O Conselho Brasileiro de Oftalmologia se manifesta contra o pedido de adiamento do julgamento da ADPF 131 pelo Conselho Brasileiro de Óptica e Optometria. Argumenta que o processo já dura 12 anos e está maduro para julgamento, e que o adiamento não é razoável. Pede que o pedido de destaque seja indeferido e que o mérito seja julgado improcedente, reconhecendo a constitucionalidade dos decretos questionados.
O Conselho Brasileiro de Oftalmologia se manifesta contra o pedido de adiamento do julgamento da ADPF 131 pelo Conselho Brasileiro de Óptica e Optometria. Argumenta que o processo já dura 12 anos e está maduro para julgamento, e que o adiamento não é razoável. Pede que o pedido de destaque seja indeferido e que o mérito seja julgado improcedente, reconhecendo a constitucionalidade dos decretos questionados.
O Conselho Brasileiro de Oftalmologia se manifesta contra o pedido de adiamento do julgamento da ADPF 131 pelo Conselho Brasileiro de Óptica e Optometria. Argumenta que o processo já dura 12 anos e está maduro para julgamento, e que o adiamento não é razoável. Pede que o pedido de destaque seja indeferido e que o mérito seja julgado improcedente, reconhecendo a constitucionalidade dos decretos questionados.
EXCELENTÍSSIMO SR. DR. MINISTRO GILMAR MENDES DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDRAL
ADPF 131 Data de Julgamento: 19/10/2017 Relator: Ministro Gilmar Mendes
CONSELHO BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA, na
qualidade de amicus curiae, vem, respeitosamente, perante V. Exª, por seus procuradores infra- assinados, manifestar-se a respeito da petição do Conselho Brasileiro de Óptica e Optometria que requer o adiamento do julgamento da presente ADPF marcada para o dia 19/06/2020, segundo informa o andamento processual da página eletrônica do Supremo Tribunal Federal.
1. Inicialmente constata-se que o presente processo perfaz 12
(doze) anos de tramitação e com a vigência da lei 12.842/13 (lei do ato médico) já ultrapassa 7 (sete) anos de vigência dessa lei, por óbvio, já foi exaurido tempo suficiente para a parte autora demonstrar por todos os meios admitidos a sua pretensão.
2. Não é crível que após doze de tramitação a parta peça que o
julgamento do processos seja adiado sob o argumento de que “apenas o debate presencial, com o exercício dialético em tempo real, permitindo apartes e esclarecendo a inadequação de paradigmas culturais que podem influenciar no julgamento, entregará a justa devida segurança jurídica aqui perseguida.” tendo em vista que a parte teve 12 (doze) anos para esclarecer e apresentar toda a fundamentação de sua pretensão, não havendo necessidade de postergação do julgamento pois o feito encontra-se devidamente instruído e maduro para o julgamento.
3. Causa dúvida a importância alegada no referido pedido uma
vez que a parte Autora optou voluntariamente por não apresentar a sua sustentação oral para o próximo julgamento, não o fazendo até a presente data (18/06/2020) e por este motivo estaria alegando motivos ínfimos para postergar o julgamento deste processo. Ao mesmo tempo, o Autor, em vez de objetar logo à realização do julgamento no ambiente virtual, aguardou que os demais apresentassem antes suas sustentações orais em video, o que sugere uma tentativa do Autor de inverter a ordem processual de sustentações, uma vez que, em vez de apresentar sua sustentação oral gravada simultaneamente aos demais habilitados, tenta o Autor apresentar oralmente suas razões em momento posterior à entrega dos vídeos das apresentações orais pelos demais.
4. Eminente Ministro, é pública e notória a quantidade de
processos sob a competência dessa Suprema Corte, de modo que é compreensível o passar de mais de uma década para o julgamento da presente ADPF, no entanto, toda a classe médica, os optometristas e a população em geral do país aguardam o julgamento deste processo para que seja decidido, mais uma vez, sobre a receptividade dos decretos em questão. Novo adiamento não ajudará a impedir que pessoas sem qualificação médica continuem a praticar atos de diagnóstico contaminados pelo interesse em vender óculos, lentes e colírios.
5. Diante da situação imposta aos Ministros dessa Suprema
Corte para que os julgamentos ocorressem à distância, meios foram devidamente providenciados para que os julgamentos não fossem prejudicados. Desse modo, verifica-se que não há prejuízo algum o julgamento do presente feito na modalidade proposta, isso porque a Suprema Corte do país não lesaria ou deixaria lesar qualquer direito pelo simples fato do julgamento ocorrer virtualmente. Se tal motivo prevalecer, demais processos julgados à distância restariam prejudicados pelo simples fato alegado pela parte autora.
6. Pelo exposto, manifesta-se na condição de amicus curiae
pelo INDEFERIMENTO do pedido de destaque realizado pelo CCBOO, reiterando os termos apresentados até o presente momento inclusive com o pedido de sustentação oral enviado com os fundamentos em vídeo apresentados, para no mérito ser julgado improcedente os pedidos, com o reconhecimento da constitucionalidade dos art. 38, 39 e 40 do Decreto Presidencial nº 20.931/32 e dos art. 13 e 14 do Decreto-Lei 24.492/34.