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BLOCOS DE CONCRETO PAVIMENTO INTERTRAVADO
MODULAR
PAVIMENTO INTERTRAVADO
APRESENTAÇÃO MODULAR
PAVIMENTO INTERTRAVADO
Ramon O. Barral
Presidente da BlocoBrasil
“A indústria de cimento no Brasil é reconhecida por sua eficiência energética e é referência mun-
dial na produção de cimento com baixa emissão de carbono. A ABCP, em seu papel de fomentar o
desenvolvimento de produtos e sistemas construtivos à base de cimento, incentiva que a mesma
eficiência seja também alcançada nas cadeias que utilizam o cimento como matéria-prima.
Estamos seguros que ao aliar cimentos com baixa emissão de carbono com produtos fabri-
cados de forma otimizada - isto é, justo consumo de matérias-primas com baixa geração de
resíduos - é possível obter sistemas construtivos à base de cimento de elevada contribuição à
sociedade e ao meio ambiente.
O trabalho pioneiro, desenvolvido pelo CBCS e aplicado na indústria de blocos de concreto, deve
ser multiplicado por toda a cadeia dos produtos à base de cimento, o que permitirá destacar ainda
mais a indústria brasileira de cimento e sua cadeia produtiva como referências mundiais.”
SUMÁRIO MODULAR
PAVIMENTO INTERTRAVADO
3
ÍNDICE
Apresentação...........................................1 6 Metodologia.............................. 24
Lista de abreviaturas e siglas – Relatório 6.1 Levantamento dos dados................... 24
ACV-m...............................................2
6.2 Treinamento .................................... 24
Sumário...................................................3
6.3 Definição das unidades dos insumos ... 24
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PAVIMENTO INTERTRAVADO
6.8.6 Resíduos .......................................... 41 14.3 Incerteza da massa informada do
produto........................................... 80
7 Análise de consistência 14.4 Estimativa do volume do produto
dos dados - Balanço de quando o teor de cimento foi
massa entre insumos e informado em kg/m³......................... 81
produtos informados............... 43 14.5 Incerteza quanto às considerações
realizadas para o levantamento da
água de composição por peça............. 81
8 Análise da massa informada por
produto................................... 50 14.6 Estimativas de quantidades de
insumos transportadas e veículo
utilizado.......................................... 82
9 Tipos de cimentos utilizados
14.7 Levantamento de alguns
e cura térmica......................... 54 combustíveis utilizados na fábrica...... 82
14.8 Imprecisão na definição de perdas e
10 Análise das perdas e resíduos resíduos de produção total................. 82
informados............................. 56
14.9 Outros resíduos, que não oriundos
das perdas de produção..................... 83
11 Indicadores setoriais............... 58 14.10 Metodologia para realização das
auditorias........................................ 83
12 Indicadores da ACV-m.............. 59
12.1 Indicador de energia incorporada...... 59 15 Conclusões – Projeto ACV-m..... 84
12.2 Indicador de Emissão de CO2 ............ 61 15.1 Indicador de energia incorporada...... 84
12.3 Indicador de Água........................... 63 15.2 Indicador de emissão de CO2 ............ 84
12.3.1 Consumo de água de composição
do concreto por peça........................... 63 16 Referências............................. 85
12.3.2 Consumo de água total da fábrica..... 67 Anexos.................................................. 87
Sobre o CBCS.......................................... 90
13 Sobre os intervalos de incerteza.79
CBCS - Conselho Brasileiro de Construção
Sustentável...................................... 90
14 Análise crítica da metodologia .80 Missão................................................... 90
14.1 Escopo limitado do projeto............... 80 Ficha técnica.......................................... 90
14.2 Unidade de produção total da fábrica.80
5
1 INTRODUÇÃO
A construção civil é um dos setores que para tomada de decisão é equivocada e
mais impacta o meio ambiente, consu- pode causar enormes impactos.
mindo recursos naturais mais do que Essa realidade traz a necessidade de
qualquer outro setor industrial. Os resí- empregar a ACV Modular (ACV-m), que
duos gerados pelo setor correspondem trabalha apenas com os aspectos am-
a quase metade dos resíduos sólidos bientais mais críticos. O objetivo é re-
urbanos. De 5 a 10% das emissões de duzido, mas é mantida a sincronia com
gases do efeito estufa de um país estão o método de ACV tradicional. Assim, a
associadas ao uso em larga escala do característica principal e a sua impor-
cimento e do concreto (JOHN, 2011). tância não são perdidas, obtendo uma
Dentre os diversos atores presentes redução de tempo e de custo.
na cadeia da construção civil (fabri- O Projeto ACV-m tem como objetivo
cantes de materiais, construtoras, usu- avaliar os impactos ambientais da in-
ários, empresas de manutenção, entre dústria de materiais de construção, sen-
outros) e as diferentes etapas do ciclo do inicialmente implementado no setor
de vida (fabricação de materiais, cons- de blocos de concreto. Em principio, os
trução, uso, demolição, destinação produtos cimentícios em foco são blo-
final), a seleção de materiais e com- cos para pavimentação, de alvenaria
ponentes durante a etapa de projeto estrutural e de vedação, onde foram
e construção do edifício no Brasil tem selecionados os tipos de produtos mais
impactos significativos em termos de representativos no mercado consumidor.
emissão de gases do efeito estufa. A metodologia adotada gera múlti-
A ferramenta consolidada e interna- plos produtos. Auxiliará os usuários na
cionalmente difundida para quantificar avaliação dos principais impactos am-
os impactos ambientais associados à bientais das construções que utilizam os
fabricação dos materiais é a Avaliação componentes de concreto. Uma inovação
do Ciclo de Vida (ACV). Dados brasilei- importante é que o resultado público não
ros baseados em ACV não foram desen- se resume a um único valor típico, mas
volvidos para a quase totalidade dos se- apresenta toda a faixa de variação ob-
tores. A ausência de dados para análise servada no mercado, o que cria um alerta
e diagnóstico faz com que referências aos consumidores para a importância de
internacionais sejam empregadas pelo selecionar fornecedores comprometidos
mercado nacional. Adotar os dados de com qualidade e meio ambiente.
outras realidades produtivas pode ge- Como o processo envolveu um
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rar um falso cenário, cuja utilização grande número de empresas, será pos-
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clima. Segundo o IPCC, devido à larga biental e possui muitas ações voltadas
escala de produção, o CO2 – gás car- para edifícios.
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bônico – é responsável por 76,6% do A energia é também um elevado PAVIMENTO INTERTRAVADO
aquecimento global, seguido pelo me- custo para empresas. Por esse motivo,
tano (14,3%) e N2O – óxido nitroso – invariavelmente, o consumo é medido
(7,9%) (IPCC, 2007). permanentemente. Energia é um dos
As emissões de CO2 de um proces- indicadores mínimos da ACV-m.
so são relativamente simples de esti-
mar. Vários métodos estão disponíveis 2.3.3 ÁGUA
e fatores de emissão são razoavelmen- Água é um recurso escasso, particular-
te bem estabelecidos para os combus- mente nas regiões onde existe grande
tíveis mais importantes. Muitas em- concentração populacional, como as
presas já realizam esta medição como metrópoles brasileiras. O governo fede-
parte do sistema de gestão ambiental ral mantém o Programa de Uso Racional
usando metodologias largamente acei- de Água (PURA). Apenas recentemente
tas, como a do GHG Protocol. Por esta a água foi incorporada na metodologia
razão, o módulo “básico” da metodolo- de ACV com a emissão da norma ISO
gia de ACV-m inclui obrigatoriamente 14046:2014.
as emissões de CO2. Água e esgoto são também impor-
tantes itens de custo para as empresas.
