Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Eléctricas
O Caso Particular das Perturbações Harmónicas
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................... 2
CONCLUSÃO ................................................................................................................................................ 41
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................ 42
Qualidade da Energia em Instalações Eléctricas - O Caso Particular das Perturbações Harmónicas
APRESENTAÇÃO
Entre os problemas de qualidade de energia eléctrica, o que mais nos afecta, por ser
inclusive o mais visível, para a maioria dos cidadãos, é sem dúvida alguma a interrupção do
fornecimento, uma vez que afecta todos os equipamentos ligados à rede eléctrica.
Os valores associados aos parâmetros que caracterizam um sinal de tensão ou
corrente numa instalação eléctrica podem ser alterados em função de variados factores,
(arranque de motores, equipamentos constituídos por electrónica de potência, iluminação
por lâmpadas de descarga, etc.) e nesses casos, dizemos que a qualidade do sinal foi
afectada (problemas não visíveis sem recorrer a equipamentos de análise e medição). Desta
forma, podem ser produzidos vários tipos de perturbações eléctricas, podendo ser
sintetizados em quatro grandes grupos:
Continuidade
de serviço
QE
Qualidade Qualidade da
comercial onda de tensão
Este tipo de perturbações são variações produzidas sob a forma de onda sinusoidal e
podem ser de vários tipos:
– Cava de tensão (“voltage sag”): Este tipo de perturbação pode ser provocada por exemplo
pelo arranque/paragem de cargas importantes.
– Sobretensão / Sobretensão transitória: Pode ser provocada, entre outros casos, pela
entrada em serviço de grupos geradores, comutações de bancos de condensadores e
descargas atmosféricas.
Para uma melhor percepção das perturbações da amplitude da tensão, pode ter-se
em atenção a curva CBEMA (Computer & Business Equipment Manufacturers
Association). Esta mostra para que percentagem a tensão nominal ocorrem as perturbações
e qual a sua duração. Desta forma, os fabricantes poderão construir os seus equipamentos
imunes à maioria das perturbações.
2.1 DEFINIÇÃO
Uma harmónica de tensão ou corrente, não é mais que um sinal sinusoidal, cuja
frequência é múltipla inteira da frequência fundamental do sinal principal.
As figuras seguintes mostram a forma de onda da tensão (Figura 8) e da corrente
(Figura 9), numa instalação “poluída” com harmónicas.
Fundamental
1 (50 Hz)
+
3 3º harmónico
3 (150 Hz)
22
Onda
Distorcida
Nome Fund 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º
Freq. (Hz) 50 100 150 200 250 300 350 400 450
Sequência + - 0 + - 0 + - 0
Sequência Efeitos
Positiva Sobreaquecimentos
Negativa Sobreaquecimentos e menor rendimento
Nula Somam-se no condutor de neutro
Tensão e Corrente
Tensão e Corrente
Tensão Corrente
D
e
s
l
i
g
a
d
o
s
L
i
g
a
d
o
s
Tensão Corrente
D
e
s
l
i
g
a
d
o
s
L
i
g
a
d
o
s
Figura 13: Taxa de distorção harmónica, de uma instalação com PC’s da ESTV
Na maioria das instalações, pelo menos nas domésticas, onde não existe uma grande
preocupação com a qualidade de energia, utiliza-se o factor de potência e o cosφ como
sendo sinónimos, muitas vezes erradamente, uma vez que não é verdade em instalações
onde existam harmónicas. Assim,
- O cosφ é a relação entre a potência activa e a potência aparente definido para cada
uma das componentes harmónicas.
Figura 14: Sinais com harmónicas Figura 15: Sinais sem harmónicas
Figura 19: Harmónicas de corrente/tensão provocadas por uma carga não linear
b) – Computador
Figura 31: Espectro harmónico (tensão) no ponto de alimentação motor sem/com VEV
4.3 RESSONÂNCIA
Na Figura 40-a, tem-se um exemplo típico de uma instalação industrial ligada à rede
pública através de um transformador MT/BT. A instalação tem uma bateria de
condensadores para correcção do factor de potência, cargas lineares (motores) e cargas
geradoras de harmónicos.
Dados:
XL=jwL Representa o conjunto dos elementos indutivos da rede, e o equivalente da rede pública
XL = U2Scc visto para montante.
XC=-j1/(wC) Representa a reactância da bateria de condensadores.
R=U2/P Representa a resistência da linha.
2
QC= U XC Representa a potência da bateria de condensadores.
