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Correção do Teste de Avaliação – Filosofia 10.

º
A ação humana – análise e compreensão do agir
Determinismo e liberdade na ação humana

A dimensão ético-política – análise e compreensão da experiência convivencial


A dimensão pessoal e social da ética

Grupo I

1.
1.1. A.
1.2. C.
1.3. C.
1.4. A.
1.5. B.
1.6. C.
1.7. D.
1.8. B.
1.9. D.
1.10. A.

Grupo II

1.
1.1.
Um determinista radical, que acredita na lógica causalista, considera que não há espaço para a
vontade do sujeito se exercer livremente. Portanto, o comportamento do «jovem pai» não poderia ter
sido outro senão o de se esquecer do seu filho no carro. O seu comportamento foi determinado por
causas que ele não controla, pelo que não poderia ser responsabilizado e seria considerado «uma
vítima do azar cósmico». Pelo contrário, o libertista defende, de modo mais radical, o livre-arbítrio e a
responsabilidade do ser humano. Para defender a liberdade de escolha, considera que o agente tem
o poder de interferir no curso normal das coisas pela sua capacidade racional e deliberativa. Assim
sendo, o «jovem pai» teria de ser responsabilizado, porque poderia não se ter esquecido, e poderia
ser tendencialmente considerado «um ser humano insensível e irresponsável».

1.2.
As principais objeções que podem ser formuladas contra o determinista são os argumentos usados
pelos libertistas para defenderem a tese contrária: o argumento da experiência e da responsabilidade
– segundo o qual a experiência da liberdade e da responsabilidade nos leva a acreditar na existência
do livre-arbítrio – e a ideia de que o Universo não constitui um sistema determinista – há
acontecimentos indeterminados, que não podemos prever com rigor.
As objeções que se podem colocar aos libertistas são, por exemplo, que a experiência da liberdade
pode ser ilusória e que os sentimentos associados à responsabilidade podem não ser justificáveis.

2.
2.1.
O argumento criticado neste texto é o argumento das diferenças culturais, usado habitualmente a
favor do relativismo. Os relativistas defendem que, uma vez que existem vários códigos morais em
diferentes culturas, então não existe uma verdade moral objetiva e universal, válida para todos. O
certo e o errado seriam apenas questões de opinião, e as opiniões variam de cultura para cultura.
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José Ferreira Borges · Marta Paiva · Orlanda Tavares
2.2.
O texto levanta uma objeção ao argumento das diferenças culturais usado pelos relativistas. O
autor do texto chama a atenção para o facto de não ser legítimo concluir, como fazem os
relativistas, que não há verdades morais objetivas a partir da premissa segundo a qual as crenças
e os códigos morais são diferentes de cultura para cultura. Se há diferenças de cultura para
cultura, isto é, se umas defendem uma coisa e outras outra, isso não implica que todas estejam
certas. Pode dar-se o caso de uma dada cultura desconhecer que certas crenças e práticas que
adota estão erradas. O autor dá um exemplo para tornar mais clara a objeção: no passado, em
algumas sociedades, acreditava-se que a Terra era plana; hoje, na nossa sociedade, as pessoas
acreditam que a Terra é esférica.

Grupo III

1.
O aluno deverá responder tendo em conta os seguintes aspetos:

– Identificar e esclarecer o problema filosófico


A questão proposta remete para o problema da natureza dos juízos morais, que pode ser formulado
da seguinte maneira: Será que os juízos de valor morais são objetivos? Ou será que a verdade de
um juízo moral depende daquilo que o indivíduo que o formula sente ou prefere?

– Apresentar e argumentar a favor de uma posição, tendo em conta as teorias estudadas


O aluno poderá assumir uma das seguintes teorias/teses:
Subjetivismo moral – a verdade dos juízos morais depende das crenças, sentimentos e opiniões dos
sujeitos que os emitem.
Relativismo (moral) cultural – a verdade dos juízos morais depende do que cada sociedade, ou a
maioria dos seus membros, acredita ser verdadeiro ou falso.
Objetivismo moral – o valor de verdade dos juízos morais não depende do ponto de vista de cada
indivíduo ou cultura, pois existem verdades morais objetivas.

 Se o aluno defender que não há juízos de valor morais objetivos, poderá argumentar de
acordo com o seguinte:

Subjetivismo moral
– A verdade dos juízos morais depende exclusivamente do modo como cada pessoa vê ou sente as
coisas; um juízo moral como «o aborto é errado» é verdadeiro para uma dada pessoa, e só ela
poderá apresentar as razões para não praticar o aborto.
– A moral é uma questão pessoal, nunca poderá ser a mesma para todos.
– É errada a tentativa de imposição de uma dada conceção moral, porque ninguém possui a verdade
absoluta sobre as questões morais.
– Não há princípios e normas morais, a não ser os que cada indivíduo escolhe para si mesmo.

Relativismo moral
– Julgar como certo ou errado um ato humano não depende exclusivamente dos sentimentos e das
preferências pessoais, mas dos padrões e das crenças geralmente aprovados em cada comunidade;
um juízo moral como «o aborto é errado» é verdadeiro para certas sociedades e culturas e falso para
outras; moralmente verdadeiro ou correto é igual a socialmente aprovado ou valorizado.
– Em si mesmo, nenhum juízo moral é objetivamente verdadeiro ou falso; a verdade dos juízos
morais é relativa.
– Não há verdades morais objetivas e universais; como tal, devemos adotar uma atitude de tolerância
face às crenças morais de outras culturas.

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 Se o aluno defender que há juízos de valor morais objetivos, poderá argumentar de
acordo com o seguinte:

Objetivismo moral
– O que torna um juízo de valor verdadeiro ou falso é independente das preferências individuais ou
da cultura que perfilhamos.
– Os juízos morais são objetivos e, neste sentido, posso determinar se são ou verdadeiros ou falsos.
– Quanto à diversidade de práticas morais, é errado pensar que ninguém está objetivamente certo ou
objetivamente errado (várias comunidades adotaram no passado a escravatura, mas sabemos que a
abandonaram porque é errada).
– A discussão sobre os valores e práticas morais não é fácil, mas não é impossível; para o fazer é
necessário recorrer à argumentação racional e à reflexão imparcial.
– Há verdades morais objetivas; a moral não é uma questão pessoal, não depende de crenças
culturais nem de sentimentos individuais.

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