2.3.2 ENERGIA Consumo de água é também um item
A energia não é um impacto ambiental, do escopo mínimo do projeto ACV-m. O
mas sua produção está, invariavelmen- item “Pegada de água” será detalhado
te, fortemente relacionada a impactos a seguir.
ambientais importantes. Isto inclui a
produção de energias renováveis, como 2.3.4 RESÍDUOS
a hidrelétrica e a fotovoltaica. A geração de resíduos faz parte de qual-
Além disso, a energia elétrica, por quer processo de produção e consumo.
exemplo, exige no Brasil elevados in- A massa de resíduos, associada ao ciclo
vestimentos governamentais, trazendo de vida de um produto, é sempre maior
custos à sociedade. Eficiência energéti- que a do próprio produto, que certamen-
ca é uma meta nacional para a maioria te será resíduo ao final da sua vida útil.
dos países. Está no centro de todas as Os resíduos das atividades de cons-
certificações ambientais voltadas para trução e demolição são tratados pe-
edifícios. No Brasil, o Programa Nacio- las resoluções Conama 307 e 348. Em
nal de Conservação de Energia Elétri- 2013, o Congresso Nacional aprovou a
ca (PROCEL) é o mais antigo programa Política Nacional de Resíduos Sólidos,
11
governamental com forte impacto am- fazendo desse tema uma prioridade na-
cional. O custo de gestão dos resíduos riais não renováveis. Próximo aos gran-
vem crescendo. des centros urbanos, o preço elevado
Resíduos são também parte do es- da terra e a necessidade de proteção
copo mínimo de ACV-m. ambiental vêm tornando escassos os
materiais que são considerados abun-
2.3.5 USO DE MATÉRIAS-PRIMAS dantes. Este é o caso da areia em São
A construção é o maior usuário de ma- Paulo e em outros locais. A desmate-
térias-primas naturais do planeta. Pro- rialização da atividade de construção é
gressivamente, a fração dos materiais uma necessidade.
que é destinada para a construção ci- A eficiência no uso dos recursos
vil cresce em relação à retirada total. materiais é também parte do escopo
Gradualmente também usamos mate- mínimo da ACV-m.
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Transporte
Armazenamento
Transporte
Transporte Mercado
Água Dosagem /
Consumidor
Energia Mistura
Transporte
Emissões
Energia Prensagem Atmosféricas
Transporte Resíduos
Água Sólidos
Cura
Energia
E uentes
Transporte
Energia
Plástico Embalagem
Pallets
Transporte
Reciclagem Descarte
Energia
Estocagem
Pallets
15
Figura 1 – Sistema de produto para a fabricação de blocos de concreto para pavimento e para alvenaria.
4 RESÍDUOS
Adota-se nesse trabalho a definição de dos pela EN 15804:2012 (BRE, 2013):
que resíduo é toda a matéria resultante
do processo produtivo que não aquela a) Resíduos perigosos
que é o objetivo pelo qual se montou b) Resíduos não perigosos
o processo. c) Resíduos radioativos (que podem
A Product Category Rule para pro- ser classificados de acordo com o
dutos à base de cimento, elaborada nível de radioatividade)
pela Cement Sustainability Initiative d) Materiais para reciclagem
(SCI/WBCSD), apresenta uma defini- e) Componentes para reúso
ção menos clara, definindo como re- f) Materiais para recuperação e nergética
síduo aquilo que (a) não tem uso de-
finido, (b) não tem valor econômico, Assim, a ACV-m apresenta a medi-
(c) não possui critérios técnicos que da objetiva do que é resíduo, discrimi-
permitam seu aproveitamento ou (d) nando sua periculosidade (perigosos,
contém substâncias perigosas acima não perigosos, radioativos) e sua des-
dos limites estabelecidos pelas legisla- tinação: reciclagem, reúso, recupera-
ções, causando efeitos ambientais ad- ção energética ou aterro.
versos (EPD, 2013). Esta definição, de Nas fábricas de blocos, os óleos de
uma forma geral, não considera resíduo máquinas (empilhadeiras, escavadei-
tudo aquilo que consegue entrar na ras, etc.) são resíduos. O mesmo acon-
economia. Adotada esta definição, um tece com rejeitos cimentícios, produ-
mesmo material poderia ser resíduo em tos defeituosos ou quebrados, areia,
uma cidade ou região do Brasil, pois cimento e pallets.
lá não tem mercado, e um produto em
outra. Isto traz considerável confusão 4.1 PERDAS DE PROCESSO
para o processo de ACV, ainda mais em Do ponto de vista a permitir ao setor
um e stágio inicial. analisar a eficiência do processo de pro-
Uma classificação objetiva sobre o dução, é interessante também registrar
que é resíduo não exclui a divulgação a fração de produtos defeituosos que
precisa daqueles resíduos que são en- podem retornar ao processo produtivo –
viados para a reciclagem, reúso ou até como ocorre com os blocos ainda não
mesmo os que são transformados em curados, que quebram devido a falhas
energia, como pode ser visto na lista de reologia ou manuseio. Tecnicamen-
de indicadores de resíduos apresenta- te estes materiais não são resíduos do
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5 PEGADA DE ÁGUA
Existem diversas metodologias para o serviços consumidos, medido ao longo
cálculo da pegada de água, como o The da cadeia de produção e abastecimento.
Water Footprint Network e a norma ISO As Product Category Rules (PCR)
14046:2014, além de diretrizes para a são documentos de orientação que de-
avaliação do desempenho ambiental finem regras e requerimentos para gerar
que incluem a gestão de água das em- uma declaração ambiental de produto
presas. A seguir são apresentados al- (EPD – Environmental Product Declara-
guns métodos existentes que realizam tion), que apresentam as informações
o levantamento do consumo de água. sobre o impacto ambiental. As PCR des-
No entanto, há divergências entre as crevem as fases do ciclo de vida de um
definições adotadas por cada sistema. produto concreto, define regras para a
Nenhuma ferramenta para a avaliação prestação de informações adicionais
do uso de água possui critérios consoli- para permitir que outras fases do ci-
dados para o levantamento do consumo clo de vida sejam avaliadas. Na EPD
de água de um sistema de produto. de concreto (EPD, 2013) são descritos
A norma ISO 14046:2014 (ISO, como são realizados os inventários de
2014), que é o método mais recente e será água, por fonte, e como deve ser rea-
utilizado pelo Projeto ACV Modular como lizado o levantamento do consumo de
base, define a pegada de água como um água potável. No entanto, não deixa
conjunto de indicadores que quantificam claro quanto ao levantamento do con-
os impactos ambientais potenciais rela- sumo dos demais tipos de água.
cionados com a água. Esta metodologia é O Sustainability Reporting Guide-
o novo padrão internacional que especifi- lines (GRI, 2013) é a metodologia de
ca os princípios, requisitos e orientações avaliação de desempenho ambiental
para avaliação e informações sobre a pe- mais popular no mundo. Suas diretrizes
gada de água. Sua metodologia é aplica- oferecem princípios, conteúdos básicos
da a produtos, processos e organizações e um manual de práticas para a elabo-
com base em avaliações do ciclo de vida. ração de relatórios de sustentabilidade
Já o conceito de pegada de água por organizações que queiram divulgar
foi introduzido por Hoekstra em 2002 seu desempenho ambiental, indepen-
(HOEKSTRA et al., 2009) e é até hoje dentemente do tamanho, setor ou lo-
promovido pela The Water Footprint calidade. Empresas cimenteiras, como
Network. Nessa metodologia, a pegada a Holcim e o Grupo Lafarge, utilizam
de água é definida como o total de água essa metodologia em seus relatórios
18
doce utilizada para produzir os bens e ambientais. Apesar de esse método re-
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700
600
Água consumida (litro/t)
600 MODULAR
Lafarge PAVIMENTO INTERTRAVADO
500
Holcim
400
300
200
116,4
100
0
Agregados
Figura 2 – Consumo de água da Lafarge e da Holcim para a produção de agregados no ano de 2011.
