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Cadernos PDE
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Viviane Raquel Elias Costa
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Prof. Drª Luciana Pereira da Silva
RESUMO
O presente artigo traz uma síntese das atividades realizadas no Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de Estado da Educação do
Paraná – SEED-PR, edição da 2013/2014, com ênfase nos resultados da
intervenção que teve lugar no Colégio Estadual Maria da Luz Furquim, de Rio
Branco do Sul-PR, junto a alunos do 6º ano do Ensino Fundamental, na disciplina de
Língua Portuguesa. A linha de estudos adotada foi a aquisição de linguagem,
desenvolvida a partir do tema “As dificuldades na aprendizagem: leitura e escrita”,
com abordagem delimitada para as estratégias de ensino aprendizagem de leitura e
escrita no Ensino Fundamental II. A questão-problema orientadora do estudo foi:
como o professor do ensino regular pode desenvolver uma proposta de intervenção
voltada ao desenvolvimento de habilidades na leitura e na escrita. O objetivo geral
compreende analisar questões pertinentes ao ensino-aprendizagem de língua
materna, propondo estratégias que visem sanar as dificuldades relacionadas à
escrita. Como metodologia de trabalho foi adotada a pesquisa bibliográfica em
fontes primárias e secundárias e a elaboração de uma Unidade Didática,
apresentada na forma de Sequência Didática (SD) voltada ao exercício da leitura e
da escrita, a partir de contos de diversos autores da Literatura Infantil. Como
resultado do estudo, foi possível perceber que quando deficitária a aquisição de
linguagem, o aluno apresenta dificuldades na escrita, na leitura e na capacidade de
interpretar e produzir textos, e essa condição, embora se mostre comum, pode ser
revertida a partir de um trabalho específico, visando ao desenvolvimento de
competências nessa área.
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Professora de Língua Portuguesa do Colégio Estadual Maria da Luz Furquim – NRE-AM Norte, da
Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED-PR. viviraquelcosta@yahoo.com.br
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Doutora em Estudos Linguísticos, professora-orientadora do Programa de Desenvolvimento
Educacional – PDE, edição 2013/2014, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED-PR.
lucianasilva@utfpr.edu.br
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1 INTRODUÇÃO
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As dificuldades com a leitura e a escrita são observadas nos alunos assim de seu ingresso na Fase
II do Ensino Fundamental, revelando que o problema se origina nos anos iniciais. Trata-se de um
problema comum no país, haja vista que “é considerável o número de crianças que não conseguem
aprender a ler e escrever nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Esse problema vai se estendendo
aos anos posteriores por conta do modelo de progressão continuada adotada pela maioria das
escolas” (SANTOS et al., 2010, p. 1). A qualidade da formação dos professores que atuam no nível
municipal, realizada às pressas para atender as exigências do Plano Nacional de Educação de 2001,
também deve ser considerada no contexto dos fatores que concorrem para a baixa qualidade do
ensino nos anos iniciais, como observa Brzezinski (2008) ao analisar que embora o ministro da
Educação Fernando Haddad, em sua gestão à frente do MEC, tenha “atribuído à universidade o
papel de formar professores em cursos presenciais, as políticas educacionais adotadas pelo seu
Ministério e financiadas por órgãos internacionais contradizem esse discurso quando estimulam a
oferta de cursos a distância, para formar professores na Universidade Aberta do Brasil (UAB)”. Como
se pode perceber, a questão tem raízes estruturais e, nesse contexto, a realidade das escolas de Rio
Branco do Sul no tocante à formação de seus professores não difere das demais instituições
brasileiras que oferecem ensino dos anos iniciais.
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4) Qual é (são) a(s) maior (es) dificuldade(s) encontrada(s) no trabalho com leitura e escrita?
( ) Falta de recursos ( ) Falta de motivação por parte da escola
( ) Falta de interesse dos alunos ( ) Falta de motivação por parte da família
6) Quantos de seus alunos apresentam interesse pela produção de textos e o fazem de forma
contextualizada e significativa?
( ) Metade deles ( ) A maioria deles ( ) Todos ( ) Alguns
GRÁFICO 1
ainda é preciso avançar na construção de uma prática alinhada aos interesses dos
alunos, condição indispensável para manter o leitor cativo, favorecendo a formação
do hábito da leitura e o desenvolvimento de habilidades na escrita.
GRÁFICO 2
GRÁFICO 4
GRÁFICO 5
Como se pode observar, 34% dos entrevistados utiliza jornais e revistas nas
atividades que têm por objetivo a prática da leitura. Outros 33% trabalham com o
livro didático; e 25% fazem uso de livros literários nesses processos. As respostas
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GRÁFICO 6
GRÁFICO 7
É fato que a família nem sempre participa da escola, mas não se pode
esquecer que essa é uma das conformações da sociedade contemporânea, em que
pais e mães têm que trabalhar fora para garantir o sustento da família e, por isso,
dispõe de pouco tempo para dedicar-se à vida de seus filhos como um todo, e
menos ainda ao seu processo educacional que se dá em pleno horário de trabalho.
