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DÉFICIT DE
ATENÇÃO
OU TDAH
1º Módulo

Maria do Socorro Bernardes Pereira

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DÉFICIT DE ATENÇÃO OU TDAH – 1º MÓDULO
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Índice
Dedicatória ............................................................................................................. 4
Agradecimentos ..................................................................................................... 5
Sobre a autora ........................................................................................................ 6
Introdução .............................................................................................................. 7
Histórico ................................................................................................................. 9
Etiologia ................................................................................................................ 12
O que é Déficit de atenção ou TDAH ................................................................... 15
Detectando a Hiperatividade ............................................................................... 16
Tipos de Transtorno de Déficit de Atenção ou Hiperatividade - TDAH.............. 17
Sintomas .............................................................................................................. 21
Lista de sintomas do TDAH de acordo com o DSM-IV ....................................... 23
Diagnóstico .......................................................................................................... 26
Multidisciplinaridade ........................................................................................... 28
Atuação do Psicopedagogo(a) na escola ........................................................... 29
Dezoito formas para lidar com crianças ou adolescentes que tem TDAH ....... 31
Dicas para os pais lidarem com crianças que tem Transtorno do Déficit de
Atenção /Hiperatividade ...................................................................................... 35
Rotina de estudos para criança com Déficit de Atenção ................................... 38
Sistema de Pontos ............................................................................................... 39
Estratégias em sala de aula ................................................................................ 43
Exercícios lúdicos ................................................................................................ 45
Exercícios visuais ................................................................................................ 46
Atividades cinestésicas ....................................................................................... 48
Processamento da informação em crianças com Déficit de atenção ou TDAH
.............................................................................................................................. 55
O papel do professor ............................................................................................ 58
Exercícios ............................................................................................................. 63
Considerações finais ........................................................................................... 68
Referências .......................................................................................................... 69

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Dedicatória

A Deus, pela inspiração. A meus familiares pelo apoio, aos meus alunos,
clientes, amigos, profissionais, pais, enfim, todos aqueles que se dedicam a
arte de cuidar e ensinar com dedicação e amor.

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Agradecimentos

Em primeiro lugar agradecemos a Deus que nos concedeu sabedoria e


inspiração, a todos que direta e indiretamente contribuíram acreditando,
apoiando este trabalho, a meus familiares pelas inúmeras vezes que estive
ausente sempre pesquisando, escrevendo, trabalhando incessantemente em
prol de servir, contribuir levando a esperança através deste estudo.

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Sobre a autora

Doutora em Psicanálise Clinica,


Psicopedagoga Clínica e Institucional,
Especialista em Atendimento
Educacional Especializado, Bacharel em
Administração de Empresas, com
certificação em Distúrbios de
Aprendizagem, Dislexia, TDAH, Inclusão, Saúde Emocional do Educador.
Escritora com livros publicados na Editora Baraúna e TereArt, Poetisa com
poesias publicadas na CBJE (Clube Brasileiro de Jovens Escritores),
Palestrante, Funcionária Pública, administradora do Blog
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Introdução

Cada pessoa é única, as formas na qual os problemas de aprendizagem se


manifestam está relacionada com a individualidade de quem aprende;
portanto, não existe a criança, por exemplo, hiperativa, existe a criança com
hiperatividade. A reação de cada pessoa diante dos diversos fatores que
intervêm na sua aprendizagem será diferente, por sua estrutura biológica, sua
questão emocional, seu meio sócio-cultural. Por isso é importante conhecer a
criança na sua totalidade, entender sua problemática específica, ajudá-la a
conhecer seus pontos fortes e fraquezas e buscar estratégias de suporte que
lhe permita ter sucesso na sua aprendizagem.

Os problemas de aprendizagem não desaparecem; no entanto, a criança pode


aprender a compensar suas dificuldades. Quanto mais cedo for realizada a
intervenção de suporte, a criança poderá aprender a conduzir melhor sua
dificuldade em aprender.

