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PRÉ-UNIVERSITÁRIO OFICINA DO SABER Aluno(a):

DISCIPLINA: História PROFESSORES: Ana Carolina Rocha, Diogo Alchorne e Fabrício Sampaio.
Data: / / 2020

Apostila Primeiro Reinado e Período Regencial.

PRIMEIRO REINADO

A chegada da família real teve um grande significado para o desenvolvimento do país que até então, era uma
das colônias portuguesas. A fixação da corte no Rio de Janeiro teve inúmeras consequências políticas e econômicas,
dentre as quais devemos destacar a elevação do país à categoria de Reino Unido, em 1815. O Brasil então deixava
de ser colônia.

Entretanto, cinco anos depois, com as reviravoltas da política europeia e o fim da era napoleônica, uma
revolução explodiu em Portugal. As elites políticas de Lisboa adotaram uma nova Constituição e o rei dom João VI,
com medo de perder o trono, voltou do Rio para Lisboa, deixando aqui seu filho, dom Pedro, na condição de príncipe-
regente.

Em 9 de janeiro de 1822, D. Pedro I recebeu uma carta da corte de Lisboa, exigindo seu retorno para
Portugal. Há tempos os portugueses insistiam nesta ideia, pois pretendiam recolonizar o Brasil e a presença de D.
Pedro impedia este ideal. Porém, D. Pedro respondeu negativamente aos chamados de Portugal e proclamou: "Se é
para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico". A expressão Dia do Fico
deve-se a uma frase célebre de dom Pedro, então príncipe-regente do Brasil, que era na época um Reino Unido a
Portugal e Algarves.

A declaração de Independência ocorreu no dia 07 de setembro de 1822, declarando a separação entre Brasil
e Portugal, durante uma viagem à São Paulo.

Com a independência, Brasil teve que pagar uma indenização a Portugal e acabou pedindo empréstimo a
Inglaterra. Os E.U.A foi o primeiro país a reconhecer a independência (Doutrina Monroe). A escravidão foi mantida e
o modelo agrário exportador de gêneros primários também (latifúndio e monocultura). Adotou-se um sistema
monárquico (centralização política).

D. Pedro I foi coroado Primeiro Imperador do Brasil e teve muitas dificuldades no seu governo devido ao
autoritarismo, por ser Português, muitos acreditavam que ele não iria valorizar os interesses dos brasileiros.

Em 1823 foi elaborada a constituição da mandioca. Que privilegiava a elite agrária. Constava, pois, no projeto
da constituição, o predomínio do poder legislativo sobre o executivo, o que contrariou profundamente D. Pedro I, já
que tinha ideais absolutistas e centralizadores. Por conta deste fato, ainda no mesmo ano, em 12 de novembro, o
imperador, usando forças militares, cercou e dissolveu a Assembleia Constituinte, pois não aceitou ter seus poderes
limitados. Este episódio ficou conhecido como a “Noite da Agonia”. Aqueles que reagiram ao golpe do imperador
foram presos e expulsos do país.

Em 1824 foi elaborada a primeira constituição brasileira. A elaboração de leis teve como pano de fundo o
conflito entre os membros da assembleia e o Imperador, a Constituição foi outorgada (aprovada) depois de um novo
planejamento.

• O voto era censitário: tinha uma renda mínima para votar


• Além dos três poderes usuais: Executivo, Legislativo e Judiciário
• A Constituição criava o Poder Moderador, feito especialmente para o imperador. Este quarto poder permitia a
ele nomear o ministério, dissolver a assembleia e nomear os presidentes das províncias. Assim, a
Constituição de 1824 estabelecia um governo de poucos que beneficiava o imperador.