Por outro lado, sabe-se que é no meio familiar que a criança constrói os primeiros
referenciais que a levarão à aquisição da linguagem e ao hábito da leitura.
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3) O trabalho que o professor desenvolve na sala de aula prioriza seus interesses e necessidades?
( ) Sim ( ) Não
8) Junto com este questionário você está recebendo um livro de literatura infantil. Leia-o com
atenção e em seguida produza um texto com 10 linhas, dando à história um novo final.
seu primeiro contato com a leitura na escola – fato que pode ser determinante para o
baixo número de livros lidos pelos entrevistados.
A maioria dos alunos, 61%, respondeu dizendo que a leitura se mostra uma
estratégia importante para aprender mais; 27% consideram que essa atividade
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Em seguida, foi perguntado aos alunos sobre a forma como eles percebem
as atividades de leitura e produção, se essas seriam tarefas desgastantes em seu
ponto de vista. As respostas a essa questão são mostradas no Gráfico 10, abaixo.
Essas respostas mostram que o hábito de leitura precisa ser incentivado pela
família, e esse é um alerta que pode orientar o desenvolvimento de estratégias que
integrem os pais e os irmãos no processo de difusão do hábito da leitura em casa,
como forma de melhorar o desempenho dos alunos nessa habilidade que é
fundamental para a aquisição da linguagem e, depois, para o letramento.
3 METODOLOGIA
campo realizada com professores que atuam no Ensino Fundamental de Rio Branco
do Sul – sendo os da rede municipal de ensino – EF-I e os da rede estadual de
ensino – EF-II; e com alunos do 6º A do Colégio Estadual Manria da Luz Furquim
dessa mesma cidade.
O projeto foi apresentado na Semana Pedagógica, na primeira semana de
fevereiro de 2013, aos professores do Ensino Fundamental II e equipe pedagógica
do Colégio Estadual Maria da Luz Furquim, de Rio Branco do Sul. A proposta foi
bem acolhida pela comunidade escolar, e foi mereedora de elogios à iniciativa;
momento em que os professores de Língua Portuguesa afirmando reafirmaram a
necessidade de se procurar caminhos alternativos para promover a leitura e a
escrita dos alunos desde o 6º ano, quando os alunos estão conhecendo num novo
ritmo de trabalho em que essas habilidades passam a ser cada vez mais requeridas.
Da mesma forma, o projeto foi apresentado na Semana Pedagógica do
Ensino Fundamental I, que ocorreu na primeira semana
de fevereiro de 2013; quando os participantes se mostraram muito
interessados na proposta e colocaram a semelhança que existe com o Programa
Pacto no Ensino Fundamental I, que é utilizado nos anos iniciais – 4º e 5º anos. Ao
analisar o material didático, manifestaram seu contentamento, ressaltando a
excelente qualidade dos conteúdos e a linguagem acessível. Também se
dispuseram a aplicar o projeto em suas classes, para analisar os resultados.
A implementação do projeto4 se deu por meio de aulas voltadas ao trabalho
com a Literatura Infantil – com ênfase na leitura, interpretação e produção de textos,
e atividades de fixação englobando conteúdos reacionados a verbos, adjetivação,
referenciação e teve lugar no segundo semestre do ano de 2014.
Os resultados dessa intervenção constam dos tópicos que se seguem,
detalhando pontualmente as impressões de cada um dos 4 conjuntos de atividades.
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Todas as atividades realizadas constam do material didático-pedagógico, complementadas pelo uso de livros
de conto de fada disponíveis na biblioteca.
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Disponível em: http://mundodaluha.blogspot.com.br/2009/10/as-fadas-charles-perrault.html#.Ulbq99Ksj0s
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Disponível em http://www.fabulasecontos.com.br/?pg=descricao&id=157
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Disponível em http://www.fabulasecontos.com.br/?pg=descricao&id=32.
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estudo já eram conhecidos por todos, de maneira que os próprios alunos ajudaram
a reavivar detalhes sobre a estrutura e o enredo dos mesmos.
4) “Depois de ter matado os ladrões ela foi contar ao Ali Babá e fim”
(Ali Babá e os quarenta ladrões)
5) “A rainha ficou muito brava, então foi à casa dos anões e deu uma flor
para a Branca de Neve cheirar e adormecer [...]”
(Branca de Neve e os sete anões).
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Disponível em http://www.fabulasecontos.com.br/?pg=descricao&id=124
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Pela avaliação dos trabalhos, observa-se que a dificuldade no uso dos sinais
de pontuação é muito presente; mas, quanto à identificação da fala do narrador e
dos personagens, no conto em si, os alunos demonstram maior desenvoltura.
mais fluido e coeso, o uso correto dos verbos (tempos e pessoas) e da adjetivação,
além do emprego de sinais gráficos que tornam a leitura mais organizada. Os textos
foram recolhidos e organizados em pasta para disponibilização na biblioteca da
escola.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
GERALDI, João Wanderlei. Escrita, uso da escrita e avaliação. In: GERALDI, João
Wanderlei (org.). O texto na sala de aula. São Paulo/SP: Editora Ática, 2001.