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CIRCUITOS ELÉTRICOS II

NÚMEROS COMPLEXOS E FASORES

ENGENHARIA ELÉTRICA

𝟐𝟎𝟐𝟎
SUMÁRIO
1. Objetivos .........................................................3

2. Números complexos ........................................4


2.1 Considerações gerais ......................................5
2.2 Representações do número complexo ............6
2.3 Conjugado do número complexo ...................10
2.4 Transformação entre formas .........................11
2.5 Operações com números complexos ............16

3. Soma de senóides de mesma frequência .....18

4. Representação fasorial da onda senoidal .....20

5. Fasor .............................................................22
5.1 Descrição matemática ...................................23
5.2 Representação gráfica do fasor ....................25
5.3 Soma de fasores ...........................................26
5.4 Convenção adotada para fasor .....................27

6. Bibliografia.....................................................43

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1. Objetivos
• Revisar os conceitos e operações de número
complexos
• Compreender o conceito de fasores e impedância para
a resolução de circuitos de corrente alternada senoidal

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2. Números complexos
Os números complexos é uma ferramenta matemática
utilizada para a resolução de circuitos em corrente
alternada.
• Representação dos números complexos nas formas
cartesiana, polar e trigonométrica e exponencial.
• Transformação de um número complexo da forma
cartesiana para polar, e vice-versa.
• Operações básicas com os números complexos:
adição, subtração, multiplicação e divisão

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2.1 Considerações gerais

Os números complexos surgiram devido à


necessidade de se representar as raízes quadradas de
números negativos, que não fazem parte do conjunto dos
números reais

𝑗 = √−1 ⇒ 𝑗 2 = −1

√−𝑥 = √−1 ∙ √𝑥 = 𝑗√𝑥


Exemplos

√−4 = √−1 ∙ √4 = 𝑗2

√−7 = √−1 ∙ √7 = 𝑗√7

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Relações importantes

𝑗 3 = 𝑗 2 ∙ 𝑗 = (−1) ∙ 𝑗 = −𝑗

𝑗 4 = 𝑗 2 ∙ 𝑗 2 = (−1) ∙ (−1) = 1

𝑗 5 = 𝑗 2 ∙ 𝑗 2 ∙ 𝑗 = (−1) ∙ (−1) ∙ 𝑗 = 𝑗

1 1 𝑗 𝑗 𝑗
= ∙ = 2= = −𝑗
𝑗 𝑗 𝑗 𝑗 −1
2.2 Representações do número complexo
• forma cartesiana
• forma polar
• forma trigonométrica
• forma exponencial
a) Forma cartesiana ou retangular
Plano complexo

Re{z} = a
Im{z} = b
𝒁 = 𝒂 + 𝒋𝒃 = 𝒙 + 𝒋𝒚
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Representação gráfica

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b) Forma polar ou de Steinmetz

𝒁 = 𝒂 + 𝒋𝒃 = |𝒁| ∙ ∠𝝓
𝑍 número complexo na forma polar
|𝑍|: módulo ou comprimento do vetor radial
𝜙: ângulo do vetor em relação ao eixo horizontal medido
no sentido anti-horário referenciado como positivo.

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c) Forma trigonométrica

𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎
cos 𝜙 = = ⇒ 𝑎 = 𝑍 ∙ cos 𝜙
ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 𝑍

𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 𝑏
sin 𝜙 = = ⇒ 𝑏 = 𝑍 ∙ sin 𝜙
ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 𝑍

𝑍 = 𝑎 + 𝑗𝑏 = |𝑍| ∙ ∠𝜙 = 𝑍 ∙ cos 𝜙 + 𝑗 ∙ 𝑍 ∙ sin 𝜙

𝒁 = 𝒂 + 𝒋𝒃 = |𝒁| ∙ ∠𝝓 = |𝒁| ∙ (𝐜𝐨𝐬 𝝓 + 𝒋 ∙ 𝐬𝐢𝐧 𝝓)


d) Forma exponencial
Fórmula de Euler
𝑒 𝑗𝜙 = cos 𝜙 + 𝑗 sin 𝜙
𝑒 −𝑗𝜙 = cos 𝜙 − 𝑗 sin 𝜙
𝒁 = |𝒁| ∙ (𝐜𝐨𝐬 𝝓 + 𝒋 ∙ 𝐬𝐢𝐧 𝝓) = |𝒁| ∙ 𝒆𝒋𝝓