1 h 1
Y= + j( − )
R X C hX L
h = (XC / X L)
h = ( S cc / QC )
P
φ
Q
S IDEAL
Secção 524.3 – Nos circuitos polifásicos com condutores de fase de secção superior a 16 mm²,
se de cobre, ou a 25 mm², se de alumínio, simultaneamente, as condições seguintes:
I N = I1 + I 2 + I3 = 0A
No entanto o risco deste procedimento pode ser muito grave, aquando da presença
de harmónicas homopolares (3ª ordem e suas múltiplas). Neste caso, a corrente que passa
no condutor neutro, mediante certas condições (em fase nas três fases R,S,T), poderá ser
muito elevada (em alguns casos superior á das fases) o que poderá levar a
sobreaquecimentos provocando a destruição de equipamentos, condutores ou incêndios.
I pico
K=
I rms 2
S nom
S max =
K
Desta forma facilmente se verifica que quanto maior for o factor “K”, menor será a
potência máxima que o transformador consegue fornecer.
Os aparelhos actuais de análise de qualidade de energia, quase todos eles permitem
medir o factor de desclassificação, possibilitando assim o cálculo da potência máxima que
um transformador inserido numa determinada instalação consegue fornecer, com a presença
de harmónicas.
Exemplo:
Figura 46: Transformador de uma instalação (700 KVA) Figura 47: Factor K do transformador
Neste exemplo o transformador que á partida poderia fornecer 700 KVA, apenas
consegue fornecer uma potência de:
700
SMáximo = = 389 KVA
1,8
Em conclusão, se for necessário ter um transformador com uma dada potência, caso
existam harmónicas, o transformador a adquirir terá de ter uma potência aparente muito
superior (elevados custos) ou então projectar técnicas para eliminar estas perturbações.
Afim de mitigar a terceira harmónica e as suas múltiplas inteiras, os
transformadores podem ser muito úteis. Poderá optar-se por colocar um transformador
Triângulo-Estrela à entrada do consumidor industrial afim das harmónicas homopolares
não irem poluir a instalação a montante do ponto onde foi instalado o transformador, uma
vez que ficam confinadas no triângulo.
Em ambientes industriais com grandes cargas trifásicas, recomenda-se para a
mitigação das harmónicas (sobretudo das de 5ª e 7ª ordem), o emprego de um
transformador com duplo secundário onde se realiza um desfasamento angular de 30° entre
os enrolamentos ou na utilização de dois transformadores com diferentes ligações (de forma
a se obter o referido desfasamento de 30° entre as tensões). Com o desfasamento de 30º as
harmónicas ficam em oposição de fase entre os dois enrolamentos do secundário
(assumindo que existem cargas trifásicas em ambos os enrolamentos), anulando-se desta
forma.
A “luta” contra este tipo de perturbações tem como objectivo obter valores de THD
(distorção harmónica) aceitável de modo a garantir que as cargas de uma instalação
recebam uma alimentação praticamente sinusoidal.
Normalização
“Em conduções normais de exploração, para cada período de uma semana, 95%
dos valores eficazes médios de 10 minutos de cada tensão harmónica não devem exceder
os valores indicados no quadro 1. Em consequência de ressonâncias, podem surgir tensões
mais elevadas para uma harmónica.”
“Além disso, a distorção harmónica total (THD) da tensão de alimentação
(incluindo as harmónicas até à ordem 40) não deve ultrapassar 8%.”
Tabela 3: (Quadro 1) – Valores dos primeiros 25 harmónicos de tensão nos pontos de fornecimento (% UN)
Tensão Nominal no Pac (Un) Distorção Harmónica Individual (%) Distorção Harmónica Total (%)
Un ≤ 69 kV 3,0 5,0
69 kV < Un ≤ 161 kV 1,5 2,5
Un > 161 kV 1,0 1,5
<
LS
Factor de Atenuação (R) =
(LS + LF)
Como tal,
Estes tipos de filtros analisam cada uma das fases da instalação continuamente e em
tempo real, monitorizando a corrente da carga. Assim, é obtido o espectro harmónico com
todas as componentes harmónicas presentes na instalação. O filtro gera um sinal de corrente
(soma das correntes harmónicas desfasadas de 180°) que é igual à diferença entre a corrente
total de carga e a fundamental e injecta-a na instalação/carga de forma que o sinal
resultante no ponto de ligação do filtro activo seja uma corrente sinusoidal. De uma forma
menos detalhada o filtro recolhe o espectro harmónico, analisa-o e gera correntes de valor
igual mas de sinal contrário de forma a anular as harmónicas.
O filtro activo do tipo paralelo tem como função principal compensar os harmónicos
das correntes nas cargas, mas pode também compensar a potência reactiva e equilibrar as
correntes nas três fases eliminando a corrente no neutro, que é um dos grandes problemas
quando existem harmónicas homopolares.
CONCLUSÃO
Citação: