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É considerado crise pq gera uma resposta adaptativa na vida dos pais, uma vez que
surgem novos fatos, naturais ou acidentais;
Planejamento:
São 3 relatos que têm como principal assunto o planejamento de ter o filho:
2° relato) O casal não esperava ter filhos no momento, a gravidez foi uma surpresa, mas foi
aceita com felicidade;
3° relato) também sem planejamento, chegaram a pensar em aborto, mas mudaram de ideia e o
pai ficou torcendo para ser menina.
Conclusão dos relatos: O momento de gerar os filhos é um enfrentamento muito comum, e nos
casos nos quais não houve planejamento, havia um desejo prévio, consciente ou inconsciente.
A aceitação da gravidez pela família foi uma preocupação constante entre os entrevistados:
Nos relatos o rapaz diz não saber se ia aceitar a gravidez por medo da reação do pai dele, pq ele
ainda estava namorando, já a mulher ficou com medo do julgamento da mãe dela e das irmãs;
Influências sobre o relacionamento: Os casais passaram a viver juntos, ou seja, mesmo com a
gravidez inesperada, houve a antecipação da formação de um núcleo familiar.
As atitudes e respostas masculinas diante da gestação podem variar, indo desde entusiasmo à
resistência ou mesmo ambivalência. No relato o pai diz que não ficou muito comovido, diz que
ficou feliz mas não deslumbrado
Preocupação com recursos para o sustento e criação dos filhos: Uma mãe diz que vai ser
complicado e planeja deixar o bebê com a filha mais velha de 15 anos para poder trabalhar. A
mãe de trigêmeos não sabe o que fazer para sustentar os três filhos, como dar uma boa educação
e qualidade de vida.
Maria terminou o namoro durante a gravidez pq o companheiro queria o aborto. Ela relata que
foi difícil contar para os pais mas eles apoiaram a filha.
Problemas emocionais com a família e com o parceiro; Quando o núcleo familial se encontra
estruturado, os desafios e enfrentamentos são encarados de forma mais branda; Já quando essa
estrutura não foi constituída e a mulher se encontra na condição de solteira, os enfrentamentos
passam a ser divididos por poucos ou nenhum membro da família.
Distanciamento espacial ou afetivo: Em dois relatos, os discursos dizem que a família aceitou
a gravidez, mas ao mesmo tempo houve algum tipo de distanciamento;
No que diz respeito às mudanças corporais, o que ganhou destaque no discurso das mães foram
as modificações na aparência: crescimento do abdome e inchaço; e as alterações como enjôos e
vômitos;
- Um relato diz que se a grávida sentiu-se como tal pelas mudanças, ainda discretas, em seu
corpo;
- O marido de uma mãe expressou sua preocupação em ‘estar junto’ e, por conseguinte, suas
próprias sensações de desconforto compartilhadas com as de sua esposa;
Oscilações de humor: Eu ficava muito nervosa por causa do serviço. Qualquer coisinha ficava
nervosa e descontava nele.
Conclusões:
Todos esses fatores estão intrinsecamente conectados e influenciam em maior ou menor grau
mediante a própria percepção ou significado que a pessoa atribui ao evento;
O enfoque biomédico, ainda tão presente na prática, centraliza a atuação do profissional apenas
no processo biofisiológico da gestação;
Faz-se necessária a adoção também de um enfoque humanizado, para perceber esse fenômeno
em sua completude;
O olhar profissional precisa se estender além do corpo feminino que gesta, buscando o
acolhimento da mulher, a inclusão do núcleo familiar no processo de gestação, valorizando a
construção da paternidade e das relações familiares na formação do vínculo.