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2.3 Conjugado do número complexo
O conjugado 𝑍 ∗ do número complexo 𝑍 é sempre a
imagem de 𝑍 em relação ao eixo real

Eixo Im: Imagem


Eixo Real: domínio

Forma Número Conjugado


Cartesiana 𝑍 = 𝑎 + 𝑗𝑏 𝑍 ∗ = 𝑎 − 𝑗𝑏
Polar 𝑍 = |𝑍|∠𝜙 𝑍 ∗ = |𝑍|∠ − 𝜙
Exponencial 𝑍 = |𝑍| ∙ 𝑒 𝜙 𝑍 ∗ = |𝑍| ∙ 𝑒 −𝜙
Trigonométrica 𝑍 = |𝑍| ∙ (cos 𝜙 + 𝑗 ∙ sin 𝜙) 𝑍 ∗ = |𝑍| ∙ (cos 𝜙 − 𝑗 ∙ sin 𝜙)

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2.4 Transformação entre formas

a) Polar para cartesiana


Exemplos
Transformar na forma cartesiana

𝑍 = 10 ∙ 𝑒 𝑗𝜋⁄6 = 10 ∙ 𝑒 𝑗30°
√3 1
𝑍 = 10∠30° = 10(cos 30° + 𝑗 sin 30°) = 10 ∙ ( + 𝑗 )
2 2

𝑍 = 10∠30° = 8,66 + 𝑗5

1 √3
[ ( ) ( ) ]
𝑍 = 10∠ − 60° = 10 cos −60° + 𝑗 sin −60 ° = 10 ∙ ( − 𝑗 )
2 2

𝑍 = 10∠ − 60° = 5 − 𝑗8,66

𝑍 = 5∠180° = 5[cos(180°) + 𝑗 sin(180°)] = 5 ∙ (−1 + 𝑗0)

𝒁 = 𝟓∠𝟏𝟖𝟎° = −𝟓

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b) Cartesiana ou retangular para polar
Dado o número complexo na forma retangular
𝒁 = 𝒂 + 𝒋𝒃
Transformar na forma polar ou exponencial
𝒁 = |𝒁|∠𝝓 = |𝒁| ∙ 𝒆𝝓

|𝑍 |2 = 𝑎 2 + 𝑏 2

|𝒁| = √𝒂𝟐 + 𝒃𝟐

𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 𝑏
tan 𝜙 = =
𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎

−𝟏
𝒃
𝝓 = 𝐭𝐚𝐧 ( )
𝒂

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Exemplos
𝑍 = 2 + 𝑗6

|𝑍| = √𝑎2 + 𝑏 2 = √22 + 62 = √40 = 6,32

𝑏 6
𝜙= tan−1 ( −1
) = tan ( ) = 71,57°
𝑎 2

𝒁 = 𝟔, 𝟑𝟐∠𝟕𝟏, 𝟓𝟕° = 𝟔, 𝟑𝟐 ∙ 𝒆𝟕𝟏,𝟓𝟕°

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𝑍 = −4 + 𝑗7

|𝑍| = √(−4)2 + 72 = √16 + 49 = √65 = 8,06

′ −1
𝑏 −1
7
𝜙 = tan ( ) = tan ( ) = 60,26°
𝑎 4
Ângulo calculado está no 1º quadrante enquanto
o número complexo está no 2º quadrante

𝝓 = 𝟏𝟖𝟎° − 𝝓′
𝜙 = 180° − 60,26 = 119,74°
𝒁 = 𝟖, 𝟎𝟔∠𝟏𝟏𝟗, 𝟕𝟒° = 𝟖, 𝟎𝟔 ∙ 𝒆𝟏𝟏𝟗,𝟕𝟒°

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Converter para a forma polar

