabalho à empresa em que ocorreu o acidente do empregado. Segundo dispõe o art. 118 da Lei
8.213/91, é garantida a manutenção do contrato de trabalho do segurado que, afastado por mais
de quinze dias do emprego, em razão de acidente de trabalho, tiver percebido auxílio-acidente
acidentário ou, no caso de doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução
do contrato. A garantia é concedida pelo prazo mínimo de doze meses após a cessação do benefício
e é vinculada ao contrato de trabalho do acidentado com a empresa em que ocorreu o acidente.
como “erro de direito”. Assim, deve-se privilegiar o princípio da segurança jurídica e o princípio da
não surpresa, de modo que mudanças nos critérios jurídicos adotados pela Administração
Tributária, no exercício da atividade do lançamento, só terão efeitos ex nunc, sendo aplicáveis
somente a casos futuros.
146- Ao prazo para a pessoa jurídica de direito público recorrer no mandado de segurança aplica-se
a regra do art. 183 do CPC (prazo em dobro)?
147- No que tange aos métodos de interpretação constitucional, em que consiste o método da
comparação constitucional?
Resposta: Segundo Pedro Lenza, por esse método a interpretação dos institutos se implementar
mediante comparação nos vários ordenamentos. Estabelece-se, assim, uma comunicação entre as
várias Constituições. Peter Haberle sustenta ser esse um quinto método de interpretação, partindo
dos quatro métodos ou elementos desenvolvidos por Savigny (gramatical, lógico, histórico e
sistemático).
148- A Fazenda Pública está dispensada do pagamento dos honorários de perito e do assistente
técnico?
Resposta: Não. Segundo Leonardo Carneiro da Cunha, a Fazenda Pública não está sujeita ao
pagamento de custas e emolumentos judiciais, em cujo conceito não se incluem a remuneração do
assistente técnico nem os honorários do perito. De acordo com o art. 95 do CPC, cada parte deve
arcar com a remuneração do seu assistente técnico, tendo, assim, a Fazenda Pública que pagar a
remuneração do assistente técnico que indicar.
Quanto ao perito, a regra é que os honorários são custeados pela parte que houver requerido o
exame. Quando a Fazenda Pública requer a perícia, esta poderá ser realizada por entidade pública
ou, então, ser custeada com recursos previstos no orçamento para tal finalidade. Não sendo
realizada por entidade pública nem havendo previsão orçamentária, o pagamento deve ser feito no
exercício seguinte, depois da inclusão da previsão no respectivo orçamento.
149- São constitucionais os dispositivos previstos na Lei da Relicitação (Lei 13.448/17) para a
prorrogação antecipada dos contratos de concessão?
Resposta: Segundo entendimento do STJ, o condomínio, por ser uma massa patrimonial, não possui
honra objetiva e não pode sofrer dano moral. O Tribunal afirmou, nesse sentido, que os
condomínios são entes despersonalizados, pois não são titulares das unidades autônomas,
tampouco das partes comuns, além de não haver, entre os condôminos, a affectio societatis, tendo
em vista a ausência de intenção dos condôminos de estabelecerem, entre si, uma relação jurídica,
sendo o vínculo entre eles decorrente do direito exercido sobre a coisa e que é necessário à
administração da propriedade comum.
Além disso, diferentemente do que ocorre com as pessoas jurídicas, qualquer ofensa ao conceito
(reputação) que possui perante a comunidade representa, na verdade, uma ofensa individualmente
dirigida a cada um dos condôminos, pois quem goza de reputação são os condôminos e não o
condomínio, anda que o ato lesivo seja a este endereçado. Assim, o condomínio, por ser uma massa
patrimonial, não possui honra objetiva e não pode sofrer dano moral. (STJ, REsp 1.736.593-SP – Info
665)
151- No âmbito do Direito Tributário, qual a diferença entre imunidades ontológicas e políticas?
Resposta: Segundo Ricardo Alexandre são ontológicas as imunidades que existiriam mesmo sem
previsão expressa do texto constitucional, uma vez que são fundamentais para atendimento ao
princípio da isonomia e ao pacto federativo. São exemplos desse tipo de imunidade as concedidas
às instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos (art. 150, VI, c, CF), tendo em vista
sua falta de capacidade contributiva; e a imunidade recíproca (art. 150, VI, a, CF), por se configurar
em cláusula protetiva do pacto federativo.
Por outro lado, imunidades políticas são as que visam à proteção de outros princípios em virtude de
uma opção política do legislador constituinte, como é o caso da imunidade dos templos de qualquer
culto e dos livros, jornais, periódicos e do papel destinado à sua impressão.