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PROCESSO DE
Água captada PRODUÇÃO DE
pela organização Água enviada para esgoto
BLOCOS DE
Água para produção CONCRETO Água que retorna à sua fonte
de insumos e energia com a mesma qualidade
Água nos
Água adicionada Umidade dos agregados
aditivos
23
6 METODOLOGIA
6.1 LEVANTAMENTO ais complementares via e-mail ou te-
DOS DADOS lefone junto aos responsáveis de cada
A obtenção dos dados junto às empresas empresa, com objetivo de ampliar e
participantes foi realizada por meio de assegurar a análise dos indicadores. O
um formulário padrão, desenvolvido em mesmo procedimento foi utilizado du-
Excel. Os dados referem-se a um período rante as revisões dos dados.
de 12 meses, determinado pela empresa.
O formulário foi dividido em quatro 6.2 TREINAMENTO
partes: Cadastro, Práticas da empre- Após o preenchimento preliminar dos
sa, Produto e Inventário. Na planilha formulários, as empresas participa-
“Cadastro” foram coletadas informações ram de workshops ministrados pela
da empresa, da unidade produtora e do equipe técnica. Nesses eventos foram
responsável pelo preenchimento do for- transmitidos aos representantes das
mulário. Na segunda foram fornecidas empresas os objetivos do projeto e a
informações classificatórias e qualita- metodologia da avaliação de ciclo de
tivas sobre as práticas da empresa. Em vida, visando esclarecer sobre o pre-
“Produto” foram solicitados dados refe- enchimento do formulário e garantir
rentes à composição e à quantidade fa- a qualidade dos dados recebidos. A
bricada dos produtos selecionados para partir das informações recebidas, foi
o estudo. Também foram requisitadas solicitado às empresas verificar o for-
algumas informações da produção total mulário e revisar seus d ados.
da fábrica para permitir a alocação dos Para possibilitar que todas as em-
insumos gerais da empresa nos produ- presas participassem do treinamento
tos analisados. Na planilha “Inventário” foram realizados dois workshops na
foram coletados os consumos totais da cidade de São Paulo, um na cidade
fábrica dos principais insumos energéti- do Rio de Janeiro e um na cidade
cos e matérias-primas. de Florianópolis.
O preenchimento do formulário pa-
drão necessitou de algumas revisões 6.3 DEFINIÇÃO DAS UNIDADES
para confirmação ou retificação de certos DOS INSUMOS
dados. Essa foi uma preocupação cons- Para facilitar o preenchimento do for-
tante para se alcançar resultados com mulário pelas empresas, permitiu-se
qualidade e de acordo com a realidade. que algumas unidades de medida fos-
Durante o desenvolvimento do tra- sem especificadas pelo responsável
24
balho foram solicitados dados individu- pelo preenchimento. No entanto, ou-
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(m³), eletricidade (kWh), óleo diesel tivos, como tipo madeira e umi-
(litro), gasolina (litro), álcool (litro) dade. Com isso, por causa das
e cimento (t). A fim de padronizar as incertezas em relação à origem
unidades dos insumos energéticos, al- da lenha utilizada pelo setor de
gumas conversões foram realizadas. blocos de concreto, algumas con-
Para os agregados, decidiu-se que a siderações foram necessárias.
unidade padrão seria a tonelada, con- Entre as fábricas analisadas, cinco
vertendo os consumos fornecidos em informaram que utilizam lenha em
volume. A seguir são apresentadas as seu processo industrial. Dessas,
unidades definidas como padrão e os apenas uma informou seu consumo
dados considerados para as conver- em massa. Entre as que fornece-
sões que foram necessárias. ram seu dado em m³, uma infor-
mou que utiliza eucalipto, mas não
a) GLP: tonelada. A densidade adota- especificou se o valor se encontra
da é a divulgada pelo Balanço Ener- em m³ estéreo (medida de madei-
gético Nacional 2013 (EPE; MME, ra empilhada). Com isso, decidiu-
2013), que é 0,552 t/m³. se adotar para essa empresa a pior
b) Gás natural: m³. A densidade ado- situação, a densidade do eucalipto
tada é a divulgada pelo Balanço verde, que é de 1,10 t/m³. Dizer
Energético Nacional 2013 (EPE; que a madeira é verde significa que
MME, 2013) para o gás natural seco, a mesma possui teor crítico de umi-
que é 0,74 kg/m³. dade (60%) (PUNHAGUI, 2014).
c) Óleo BPF: m³. A densidade adotada Duas fábricas informaram que ob-
é a divulgada pelo Balanço Ener- tiveram o valor de lenha consumi-
gético Nacional 2013 (EPE; MME, da através do valor pago por m³ de
2013) para o óleo combustível, que lenha e dos volumes totais utiliza-
é 1.000 kg/m³. dos no período. No entanto, não
d) Óleo de xisto: tonelada. A densida- informaram dados sobre a madeira.
de adotada foi levantada junto ao Assim, decidiu-se utilizar a densi-
site de algumas empresas pesquisa- dade verde adotada para diferentes
das4, que é 0,97 t/m³. tipos e origens de madeira (pinus,
eucalipto e nativas), que é de 0,97
4 Empresas: Ravato (www.ravato.com.br/v2/documen- t/m³ (PUNHAGUI, 2014). Uma das
tos/especificacoes_xisto.pdf) e Betunel (www.betu-
empresas não informou sobre o
nel.com.br/pdf/oleo_xisto.pdf) – acessos em julho de 25
2014. tipo de lenha utilizada, dado soli-
citado por contatos via telefone e k) Agregado reciclado: apenas uma
e-mail. Para esta decidiu-se adotar empresa informou o consumo de
a densidade média para diferentes agregado reciclado em volume. Com
tipos e origens de madeira (pinus, isso, adotou-se a densidade apa-
eucalipto e nativas). rente média calculada com base nos
f) Areia natural: a densidade apa- dados de Ryu (2002), que resultou
rente das areias fina, média e em 1,45 t/m³.
grossa foi levantada no website de
dois fornecedores5. Adotou-se o 6.4 FATOR DE EMISSÃO DE CO2
valor médio calculado entre os da- E ENERGIA INCORPORADA DOS
dos pesquisados, que foi de 1,46 INSUMOS
t/m³, pois o tipo de areia não foi 6.4.1 ELETRICIDADE E
especificado. COMBUSTÍVEIS
g) Areia industrial: adotou-se a den- Na Tabela 4 são apresentados os dados
sidade aparente adotada pelo Sin- utilizados para o cálculo das emissões
dibrita6, que é de 1,70 t/m³. de CO2 e do consumo energético devi-
h) Brita 0: adotou-se a densidade do à produção dos blocos de concre-
aparente média do pedrisco misto, to. Nesse levantamento foi verifica-
apresentada por um fornecedor7 e o do como os dados foram calculados e
Sindibrita7, que é 1,54 t/m³. quais considerações feitas pelos auto-
i) Pedrisco de seixo: a única empresa res. Quando possível, foi considerado
que o utiliza esse tipo de agregado o ciclo de vida dos combustíveis para
informou a densidade aparente do a composição desses dados, além das
mesmo, que é 1,5 t/m³. emissões diretas e do poder calorífico
j) Pó de brita: adotou-se a densidade resultante do consumo direto desses
aparente média apresentada por um insumos. Nesse caso se enquadram
fornecedor8 e pelo Sindibrita7, que diesel, gasolina, álcool hidratado, gás
é 1,53 t/m³. natural, lenha, GLP e óleo BPF.
10 EPE; MME, 2013: para o calculo foram consideradas as principais fontes responsaveis pela producao de eletricidade no
Brasil: hidreletrica, biomassa, gas natural, petroleo, nuclear e carvao e seus derivados.