𝑍 = −3 − 𝑗8

𝑍 = 4 − 𝑗6

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2.5 Operações com números complexos

a) Soma e subtração
• Somam ou subtraem separadamente as partes reais
e as partes imaginárias
• Utilizar na forma cartesiana ou retangular
𝑍1 = 4 − 𝑗5
𝑍2 = −2 − 𝑗3
𝑍3 = −1 + 𝑗3

𝑍1 + 𝑍2 = [(4 + (−2))] + 𝑗[(−5) + (−3)] = 2 − 𝑗8

𝑍1 − 𝑍2 = [(4— 2)) + 𝑗[(−5)— 3) = 6 − 𝑗2

𝑍2 + 𝑍2 = [(−2) + (−1)] + 𝑗[(−3) + 3] = −3

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b) Multiplicação e divisão
Multiplicação
• Multiplicam-se os módulos e somam-se os ângulos
• Utilizar na forma polar
Divisão
• Dividem-se os módulos e subtraem-se os ângulos
• Utilizar na forma polar
𝑍1 = 10∠30°
𝑍2 = 5∠120°
𝑍3 = 7∠ − 90°
𝑍1 2 = 10∠30° ∙ 10∠30° = 100∠60°
𝑍1 10∠30°
= = 2∠ − 90°
𝑍2 5∠120°
𝑍3 7∠ − 90°
= = 0,7∠ − 120°
𝑍2 10∠30°

Multiplicação pelo conjugado


𝑍 = |𝑍|∠𝜑
𝑍 ∗ = |𝑍 |∠ − 𝜑
𝑍 ∙ 𝑍 ∗ = |𝑍|∠𝜑 ∙ |𝑍|∠ − 𝜑 = |𝑍|2 ∠0°
𝑍 ∙ 𝑍 ∗ = 𝑍 2 ∠0° = 𝑍 2 ∙ (cos 0° + 𝑗 sin 0°)
𝒁 ∙ 𝒁∗ = 𝒁𝟐
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3. Soma de senóides de mesma frequência
• Na análise de circuitos em corrente alternada é
necessário fazer a soma ou adição de senóide
• Um método longo e trabalhoso é graficamente traçar
as duas formas de onda e somar algebricamente as
suas ordenadas em cada ponto ao longo do eixo das
abscissas

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Exemplo
São dados dois sinais de tensão. Obter as formas de
onda de cada uma e da onda resultante da soma delas
𝑣1 (𝑡 ) = 10 sin(100𝑡)
𝑣2 (𝑡 ) = 15 sin(100𝑡 + 60°)
𝑣1 (𝑡 ) + 𝑣2 (𝑡 ) = 10 sin(100𝑡 ) + 15 sin(100𝑡 + 60°)

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4. Representação fasorial da onda senoidal
• Movimento harmônico girante com velocidade angular
constante pode representar uma senóide e vice e
versa

• Senóide pode ser representada por um vetor girante


com módulo igual ao seu valor de pico e mesma
frequência angular 𝜔 .
• Em um determinado instante de tempo 𝑡, o valor
instantâneo da tensão corresponde a projeção do
vetor girante 𝐶 no eixo imaginário 𝐼𝑚 do plano
complexo.

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𝜃 𝑣(𝑡) = 𝑉𝑝 ∙ sin 𝜃
0° 0
30° 0,5 ∙ 𝑉𝑝
60° 0,866 ∙ 𝑉𝑝
90° 𝑉𝑝
120° 0,866 ∙ 𝑉𝑝
150° 0,5 ∙ 𝑉𝑝
180° 0
210° −0,5 ∙ 𝑉𝑝
240° −0,866 ∙ 𝑉𝑝
270° −𝑉𝑝
300° −0,866 ∙ 𝑉𝑝
330° −0,5 ∙ 𝑉𝑝
360° 0
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5. Fasor

Um fasor é um número complexo que representa a


magnitude e a fase de uma senóide
Charles Proteus Steinmetz apresentou em 1893 um
artigo no qual utiliza os números complexos para a
resolução de circuitos de corrente alternada

• A notação fasorial simplifica a resolução de


problemas envolvendo funções senoidais no tempo
• A notação fasorial permite transformar as equações
diferenciais que representam um circuito elétrico em
equações algébricas, as quais são mais simples do
que resolver equações diferenciais.