Existe uma multiplicidade de fatores que intervêm para o surgimento de um


baixo rendimento escolar como resultado do processo de aprendizagem.
Neste trabalho, mencionamos a existência de condições internas e externas
nesse processo. Entre as condições internas podemos mencionar os fatores
relacionados com os aspectos neurobiológicos ou orgânicos, ou seja, referem
ao Sistema Nervoso Central (SNC) e especificadamente ao cérebro, relaciona-
se com o que se aprende. Devem ser levados em consideração também os
aspectos psíquicos, que em muitos casos apresentam-se como causa
subjacente do baixo rendimento escolar. Aqui estaríamos citando “quem
aprende” Por último, entre as condições externas, devem ser considerados os
aspectos sociais que se referem ao “como se aprende” e ao “ambiente” no
qual se aprende. É importante entender que esses fatores interagem entre si.

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As alterações da aprendizagem podem ser devidas a uma diversidade de


fatores que intervêm na mesma, ou seja, a fatores neurobióticos, a afecções
emocionais ou a organizações pedagógicas afastadas da realidade
psicossocial daqueles que transitam por tal processo, portanto, a etiologia do
baixo rendimento escolar deve ser analisada a partir de diferentes vertentes.

Neste estudo, abordaremos o Transtorno de Déficit de Atenção e


Hiperatividade (TDAH) que é uma doença psíquica e têm como principais
manifestações a hiperatividade, desatenção, dificuldade de concentração por
longos períodos e dificuldade de manter a vigília. De acordo com o Diagnostic
and Statistical Manual of Mental Disorder - DSM-IV, o transtorno é categorizado
em três grupos distintos: TDAH tipo combinado, TDAH tipo
predominantemente desatento e TDAH tipo predominantemente hiperativo. O
diagnóstico é de difícil identificação e só é possível quando o indivíduo inicia o
período escolar e apresenta os sintomas em pelo menos dois ambientes
distintos. (COUTINHO, G. et al, 2007). Direcionamos estas abordagens a pais,
professores, pessoas que apresentam os sintomas do TDAH, enfim, a todos os
profissionais da área de saúde mental ou afins que se interessam em auxiliar
estas pessoas que apresentam estes sintomas e que com paciência e
estratégias e tratamento adequado, com certeza, conseguem aprender.
Teremos pela frente uma luta árdua, muitas dúvidas ainda virão, porém as
esperanças precisam ser renovadas e todos devemos nos unir para mostrar
que com muito trabalho, dedicação, fé e principalmente amor, tudo é possível,
inclusive a boa convivência e aprendizagem de nossas crianças e
adolescentes, enfim, de todos que apresentam o Déficit de atenção ou TDAH.

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Histórico

As primeiras pesquisas sobre a hiperatividade e desatenção apareceram em


meados do século XIX, porém não provinham da literatura médica. A descrição
médica foi surgir pela primeira vez em 1902, feita por um pediatra. As
nomenclaturas atribuídas ao transtorno estão em constantes mudanças. O
termo “lesão cerebral mínima” surgiu em 1940 e em 1962 tornou-se “disfunção
cerebral mínima”, com a justificativa de que o transtorno era caracterizado por
uma disfunção relacionada ao sistema nervoso do que uma lesão. (ROHDE;
HALPERN, 2004).

Existem dois sistemas classificatórios das doenças usados na psiquiatria,


sendo eles, o CID - Classificação Internacional de Doenças e problemas
relacionados à saúde; e DSM- Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais. O CID-10 e DSM-IV são os mais recentes e possuem mais
semelhanças do que divergências em relação ao TDAH - Transtorno de Déficit
de Atenção/Hiperatividade. (ROHDE; HALPER, 2004).

O DSM-I não menciona especificamente o TDAH. Já na publicação do DSM-II


(1958), surgiram as primeiras características do transtorno descritas na época
e o uso de termos como: “hiperatividade, inquietação, distrabilidade e
diminuição da capacidade de manter atenção” (NETO, 2010, p.17). Em 1980,
nas publicações do DSM-III, devido a melhores definições dos critérios de
diagnóstico, há uma melhor caracterização do transtorno que passa a ser
chamado somente de “transtorno de déficit de atenção”, podendo ter dois
subtipos, sendo eles denominados “com hiperatividade” e “sem
hiperatividade”. Nessa publicação já aparecem lista de sintomas e idade para
início, que foi constatada como sendo antes dos sete anos. A publicação
seguinte foi em 1987, o DSM-III-R usa o termo “transtorno de déficit de

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atenção e hiperatividade” sem uma classificação por subtipos e sim por


gravidade. (NETO, 2010).

