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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino à Distância - Nampula

REGIMES HÍDRICOS E PROCESSOS DE FORMAÇÃO

Gabriel Paulo Maciera

Nampula, Outubro de 2020


Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Ensino à Distância - Nampula

REGIMES HÍDRICOS E PROCESSOS DE FORMAÇÃO

Gabriel Paulo Maciera - N° 708194361

Trabalho de carácter avaliativo submetido a


cadeira de Hidrogeografia, Ensino de Geografia
(2º ano), oferecido pelo Instituto de Ensido à
Distância – Universidade Católica de
Moçambique.

Docente:
Helder Nafio

Nampula, Outubro de 2020


Índice

Introdução........................................................................................................................................4

Conceito de regime hídrico..............................................................................................................5

Processos de formação dos objectos aquáticos................................................................................5

Elementos que actuam na formação de regimes hídricos................................................................5

Ciclo hídrico, sua formação, processos que ocorrem e sua importância no equilíbrio da terra......6

Ciclo da água na natureza............................................................................................................7

A importância do Ciclo da Água.....................................................................................................8

Conclusão........................................................................................................................................9

Referências Bibliográficas.............................................................................................................10
Introdução

A Hidrogeografia tem integrado o elenco curricular das disciplinas de Geografia Física do


denominado “tronco comum” da Licenciatura em Geografia, sendo ministrada no 2º ano. O seu
objecto de estudo é a Hidrosfera, um dos 5 subsistemas que constituem o Sistema Ambiental
Terrestre. Contudo, como é uma disciplina semestral, não é possível abranger o estudo de toda a
Hidrosfera, pelo que se privilegiou a água doce1 nos continentes, por ser neles que a
Humanidade se estabeleceu e que dela depende e, dentro desta, a dos rios e toalhas aquíferas.
Nesta opção programática está subjacente o facto de ser com estes hidrossistemas (bacias
hidrográficas e aquíferos) que a maior parte dos alunos irá trabalhar nas questões relativas ao
ordenamento, planeamento e gestão do território.

O objectivo principal da Hidrogeografia é o estudo da ocorrência, repartição geográfica e


circulação da água doce no Planeta, bem como das principais consequências da sua utilização
pelo Homem.
Regime hídrico

Regime Hidrológico é o conjunto de variações do estado e das características de uma massa de


água que se repetem regularmente no tempo e no espaço, alternando as cheias e as vazantes.
Todos os rios Moçambicanos possuem regime pluvial.

A quantidade, as variações e regularidade das águas dos rios são de suma importância para as
plantas, animais e pessoas que vivem ao longo de seu curso. A fauna dos rios é composta por
anfíbios, peixes e uma grande variedade de animais invertebrados aquáticos.

Rios e suas planícies de inundação (margens) sustentam ecossistemas diversos e valiosos, não só
pela qualidade da água doce para suporte de vida, mas também para os muitos insetos e plantas
que mantém e que formam a base da cadeia alimentar.

Num regime regular os caudais apresentam características que se repetem periódica e


ciclicamente, sem grandes diferenças, ao longo dos anos.

Os regimes irregulares dificultam a gestão da água, porque a quantidade de água varia muito de
um ano para o outro. Os regimes de maior irregularidade ocorrem nas regiões semi-áridas e
áridas, dos bordos dos desertos quentes, onde, em certos anos, nem sequer existe escoamento
fluvial. Nestes casos, os valores do coeficiente de flutuação atingem o infinito.

No extremo oposto encontram-se os cursos de água cujas bacias hidrográficas dispõem de


abundantes reservas de água líquida (toalhas aquíferas ou lagos) ou sólida (glaciares). Nestes
casos, os valores do coeficiente de flutuação (Q anual mais elevado / Q anual mais reduzido) são
muito baixos: 2 ou inferiores a 2.

Elementos que actuam na formação de regimes hídricos

A oscilação do volume está ligada diretamente à origem das águas. Quando a variação da
quantidade de água de um determinado rio (cheias e vazantes) é proveniente das águas das
precipitações, o processo é chamado de regime pluvial. Quando a oscilação do volume das águas
acontece em razão do processo de derretimento de geleiras, tal fenômeno é denominado de
regime nival. Entretanto, pode ocorrer a existência de rios que sofrem influência dos dois
regimes (pluvial e nival), como por exemplo, o rio Amazonas. O mesmo nasce no Peru, na
Cordilheira dos Andes (influência do regime nival em sua nascente) e depois no Brasil, sofre
influência do regime pluvial, em razão dos elevados índices pluviométricos que ocorrem na
região (influência do regime pluvial). 

Regime dos Rios é a variação do nível de caudal dum rio durante um certo período, pode ser
semana, mês ou mesmo ano. Em Moçambique os rios têm anualmente um período de estiagem,
onde os caudais dos rios reduz-se e até alguns rios secam e um período que apresentam maiores
caudais isto é, na época chuvosa.

 O regime de um rio ou variação do seu caudal depende de vários fatores que são:
O tipo de clima;
 O tipo do solo (sua permeabilidade);
 O relevo (inclinação do seu leito);
 A existência de vegetação;
 A extensão da bacia hidrografia.
Juntamente com os fatores citados acima, um rio tem sua configuração determinada por outros
agentes, dos quais podemos destacar o relevo (superfície acidentada que produz rios de
corredeiras, por exemplo), a cobertura vegetal das margens e nascentes e os aspectos do solo.
Quando o solo possui pouca impermeabilização a amplitude da variação é grande, sendo
constituída por violentas cheias e enormes vazantes. Os rios podem respectivamente desembocar
suas águas em outros rios (chamado de afluentes) e também em oceanos e mares. 