27
11 www.mct.gov.br/index.php/content/view/321144.html#ancora.
6.4.2 MATÉRIAS-PRIMAS consideradas as etapas de extração e pro-
Na Tabela 5 são apresentados os dados cessamento. Como nesse primeiro módu-
usados para os cálculos da emissão de CO2 lo da ACV-m foram selecionados apenas
e da energia referentes à produção das os consumos das principais matérias-pri-
matérias-primas. Os valores foram levan- mas, os dados considerados foram extra-
tados apenas em fontes que forneciam es- ção e processamento dos agregados e a
sas informações para o cenário nacional. produção do cimento. Esses valores não
Para o levantamento desses dados foram consideram o transporte do material.
12 Estratégias para a minimização da emissão de CO2 de concretos estruturais, de autoria de Vanessa C.H.C. Oliveira – disser-
tação de mestrado em andamento. Escola Politécnica da Universidade São Paulo, 2014.
13 Para o cálculo desses valores foi adotado o valor médio do consumo energético para a produção de uma tonelada de clín-
28 quer (últimos cinco anos - 2008 a 2012) publicado pelo WBCSD (www.wbcsdcement.org/GNR-2012/Brazil/GNR-Indicator_
329-Brazil.html) e os teores de clínquer permitidos pelas normas brasileiras.
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900
800
Emissão de CO2 (CO2 / t clínquer)
700
600
500
400
300
CP IV CP V
200
CP III CP II-Z
100 CP II-E
CP II-F
0
15 25 35 45 55 65 75 85 95
Teor de clínquer (%)
Figura 5 – Variação da emissão de CO2 por tipo de cimento, considerando a faixa de teor de clínquer
permitido por norma (Heinrichs et al., 201414).
14 Artigo “Estratégias para a minimização da emissão de CO2 de concretos”, aceito em 2014 pela revista Ambiente Construído,
de autoria de Vanessa Carina Heinrichs Chirico Oliveira, Bruno Luis Damineli, Vahan Agopyan, Vanderley Moacyr John.
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% da massa 10, 29
litro/m² 26, 27
massacimento.pç =
6.5.7 CONSUMO DE ÁGUA POR PEÇA
O consumo de água em volume (litro),
massaseca.pç × %teor cimento
por peça, foi considerado a unidade de
referência para o cálculo dos indicado-
res. Algumas empresas passaram esse
6.5.6 TEOR DE CIMENTO EM KG/M³ dado em litro, não tendo sido necessá-
Para o teor de cimento informado em rio realizar conversões.
kg/m³, primeiramente foi necessá-
rio estimar o volume de cada peça. 6.5.8 CONSUMO DE ÁGUA EM %
Para cada tipo de produto foi adotado DA MASSA
um procedimento. Quando o consumo de água por peça
foi informado em % da massa, a mes-
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ma consideração adotada para calcu- água por peça, calculado pela equação
lar a quantidade de cimento, quando apresentada a seguir:
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o teor também foi informado em por- PAVIMENTO INTERTRAVADO
m² 15, 17, 28
m³ 31
33
6.6.1 PRODUÇÃO TOTAL DA cados (VolumeTPF) e o volume médio,
FÁBRICA EM M² estimou-se o número total de peças
Estimou-se o número total de peças produzidas no período.
produzidas para cada categoria de
produto a partir da quantidade de pe- Volume TP
Volumemédio =
ças por m². Essa informação foi obtida QTD TP
MTP
CD pç = CD x massainsumo.pç %produtosprojeto =
MTPF
39
Com essa relação e o consumo total No entanto, em relação ao consu-
de cada insumo energético da fábrica, mo de água solicitado por peça, hou-
realizou-se a distribuição em cada pro- ve diferentes interpretações no pre-
duto selecionado para o estudo. enchimento do formulário. A maioria
das empresas (58%) informou a água
consumoenergia.prod =
total de composição, ou seja, conside-
%produtoprojeto x consumoenergia.fábrica rou a água adicionada e a contida nos
agregados. Algumas (24%) informaram
Dividindo-se esse consumo pela quan- apenas a água que foi adicionada aos
tidade de peças produzidas para cada materiais secos. As demais (18%) não
produto no período em análise, obtém-se especificaram como o dado foi levan-
o consumo energético por peça. tado. As considerações da empresa no
levantamento de água por peça foram
apuradas por contato com os respon-
consumoenergia.prod
consumoenergia.pç = sáveis pelo preenchimento. No entan-
QTDTP
to, algumas empresas que informaram
apenas a água adicionada apresenta-
A emissão de CO2 por peça é calcu- ram consumo por peça muito alto, en-
lada através da multiplicação do con- quanto outras que consideraram a água
sumo de energia por peça pelo fator de composição do concreto na sua esti-
de emissão de CO2 do respectivo insu- mativa possuíam consumo de água por
mo energético. peça muito baixo.
A ABCP informou que a água de
Emissão CO2 fábrica.pç = composição representa em média 6%
FEinsumo.energ x consumoenergia.pç da massa seca (levantamento feito em
trabalhos de dosagem realizado com al-
guns fabricantes15). Fernandes (2013)
6.8.5 ÁGUA indica em seu livro, Blocos e Pavers –
Os dados de água solicitados no for- produção e controle de qualidade, que a
mulário foram o consumo de água por umidade final da mistura fica em torno
peça, na composição do concreto, e de 7% da massa total de materiais se-
consumo de água total da fábrica. Re- cos. Marchioni (2013) apresentou que
lacionado a esse segundo consumo, so- a umidade para o concreto seco, uti-
licitou-se a origem da água consumida, lizado para confecção de blocos, varia
que poderia ser rede pública, rios ou entre 6% e 8% da massa total. Decidiu-
lagos, poço, pluvial, represa e reúso. se adotar para as análises do presente
Nenhuma empresa indicou que utiliza
40
água das duas últimas fontes. 15 E-mail com o Eng. Claudio Oliveira Silva, da ABCP.
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42
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150%
140%
Cimento da fábrica
130%
120%
Cimento nos produtos MODULAR
%produtos PAVIMENTO INTERTRAVADO
110%
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
1 2 3 4 5 6 7 8 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34
Empresas
Figura 6 – Comparação entre a massa de cimento utilizada na fabricação dos produtos em análise com a
massa de cimento total empregada pela fábrica e a porcentagem que os produtos analisados representam
na massa total dos produtos.
150%
140% ~230%
Agregados fábrica
130%
Agregados produtos
120%
%produtos
110%
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
1 2 3 4 5 6 7 8 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34
Empresas
Figura 7 – Comparação entre a massa de agregados utilizada na fabricação dos produtos em análise
46 com a massa total de agregados empregados pela fábrica e a porcentagem que os produtos analisados
representam na massa total dos produtos.
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nos dados informados para os produ- pontos estão distantes, pode significar
tos analisados, estima-se quanto da que quase todo o material seco consu-
fábrica é destinado a esses produtos. mido pela fábrica é destinado à fabrica-
Comparando esse valor com a repre- ção desses produtos apenas. Se o ponto
sentatividade dos produtos na fábrica, vermelho está acima do ponto em azul,
alguns resultados que são apresenta- significa que são consumidos mais ma-
dos na Tabela 12 e na Figura 8 podem térias-primas nos produtos analisados
ser observados. Os pontos vermelhos do que nos demais produtos. Quando o
são os consumos totais de materiais ponto vermelho está abaixo do azul, o
secos estimados para os produtos em contrário pode ser pressuposto. Obser-
análise e os pontos em azul corres- va-se pela figura que quando o ponto
pondem à representatividade desses vermelho está localizado fora da barra
produtos na produção total da fábrica. azul, significa que o consumo de maté-
Quando os pontos estão próximos, rias-primas estimado para os produtos
significa que a representatividade do é superior ao consumo total da fábrica,
consumo de materiais secos nos produ- o que pode indicar erro no inventário.
