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1. Segundo Lloyd-Jones, nossa experiência natural das emoções


é que elas estão em desordem, fora do lugar projetado por Deus
2. Isso dá ensejo para pensarmos as emoções em uma
perspectiva antitética ao mainstream da ciência psicológica
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(a) nesses dias de pandemia, vocês devem ter visto alguma
propaganda sobre regulação emocional [nova moda]
(b) qualquer proposta de enfrentamento para os desafios
da vida emocional apresentará algumas características essenciais
i. descrição de como as emoções são [saúde e doença]
ii. de como vieram a ser como são
iii. de como elas deixam de ser como deveriam ser
iv. de como elas voltam a ser como deveriam ser
3. Pretendo fazer uma breve comparação mais a frente, mas
desejo enfatizar uma teologia bíblica das emoções.
4. No livro de Gênesis, temos o relato da criação do homem,
assim como das estruturas que o compõem, entre elas, emoções.
5. A primeira menção bíblica a uma emoção ocorre em Gn 3.10,
e se trata de uma referência ao medo
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6. Esta não é a primeira emoção que pode ser discernida:
(a) temos boas razões para achar que Adão se entristeceu
por constatar que não havia para ele auxiliadora idônea [2.20]
(b) temos a alegria de Adão com a criação de Eva [2.23]
(c) temos a curiosidade [3.6]
(d) temos a vergonha do pecado [3.7]
7. A emoção aqui exige uma interpretação complexa
(a) nossa primeira tendência é achar que não havia lugar
para o medo no jardim cultivado por Deus
(b) suponho que sim, pois o medo [temor] é o princípio da
sabedoria [Pv 1.7, mesma palavra], e o seria para Adão
(c) contudo, esse não era mais o medo que aproxima os
sábios de Deus [Sl 25.14], pois Adão, com medo, fugiu
(d) o pecado de Adão corrompeu um afeto puro, uma santa
emoção em Adão, tornando tolo quem era sábio
Conrad Pellican, reformador alemão, séc. XVI [slide 4]
8. Precisamos entender um aspecto importante da queda
(a) uma constante entre os comentaristas desse capítulo é
sobre o sentido da árvore do conhecimento do bem e do mal
(b) o pecado aqui consistiu em pretender o poder de
discernir e julgar bem e mal a parte de Deus
(c) a busca por uma existência moralmente autônoma
implicou perda de referência para santidade, inteligência,
emoção
(d) as emoções se tornam confusas, desordenadas,
desorientadas, incapazes de cumprir seu propósito criacional!
9. A esta altura, gostaria de recolher com os irmãos alguns feixes
de nossa análise
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(a) as emoções foram criadas diversas por Deus para um
propósito santo
(b) elas foram corrompidas pelo pecado em sua capacidade
de promover a santidade
(c) elas sofrem efeito de estímulos externos (situações)
(d) elas são moduladas por estímulos internos [cognições]
10. Agora precisamos testar algumas dessas análises.
Continuemos com nossa análise do medo
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(a) em Is 8.11-23, o profeta está comparando dois
caminhos, dois povos distintos
(b) primeira comparação: situações de calamidade, em que
um caminho é abandonar a confiança na soberania de Deus
(c) o profeta chama a direcionar adequadamente o medo,
para o seu objeto adequado, e reagindo a ele de modo adequado
(d) temer e santificar são equiparados, revelam a dimensão
religiosa das emoções, que manifestam santidade ou idolatria
11. O medo é constante companheiro da humanidade, e vemos
os seus ecos no Novo Testamento
(a) todos lembramos das constantes lutas de Jesus Cristo
contra o medo em Seus discípulos
(b) no texto de Hb 2.5-18, vemos como o medo articula os
três grandes inimigos dos crentes: o pecado, o diabo e a morte
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(c) vemos que, por causa do pecado, os homens a morte,
usada pelo Diabo para escravizar
(d) mas não nós: pecado, Diabo e morte foram derrotados,
na morte e ressurreição de Cristo, da qual participamos
(e) trata-se da obra do amor de Deus que, segundo o
apóstolo João, “lança fora todo o medo” [1Jo 4.18]
12. O último ponto a ponderar é que as emoções, corrompidas
pelo pecado, são redimidas em Cristo
(a) o amor cristão constitui o modelo das emoções
redimidas em Cristo para a glória de Deus
(b) aquele amor mencionado em Dt 6.5, para amar a Deus,
tem como seu principal componente o domínio emocional
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(c) e a ordem de amar ao próximo em Lv 19. 18, deve ser
uma reação à injustiça sofrida que se opõe ao ódio
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(d) as emoções redimidas nos orientam à obediência e ao
louvor ao Senhor [Mc 12.33, cf. Dt 6.5 e Lv 19.18]
13. Agora temos um quadro completo e bíblico pelo qual
podemos compreender as emoções
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14. Podemos contrastá-lo com a perspectiva mundana e dele
extrair algumas aplicações importante

como aprendemos de Cristo

de todo modo, esse medo é fruto de uma percepção correta de


Adão, como aponta Agostinho em seu comentário
(c) Adão percebeu a sua culpa e o consequente juízo de
Deus
As emoções ajudam-nos a avaliar as alternativas, oferecendo
motivação para mudar ou fazer algo, e revelam nossas
necessidades (p. 25)

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