Ciclo hídrico, sua formação, processos que ocorrem e sua importância no equilíbrio da
terra

O ciclo da água é o grande responsável pela transformação da água na natureza e está


diretamente relacionado com nossa existência no planeta.

O ciclo da água é o contínuo processo de transformação da água na natureza, passando de um


estado para outro. A água pode se apresentar nos estados líquido, sólido ou gasoso.

Damos o nome de ciclo da água ou ciclo hidrológico a essa transformação e circulação da água.
Ela pode passar pelos processos de evaporação, condensação, precipitação, infiltração e
transpiração.
A água está distribuída nos rios, lagos, mares, oceanos e em camadas subterrâneas do solo ou em
geleiras.

Ciclo da água na natureza

O ciclo da água ocorre em cinco etapas, a saber: evaporação, condensação, precipitação,


infiltração e transpiração.

A evaporação se dá quando o calor do sol aquece a água dos rios, lagos, mares e oceanos. Nesse
momento há a transformação do estado líquido da água para o seu estado gasoso.

Quando o vapor da água esfria, se acumula na atmosfera e se condensa na forma de gotículas.


Com a formação das nuvens se dá o processo de condensação, que são gotículas suspensas no ar.

Se água condensada se acumula na atmosfera, ocorre a precipitação, quando as gotículas pesam e


caem na forma de chuva.

Quando a chuva cai sobre a superfície terrestre, ocorre a infiltração de uma parte dessa água, que
vai se acumular nos lençóis subterrâneos.

A água infiltrada pode ser absorvida pelas plantas que, depois de utilizá-la, devolvem à
atmosfera por meio do processo de transpiração.

Vale lembra que a água também pode escoar no solo e abastecer os rios, que deságuam em mares
e oceanos. Reinicia-se assim todo o processo do ciclo da água.

Nas regiões frias, a água condensada passa do estado gasoso para o líquido e rapidamente para o
estado sólido, formando a neve ou o granizo.

As principais variáveis hidrológicas consideradas no ciclo hidrológico são:

 E: evaporação (mm/d);
 q: umidade específica do ar em gramas de vapor d’ água por quilo de ar, ou g/kg;
 P: precipitação (mm);
 i: intensidade de chuva (mm/h);
 Q: deflúvio superficial ou vazão (m³/s);
 f: taxa de infiltração (mm/h);
 ET: evapotranspiração (mm/d).
Embora o ciclo hidrológico possa parecer um ciclo contínuo, com a água se movendo de uma
forma permanente e com uma taxa constante, é na realidade bastante diferente, pois o movimento
que a água faz em cada uma das fases do ciclo ocorre de forma bastante aleatória, variando tanto
no espaço como no tempo.

A importância do Ciclo da Água

A água está presente em abundância na Terra, mas muitos locais sofrem com a escassez do
líquido.

A Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que, no ano de 2025, metade da população
enfrentará problemas relacionados à falta de água doce.

No organismo dos seres vivos, a água é usada em processos de síntese de substâncias orgânicas.
Ela age também como solvente e reagente de reações químicas em nível celular.

Considerando estes fatos, podemos perceber que a água é extremamente importante para a
manutenção da vida na Terra.
Conclusão

A água como fonte e meio de vida, entra na composição de todos os seres vivos, das rochas,
solos e ar. É um poderoso agente modelador da superfície terrestre, actuando através da alteração
química e da erosão mecânica das rochas. É o principal agente erosivo dos continentes através
dos rios, glaciares, correntes marinhas, ondas e marés.

O Ciclo Hidrológico, conceito fundamental da Hidrologia, é uma consequência do Princípio de


Conservação da Água, mas é constituído por uma cadeia de subsistemas abertos, porque há troca
de massa e energia entre eles. As energias que alimentam o ciclo hidrológico: solar e gravítica.
As fases do ciclo hidrológico e as suas componentes.
Referências Bibliográficas

D.G.R.A.H. (1981) - Índice Hidrográfico e Classificação Decimal dos Cursos de Água de


Portugal Continental (2 volumes), M.A.O.P., Lisboa.

FAO (1989) - Manual de Campo para el Manejo de Cuencas Hidrográficas. Medidas y Prácticas
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Franco, F. (1981) - Elementos de Hidrogeologia, in Manual de Saneamento Básico (Documento


I.7), Direcção-Geral de Saneamento Básico, Edição para Inquérito, Lisboa.

Hamblin, W.K. e Christiansen, E.H. (2001) - Groundwater Systems, in Earth’s Dynamic


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Llopis Lladó, N. (1970) - Fundamentos de Hidrogeologia Carstica, Ed. Blume, Madrid.

Lobo Ferreira, J.P.C.; Ciabatti, P.; Leitão, T.E.; Moinante, M.J.; Novo, M.E.; Oliveira, M.M.;
Tore, C.S. (1995) - Desenvolvimento de um Inventário das Águas Subterrâneas de Portugal (3
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Costa, F.E.; Brites, J.A.; Pedrosa, M.Y.; Silva, A.V. (1985) - Notícia Explicativa da Carta
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Portugal, Lisboa.

Costa, F.E. (coord.), (1989) - Notícia Explicativa da Carta Hidrogeológica do Sul de Portugal + 2
mapas à escala 1/200.000, Serviços Geológicos de Portugal, Lisboa.

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