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5.1 Descrição matemática

a) Função no domínio do tempo


Escrever uma função 𝑦(𝑡) no tempo como sendo uma
função cossenoidal com uma fase determinada
𝒚(𝒕) = 𝒀𝒑 ∙ 𝐜𝐨𝐬(𝝎𝒕 + 𝝋)

𝑌𝑝 : amplitude da onda sempre positiva


𝜔: velocidade angular da onda cossenoidal em𝑟𝑎𝑑⁄𝑠
𝜑: fase da onda cossenoidal em 𝑟𝑎𝑑

b) Fórmula de Euler
𝒆𝒋𝜷 = 𝐜𝐨𝐬 𝜷 + 𝒋 𝐬𝐢𝐧 𝜷

O número complexo ´composto de uma parte real e


uma parte imaginária
𝑍 = 𝑎 + 𝑗𝑏 = 𝑅𝑒[𝑍] + 𝐼𝑚 [𝑍]

𝑅𝑒[𝑍] = 𝑎

𝐼𝑚[𝑍] = 𝑏
Portanto

𝐜𝐨𝐬 𝜷 = 𝑹𝒆[𝒆𝒋𝜷 ]

𝐬𝐢𝐧 𝜷 = 𝑰𝒎[𝒆𝒋𝜷 ]

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𝑦(𝑡 ) = 𝑌𝑝 ∙ cos(𝜔𝑡 + 𝜑 ) = 𝑅𝑒[𝑌𝑝 𝑒 𝑗(𝜔𝑡+𝜑) ]

𝑦(𝑡 ) = 𝑌𝑝 ∙ cos(𝜔𝑡 + 𝜑) = 𝑅𝑒[𝑌𝑝 𝑒 𝑗𝜔𝑡 ∙ 𝑒 𝑗𝜑 ]

c) Fasor de 𝑦(𝑡)
𝑌̇ ou 𝑌̂
𝒀̇ = 𝒀𝒑 ∙ 𝒆𝒋𝝋 = 𝒀𝒑 ∠𝝋 = 𝒀𝒑 ∙ (𝐜𝐨𝐬 𝝋 + 𝒋 𝐬𝐢𝐧 𝝋)
Fasores não giram!
✓ Número complexo que preserva as informações
próprias da forma de onda
✓ Fixo no plano complexo

d) Transformar uma notação fasorial em temporal

𝑌̇ = 𝑌𝑝 ∙ 𝑒 𝑗𝜑
Recolocar o termo
𝑒 𝑗𝜔𝑡
Informação extremamente necessária: conhecer a
velocidade angular 𝜔, pois se não conhecermos o
problema não tem solução

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𝑦(𝑡 ) = 𝑅𝑒[𝑌𝑝 ∙ 𝑒 𝑗𝜔𝑡 ∙ 𝑒 𝑗𝜑 ] = 𝑅𝑒[𝑌𝑝 ∙ 𝑒 𝑗(𝜔𝑡+𝜑) ]

𝒚(𝒕) = 𝒀𝒑 ∙ 𝐜𝐨𝐬(𝝎𝒕 + 𝝋)
5.2 Representação gráfica do fasor

• Fase de um fasor
✓ Para definir a fase de um fasor é necessário
arbitrar um instante inicial como referência para
todos os fasores envolvidos em um problema.
✓ Como regra adota-se como referência, um dos
fasores com fase nula.
✓ Dessa forma os outros podem estar atrasados ou
adiantados ou em fase em relação a referência
de fase estabelecida