Resposta: Segundo entendimento do STJ, não. O interesse jurídico no ajuizamento direto de ação
de usucapião independe de prévio pedido na via extrajudicial, ou seja, a tentativa de usucapião
extrajudicial não é condição indispensável para o ajuizamento da ação de usucapião. Dessa forma,
mesmo que preenchidos os requisitos para a usucapião extrajudicial, é livre a opção pela
propositura da ação judicial de forma direta. (STJ, REsp 1.824.133-RJ – Info 665)
Resposta: Segundo Alexandre Mazza a doutrina menciona alguns atos administrativos que não
podem ser revogados, como os atos que geram direito adquirido, os atos já exauridos, os atos
vinculados (não envolvem juízo de conveniência e oportunidade), os atos enunciativos (certidões,
pareceres e atestados) e os atos preclusos no curso de procedimento administrativo (a preclusão é
óbice à revogação).
154- Os créditos derivados de prestação de serviços contábeis e afins podem ser classificados como
créditos trabalhistas no processo de recuperação judicial?
Resposta: Segundo entendimento do STJ, sim. O Tribunal decidiu recentemente que os créditos
decorrentes da prestação de serviços contábeis e afins, mesmo que titularizados por sociedade
simples, são equiparados aos créditos trabalhistas para efeitos de sujeição ao processo de
recuperação judicial. Ou seja, o tratamento dispensado aos honorários devidos a profissionais
liberais deve ser o mesmo conferido aos créditos de origem trabalhista, em virtude de ostentarem
natureza alimentar. Além disso, o Tribunal ressaltou que tal entendimento não se altera pelo fato
de o titular do crédito ser uma sociedade de contadores. (STJ, REsp 1.851.770-SC – Info 665)
155- Considerando a polícia administrativa dividida em 4 ciclos distintos, quais deles podem ser
delegados?
156- A simples referência ao feriado local na interposição do recurso atende à exigência do art.
1.003, § 6º, do CPC/15?
Resposta: Segundo entendimento do STJ, não. O Tribunal decidiu que a comprovação da existência
de feriado local que dilate o prazo para a interposição de recursos deve ser demonstrada no ato de
interposição do recurso que pretende seja conhecido por documento oficial ou certidão expedida
pelo Tribunal de origem, não bastando a mera menção ao feriado local nas razões recursais,
tampouco a apresentação de documento não dotado de fé pública. (STJ, REsp 1.763.167-GO – Info
665)
Resposta: O referido princípio está previsto no art. 151, II, da CF/88, que dispõe que é vedado à
União tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do DF e dos Municípios, bem
como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que
fixar para suas obrigações e para seus agentes.
Tal disposição, aplicável exclusivamente ao imposto de renda, tem por objetivo evitar que a União
utilize o tributo como meio de concorrer deslealmente no “mercado” de títulos da dívida pública e
na seleção de servidores públicos.
158- Em uma ação civil pública, é possível a substituição da associação autora por outra associação
no caso de a primeira ser dissolvida?
Resposta: Segundo entendimento do STJ, sim. Caso ocorra a dissolução da associação autora da
ação civil pública, é possível sua substituição no polo ativo por outra associação que possua a mesma
finalidade temática.
O Tribunal decidiu dessa forma em razão de que o microssistema de defesa dos interesses coletivos
Resposta: Pedro Lenza explica que, segundo entendimento do STF, já reiterado em diversos
julgados, o caráter compulsório da integração metropolitana não esvazia a autonomia municipal.
Dessa forma, decidiu que a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de
interesse comum, bem como o seu processo decisório, não poderão ser transferidos com
exclusividade para o Estado-membro, devendo ser assegurada a participação tanto dos municípios
compreendidos como do referido ente federativo. O Tribunal entendeu, nesse sentido, ser
necessário evitar que o poder decisório e o poder concedente se concentrem nas mãos de um único
ente para preservação do autogoverno e da autoadministração dos municípios. (ADI 1.841 e ADI
1.842)
Resposta: Por ser genérica e decorrer diretamente de lei, entende-se que a reserva legal tem
natureza jurídica de limitação ao uso da propriedade, conforme já reconhecido pelo STJ (REsp
743.363), não sendo, portanto, indenizável, devendo ser suportada por todos os proprietários rurais
para a manutenção de parte das florestas e da biodiversidade nacional, regime jurídico mantido
com o novo Código Florestal.