% materiais secos (>100%) > % produtos 17, 20, 22, 23, 24, 30
47
150%
140% ~210%
Materiais secos fábrica
130%
Materiais secos produtos
120%
%produtos
110%
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
1 2 3 4 5 6 7 8 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34
Empresas
Figura 8 – Comparação entre a massa de materiais secos utilizados na fabricação dos produtos em
análise com a massa total de materiais secos empregados pela fábrica e a porcentagem que os produtos
analisados representam na massa total dos produtos.
A massa dos produtos é majorita- próximos, o que pode ser causado pela
riamente composta por cimento, agre- presença de umidade do ar contida nas
gados e água. Logo, a massa total dos peças de concreto.
produtos selecionados deve ser inferior A empresa 17 informou que o ci-
à massa total de matérias-primas in- mento e agregados informados estão
formadas como sendo da fábrica toda. relacionados a toda a produção da fá-
Esse valor deve ser próximo, no caso da brica, não apenas aos blocos analisa-
empresa produzir somente os produtos dos. No entanto, o levantamento das
selecionados para o projeto. matérias-primas dos produtos do proje-
As empresas 11, 14, 20, 22, 23, 24, to corresponde ao consumo informado
29 e 30 apresentaram o valor da massa como total da fábrica.
total informada/estimada para todos A empresa 19 informou como pro-
os produtos da fábrica acima do valor dução total da fábrica apenas os pro-
de cimento e agregados informados dutos selecionados para o estudo, pois
como totais da empresa. Nas empre- não foi possível fazer um levantamento
sas 8, 21, 28 e 34 esses valores foram sobre os demais produtos.
48
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49
8 ANÁLISE DA MASSA INFORMADA
POR PRODUTO
Alguns dados são estimados com base cm, verifica-se que as massas de todas
na massa da peça informada pela em- as empresas encontram-se abaixo da
presa. Eles são a estimativa do núme- massa seca de referência. Ao comparar
ro de peças quando o total produzido as peças de 8 cm, nota-se que a massa
é informado em massa e os consumos de referência da ABCP tem valor pró-
de cimento e água, quando suas quan- ximo à mediana. Não foi informada a
tidades são informadas em porcenta- massa de referência para a peça de 10
gem. Sendo assim, qualquer erro de cm, mas observa-se que uma empresa
informação da massa pode ocasionar apresenta diferença de 50 kg/m² em
em erro nos resultados que dependem relação à empresa que possui menor
da massa da peça para serem obtidos. massa, cuja variação com as outras
Por causa disso, fez-se necessário uma empresas é de no máximo 15 kg/m².
análise entre as massas dos produtos A Figura 10 apresenta a variação
das empresas. das massas por m² entre as empresas
A ABCP forneceu uma tabela con- para os blocos para pavimento de 16
tendo a massa de referência de al- faces de 35 MPa. O mesmo observado
guns produtos para comparação com nos blocos retangulares é verificado
as massas das empresas16. A variação nesse caso, atentando para maior dis-
das massas de blocos para pavimento persão entre as empresas. Isso pode
retangulares de 35 MPa é ilustrada na ser decorrente da maior variação nas
Figura 9, apresentada por m². Observa- dimensões das peças, pois não há
se que há dispersão entre as empre- uma padronização para as dimensões
sas, apesar de todos os produtos pos- das mesmas, apesar de apresentarem
suírem a mesma resistência e o mesmo o mesmo formato. Não foram informa-
formato. Comparando esses dados com dos os dados de massa de referência
os valores da ABCP para as peças de 6 da ABCP para peças de 16 faces para
comparar com os dados informados
16 E-mail com o Eng. Claudio Oliveira Silva, da ABCP: dados levanta-
pelas empresas.
dos de trabalhos de dosagem realizados com alguns fabricantes.
50
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280
270
260 MODULAR
PAVIMENTO INTERTRAVADO
250
Massa/m2 (kg/m2)
240
230
220
210
200
190
180 Massa das empresas
170 Mediana
160 ABCP - referência
150
140
130
120
110
5 6 7 8 9 10 11
Espessura(cm)
Figura 9 – Variação da massa informada e dado ABCP – Bloco para pavimento de 35 MPa. A variabilidade
é função da variação da densidade das formulações e dos agregados.
250
240
230
220
Massa/m2 (kg/m2)
210
200
190
180
170
160
150
140
130 Massa das empresas
120 Mediana
110
100
5 6 7 8 9 10 11
Espessura(cm)
Figura 10 – Variação da massa informada – Blocos para pavimento de 16 faces (35 MPa). A variabilidade é
função da variação das dimensões das peças e da variação da densidade das formulações e dos agregados.
15,0
Massa das empresas
14,5 ABCP - referência
Mediana
14,0
Massa (kg)
13,5
13,0
12,5
12,0
11,5
11,0
2 4 6 8 10 12 14
Resistência (MPa)
13,5
13,0
12,5
12,0
11,5
Massa (kg)
11,0
10,5
Massa das empresas
10,0
ABCP - referência
9,5
Mediana
9,0
8,5
8,0
7,5
7,0
6,5
8 9 10 11 12 13 14 15
Largura do bloco (cm)
53
9 TIPOS DE CIMENTOS UTILIZADOS
E CURA TÉRMICA
A Tabela 13 apresenta os tipos de cimen- traram o uso de cura térmica. Certa-
to utilizados pelas empresas, onde se mente, existem situações intermediárias,
observa que uma mesma empresa pode onde a cura térmica é usada na época de
utilizar mais de um tipo de c imento. menor temperatura ou de alta demanda
Apenas 12 das 33 empresas regis- ou ainda, apenas em alguns produtos.
2 CP V
3 CP V
4 CP V
5 CP V
6 CP V X
7 CP II-Z
8 CP II-Z; CP V X
10 CP V X
11 CP V
12 CP V X
13 CP V
14 CP V
15 CP V
16 CP V
17 CP II-E; CP V
18 CP IV X
19 CP V
54 Continua >
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Tabela 13 – Tipos de cimento utilizados pelas empresas associados ao uso de cura térmica. – continuação
21 CP V
22 CP V
23 CP V
24 CP V X
25 CP III; CPV
26 CP V X
27 CP V X
28 CP V
29 CP V X
30 CP V
31 CP II-Z
Não informou consumo de
32 CP V
combustíveis
33 CP V X
34 CP V
55
10 ANÁLISE DAS PERDAS E RESÍDUOS
INFORMADOS
Dados de perdas de produção, re- cimentício reciclam esse montante, in-
ferentes a todos os produtos da fábri- terna e/ou externamente.
ca, foram solicitados no formulário. No No formulário não foram especifi-
entanto, a forma como essa informa- cados os demais resíduos gerados de-
ção foi pedida gerou dúvidas quanto vido às etapas de fabricação dos blo-
aos dados a serem informados. Isso cos de concreto. Essa informação foi
fez com que algumas empresas forne- preenchida por cada empresa, o que
cessem dados de resíduos cimentícios pode ter influenciado na quantidade
que saem da fábrica, enquanto outras de dados que retornaram, uma vez que
passassem seus valores de perdas de nem todas as participantes indicaram
produção, que não necessariamente se a geração de outros resíduos que não
tornam resíduos. A destinação que é os cimentícios. Na Tabela 14 são apre-
dada a esse material permitiu observar sentadas as quantidades de empresas
que 97% das empresas que informaram que informaram dados referentes aos
dados referentes às perdas de material resíduos que foram informados.