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Adotando o fasor 𝑉̇ como referência, o fasor 𝐼 ̇ está
atrasado de um ângulo 𝜑

5.3 Soma de fasores

𝑉̇𝑇 = 𝑉1̇ + 𝑉̇2


a) Graficamente

B) Analiticamente
𝑉1̇ = 𝑉𝑝1 ∙ (cos 𝜑1 + 𝑗 sin 𝜑1 )
𝑉̇2 = 𝑉𝑝2 ∙ (cos 𝜑2 + 𝑗 sin 𝜑2 )

𝑉̇𝑇 = (𝑉𝑝1 ∙ cos 𝜑1 + 𝑉𝑝2 ∙ cos 𝜑2 ) + 𝑗(𝑉𝑝1 ∙ sin 𝜑1 + 𝑉𝑝2 ∙ sin 𝜑21 )

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5.4 Convenção adotada para fasor

• Função alternada senoidal


𝑦(𝑡 ) = 𝑌𝑝 ∙ sin(𝜔 ∙ 𝑡 + 𝜃) = √2 ∙ 𝑌𝑒𝑓 ∙ sin(𝜔 ∙ 𝑡 + 𝜃)
• Grandeza complexa
𝐽̂ = √2 ∙ 𝐼𝑒𝑓 ∙ 𝑒 𝑗(𝜔∙𝑡+𝜃) = √2 ∙ 𝐼𝑒𝑓 ∙ [cos(𝜔 ∙ 𝑡 + 𝜃) + 𝑗 sin(𝜔 ∙ 𝑡 + 𝜃)]

𝑦(𝑡 ) = √2 ∙ 𝑌𝑒𝑓 ∙ sin(𝜔𝑡 + 𝜑 ) = 𝐼𝑚[√2 ∙ 𝑌𝑒𝑓 𝑒 𝑗(𝜔𝑡+𝜑) ]

• Fasor de 𝑦(𝑡)
𝑌̇ ou 𝑌̂
𝒀̇ =∙ 𝒀𝒆𝒇 ∙ 𝒆𝒋𝝋 = 𝒀𝒆𝒇 ∠𝝋 = 𝒀𝒆𝒇 ∙ (𝐜𝐨𝐬 𝝋 + 𝒋 𝐬𝐢𝐧 𝝋)
Fasores não giram!

• Transformar uma notação fasorial em temporal

𝑌̇ = 𝑌𝑒𝑓 ∙ 𝑒 𝑗𝜑
Recolocar o termo
𝑒 𝑗𝜔𝑡
Informação extremamente necessária: conhecer a
velocidade angular 𝜔, pois se não conhecermos o
problema não tem solução
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𝑦(𝑡 ) = 𝐼𝑚[√2 ∙ 𝑌𝑒𝑓 ∙ 𝑒 𝑗𝜔𝑡 ∙ 𝑒 𝑗𝜑 ] = 𝑅𝑒[𝑌𝑝 ∙ 𝑒 𝑗(𝜔𝑡+𝜑) ]

𝒚(𝒕) = 𝒀𝒑 ∙ 𝐬𝐢𝐧(𝝎𝒕 + 𝝋)

• Representação gráfica do fasor

Fasor é um número complexo associado a uma onda


senoidal ou cosenoidal de tal forma que se o fasor estiver
na forma polar, seu módulo será o valor de pico ou eficaz
da tensão ou corrente e seu ângulo será o ângulo de fase
da onda defasada

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Convenção adotada

𝑽̇ = 𝑽𝒆𝒇 ∠𝜽 = 𝑽∠𝜽

𝑰̇ = 𝑰𝒆𝒇 ∠𝜽 = 𝑰∠𝜽

𝜃: ângulo de fase da função senoidal

𝑣(𝑡) = 𝑉𝑝 ∙ sin(𝜔𝑡 ± 𝜃)

𝑉𝑝
𝑉̇ = ∠±𝜃
√2

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Portanto, de agora em diante temos que converter as
funções senoidais em fasores para poder fazer cálculos
aritméticos utilizando a álgebra dos números complexos

