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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino à Distância - Nampula

CARTOGRAFIA DIGITAL

Gabriel Paulo Maciera

Nampula, Outubro de 2020

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Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Ensino à Distância - Nampula

CARTOGRAFIA DIGITAL

Gabriel Paulo Maciera - N° 708194361

Trabalho de carácter avaliativo submetido a


cadeira de Cartografia e Topografia, Ensino de
Geografia (2º ano), oferecido pelo Instituto de
Ensido à Distância – Universidade Católica de
Moçambique.

Docente:
MA. José Óscar B. Chichava

Nampula, Outubro de 2020

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Índice
Introdução........................................................................................................................................3

Conceito...........................................................................................................................................4

Características da Cartografia Digital..............................................................................................4

Funcionamento do SIG e suas características..................................................................................4

Funcionamento do GPS...................................................................................................................5

Receptores do GPS..........................................................................................................................7

Os tipos de receptores..................................................................................................................7

Conclusão........................................................................................................................................9

Referências Bibliográficas.............................................................................................................10

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Introdução
A cartografia é uma ciência que busca exatidão nas formas de representar a superfície terrestre
através dos conhecimentos de geodésia, matemática e astronomia. Essa ciência engloba as
atividades posteriores ao levantamento e processamento de dados sobre a superfície terrestre, e
tem como objetivo final a representação cartográfica dessas informações.

A palavra cartografi a tem origem na língua portuguesa, tendo sido registrada pela primeira vez
em 1839 numa correspondência, indicando a ideia de um traçado de mapas e cartas. Hoje
entendemos cartografi a como a representação geométrica plana, simplifi cada e convencional de
toda a superfície terrestre ou de parte desta, apresentada através de mapas, cartas ou plantas.

Por meio da cartografi a, quaisquer levantamentos (ambientais, socioeconômicos, educacionais,


de saúde, etc.) podem ser representados espacialmente, retratando a dimensão territorial,
facilitando e tornando mais efi caz a sua compreensão. Assim sendo, a cartografia é uma ciência
que busca exatidão nas formas de representar a superfície terrestre através dos conhecimentos de
geodésia, matemática e astronomia. Essa ciência engloba as atividades posteriores ao
levantamento e processamento de dados sobre a superfície terrestre, e tem como objetivo final a
representação cartográfica dessas informações.

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1. Conceito

A Cartografia Digital ou Cartografia Assistida por Computador deve ser vista não apenas como
um processo de automação de métodos manuais, mas sim como um meio para se buscar ou
explorar novas maneiras de lidar com dados espaciais (Taylor, 1991).

Um sistema de Cartografia Digital (CD) pode ser compreendido como um conjunto de


ferramentas, incluindo programas e equipamentos, orientado para a conversão para o meio
digital, armazenamento e visualização de dados espaciais. Um sistema de Cartografia Digital tem
como ênfase a produção final de mapas.

A Cartografia Digital pode ser vista como uma parte de um Sistema de Informações Geográficas
– SIG (Blatchford e Rhind, 1989, in Taylor, 1991), tendo em mente que os mapas são o centro
para todos os SIGs (Fig. 1). Uma outra visão é que um SiG representa uma superestrutura de um
Sistema de Cartografia Assistida por Computador (Stefanovic et al., in Taylor, 1991).

Todos os SIGs têm componentes de CD, mas nem todos os sistemas de CD têm componentes de
um SIG, posto que os SIGs envolvem muito mais que a elaboração de mapas digitais, mas
verdadeiramente a habilidade de analisar dados com referência espacial (Taylor, 1991).

2. Características da Cartografia Digital

Atualmente os mapas digitais são elaborados a partir de imagens de satélites e radares, de


fotografias aéreas e, também, de dados provenientes do Sistema de Posicionamento Global. ...
Esses mapas representam a simulação das áreas queimadas em tempo real.

3. Funcionamento dos SIG e suas características

Os Sistemas de Informações Geográficas (SIG)  são equipamentos e meios tecnológicos para se


estudar o espaço terrestre. São utilizados por pesquisadores, empresas, ONGs, governos, serviços
de inteligência, entre outros.Os SIGs resultam da combinação entre três tipos de tecnologias
distintos: O sensoriamento remoto, o GPS e o geoprocessamento.