(aço incluído)
cimentício
Tambores
Plásticos
Material
Madeira
Empresa
Pallets
estopa
Graxa
Óleo
Informou dados de
9 4 6 3 4 4 1 2 2 29
resíduos
Recicla 7 4 4 2 3 3 1 2 2 28
Descarta 2 0 2 1 1 1 0 0 0 1
% recicla 77,8 100,0 66,7 66,7 75,0 75,0 100,0 100,0 100,0 96,6
56
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57
11 INDICADORES SETORIAIS
Os indicadores setoriais são os re- valores apenas foram divulgados junto
sultados que indicam para a empresa, às empresas participantes.
de modo simples e direto, a eficiência Os consumos de materiais levanta-
de seu processo produtivo comparada dos foram considerados no cálculo dos
com as demais empresas participantes indicadores de energia incorporada e
do projeto, sendo um indicador de de- emissão de CO2.
sempenho. Esses indicadores também Dados clara e objetivamente incon-
informam para as participantes que sistentes não são incluídos na análise.
existem possibilidades de melhorar seu Algumas empresas passaram por audi-
desempenho ambiental. toria para verificação dos dados infor-
Estes indicadores correspondem mados nos formulários. No entanto, a
ao consumo de materiais (cimento e metodologia seguida pela equipe de
agregados) e às perdas de produção. auditoria não conseguiu esclarecer al-
Por serem considerados resultados que gumas dúvidas ou dirimir inconsistên-
indicam a eficiência da empresa, seus cia observadas.
58
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900
Versão Out/2014 Mínimo
(sujeito a revisão) Máximo
800
Mínimo - empresas
Máximo - empresas
700
Consumo energético (MJ/m2)
600
500
400
300
15 29
200 10 ≈12 12
10 7
100
17 17 17 17 17 17
0
Retang.6 cm Retang.8 cm Retang.10 cm 16Faces.6 cm 16Faces.8 cm 16Faces.10 cm
59
Figura 13 – Indicador de energia incorporada – Blocos para pavimento de 35 MPa. Alguns resultados
não foram considerados por serem julgados produtos de erro de inventário.
60
Versão Out/2014 Mínimo
(sujeita a revisão)
Máximo
Mínimo - empresas
50 Máximo - empresas
Consumo energético (MJ/pç)
40
30
20
29 29
25 25 25
10 25 25
4 4 4 4 4 34 34
0
4 MPa 6 MPa 8 MPa 10 MPa 12 MPa 14 cm.2 MPa 9 cm.2 MPa
Figura 14 – Indicador de energia incorporada – Blocos estruturais e de vedação. Alguns resultados não
foram considerados por serem julgados produtos de erro de inventário.
70
Versão Ag/2014
(sujeita a revisão)
60 Mínimo
Máximo
Mínimo - empresas
50 Máximo - empresas
Emissão de CO2 (kgCO2/m2)
40
29
10 33
30 12 ≈ 29
10 7
20
10 17 17
17 17
17 17
0
Retang.6 cm Retang.8 cm Retang.10 cm 16faces.6 cm 16faces.8 cm 16faces.10 cm
Figura 15 – Indicador de emissão de CO2 – Blocos para pavimento (35 MPa). Alguns resultados não
foram considerados por serem considerados produtos de erro de inventário. 61
4,0
Versão Ag/2014 Mínimo
(sujeita a revisão) Máximo
3,5 Mínimo - empresas
Máximo - empresas
3,0
Emissão de CO2 (kgCO2 / pç)
2,5 29
29
2,0
22 29
1,5 22
22
1,0 25
0,5 4
4 4 4 16≈20≈
4≈14≈34
31≈34 20≈34
0,0
4 MPa 6 MPa 8 MPa 10 MPa 12 MPa 14 cm.2 MPa 9 cm.2 MPa
Figura 16 – Indicador de emissão de CO2 – Blocos estruturais e de vedação. Alguns resultados não foram
considerados por serem considerados produtos de erro de inventário.
Em relação aos bce e bcv o principal Nesse último caso, bastou levantar a
fator para os resultados máximos é o uso quantidade de peças por m² para se ob-
de CP V, no entanto a emissão mínima ter a quantidade de água por peça.
não está relacionada ao uso de apenas No caso dos dados em porcentagem,
um tipo de cimento. Com exceção da em- estimou-se a quantidade de água por
presa 25, as demais tiveram a massa to- peça (litro), por meio da massa informa-
tal de produção da fábrica estimada. da. Para isso, considerou-se que a massa
informada (kg) possui uma umidade de
12.3 INDICADOR DE ÁGUA equilíbrio com o ar de 5%, ou seja, cal-
Para o estudo do consumo de água no culou-se o volume de água com base na
processo produtivo de blocos de concre- massa seca da peça. Esse cálculo é re-
to foram solicitados dois tipos de infor- presentado pela equação a seguir (mas-
mação: o consumo de água de compo- sa específica da água igual a 1,0 kg/l):
sição do concreto por peça (apenas dos
águapeça = (massapeça x 0,95) x %águainformada
produtos analisados) e o consumo total
de água da fábrica por fonte de origem.
Na Tabela 15 e na Tabela 16 são
12.3.1 CONSUMO DE ÁGUA DE apresentados os consumos de água for-
COMPOSIÇÃO DO CONCRETO POR PEÇA necidos pelas empresas, após as devi-
O consumo de água de composição do das conversões. Também são apresen-
concreto por peça foi solicitado em tados os valores máximos, mínimos e
litros, no entanto, algumas empresas médios para cada tipo de produto.
90
80
Distribuição das empresas (%)
70
60
50
Blocos de concreto
40 Peças de concreto de 35 MPa
30
20
10
0
0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 14% 16% 18% 20%
Teor de água da peça
Figura 17 – Gráfico de distribuição do teor de água de composição do concreto que foi informada pelas
empresas.
Com os dados de água por peça (li- Observa-se na Figura 17 que existe
tro/pç) e da massa informada por pro- uma grande dispersão nos resultados.
duto (kg), calculou-se a proporção de Segundo a ABCP17, os teores típicos de
água com base na massa seca, também água, para a produção dos concretos
considerando a umidade de equilíbrio secos utilizados nos componentes, está
com o ar igual a 5%. A equação utili- em torno de 6%. A configuração está di-
zada para esse cálculo é dada a seguir: retamente relacionada ao teor de água,
pois os blocos apresentam paredes com
águapeça pequena espessura, enquanto as outras
%águaproduto =
(0,95 x massapeça) peças são maciças. Se a massa de con-
creto possuir mais ou menos água que
O objetivo desse levantamento foi o ideal para a vibroprensa utilizada, a
tornar possível a comparação dos da- compactação não será eficiente.
dos informados com o teor de água Como os agregados contêm água
considerado adequado pela ABCP, que é de origem diversa (de extração ou de
de 6% da massa seca. Com esses dados, chuva), o volume adicionado por oca-
construiu-se o gráfico de distribuição
66
apresentado na Figura 17. 17 E-mail com o Eng. Claudio Oliveira Silva, da ABCP.
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sião da mistura é tipicamente inferior à 6%, sendo que 20% informaram valores
água necessária para sua composição. acima de 10%. Estes valores são os tí-
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Neste caso, espera-se valores abaixo de picos de concretos plásticos ou mesmo
PAVIMENTO INTERTRAVADO
Observa-se que a maioria das empre- tes para a análise, já que o período de
sas utiliza água subterrânea e/ou água coleta dos dados é de 12 meses.
da concessionária. Apenas três empresas A empresa 28, além das origens de
usam água superficial e duas empresas água apresentadas na Tabela 17, infor-
usam água de chuva associada, e esta, mou a quantidade de água proveniente
associada à outra fonte. A empresa 29 da umidade dos agregados. Existe uma
não informou o consumo total da fá- grande incerteza quanto à origem das
brica no período do estudo. Já a em- águas dos agregados: chuva, água de
presa 32 informou dados referentes a lavagem, água captada durante a ex-
68
apenas dois meses, dados insuficien- tração, etc. Como apenas essa empresa
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águatotal.prod
informou o volume dessa fonte e sa- águafábrica.pç =
QTDTP
bendo-se que as demais também fazem
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uso dessa água incorporada, resolveu- PAVIMENTO INTERTRAVADO
69
Tabela 18 – Consumo de água da fábrica para os blocos para pavimento (35 MPa).