Fasores aplicado somente para sinais senoidais de


mesma frequência

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Exercícios

1. Representar graficamente os sinais de corrente e tensão


por meio do diagrama fasorial e de sua projeção senoidal
𝑣 (𝑡 ) = 10 ∙ sin(100𝑡 + 0°) 𝑉

𝑖(𝑡 ) = 5 ∙ sin(100𝑡 + 45°) 𝐴

10
𝑉̇ = ∠0°𝑉
√2

5
𝐼̇ = ∠45°𝑉
√2

Defasagem

𝝋 = 𝝋𝒗 − 𝝋𝒊 = 𝟎 − 𝟒𝟓 = −𝟒𝟓°

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2. Um vetor girante de tensão de módulo 10 descreve uma
rotação completa em 0,02𝑠 partindo da posição inicial a
−30°. Determine
a) Diagrama fasorial para o instante inicial e o
comportamento do sinal de tensão
𝑣(𝑡 ) = 10 ∙ sin(𝜔𝑡 − 30°)𝑉

𝜔𝑡(°) −30 0 30 60 90 120 150 180


𝑣(𝑡)(𝑉) −8,66 −5,00 0 5,00 8,66 10,00 −8,66 −0,50

𝜔𝑡(°) 210 240 270 300 330 360 390


𝑣(𝑡)(𝑉) 0 −0,50 −8,66 −10,00 −8,66 −5,00 0

b) O ângulo no qual a tensão vale 10𝑉

𝑣(𝑡 ) = 10 ∙ sin(𝜔𝑡 − 30°) = 10


sin(𝜔𝑡 − 30°) = 1
𝜔𝑡 − 30° = 90°

𝝎𝒕 = 𝟏𝟐𝟎°

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c) Frequência angular e a expressão matemática do
sinal
2𝜋 2𝜋
𝜔 = 2𝜋 ∙ 𝑓 = = = 314,16 𝑟𝑎𝑑⁄𝑠
𝑇 0,02

𝒓𝒂𝒅
𝝎 = 𝟑𝟏𝟒, 𝟏𝟔
𝒔

𝒗(𝒕) = 𝟏𝟎 ∙ 𝐬𝐢𝐧(𝟑𝟏𝟒, 𝟏𝟔𝒕 − 𝟑𝟎°)𝑽

d) Valor da tensão no instante 𝑡 = 0

𝑣 (𝑡 ) = 10 ∙ sin(314,16 ∙ 0 − 30°)𝑉

𝒗(𝒕) = 𝟏𝟎 ∙ 𝐬𝐢𝐧(−𝟑𝟎°) = −𝟓, 𝟎𝑽

3. Converter em fasores

√2 ∙ 50 sin 𝜔𝑡
𝑣(𝑡) = 𝑉𝑝 ∙ sin(𝜔𝑡 ± 𝜃)

𝑉𝑝 = √2 ∙ 50

𝑉𝑃 √2 ∙ 50
𝑉𝑒𝑓 = = = 50
√2 √2

𝜃 = 0°
√𝟐 ∙ 𝟓𝟎 𝐬𝐢𝐧 𝝎𝒕 = 𝟓𝟎∠𝟎°
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69,6 ∙ (sin 𝜔𝑡 + 72°)

𝜃 = 72°

𝑉𝑝 = 69,6

𝑉𝑃 69,6
𝑉𝑒𝑓 = = = 49,21
√2 √2

𝟔𝟗, 𝟔 ∙ (𝐬𝐢𝐧 𝝎𝒕 + 𝟕𝟐°) = 𝟒𝟗, 𝟐𝟏∠𝟕𝟐°

45 cos 𝜔𝑡

45 cos 𝜔𝑡 = 45 sin(𝜔𝑡 + 90°)

