Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CAYRO LÉDA
RESUMO DO META-PADRÃO
Apesar de termos 4 partes bem distintas, devemos entender que o Meta-padrão não
é uma ferramenta, não é uma técnica, não é uma simples sequência de passos a
serem seguidos. O Meta-padrão é uma estrutura que está presente na maioria dos
métodos e ferramentas eficazes que são utilizadas para mudanças de
comportamentos.
Quando possuímos o entendimento do Meta-padrão como uma estrutura, podemos
utilizar qualquer técnica ou ferramenta já existente ou até mesmo criar novas
ferramentas no momento em que estamos fazendo a terapia.
Apesar da descoberta dessa estrutura ter sido feita por um profissional da PNL -
John Overdurf - para o Meta-Padrão acontecer não é preciso PNL, nem Hipnose,
nem qualquer outra forma de terapia organizada, é preciso apenas que saibamos
como lidar com os estados emocionais do sujeito. Uma vez que você entenda e
domine isso, você pode se utilizar da sua psicoterapia favorita e com muito mais
resultados do que teria se simplesmente aplicasse as ferramentas sem entender o
fundamento que rege tudo isso.
O foco principal que devemos ter ao trabalhar com Meta-padrão é saber identificar
de forma muito clara o estado emocional do sujeito, CALIBRAR o cliente. Não
adianta o cliente falar “eu estou tranquilo” se o corpo dele fala o contrário. Dê o
máximo de atenção em saber diferenciar cada estado do seu cliente, e o resto da
terapia vai fluir naturalmente.
APROFUNDANDO O META-PADRÃO
b. Encontre os gatilhos
Foque no momento exato em que a reação fisiológica do cliente começa. O gatilho
pode ser qualquer coisa (um objeto, uma cor, um cheiro, uma palavra etc.). É muito
comum o cliente generalizar dizendo que “a ansiedade acontece o tempo inteiro”
Passo 4: Colapso
a. Traga o gatilho de forma rápida
Quando a pessoa está com o ER bem forte, traga de imediato o gatilho. Se for uma
fobia de barata, por exemplo, mostre uma foto de barata para o cliente.
b. Repita o Meta-padrão
Se você faz um Meta-padrão calibrando com excelência, você vai perceber que é
muito comum que o cliente não sinta mais absolutamente nada da reação negativa.
Mas mesmo assim é importante que você rode o Meta-padrão mais vezes.
Conduza a pessoa para sentir o EP “Mas o que acontece se você não fechar os
olhos e não virar o rosto?”. O importante aqui é saber identificar quando a pessoa
está querendo fugir e trazê-la de volta. Isso é muito comum, porque o cliente não
quer se sentir mal, e o que a pessoa faz na vida real é justamente tentar fugir, ela já
está acostumada a isso e pode fazer o mesmo no consultório.
A generalização também é uma fuga, o cliente evita se associar para não se sentir
mal. Mais uma vez, o mais importante é identificar isso, para que você não caia no
erro mais comum de quem conhece o Meta-padrão mas não tem resultados
satisfatórios: passar para o próximo passo sem ter realmente concluído o anterior.
Uma boa forma de contornar esse problema da generalização é focar em apenas
um evento e no momento exato em que a reação acontece “Se isso acontece o
tempo inteiro, então é fácil você me falar de uma vez que isso aconteceu”
a. Terapeuta associado
Se você estiver associado, muito envolvido com a história do cliente, pode ser que
isso dificulte o cliente dissociar, porque o cliente está em rapport com você (estude
pacing and leading). Se você tem uma postura corporal para baixo enquanto tenta
dissociar o cliente, ele pode ter dificuldade para conseguir sair do EP. Dissocie-se
primeiro e depois traga o cliente também.
a. O cliente dissocia do EP, mas volta a associar antes de você passar para o
próximo passo
Aqui é interessante você “interromper o padrão” do cliente, enquanto ele está se
associando. A Melissa Tiers costuma falar “STOP” e colocar a palma da mão na
frente do rosto do cliente para interromper o “caminho” que o cliente está
percorrendo para se associar ao EP.
a. Negação
Quando você pergunta ao cliente o que ele gostaria de sentir ao “olhar uma barata”,
ele pode dizer “gostaria de NÃO SENTIR medo”. Nesse caso, PROVAVELMENTE
ele ainda está associado ao EP e você deve voltar ao Passo 2 e dissociá-lo. Você
poderia dizer ao cliente “Eu já sei o que você gostaria de NÃO SENTIR, agora me
fala o que você gostaria DE SENTIR”.