Pisos - Indicador Médio de Água (litro/m²)
Empresa Total
Concessionária Subterrânea Superficial Chuva
1 - 10,57 - - 10,57
2 6,34 - 7,23 - 13,57
3 10,46 - - - 10,46
4 - - - - -
5 1,71 - 12,11 - 13,82
6 - 8,33 - - 8,33
7 0,72 2,66 - - 3,38
8 7,94 - - - 7,94
10 - 5,87 - - 5,87
11 - - - - -
12 - 16,01 - - 16,01
13 - 6,58 - - 6,58
14 - - - - -
15 1,13 5,23 - - 6,37
16 - 16,57 - - 16,57
17 0,76 - - 24,88 25,64
18 - 14,26 - - 14,26
19 - - - - -
20 - - - - -
21 - - - - -
22 - 0,44 - - 0,44
23 5,82 - - - 5,82
24 4,95 5,10 - - 10,05
25 - 112,60 - - 112,60
26 9,19 7,07 - 4,95 21,22
27 17,34 - - - 17,34
28 0,36 4,82 - - 5,18
29 - - - - -
30 - 11,12 - - 11,12
31 2,92 97,24 - - 100,16
32 - - - - -
33 3,25 - - 0,22 3,48
34 - - - - -
70
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BLOCOS DE CONCRETO
1 - 0,95 - - 0,95
2 0,54 - 0,62 - 1,17
3 0,81 - - - 0,81
4 - 1,38 - - 1,38
5 0,14 - 0,97 - 1,11
6 - 0,66 - - 0,66
7 0,06 0,23 - - 0,29
8 0,62 - - - 0,62
10 - 0,52 - - 0,52
11 0,16 0,55 - - 0,71
12 - 1,29 - - 1,29
13 - 0,55 - - 0,55
14 0,03 0,52 - - 0,56
15 0,08 0,39 - - 0,47
16 - 1,46 - - 1,46
17 - - - - -
18 - 1,17 - - 1,17
19 - - - - -
20 - 0,33 - - 0,33
21 - - 0,91 - 0,91
22 - 0,03 - - 0,03
23 0,42 - - - 0,42
24 0,39 0,40 - - 0,78
25 - 8,08 - - 8,08
26 0,79 0,61 - 0,43 1,83
27 1,51 - - - 1,51
28 - - - - -
29 - - - - -
30 - 0,95 - - 0,95
31 0,22 7,23 - - 7,45
32 - - - - -
33 0,22 - - 0,01 0,23
34 - 1,25 - - 1,25 71
Tabela 20 – Consumo de água da fábrica para os blocos de vedação de 14 cm.
Blocos de vedação 14 cm - Indicador de Água (litro/pç)
Empresa Total
Concessionária Subterrânea Superficial Chuva
1 - 0,75 - - 0,75
2 0,40 - 0,46 - 0,86
3 0,66 - - - 0,66
4 - 0,98 - - 0,98
5 0,13 - 0,91 - 1,04
6 - 0,66 - - 0,66
7 - - - - -
8 - - - - -
10 - 0,40 - - 0,40
11 0,13 0,42 - - 0,54
12 - 0,81 - - 0,81
13 - 0,47 - - 0,47
14 0,03 0,42 - - 0,44
15 0,07 0,31 - - 0,38
16 - 1,17 - - 1,17
17 - - - - -
18 - 0,93 - - 0,93
19 - - - - -
20 - 0,25 - - 0,25
21 - - 0,79 - 0,79
22 - 0,03 - - 0,03
23 0,31 - - - 0,31
24 0,31 0,32 - - 0,64
25 - 5,72 - - 5,72
26 - - - - -
27 - - - - -
28 - - - - -
29 - - - - -
30 - 0,70 - - 0,70
31 0,21 6,94 - - 7,15
32 - - - - -
33 0,19 - - 0,01 0,21
72 34 - 1,03 - - 1,03
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1 - 0,60 - - 0,60
2 0,34 - 0,39 - 0,73
3 0,59 - - - 0,59
4 - 0,85 - - 0,85
5 0,09 - 0,66 - 0,76
6 - - - - -
7 0,04 0,15 - - 0,19
8 0,38 - - - 0,38
10 - 0,34 - - 0,34
11 0,10 0,34 - - 0,44
12 - 0,97 - - 0,97
13 - 0,35 - - 0,35
14 0,02 0,37 - - 0,39
15 0,05 0,23 - - 0,28
16 - 0,99 - - 0,99
17 - - - - -
18 - 0,76 - - 0,76
19 - - - - -
20 - 0,19 - - 0,19
21 - - 0,59 - 0,59
22 - 0,02 - - 0,02
23 0,28 - - - 0,28
24 0,28 0,29 - - 0,56
25 - 4,78 - - 4,78
26 - - - - -
27 - - - - -
28 - - - - -
29 - - - - -
30 - 0,59 - - 0,59
31 0,14 4,82 - - 4,97
32 - - - - -
33 0,16 - - 0,01 0,17
34 - 0,77 - - 0,77 73
Comparando a massa total seca de toda a água da fábrica, não apenas
produtos analisados com o consumo a água de composição do concreto.
total de água da fábrica distribuído, Já as empresas 25 e 31 apresentaram
encontram-se as proporções de água valores muito elevados, de aproxima-
direcionadas para cada peça. Esses va- damente 65%.
lores são apresentados na Tabela 22, Comparando os consumos totais da
juntamente com o valor médio levanta- fábrica com os consumos por peça para
do com base nos consumos de água por a composição do concreto, observa-se
peça, informados pelas empresas. que alguns valores apresentam incon-
Analisando o total de água infor- sistência. O consumo por peça para o
mado para a fábrica, observa-se que concreto deve ser inferior ao consumo
algumas empresas (valores em verme- total da fábrica alocado por peça, pois
lho) apresentam essa relação inferior este último considera toda a água uti-
a 6%, valor considerado como ade- lizada para a produção, além da água
quado pela ABCP para a composição de composição adicionada. As empre-
do concreto. Isso pode ser conside- sas que apresentaram esses valores in-
rado inconsistente, uma vez que para feriores ou muito acima disso precisam
esse levantamento foi considerada ser revistos.
Tabela 22 – Quantidade de água total da fábrica alocada à massa seca dos produtos analisados, comparada com
a média da água de composição do concreto informada pelas empresas – continuação.
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Observação
Total da Composição PAVIMENTO INTERTRAVADO
19 - - - - - 2,5% REVISÃO
29 - - - - - 16,8% REVISÃO
32 - - - - - 2,9% OK
100
90
80
D istribuição das em presas (%)
70
60
50
Peças de concreto de 35 MPa
40 Blocos de concreto
30
20
10
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5 8 8,5 9
Consumo de água total da fábrica (litro/pç)
Figura 18 – Gráfico de distribuição do consumo total de água pelas fábricas, alocado nos blocos pela
massa da peça.
76
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35
ver. Ag/2014 Mínimo 17
sujeita à revisão Máximo 17
Empresas
30 MODULAR
PAVIMENTO INTERTRAVADO
17
17
Água alocada da fábrica (litro/m ²)
25
17 17
20
15
10
33
22 22 22 22 22
0
Retang.6 cm Retang.8 cm Retang.10 cm 16faces.6 cm 16faces.8 cm 16faces.10 cm
Figura 19 – Indicadores de consumo total de água da fábrica – Blocos para pavimento de 35 MPa.
2,0
26 26 Mínimo ver. Ag/2014
Máximo sujeita à revisão
1,8
Empresas
27
1,6
4≈16 4
Água alocada da fábrica (litro/pç)
1,4
16
1,2
12≈16
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
20≈33 7≈20≈33 33
22 22 22 22
0,0
4 MPa 6 MPa 8 MPa 10 MPa 12 MPa 14 cm.2 MPa 9 cm.2 MPa
77
A Figura 21 e a Figura 22 apresen- o funcionamento. 62,7% das empresas
tam as fontes de água utilizadas pelas utilizam água subterrânea em algu-
fábricas analisadas pelo projeto. Ob- ma etapa de seu processo. A empresa
serva-se que considerável parcela das 29 não possui dados por não infor-
fábricas analisadas não tem na água da mar a quantidade de água consumida
concessionária sua fonte principal para no período.
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
1 2 3 4 5 6 7 8 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34
Empresas analisadas
Figura 21 – Fontes de água utilizadas por fábrica participante do projeto. A empresa 29 não informou
dados de consumo de água da fábrica.
Chuva 3.9%
Subterrânea Concessionária
25.8%
62.7%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Figura 22 – Fontes de água utilizadas pelas fábricas analisadas de blocos de concreto para pavimento
78 e alvenaria.
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79
14 ANÁLISE CRÍTICA DA METODOLOGIA
14.1 ESCOPO LIMITADO DO gumas estimativas, uma vez que a alo-
PROJETO cação dos consumos de energia e água
A seleção de apenas alguns produ- da fábrica foi realizada em massa. Com
tos resultou em algumas dificuldades o cálculo da massa média, conside-
observadas no desenvolvimento do rando apenas os produtos analisados,
estudo. Como a maioria das empresas a massa total de produção estimada
informou que produz outros produtos como total da fábrica pode ter sido su-
além dos analisados, comparou-se a perior ou inferior ao valor real. Assim
quantidade de matérias-primas estima- como os produtos selecionados podem
das para os produtos estudados com o possuir massa média igual à massa mé-
consumo total da fábrica. Nessa análise dia da fábrica, eles podem representar
verificou-se que os valores de algumas a parcela de produtos com menos ou
empresas apresentaram inconsistência. com mais massa entre todos os produ-
Por exemplo, o consumo de cimento tos da fábrica. Caso a situação seja uma
dos produtos selecionados foi superior dessas duas últimas, o fato da empresa
ao consumo da fábrica toda, apesar das não ter informado sua produção total
mesmas fabricarem outros produtos. em massa pode ter influenciado signifi-
A análise dos dados teria sido faci- cativamente a quantidade de energia e
litada e poderia apresentar menos erros água utilizada nos produtos analisados
agregados caso fossem selecionados no estudo. A realização da ACV-m para
para o projeto todos os produtos. Isso todos os produtos da fábrica evitaria
porque teria sido feita a análise das en- este erro.
tradas de matérias-primas e saídas de
produtos e resíduos. O fechamento do 14.3 INCERTEZA DA MASSA
ciclo facilitaria a identificação de erros INFORMADA DO PRODUTO
de inventário, além de imprimir maior Na análise das massas de todos os
precisão nos resultados. produtos, verificou-se considerável dis-
persão entre as empresas participantes
14.2 UNIDADE DE PRODUÇÃO do projeto. Além de fatores como va-
TOTAL DA FÁBRICA riações das dimensões das peças, in-
No formulário foi permitido que as clusive as associadas ao desgaste de
empresas escolhessem entre quatro formas, densidade dos agregados e o
unidades para informar sua produção grau de compactação, a variação de
total (mil peças, m³, tonelada, m²). massa pode estar associada ao método
80
Isso tornou necessária a adoção de al- e condições nas quais a massa foi me-
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do, por exemplo. Perda não é necessa- 14.9 OUTROS RESÍDUOS, QUE
riamente resíduo, mas o seu controle NÃO ORIUNDOS DAS PERDAS
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tem evidente interesse econômico. No DE PRODUÇÃO PAVIMENTO INTERTRAVADO
83
15 CONCLUSÕES – PROJETO ACV-M
15.1 INDICADOR DE ENERGIA posição do calcário que ocorrem na
INCORPORADA produção de materiais, principalmen-
A energia incorporada associada te de cimento, transporte, geração de
às matérias-primas (processamento e energia elétrica e geração de energia
transporte), especialmente ao cimen- térmica, inclusive na fábrica.
to, pode englobar erros referentes aos Como a emissão de CO2 está di-
consumos de insumos estimados. Con- retamente ligada ao consumo e tipo
sumo e tipo de cimento, além da efici- de cimento, quanto menor o teor de
ência térmica do processo de cura, são clínquer do produto e quanto menor
críticos neste item. o consumo de cimento, menor é a
Dados referentes ao consumo de emissão. O cimento (CP V) que pos-
alguns combustíveis no funcionamen- sui alto teor de clínquer e alta emis-
to da fábrica de algumas empresas não são é o principal ligante na produ-
foram considerados na composição da ção de blocos. Cimentos com baixo
faixa desse indicador por resultarem teor de clínquer tendem a ter hidra-
em quantidades energia incorporada tação mais lenta, o que implicariam
muito acima do que é concebível. Es- em cura térmica, elevando emissões
sas informações devem ser revisadas e pegada energética. De uma forma
pelas empresas. geral a estratégia mais eficiente é a
redução do teor de cimento, possível
15.2 INDICADOR DE EMISSÃO de obter com melhor empacotamen-
DE CO2 to dos inertes e com melhor energia
As emissões do CO2 tem como ori- de compactação.
gem o uso de energia fóssil e a decom-
84
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16 REFERÊNCIAS MODULAR
PAVIMENTO INTERTRAVADO
ABNT, A. B. DE N. T. ABNT NBR 6136: EPE, E. DE P. E.; MME, M. DE M. E E. Balanço
Blocos vazados de concreto simples para Energético Nacional 2013. [S.l.]: [s.n.],
alvenaria — Requisitos. 2013.
ANEXOS MODULAR
PAVIMENTO INTERTRAVADO
100
90
80
Distribuição das empresas (%)
70
60
50
Bloco para pavimento
40 Bloco de vedação
Bloco estrutural
30
20
10
0
0 5 10 15 20 25 30 35
100
90
80
Distribuição das empresas (%)
70
60
50
Bloco para pavimento
40 Bloco de vedação
Bloco estrutural
30
20
10
00 10 20 30 40 50 60 70
90
80
Distribuição das empresas (%)
70
60
30
20
10
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 2.2 2.4 2.6 2.8 3
Emissão mínima de CO2 (kgCO2/pç)
100
90
80
Distribuição das empresas (%)
70
60
50
Bloco para pavimento
40 Bloco de vedação
Bloco estrutural
30
20
10
0
0 0.3 0.6 0.9 1.2 1.5 1.8 2.1 2.4 2.7 3 3.3 3.6 3.9 4.2 4.5 4.8 5.1 5.4 5.7 6 6.3 6.6 6.9 7.2 7.5
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100
90
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PAVIMENTO INTERTRAVADO
80
Distribuição das empresas (%)
70
60
50
Bloco para pavimento
40 Bloco de vedação
Bloco estrutural
30
20
10
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
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SOBRE O CBCS
CBCS - CONSELHO BRASILEIRO DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL
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FICHA TÉCNICA
CBCS - Conselho Brasileiro de Construção Sustentável Colaboração
www.cbcs.org.br Carlos Alberto Tauil (Bloco Brasil)
Coordenação: Prof. Dr. Vanderley M. John Cláudio Oliveira Silva (ABCP)
Empresas participantes
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