𝜃 = 90°

𝑉𝑃 45
𝑉𝑒𝑓 = = = 31,82
√2 √2

𝟒𝟓 𝐜𝐨𝐬 𝝎𝒕 = 𝟒𝟓 𝐬𝐢𝐧(𝝎𝒕 + 𝟗𝟎°) = 𝟑𝟏, 𝟖𝟐∠𝟗𝟎°

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4. Determinar a corrente no tempo em um circuito cuja
frequência vale 60Hz, na convenção seno e cosseno e
valor eficaz
𝐼 ̇ = 26,37∠ − 28,45°𝐴

𝑖(𝑡) = 𝐼𝑝 ∙ sin(𝜔𝑡 ± 𝜃)

𝐼𝑝 = √2 ∙ 26,37 = 37,29𝐴

𝜃 = −28,45°

𝜔 = 2𝜋 ∙ 𝑓 = 2𝜋 ∙ 60 = 377 𝑟𝑎𝑑⁄𝑠

𝑖(𝑡) = 37,29 ∙ sin(377𝑡 − 28,45°)𝐴

𝑖(𝑡) = 𝐼𝑝 ∙ cos(𝜔𝑡 ± 𝜃)

𝑖(𝑡) = 37,29 ∙ sin(377𝑡 − 28,45° − 90°)𝐴

𝑖(𝑡) = 37,29 ∙ sin(377𝑡 − 118,45°)𝐴

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5. Determinar a tensão da fonte de 60Hz

𝑣𝑎 = 50 sin(377𝑡 + 30°) 𝑉
𝑣𝑏 = 30 sin(377𝑡 + 60°) 𝑉

𝑒 = 𝑣𝑎 + 𝑣𝑏

50
𝑉𝑎̇ = 50 sin(377𝑡 + 30°) 𝑉 = ∠30°𝑉
√2

30
𝑉̇𝑏 = 30 sin(377𝑡 + 60°) 𝑉 = ∠60°𝑉
√2

50 30
𝐸̇ = 𝑉𝑎̇ + 𝑉̇𝑏 = ∠30° + ∠60°
√2 √2
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50 30
𝐸̇ = 𝑉𝑎̇ + 𝑉̇𝑏 = ∠30° + ∠60°
√2 √2

50 50 50
∠30° = ∙ cos 30° + 𝑗 ∙ sin 30° = 30,61 + 𝑗17,68
√2 √2 √2

30 30 30
∠60° = ∙ cos 60° + 𝑗 ∙ sin 60° = 10,61 + 𝑗18,37
√2 √2 √2
𝑒 = (30,61 + 10,61) + 𝑗(17,68 + 18,37) = 41,22 + 𝑗36,05𝑉

𝐸̇ = |𝐸̇ |∠𝜃

|𝐸̇ | = √(41,22)2 + (36,05)2 = 54,76𝑉

36,05
𝜃= tan−1 ( ) = 41,17°
41,22

𝑬̇ = 𝟒𝟏, 𝟐𝟐 + 𝒋𝟑𝟔, 𝟎𝟓𝑽 = 𝟓𝟒, 𝟕𝟔∠𝟒𝟏, 𝟏𝟕°𝑽

𝑒(𝑡 ) = 54,76 ∙ √2 ∙ sin(377 ∙ 𝑡 + 41,17°)𝑉

𝑒(𝑡 ) = 77,44 ∙ sin(377 ∙ 𝑡 + 41,17°)𝑉

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6. Determinar a corrente 𝑖2

𝑖 𝑇 = 𝑖1 + 𝑖2

𝑖2 = 𝑖 𝑇 − 𝑖1

𝑖 𝑇 = 120 ∙ 10−3 sin(𝜔𝑡 + 60°)𝐴 = 120 ∙ sin(𝜔𝑡 + 60°)𝑚𝐴


120
𝐼𝑇̇ = ∠60° 𝑚𝐴
√2
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80
𝐼1̇ = 80 sin(𝜔𝑡 ) 𝑚𝐴 = ∠0°
√2