Com base no DSM, as últimas mudanças ocorreram posteriormente no DSM-


IV(1994) e DSM-IV-TR (2000), onde surge a expressão “transtorno de déficit de
atenção/ hiperatividade”, que é o TDAH atual, com o diagnóstico dado a partir
de uma lista de 18 sintomas, dentre os quais a desatenção preenche nove
destes sintomas, hiperatividade seis e impulsividade três. É necessário que
haja pelo menos seis sintomas em relação à desatenção ou seis sintomas em
relação à hiperatividade/ impulsividade para a sua confirmação. (ERBS, 2010).

Já a CID no seu contexto atual, se estruturou quando foi criada a Organização


Mundial da Saúde no ano 1948 e nessa época lançou sua 6ª edição.
Posteriormente em sua 7ª e 8ª edições, não há especificamente uma
referência ao TDAH, cita-se apenas de forma vaga os “distúrbios de
comportamento na infância”. Na 9ª edição em 1975, o que é conhecido com
Síndrome hipercinética da infância, recebe termos que a caracterizam como
tendo sintomas de pouca concentração, distraibilidade e uma presente
hiperatividade na infância, que se torna hipoatividade na adolescência.
Também são comuns comportamentos de impulsividade, alterações de humor
e agressividade. (NETO, 2010).

Em 1992, com a CID-10 vigora: Os transtornos hipercinéticos no âmbito dos


"transtornos comportamentais e emocionais com início na infância e na
adolescência são caracterizados por “falta de persistência nas atividades que
requerem envolvimento cognitivo, tendência para passar de uma atividade à
outra sem completar a primeira, associada à atividade excessiva,
desorganizada e desregulada” (NETO; 2010 p.18).

Segundo Neto (2010) é importante salientar que até a metade do século XX, o
TDAH era visto como um transtorno que se iniciava na infância tendendo a

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desaparecer na adolescência e sumir por completo na vida adulta. Porém,


desse período em diante, aparecem relatos de adultos que teriam
comportamentos semelhantes ao mesmo. Posteriormente, na década de 1970,
a literatura já indicava uma possível continuidade do TDAH na vida adulta.
Estudos com crianças surgiram indicando que o transtorno permanecia em
um número expressivo. Com a publicação do DSM-III, em 1980, fica clara a
possibilidade do TDAH permanecer no adulto e a partir daí as classificações
seguintes do DSM passaram a considerar essa probabilidade.

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Etiologia

A etiologia do TDAH é vista como um conjunto de interações de diversos


fatores ambientais e genéticos. (COUTO; MELO-JUNIOR; GOMES, 2010).
Rohde e Halpern (2004) afirmam que mesmo se conhecendo as
características de desatenção, hiperatividade e impulsividade presentes no
TDAH, este por sua vez se manifesta de forma heterogênea.

Sobre os fatores ambientais, afirma-se que crianças vivendo em ambientes


que atuam de forma negativa em sua saúde emocional, seja porque são
tumultuados e existem conflitos entre a família ou porque os pais possuem
algum sofrimento mental, podem vir a desenvolver o transtorno. Existe uma
possível associação de certos fatores que geram problemas psicossociais,
tais como, baixa renda, família com muitos membros, pais criminosos e
mesmo a inserção em uma família adotiva, com o TDAH. (ROHDE; HALPERN,
2004).

A literatura também aponta que algumas complicações na gravidez ou no


parto podem vir a acarretar o transtorno. (ROHDE; HALPERN, 2004). Durante a
gravidez e logo após o nascimento, o bebê que apresenta características
como baixo peso ou tenha sido exposto a cigarro e/ou álcool ainda no período
gestacional, têm possibilidades de desenvolver o transtorno. Porém, esses
problemas não afetam igualmente todos os recém-nascidos nessas
condições, sendo então insuficientes para que se explique o aparecimento do
TDAH igualmente em todos os portadores. (COUTO; MELO-JUNIOR; GOMES,
2010). Rohde e Halpern (2004) frisam que os estudos feitos nessa área, em
sua grande maioria, só comprovam que há uma associação desses fatores
com a causa, mas que não são suficientes para afirmar que eles próprios são
a causa.