Guerra de Cisplatina

A guerra da Cisplatina foi um conflito que ocorreu entre 1825 a 1828, na Província Cisplatina, atual Uruguai.
A Província Cisplatina foi incorporada ao Brasil em 1821, porém devido a costumes diferentes, a região do Uruguai
quis formar um país independente. Em 1825, apoiados pela Argentina, começaram a luta contra o Brasil. Depois de
três anos de combate, D. Pedro I teve que fazer um acordo. Brasil e Argentina reconheceram a independência do
Uruguai.
A guerra da Cisplatina trouxe muitas mortes e perdas materiais para o Brasil. Por esse motivo, D. Pedro I
enfrentou oposição cada vez mais forte por parte de muitos políticos e da população.

Confederação do Equador

Revolta contra o autoritarismo de D. Pedro I. União de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba.

Causas: As condições de vida da população nordestina eram muito precárias. Os revoltosos uniram-se contra a
escravidão, contra a desigualdade social e contra o imperador.

Consequências: Alguns dos principais líderes do movimento foram Pedro Pedroso, Pais de Andrade e Frei Caneca.
Este último foi condenado à morte.

Abdicação.

Devido seu governo autoritário, vários foram os motivos para a abdicação de D. Pedro I. A Confederação do
Equador, Guerra da Cisplatina, vida pessoal conturbada, apoio maior ao partido português e o assassinato do
jornalista Libero Badaró (oposição) estão entre os principais motivos. Além disso, com a morte de seu Pai D. João VI
a sucessão do trono Português poderia ir para o seu irmão e não para sua filha como ele havia planejado.

O choque entre os partidários do imperador, e aqueles que eram contrários a ele, tornava-se cada vez mais
violento. Um desses eventos ficou conhecido como “Noite das Garrafadas”. A “Noite das Garrafadas” foi um
acontecimento (conflito urbano), ocorrido em 13 de março de 1831, na cidade do Rio de Janeiro, de protesto popular
contra o imperador Dom Pedro I. Representou as dificuldades políticas enfrentadas pelo imperador e teve forte
influência na renúncia de Dom Pedro I em 7 de abril de 1831.

Percebendo que tinha perdido a autoridade e o respeito da população, D. Pedro I resolveu renunciar, em
1831. Voltou para Portugal e deixou o trono para seu filho, Pedro de Alcântara, que tinha apenas cinco anos de
idade.

PERÍODO REGENCIAL (1831- 1840)

Convocação do sistema de regência.

O Período Regencial é uma época da História do Brasil entre os anos de 1831 e 1840. Quando o imperador
D. Pedro I abdicou do poder em 1831, seu filho e herdeiro do trono D. Pedro de Alcântara tinha apenas 5 anos de
idade. A Constituição brasileira do período determinava, neste caso, que o país deveria ser governado por regentes,
até o herdeiro atingir a maioridade (18 anos).

Regentes que governaram o Brasil no período:

• Regência Trina Provisória (1831): regentes Lima e Silva, Senador Vergueiro e Marquês de Caravelas.
• Regência Trina Permanente (1831 a 1835): teve como regentes José da Costa Carvalho, João Bráulio Moniz
e Francisco de Lima e Silva.
• Regência Una de Feijó (1835 a 1837): teve como regente Diogo Antônio Feijó.
• Regência Interina de Araújo Lima (1837): teve como regente Pedro de Araújo Lima.
• Regência Una de Araújo Lima (1838 a 1840): teve como regente Pedro de Araújo Lima.

* Mesmo os Regentes tendo a função de executivo eles não podiam usar o Poder Moderador.

Em 1831, os regentes criaram a Guarda Nacional, com o objetivo de assegurar a estabilidade política do país.

Em 1834, foi criado o Ato Adicional que criava assembleias legislativas provinciais, dando mais liberdade as
províncias e descentralizando, de certa forma, o poder. Outra mudança foi a substituição de Regência Trina pela
Regência Una. Já a Lei de Interpretação do Ato Adicional foi criada posteriormente. Restringia o poder provincial e
fortalecia o poder central do Império.

Grupos Políticos

O grupo dos restauradores, ou caramurus, era composto por comerciantes e militares portugueses. Queriam
a volta de D. Pedro I ao governo. Deixou de existir após sua morte, em 1834.
O grupo dos moderados era formado principalmente por grandes proprietários de terras. Era a favor da
monarquia, do voto censitário e do modelo agrário-exportador.