É sempre melhor quando o cliente diz o que ele gostaria de sentir e não o que não
gostaria. Mas lembre-se, o mais importante é você CALIBRAR. Talvez o cliente fale
“eu gostaria de não sentir medo” e mesmo assim esteja associado ao estado de
Recursos!
b. Descrença no processo
Se o cliente não confia muito na terapia e foi só para “ver se funciona”, ele pode ter
dificuldades para se associar ao ER, mesmo que os dois primeiros passos tenham
sido um sucesso. Aqui, o ponto principal é explicar para o cliente que ele é o agente
ativo do processo e que você não é um mágico que vai resolver o problema dele
sem que ele tenha participação direta nisso. Outra coisa que pode ajudar é
comentar sobre outros clientes que tiveram o mesmo problema e como eles se
livraram disso (prova social).
c. Leading
Assim como no Passo 2 você precisa conduzir o cliente, aqui é interessante que
você incentive a associação do cliente, modificando o seu tom de voz, sua postura,
sua respiração. Mas faça isso de forma natural, para não perder a congruência.
b. O recurso é impossível
É comum o cliente trazer um recurso que não dependa dele: “eu gostaria que
minha mulher parasse de fazer isso”. Uma forma de evitar isso é perguntar para o
cliente como gostaria de se sentir e não o que ele gostaria que acontecesse (a não
ser que você esteja utilizando alguma ferramenta que utilize essa pergunta, como a
Clean Language). Mas caso isso aconteça, você pode falar “tudo bem… mas
considerando que a sua mulher não entenda isso e continue fazendo as
mesmas coisas, como você gostaria de se sentir quanto a isso?”. Aqui também
poderia caber uma pequena explicação (ou puxão de orelha): “Ok… mas você
sabe que isso não depende de você, você só tem controle sobre as suas
próprias ações. Então como você gostaria de se sentir considerando que ela
não mude?”
No passo 4 - Colapso:
1. Anamnese
2. Meta-padrão
3. Ponte para o Futuro
Após o Meta-padrão é importante fazer uma “Ponte para o Futuro”, ou seja, pedir
para o cliente imaginar uma situação no futuro em que ele poderia ter aquela reação
negativa e dizer como ele se sente. A ponte para o futuro é importante porque a
situação da vida real não será igual à da terapia. Provavelmente o cliente não vai
estar sentindo um sentimento muito bom logo antes de olhar uma barata, por
exemplo. Na terapia fazemos “Estado de Recursos seguido do gatilho”, mas na vida
real do cliente o padrão vai ser “Estado normal seguido do gatilho”. Então é preciso
que a gente modele essa situação real no cérebro do cliente.
Por isso, ao fazer a Ponte para o futuro, é interessante que você não sugira “agora
sente essa sensação boa e imagina que você está em um momento futuro,
olhando para a barata e sentindo isso”. Ao invés disso, diga “Imagina agora um
momento no futuro em que aquela mesma reação ruim poderia acontecer, e
me diz o que você sente”. Mais uma vez, dessa forma é mais fácil você calibrar a
mudança.
É importante repetir a Ponte para o Futuro várias vezes, para gerar um reforço
desse novo padrão. E quando a terapia terminar, incentive o cliente a passar pela
situação real (acompanha ele até o elevador, se ele foi tratar claustrofobia). Mesmo
que você tenha uma percepção extremamente aguçada sobre a eficácia da terapia,
o resultado verdadeiro é quando o cliente passa pela situação na vida real.
Cayro Léda
Insta: @cayro_naooficial
Youtube: Cayro Léda