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Sob um ponto de vista genético, há uma confirmação tida através de estudos


de que, entre irmãos e pais, há uma possibilidade cinco vezes maior de que o
transtorno se repita em relação ao restante da população. Mesmo com a
confirmação de que há uma contribuição genética para o desenvolvimento do
TDAH não existem evidencias de um gene responsável pelo transtorno. Isso se
explica devido a sua complexidade. (COUTO; MELO-JUNIOR; GOMES, 2010).

Rohde e Halpern (2004), falam sobre um possível motivo: A contribuição


genética é substancial; assim como ocorre na maioria dos transtornos
psiquiátricos, acredita-se que vários genes de pequeno efeito sejam
responsáveis por uma vulnerabilidade (ou suscetibilidade) genética ao
transtorno, à qual somam-se diferentes agentes ambientais. (ROHDE;
HALPERN, 2004, p. 62).

Estudos realizados comprovaram que 57% das crianças com transtorno têm
pais que também o possuem, quando se trata de irmãos, o número é de 15%.
As pesquisas também levantaram que entre irmãos gêmeos monozigotos
(idênticos) há uma concordância de 51%, sendo que, para gêmeos dizigotos
(não idênticos) o número cai para 33%, tendo uma incidência maior do
transtorno com parentes de primeiro grau. (COUTO; MELO-JUNIOR; GOMES,
2010).

Couto, Melo-Junior e Gomes (2010) pontuam que existem evidências de que o


TDAH é um distúrbio neurobiológico. Pesquisas consideram duas causas
possíveis: uma tem relação com um déficit funcional localizado no lobo frontal
(figura 1), sendo de forma mais precisa no córtex cerebral; outra está
relacionada a um déficit funcional de neurotransmissores específicos.
(COUTO; MELO-JUNIOR; GOMES, 2010).

Os dados que relacionam o TDAH como tendo uma característica


neurobiológica são obtidos através de estudos da neuropsicologia e por

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recursos de neuroimagem. Pesquisas relacionam o TDAH com ações dos


neurotransmissores, sendo que os principais envolvidos são: dopamina e
noradrenalina. (ROHDE; HALPER, 2004).

Ilustração 1 - Lobo frontal

Este distúrbio pode apresentar tanto uma causa com um único sintoma,
quanto a soma de diversos fatores ao mesmo tempo. Desse modo, é
importante que haja um diagnóstico minucioso e compartilhado por um
conjunto de profissionais de diferentes áreas / especialidades. Mesmo com a
ação de vários fatores envolvidos, o TDAH é visto como fruto de uma etiologia

“neuro-genético-ambiental”. (COUTO; MELO-JUNIOR; GOMES, 2010).

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O que é Déficit de atenção ou TDAH

Caracteriza-se principalmente, pela desatenção, pela agitação e pela


impulsividade. Crianças hiperativas também são capazes de aprender, porém,
encontram dificuldades no desempenho escolar devido ao impacto que os
sintomas deste transtorno causam.

Para elas, concentrar-se é algo difícil. Distraem-se com facilidade, não


lembram de suas obrigações, perdem e esquecem objetos com frequência,
têm dificuldades em seguir instruções e se organizarem, falam de maneira
excessiva a ponto de não serem capazes de esperar a sua vez, o que as leva a
responderem perguntas antes mesmo delas serem concluídas.

A hiperatividade caracteriza-se também por um descontrole motor bastante


acentuado, que faz com que as crianças tenham movimentos bruscos e
inadequados, mudanças de humor e instabilidade afetiva.

Cientificamente, este transtorno está ligado à produção de


neurotransmissores (substâncias produzidas no sistema nervoso central
responsáveis pela regulação do mesmo). Todos os seres humanos possuem
uma área no cérebro que desenvolve o equilíbrio entre a percepção, a
estimulação ambiental e a capacidade de resposta do cérebro a tudo isso. O
TDAH origina-se, quando ocorre uma deficiência nesse processo como, por
exemplo, na produção de substâncias como a dopamina, é gerada uma falta
de equilíbrio nesse sistema. Os sintomas da hiperatividade costumam
melhorar ou até mesmo desaparecer em grande parte das crianças quando
elas atingem a puberdade, embora, em alguns casos, possa continuar na
adolescência e na vida adulta. Existem algumas crianças que possuem maior
propensão a ter estes problemas conforme a carga hereditária, ou seja, filhos
de pais hiperativos, irmãos de pessoas hiperativas e os irmãos gêmeos.