Sensoriamento Remoto: consiste na utilização de ferramentas, como satélites e radares, para a


captação de informações e imagens acerca da superfície terrestre. Podem oferecer informações

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importantes, como a extensão de uma área agrícola, o tamanho de uma determinada cobertura
vegetal, localizar focos de incêndios e desmatamentos, o movimento das massas de ar, entre
outros.

Além do uso de satélites, o sensoriamento remoto pode funcionar através do uso de fotografias
aéreas, o que também é chamado de aerofotogrametria. Tal procedimento se faz com a realização
de fotografias tiradas em câmeras acopladas em aviões e helicópteros.

4. Funcionamento do GPS

GPS é a abreviatura de NAVSTAR GPS (NAVSTAR GPS - NAVigation System with Time And
Ranging Global Positioning System). É um sistema de radio-navegação baseado em satélites
desenvolvido e controlado pelo departamento de defesa dos Estados Unidos da América (U.S.
DoD) que permite a qualquer usuário saber a sua localização, velocidade e tempo, 24 horas por
dia, sob quaisquer condições atmosféricas e em qualquer ponto do globo terrestre.

Os fundamentos básicos do GPS baseiam-se na determinação da distância entre um ponto, o


receptor, a outros de referência, os satélites. Sabendo a distância que nos separa de 3 pontos
podemos determinar a nossa posição relativa a esses mesmos 3 pontos através da intersecção de
3 circunferências cujos raios são as distâncias medidas entre o receptor e os satélites. Na
realidade são necessários no mínimo 4 satélites para determinar a nossa posição corretamente.

Cada satélite transmite um sinal que é recebido pelo receptor, este por sua vez mede o tempo
que os sinais demoram a chegar até ele. Multiplicando o tempo medido pela velocidade do sinal
(a velocidade da luz), obtemos a distância receptor-satélite, (Distancia= Velocidade x Tempo).

No entanto o posicionamento com auxílio de satélites não é assim tão simples. Obter a medição
precisa da distância não é tarefa fácil. A distância pode ser determinada através dos códigos
modulados na onda enviada pelo satélite (códigos C/A e P), ou pela integração da fase de
batimento da onda portadora.

Esses códigos são tão complicados que mais parecem ser um ruído pseudo-aleatório (PRN-
Pseudo-Random Noise), mas de fato eles têm uma sequência lógica. O receptor foi preparado de
modo a que somente decifre esses códigos e mais nenhum, deste modo ele está imune a

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interferências geradas quer por fontes rádio naturais quer por fontes rádio intencionais, será esta
uma das razões para a complexidade dos códigos.

Como o código P está intencionalmente reservado para os usuários autorizados pelo governo
norte-americano, (forças militares norte americanas e aliados) os usuários “civis” só podem
determinar a distância através da sintonia do código C/A.

A distância é determinada da seguinte forma:

O código C/A é gerado por um algoritmo pseudo-aleatório com um período de 0,001 segundos e
usa o tempo dado pelos relógios atômicos de alta precisão que estão no satélite, o receptor que
também contem um relógio, é usado para gerar uma réplica do código C/A.

O código recebido é depois correlacionado com versões ligeiramente adiantadas ou atrasadas da


réplica local e deste modo consegue medir o tempo que o sinal levou a chegar ao receptor. Numa
situação ideal com os relógios do satélite e do receptor perfeitamente sincronizados e a
propagação do sinal a ser feita no vácuo, o tempo de vôo estaria perfeitamente determinado e por
conseguinte a distância medida corretamente. Geralmente esta distância denomina-se por
Pseudo-distância por diferir da distância verdadeira por influência dos erros de sincronização
entre os relógios do satélite e do receptor.

O outro método de determinar a distância é medindo o numero de ciclos decorridos desde o


instante em que a portadora foi emitida e o instante em que foi recebida e se medir a diferença de
fase. O comprimento de onda da portadora é muito mais curto que o comprimento do código C/A
daí que a medição da fase de batimento da onda portadora permita atingir um nível de precisão
muito superior à precisão obtida para a distância através da pseudodistancia.

No entanto põe-se um problema: o desconhecimento da ambiguidade de ciclo, ou seja, o número


total de ciclos completos decorridos desde que o sinal deixou o satélite até ao instante da
sintonia. As ambiguidades de ciclo podem ser determinadas. Existe uma ambiguidade de ciclo
por cada par receptor-satélite desde que não hajam saltos de ciclo (cycle slips), isto é., perda
momentânea de sinal, neste caso uma nova ambiguidade é adicionada. Depois deste pequeno
estudo podemos concluir que o problema da dessincronização dos relógios dos satélites e dos
receptores é pertinente, no entanto os idealizadores do GPS arranjaram uma forma de contornar

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esse problema: fazer uma medição extra para outro satélite. Para determinarmos a nossa posição
tridimensional corretamente temos que resolver um sistema de 3 equações a 4 incógnitas (X,Y,Z
e o tempo) então o truque é adicionar uma nova medição, ou seja, uma nova equação e temos o
sistema resolvido.

5. Receptores do GPS

O receptor GPS é um equipamento capaz de ler informações emitidas pelos satélites em órbita, e
calcular as coordenadas geodésicas (latitude, longitude e altitude) sendo possível ter dados
precisos a respeito de um determinado local. Os receptores servem para diversos fins, podendo
demonstrar, por exemplo, a área de um local a ser construído, ou de um local para plantação, ou,
quem sabe, a rota de caminhões das empresas (com estimativas de chegada).

Os tipos de receptores

Dependendo da sua precisão, os receptores são classificados como Navegação, Topográficos ou


Geodésicos.

Os receptores de Navegação fazem a gravação das coordenadas obtidas, mas não registram as
observáveis (dados brutos). Usualmente utilizam o código C/A e tem precisão de
aproximadamente 10 metros, sendo utilizados, principalmente, localização instantânea e
navegação (automotiva).

Os receptores topográficos têm capacidade de gravar dados brutos das observáveis. A principal é
da fase L1 (o código C/A também pode ser lido e gravado) e sua precisão é em geral abaixo de
3m, podendo chegar a submétrica, quando realizada a correção diferencial (processamento em
relação a bases fixas de coordenadas conhecidas). Suas principais aplicações são: mapeamento
(SIG), saneamento, cadastramento de feições de interesse, cadastramento urbano, cadastro
elétrico e Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Os receptores geodésicos, assim como os topográficos, gravam os dados brutos das observáveis.
As principais são as fases L1 e L2, sendo que sua precisão é centimétrica quando realizado o
pós-processamento de dados. As aplicações são voltadas para obras (grandes construções),
levantamentos topográficos, georreferenciamento de Imóveis Rurais e posicionamento de alta
precisão.

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Conclusão

Cartografia é a disciplina que trata da concepção, produção, disseminação e estudo de mapas


(International Cartographic Association, 1996). Desse modo, a cartografia é considerada a
ciência e a arte de representar o conhecimento da superfície terrestre através de mapas e cartas.

Essa ciência está intimamente ligada aos sistemas de informação gráfica, ciência da informação
geográfica, fotogrametria e sensoriamento remoto. Por meio dessas áreas de conhecimento é
feito o levantamento de informações.

A expressão cartografia digital aglutina elementos relacionados às práticas cartográficas que


utilizam a computação. Em francês há um termo que é mais abrangente, mas que engloba essa
cartografia: géomatique20. Para Guermond21, a geomática designa a análise de dados espaciais,
onde o computador desempenha papel-chave nos procedimentos de pesquisas. O autor alerta que
esse termo engloba o Sistema de Informações Geográficas (SIG), a utilização do GPS (Global
Positioning System) e softwares diversos.

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Referências Bibliográficas

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Group on cartographic definitions, Budapest.

BURROUGH, P. (1991). Principles of Geographical Information Systems for Land Resources


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DELOU, A. L. de A et al. (1993). Sistema de aquisição automática de dados. In: Anais do XVI
Congresso Brasileiro de Cartografia, Rio de Janeiro, SBC, V.3, P. 510-515.

EASTMAN, J. R. (1973). IDRISI version 4.0 User’s guide. Worcester, USA Clark University,
1992. ICA. Multilingual dictionary of technical terms in Cartography, Steiner Weiga Den.

KAY, D.C.; LEVINE, J.R. (1992). Graphic file formats. Windcrest/MacGraw-Hill, 1992, P.278.
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TRHOWER, J.W. (1972). Maps and Man: An Examination of cartography in relation to culture
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