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SUSTENTABILIDADE DE GESTAO DE RISCOS AMBIENTAIS NAS
CALAMIDADES NATURAIS, CASO PROVINCIA DE MAPUTO
Um sofrimento por detrás da grande seca que fustiga o “grande Maputo” Marҫo
2019
Se por um lado, alguns bairros da Região do grande Maputo recebem a água de forma
alternada, a situação é mais grave ainda em Djuba e Jonasse onde, desde que há cinco
anos a barragem funciona a cerca de 30 por cento da sua capacidade, o que eu teve
impacto no fornecimento de água e, nalguns casos, e as autoridades tomaram medidas
severas. “E numa situação dessas sempre convidamos o cliente a fazer a suspensão do
contrato”, relevou Afonso Mahumana, porta-voz da empresa Águas da Região de
Maputo.
A nossa equipa de reportagem escalou, primeiro, o bairro Jonasse. Uma senhora que se
fazia acompanhar por um adolescente nos chamaram atenção. Eles traziam um “burro”
e uma carrinha de mão que continha muitos bidons. Chama-se Raquel Vilanculos. Ela é
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um exemplo de quem sente, directamente, as consequências da severa estiagem que
afecta a região metropolitana de Maputo.
“Por aqui não sai água. Tenho que acordar muito cedo. Por voltas duas ou três de
madrugada para ir buscar água”, disse Raquel Vilanculos num tom de frustração.
Porque o local onde buscam água dista a pouco mais de seis quilómetros da sua casa, é
com ajuda do “burro” e na companhia do seu filho que vão buscar água. “Tenho um
burro e colocamos os bidons que depois carregamos de lá até aqui em casa, mas o
exercício é diário porque a água não serve. Por isso todos temos que ir buscar”, disse.
Porque a qualquer momento a resposta ao grito pela água pode vir do céu, Raquel
Vilanculos está sempre preparada para recebê-la. “Eu coloquei as chapas aqui na caleira
para quando chover a água da chuva cai num recipiente e aproveito-a para lavar roupa,
cozinhar e beber. Para piorar nem existe rio por aqui. Não tem nada. Está muito seco”,
sublinhou.
Contudo, nem sempre Raquel Vilanculos dependeu da chuva. À entrada da sua casa
deparamo-nos com um tanque cisterna, onde costumava armazenar a água, mas para
enchê-la são necessários três mil meticais, dinheiro que é proveniente da agricultura e
com a seca, todas as culturas cederam para a seca.
“Este ano não tem nada. Tenho Machamba em Namaacha, nada tenho. No princípio da
época lancei várias sementes na expectativa de colher alguma coisa, mas não consegui
nada. Assim nem sabemos o que vamos comer”, lamentou Raquel Vilanculos com um
olhar
Quem também está refém do exercício de percorrer quilómetros à busca de água potável
é Cecília Baulene. Ela revela que nem é sempre é fácil fazer o percurso de seis
quilómetros diariamente, por isso também opta em armazenar a água da chuva para o
consumo.
“Bebemos a água da chuva. Não temos o que fazer. É suja como não bebemos. Com
medo de doenças também. Às vezes crianças passam mal de diarreia e nós suspeitamos
essa água”, apontou Cecília Baulene, residente de Jonasse.
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Do outro lado de Jonasse, localiza-se o bairro Djuba. Por aqui, o problema de restrições
de água encontra eco, o que muda são apenas as personalidades.
Eliana Olga tem 30 anos de idade. A mãe de sete crianças conta que a água sai de vez
em quando, e no dia que sai aproveita o máximo porque não se sabe quando voltará a
mesma voltará a jorrar na sua torneira. Enquanto isso, tem que poupar a pouca água que
conseguiu.
“Para nós apanharmos água é difícil. Assim que saiu ontem, assim não temos água e
nem sabemos quando voltará a sair. Até o tambor que tem água, eu posso carregar
porque a pouca água que consegui, nem chega um bidon de 20 litros, nem sei o que vou
fazer”, revelou desesperadamente, Eliana Olga.
A nossa fonte revelou que há dias que para cozinhar pede cinco litros de água nos
vizinhos de boa-fé que ainda tem um pouco nas suas reservas à espera do dia incerto
que o líquido precioso vai jorrar nas suas toneiras.
“Se não emprestar bidon nos vizinhos, hoje está mal. Se amanhã não sair, vamos passar
mal até ao dia que sair. Às vezes me é difícil cozinhar por não ter água. Crianças
dormem sem tomar banho e com roupa suja”, acrescentou.
Mais para o interior de Djuba, a situação é mais dramática ainda. Por aqui, há quatro
anos que as torneiras não deixam escapar uma única gota de água. E quando
chove...“Graças a Deus. Tem que levar os bidons pôr ali nas chapas de zinco para captar
a água da chuva e como não temos tanques e nem como comprar água usamos essa água
para beber e os afazeres de casa”, revelou João Muchanga, residente de Djuba
Em meio a tanto sofrimento causado pela escassez de água, alguns não perdem tempo
para fazer um negócio. Reginaldo Novela, por exemplo, tem um terreno numa zona
baixa de Jonasse onde a água sai com alguma frequência. Foi daí que teve a ideia de
fornecer a água a pouco mais de 100 famílias deste bairro.