O grupo dos exaltados defendiam reformas sociais e políticas, voto para todos, instalação de indústrias e o
fim do Poder Moderador. Foram derrotados pelo grupo dos moderados.

Donos da situação e do governo, os moderados dividiram-se em dois grupos: os liberais (progressistas) e os


conservadores (regressistas). Ambos defendiam os interesses dos grandes proprietários rurais, mas discordavam
sobre a organização do poder e da relação entre o governo central e as províncias.

Constantes disputas políticas juntamente com as péssimas condições de vida da população, desencadearam
diversas revoltas.

As Revoltas Regenciais foram rebeliões que ocorreram em várias regiões do Brasil durante o Período
Regencial (1831 a 1840). Aconteceram em função da instabilidade política que havia no país (falta de um governo
forte) e das condições de vida precárias da população pobre, que era a maioria naquele período.

Principais revoltas regenciais:

• Cabanagem (1835 a 1840)

- Local: Província do Grão-Pará

- Revoltosos: índios, negros e cabanos (pessoas que viviam em cabanas às margens dos rios).

- Causas: péssimas condições de vida da população mais pobre e domínio político e econômico dos grandes
fazendeiros.

• Balaiada (1838 a 1841)

- Local: Província do Maranhão

- Revoltosos: pessoas pobres da região, artesãos, escravos e fugitivos (quilombolas).

- Causas: vida miserável dos pobres (grande parte da população) e exploração dos grandes comerciantes e
produtores rurais.

• Sabinada (1837 a 1838)

- Local: Província da Bahia

- Revoltosos: militares, classe média e pessoas ricas.

- Causas: descontentamento dos militares com baixos salários e revolta com o governo regencial que queria enviá-
los para lutarem na Revolução Farroupilha no sul do país. Já a classe média e a elite queriam mais poder e
participação política.

• Guerra dos Farrapos (1835 a 1845)

- Local: Província de São Pedro do Rio Grande do Sul (atual RS).

- Revoltosos: estancieiros, militares-libertários, membros das camadas populares, escravos e abolicionistas.

- Causas: descontentamento com os altos impostos cobrados sobre produtos do sul (couro, mulas, charque, etc.);
revolta contra a falta de autonomia das províncias.

• Revolta dos Malês (1835)

- Local: cidade de Salvador, Província da Bahia.

- Revoltosos: escravos de origem muçulmana.


- Causas: os revoltosos eram contrários à escravização, à imposição do catolicismo e às restrições religiosas.

 Outras revoltas regenciais:

• Carneiradas, em Pernambuco, 1834-1835.


• Revolta do Guanais, na Bahia, 1832-1833.
• Insurreição do Crato, no Ceará, 1832.
• Abrilada, em Pernambuco, 1832.
• Setembrada, em Pernambuco, em 1831.
• Novembrada, em Pernambuco, em 1831.
• Revolta de Carrancas, em Minas Gerais, em 1833.
• Revolta de Manuel Congo, no Rio de Janeiro.
• Rusgas, no Mato Grosso, 1834.
• Setembrada, no Maranhão, em 1831.

Golpe da Maioridade e fim do Período Regencial.

Os políticos brasileiros e grande parte da população acreditavam que a grave crise que o país enfrentava era
fruto, principalmente, da falta de um imperador forte e com poderes para enfrentar a situação. Em 23 de julho de
1840, com apoio do Partido Liberal, foi antecipada pelo Senado Federal a maioridade de D. Pedro II (antes de
completar 14 anos) e declarado o fim das regências.

Esse episódio ficou conhecido como o Golpe da Maioridade. Foi uma forma encontrada pelos políticos
brasileiros de dar poder e autoridade ao jovem imperador para que as revoltas pudessem ser debeladas e a ordem
restaurada no Brasil. D. Pedro II assumiu o trono aos 14 anos de idade em 1840.

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