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Segundo estudos, além da deficiência na produção de neurotransmissores, a


hiperatividade também pode ser causada por outros motivos como a
ansiedade, frustrações, depressões, e outros fatores.

Desta forma o Déficit de Atenção ou Hiperatividade (TDAH), afeta a criança no


seu meio social, escolar e familiar, prejudicando seu relacionamento com
colegas, professores, familiares devido à desatenção, hiperatividade e
impulsividade.

Detectando a Hiperatividade

 A criança tem dificuldade para manter-se parada ou sentada muito


tempo;

 Muito agitada, corre bastante ou sobe excessivamente nas coisas;

 Bastante Inquieta, mexendo com as mãos e/ou pés, ou se remexendo


na cadeira;

 Extremamente elétrica;

 Conversa excessivamente;

 Não consegue fazer atividades silenciosas;

 Responde imediatamente as perguntas antes mesmo de serem feitas


totalmente;

 Interrompe com frequência as conversas e atividades alheias;

 Bastante dificuldade em esperar sua vez em filas e brincadeiras;

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Para atestar que a criança tem TDAH deve-se fazer o diagnóstico, neste caso
os sintomas devem interferir de forma significativa na vida da criança através
de comportamento repetitivo em diferentes ambientes, por exemplo.

Tipos de Transtorno de Déficit de Atenção ou


Hiperatividade - TDAH

Tipo Combinado:

Apresenta simultaneamente as características dos tipos de TDAH desatento e


hiperativo-impulsivo.

Tipo predominantemente hiperativo:

 Apresenta inquietação – mexer as mãos e/ou pés quando sentado,


musculatura tensa, com dificuldade em ficar parado num lugar por
muito tempo. Costuma ser o "dono" do controle remoto.

 Faz várias coisas ao mesmo tempo, está sempre a mil por hora, em
busca de novidades, de estímulos fortes. Detesta o tédio.

 Consegue ler, assistir televisão e ouvir música ao mesmo tempo.


Muitas vezes é visto como imaturo insaciável.

 Pode falar comer, comprar,... Compulsivamente e/ou sobrecarregar-se


no trabalho. Muitos acabam estressados, ansiosos e impacientes: são
os workaholics.

 Tendência ao vício: álcool, drogas, jogos, Internet e salas de bate papo.

 Interrompe a fala do(s) outro(s); sua impaciência faz com que responda
perguntas antes mesmo de serem concluídas.

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 Costuma ser prolixo ao falar, perde sua objetividade em mil detalhes,


sem perceber como se comunica. No entanto, não tem a menor
paciência em ouvir alguém como ele, sem dar-se conta que é igual.

 Baixo nível de tolerância: não sabe lidar com frustrações, com erros
(nem os seus, nem dos outros). Muitas vezes sente raiva e se recolhe.

 Impaciência: não suporta esperar ou aguardar por algo: filas,


telefonemas, atendimento em lojas, restaurantes..., quer tudo para
"ontem".

 Instabilidade de humor: ora está ótimo, ora está péssimo, sem que
precise de motivo sério para isso. Os fatores podem ser externos ou
internos, uma vez que costuma estar em eterno conflito.

 Dificuldade em expressar-se: muitas vezes as palavras e a fala não


acompanham a velocidade da sua mente. Muitos quando estão em
grupo, falam sem parar sem se dar conta que outras pessoas gostariam
de emitir opiniões, fazer colocações e o que deveria ser um diálogo,
transforma-se num monólogo que só interessa a quem está falando.

 A comunicação costuma ser compulsiva, sem filtro para inibir


respostas inadequadas, o que pode provocar situações
constrangedoras e/ou ofensivas: fala ou faz e depois pensa.

 Tem um temperamento explosivo: não suporta críticas, provocações


e/ou rejeição. Rompe com certa facilidade relacionamentos de trabalho,
sociais e/ou afetivos.

 Pode mudar inesperadamente de planos, metas...

 Sexualidade instável: pode alternar períodos de grande impulsividade


sexual com outros de baixo desejo.

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 Hipersensibilidade: pode melindrar-se facilmente, tendo uma tendência


ao desespero, como se seu mundo fosse desmoronar-se a qualquer
instante, incapacitando-o muitas vezes de ver a realidade como ela
realmente é, e buscar soluções.