120 120 120


𝐼𝑇̇ = ∠60° = cos 60° + 𝑗 sin 60° = 42,43 + 𝑗73,48
√2 √2 √2

80 80 80 80
𝐼1̇ = ∠0° = cos 0° + 𝑗 sin 0° = = 56,57
√2 √2 √2 √2

𝐼2̇ = 𝐼𝑇̇ − 𝐼1̇ = (42,43 − 56,57) + 𝑗(73,48 − 0)

𝑰̇𝟐 = −𝟏𝟒, 𝟏𝟒 + 𝒋𝟕𝟑, 𝟒𝟖 𝒎𝑨

𝐼2̇ = |𝐼2̇ |∠𝜃

|𝐼2̇ | = √(−14,14)2 + (73,48)2 = 74,83𝑚𝐴

𝜃 = 90° + 𝜑

14,14
𝜑 = tan−1 ( ) = 10,89°
73,48

𝜃 = 90° + 10,89° = 100,89°

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𝐼2̇ = −14,14 + 𝑗73,48 = 74,83∠100,89°𝑚𝐴

𝑖2 = 𝐼𝑝 ∙ sin(𝜔𝑡 ± 𝜃)

𝑖2 = √2 ∙ 74,83 ∙ sin(𝜔𝑡 + 100,89°)𝑚𝐴


𝑖2 = 105,82 ∙ sin(𝜔𝑡 + 100,89°)𝑚𝐴

𝑖𝑠 = 5 sin 𝜔𝑡 𝐴

𝑖2 = 5 sin(𝜔𝑡 + 90°)𝐴

𝑖1 = 𝑖𝑠 − 𝑖2

a) Determinar 𝑖1

5
𝐼𝑠̇ = ∠0°
√2

5
𝐼2̇ = ∠90°
√2

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5 5
𝐼𝑠̇ = ∠0° = ∙ (cos 0° + 𝑗 sin 0°) = 3,53𝐴
√2 √2

5 5
𝐼2̇ = ∠90° = ∙ (cos 90° + 𝑗 sin 90°) = 𝑗3,53𝐴
√2 √2

5 5
𝐼1̇ = ∠0° − ∠90° = 3,53 − 𝑗3,53
√2 √2

𝐼1̇ = 5,0∠ − 45° = 5,0 ∙ √2 ∙ sin(𝜔𝑡 − 45°)𝐴

b) Idem para 𝑖2 = 5 cos(𝜔𝑡 − 90°)𝐴

𝑖2 = 5 sin(𝜔𝑡 − 90° + 90°) = 5 sin 𝜔𝑡

𝑖𝑠 = 5 sin 𝜔𝑡

𝑖1 = 𝑖𝑠 − 𝑖2 = 0

7. A potência em uma carga monofásica é dada pela


expressão

𝑺̇ = 𝑽̇ ∙ 𝑰̇∗ (𝑽𝑨)
Dados da carga
𝑣(𝑡 ) = 300 ∙ sin(𝜔𝑡 + 30)𝑉

𝑖(𝑡 ) = 30 ∙ cos(𝜔𝑡 + 30) = 30 ∙ sin(𝜔𝑡 + 120°)


Carlos Alberto M. D. Ferraz Página 41
Determinar a potência da carga

̇300
𝑉̇ = ∠30°𝑉
√2

̇ 30
𝐼̇ = ∠120°𝐴
√2
̇ 30
𝐼̇ =
∗ ∠ − 120°𝐴
√2
̇
300 30
̇𝑺 = ∠30° ∙ ∠ − 120° = 4.500∠ − 90°(𝑉𝐴)
√ 2 √ 2

𝑆̇ = 4.500 ∙ [cos(−90°) + 𝑗 sin(−90°)] = −𝑗4.500𝑉𝐴

Carlos Alberto M. D. Ferraz Página 42


6. Bibliografia
[1] Gimar Barreto; Carlos A. Castro Junior; Carlos A.
Murari; Fujio Sato. Circuitos de corrente alternada -
fundamentos e prática. Oficina de Textos – 2012

[2] BOYLESTAD, Robert L. Introdução à análise de


circuitos. 13. ed. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, 2018

Carlos Alberto M. D. Ferraz Página 43

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