“Normalmente, 25 litros faço por três meticais porque factura não está fácil. Aqui
recebo facturas que variam de 1500 a 2500 meticais. Para dizer que não há como, eu
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tenho que fornecer água a essa gente e por sua vez tem que pagar para poder pagar a
factura”, explicou, Reginaldo Novela, residente de Jonasse.
O nosso interlocutor conta que vende água para todos. Tanto os que compram em
poucas quantidades como os que compram em muitas quantidades. E no dia da gravação
da reportagem encontramos Jorge Mathe que nos explicou como compra a água no
Reginaldo.
“Nós compramos 1000 litros por 100 meticais. Levamos essa água para os clientes que
geralmente pedem em grandes quantidades. Vendemos a água em função da distância,
onde levamos, mas uma vez que é aqui perto, vendemos a 500 meticais”, esclareceu
Jorge
Nesses bairros, às vezes o desespero na busca pela água toma conta dos residentes que
acabam tomando medidas extremas e prejudiciais para a empresa Águas da Região de
Maputo: a vandalização de tubos.
“A empresa terá que ainda procurar outros recursos financeiros para poder repor ou
fazer a reparação das infra-estruturas danificadas e esses recursos, que são escassos,
poderiam ser usados para melhorar o abastecimento de água para outras áreas em que a
água ainda não chega”, avançou Afonso Mahumana, porta-voz da empresa Águas da
Região de Maputo.
No que diz respeito às restrições no fornecimento de água nos bairros Djuba e Jonasse,
o porta-voz da empresa desdramatizou, dizendo que o problema está com dias contados.
“Nós vamos fazer uma derivação a partir dessa conduta que vai ser conectada a partir da
dutora até ao bairro que está mais distante e a mesma conduta vai fazer um pequeno
desvio para alimentar o centro distribuidor da Matola-rio. O que vai acontecer é que o
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volume no centro distribuidor vai aumentar e também aquela população que está mais
distante naqueles bairros vai ter a água”, assegurou Afonso Mahumana.
“A primeira pergunta que eu fiz ao querido irmão Vossa Majestade foi se estava a
chover ou não no Reino Eswatine e ele disse que estava a chover e muito bem neste ano,
o que significa que há alguma abundância e eu logo disse: abra a válvula só por três dias
para ver se a barragem dos Libombos consegue encaixar água por a cidade de Maputo,
Matola e Boane está com problemas de água e a nossa barragem está agora com menos
de 25% do normal e há restrições. Ele disse que vamos falar bem sobre o que se passa e
se for possível vamos resolver”, revelou Nyusi aquando da sua recente visita àquele
Reino.
“Há uma preocupação muito clara e objectiva tanto é que até finais de Março, as
equipes técnicas tem que trazer resultados. A vontade política foi expressa de que sim é
preciso disponibilizar um canal de água para Moçambique”, sustentou José Pacheco,
Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação. No seu novo relatório sobre a
situação mundial da água, intitulado “Abaixo da Superfície”, a WaterAid refere que só
em Moçambique 46% da população, o que corresponde a perto de 13 milhões de
pessoas não tem acesso à água e 65% das pessoas consome água imprópria.
E A situação é mais crítica para os grupos mais vulneráveis. O relatório revela que pelo
menos 2500 crianças com menos de cinco anos de idade morrem anualmente por beber
água suja.
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SUSTENTABILIDADE DE GESTAO DE RISCOS AMBIENTAIS NAS
CALAMIDADES NATURAIS INGC
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A formação e educação cívica das populações sobre as principais ameaças de
calamidades e as concernentes medidas de prevenção, com a participação activa
dos orgãos de comunicação social e o uso de línguas locais;
O incentivo na adopção de mecanismos de seguro de risco e outros instrumentos
de prevenção ou assistência mútua;
A capacitação institucional com pessoal técnico e meios materiais e
equipamentos adequados de prevenção e salvamento em caso de calamidades;
A criação de reservas financeiras e materiais considerando as zonas mais
propensas a ocorrência de calamidades específicas.
No âmbito dos Planos de Contingência foram ainda criados sete grupos de trabalho, de
acordo com as diferentes áreas de gestão de desastres, nomeadamente: Coordenação,
Alerta e Aviso, Sensibilização e Educação cívica, Busca e Salvamento, Logística,
Abrigo, Água e Saneamento, e Segurança alimentar e Agricultura. O Plano de
Contingência para 2004/05 foi apresentado pelo Governo de Moçambique comunidade
doadora, agências da Nações Unidas , ONGs e representantes da sociedade civil. Este
plano inclui acções de preparação e resposta em Moçambique a serem levadas a cabo
pelos sectores de agricultura, saúde, abastecimento de água e ambiente, entre outros.
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CONCLUSÃO
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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
http://opais.sapo.mz/um-sofrimento-por-detras-da-grande-seca-que-fustiga-o-grande-
maputo-
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