Tipo predominantemente desatento:

Esse último, o Tipo Desatento, só obteve reconhecimento científico em 1994,


com a publicação do DSM-IV, pois até então era exigida a presença de
sintomas de hiperatividade-impulsividade para se fazer o diagnóstico de
TDA/H.

As pessoas com essa forma clínica exibem seis ou mais dos sinais de
dificuldades de atenção, mencionados nos Critérios Diagnósticos do DSM-IV.
São marcas registradas dessas pessoas a constante falta de atenção e a
aparente falta de esforço. Mostram dificuldade de dar a partida, são lentas,
morosas, hipoativas, e tendem a adiar todas suas atividades.
Com frequência parecem estar sonhando acordadas, “no mundo da lua”, e não
é raro que ao serem chamadas pelo professor não têm ideia do que estava
sendo discutido.

Todavia, a maior parte dessas pessoas tem algumas atividades nas quais
conseguem sustentar a atenção e o esforço adequadamente, e em geral são
atividades novas ou aquelas pelas quais sentem grande interesse
(informática, esportes, pintura, desenho, música, etc.).

Se crianças, seu comportamento não é perturbador para pais e professores,


como o são as crianças com o tipo Combinado ou o tipo Hiperativo-impulsivo.
Mas nem por isso deixam de ter problemas de socialização, pois suas
características a predispõem para serem ignoradas pelos colegas, e ficarem
algo marginalizadas.

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Estudos mais recentes feitos na população geral demonstram que esse tipo
clínico é muito mais frequente do que se pensava inicialmente, e segundo
alguns autores seria até o tipo mais frequente de todos.

Ao contrário dos outros tipos, que desde os primeiro anos de vida já exibem
sinais evidentes do transtorno, no tipo Desatento os sinais podem só se tornar
salientes por volta dos 9 anos, e não é raro que só se notem prejuízos a partir
dos 11 anos de idade.

Os problemas costumam se acentuar na puberdade e à medida que as


exigências sobre a atenção se tornam mais complexas. Há casos em que as
dificuldades ficam evidentes apenas depois do ingresso na universidade.

Com o passar dos anos essas pessoas desenvolvem:

 O retraimento social, timidez, fobia social;

 Traços obsessivos de personalidade;

 Os sentimentos crônicos de incapacidade;

 A angústia, depressão;

 A auto-medicação (com tranquilizantes);

 O tabagismo e uso de álcool.

Exatamente por ser uma forma menos ruidosa e perturbadora do ambiente,


esse tipo Desatento com mais facilidade deixa de ser identificado e
encaminhado para tratamento.

Com facilidade os sintomas são erroneamente interpretados como:

 Apenas timidez;

 Dificuldade emocional;

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 Baixo nível intelectual;

 Simples falta de interesse ou motivação;

 Comportamento de oposição, teimosia.

Impõe-se uma avaliação cuidadosa nos casos suspeitos de TDA/H Tipo


Desatento, face à necessidade de se diferenciar esses casos de quadros
silenciosos de ansiedade e depressão, uma vez que essas condições também
são capazes de comprometer a atenção e o esforço.
A investigação criteriosa pretenderá ademais identificar a presença ou não de
transtornos de aprendizado.

Sintomas

O impacto do TDAH na sociedade é enorme, considerando seu alto custo


financeiro, o estresse nas famílias, o prejuízo nas atividades acadêmicas e
vocacionais, bem como efeitos negativos na autoestima das crianças e
adolescentes. Estudos têm demonstrado que crianças com essa síndrome
apresentam um risco aumentado de desenvolverem outras doenças
psiquiátricas na infância (pré-escola), adolescência e idade adulta.
(BARBOSA,1995).

Segundo Rohde (1998), a crítica dos elementos essenciais referentes aos


sintomas e às abordagens terapêuticas do TDAH é errônea e muitas vezes seu
estudo fundamenta-se em dados epidemiológicos e etiológicos relacionados
ao substrato neurobiológico e de evolução do transtorno e que podem ser
encontrados em diversas literaturas. Não obstante, o TDAH acomete cerca de
5% da população mundial, sendo 2,5 milhões de brasileiros. No Brasil existem
milhares de casos diagnosticados e muitas vezes os profissionais não
possuem habilidades e competências para diagnosticarem o transtorno,

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