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Frei Jaboatão 01
Frei Jaboatão 01
BRA8ILICO,
ou
o ICA
DOS FRADES MENORES DA pnOVINCIA DO BRASIL,
POR
VOLUME I.
õ Q€5)ll =
RIO DE J.4..NEI II
TYP. BRASILIENSE DE MAXIMIANO GOMES RIBEIRO
nUA DO SAllÃO N. tU..
1859.
-,
DIBtIOITCA OU ~[NiiUU fEDfRjL
Este volUlr,:. acha-s3 registrado
sob número __ 214..1:1 .
- do ano de .I.t;...l.~'1 _
No Frontispicio desta obra se le o seguinte lÍlulo que
por extenso D:lÕ transcrevemos no lugar competente.
Orbe se1'afico, novo, úrasilico, parte segunda, da cltro-
nica dos frades menores da mais estreita. e regulm' oú-
servancia da Provincia de Santo An/oJ1zo do Brasil,
Consagrada ao mes/nos Santo como patraõ, e pad1'oeyro
desta sua Provincia, mandada impl'imir pelo M. R. P.
Mestre FR. JACINTO DE SANTA BRIZI DA, ex-
leitm' de t/teologia, ex dijfillidor, e ministro provincial
existente desde o 1.. de Dezembro de 1764.. até 2 t de
0
ADDITAllENTO I.
'(,UI'6 a vinda de li mél'ico VeslJllcio. e Gunçallo Coelho á demarcaçaõ âãs
roslas du Brasil. dus qllaes se {alia no Preamuulo. e livro Ante-Primeiro
da mesma chronica, e '/lOVO Orbe Seráfico.
.....
menleiro Joaõ d~ Figueiredo seo gemo; o cura Jouõ
Lourenço, a follIas 70.- A Povoaçaõ do Pereira, de quc
falia o referido assento, era Villa Velha, a primeira, que
fllnuon o seo Donalario taõhem primeiro Francisco
Percira Coulinho no sitio da Victoria, conligno a nossa
Senhora da Graça, em que tinha o caral1lurú a sua mo-
radia. O MOl:ileiro de Jesus, era o collegio e Igreja dos
Padres da companhia, que asim era nomeado naquelles
tempos. Joaõ de Fignci.redo era o Mascarenbas, genro
do caramul'ú, cazado com a filua legitima Apolonia Al-
vares. .
Com o que assima fica ditto assentamos taõbem na
mesma Estancia desta capitania. fõra seo Donatario e
fundador o sobrcdito Francisco Pel'eyra COÍltinho,
a quem a dco o Rey D. Joaõ 3.0 e suposto naõ assi-
gnamos alli o anno fixo, em que elle chegou á Bahya,
porque o naô aclwmos .em escl'iptor algum, dos que
vimos, com tudo pela compulaçnõ de alguns .ílcontecí-
mentos do tempo, que alli assistio, e outros antes e
depois, se poderá saber com ponca differeuca o anno,
em que clte~ou a esta sua capitania. He sem duvida,
que no de 153lJ. aillda naõ eril cbegado á Bahya; porquc
neste anuo consta paI' certo, que aportando á BalJyn
Martim Mooço de Souza, que uavegava para a India,
como em OllU'O lugal' se disse*, ainda a Bahya estava.
na posse e COllsel'va de Diogo Alvares caramurú, com
algas Pol'tuguezes mais corno eraõ Afonç.o Raiz', e Paulo
Dias Adôrno, que ahi havié\Õ apartado vindo fugidos de
Saõ Vicente, e nesta conjunçaõ de Martim Afonço de
Souza com quem vinhaõ o P. Pr. Diogo de Bórba, e seos
companheiros Religiosos Menores, primeiros Sacer-
dotes e Ministros do Evangelho, que vio a Bahya, ca-
zaraõ estes dous sugeitos assirna com duas filhas nalu-
raes do ca:-amurú. Taõbem hé certo, COI}lO se disse no
mesmo lugar daquella Estancia, que no anno de 15lJ.7
.. Prcamb., P.i, pago 48, n.39.
20
era fallecido F,'ancisco Pereira Coutinho; e assentando . .
as memorias M. S. e algus, que ja escreveraõ, que este
Donatario viveo na sua capitania dez ou doze annos,
segne-se.. que devia chegar a ella logo no anno seguinte
ao de 153ú, que na Bahya estava Martim Afonço de
Souza.. que vinha a ser no de 1535, que saõ os dez on
d07.e annos que podem correr entre o de 153ú.. que
estava na Babya Martim Afonço de Soma, e o de.1M7,
que nella falleceo Francisco Pereira Coutinho.
P~r morte deste capítaõ e Donatario, manJou El-
Rey D. J"oaõ 3.· fundar pela COl'oa a cidade da Bahya.
No anno ele 15ú9 a vinte e nove de Março chegon ao
porto de Villa Velha da Bahya Thorné de Souza a pôr em
t-'xecuçaõ as ordens deI Hey, como em a primeira parte
fica assentado, em a sua propria Estancia. E supposto
llaõ aS"ignamos alli o dia e mez em que se deo principio
a esta obra, e estabelecimento da nova cidade pelo naõ
<lcharmos- declarado cm memoria alguã, nem em os All-
1hol'es que vioios.. e disto trataõ, com tudo succedendo
depois como ja notamos, a crecçaõ da nova Academia dos
Uenascidos da Bnhya, e sendo nomeado para bum dos
seos censores o Rev. Dontor Joaõ Borges de Barros,
Conego Thesonreiro MÓL' da Sé da Rahya, e Dezembal'-
gadol: da Helaçaõ Ecc\esiastica, sugeito de notaria litle-
ratnl'a, e fazendo este pal'a salisfaçaõ dos empregos
que lbe fOl'aõ encal'l'egados.. revista de algus papeis e
livros da camara da cidade, em hum calhalogo antigo
dos- Governadores da Bahya, achou o prezcnte assento,
lJ'O 1.' § delle.
. I
Thomé de 501/ZCt ve?Jo com paIente delR ey D, J oaõ 3.· e
com titulo de copitaõ mór, fJm quanto naõ (undl/ise a cidade,
trazendo em sua companhia aO Dr. Pedro Borges para Olt-
vidor Cel'al, e a Antonio C01'dozo de Ba1"'ros para Provedor
da Fazenda Real, e desembarcaI/do na ponta de S. Antonio
dlt Eflua. em o mez'de Março de 1549, tomou logo posse da
dilln capitania mór dCt Vil/a Velha ctt' N. Senhora da Vic-
2l
tm'ia; e preparaI/do othe o me;; ele Julho a gente de guetra,
que havia trazido de Portugal, escolhido ja o sitio pOl' Diogo
Alvúres, marido de Gatt/arina Al/'{/res, que !te o em que
está llOje fttrldada a cidade,. por ter porto accommodado pOTa
os Navios. e s('r a terra levanlada, que a fa;:; participante de
toda,'; as viraçõens, marchou o ditio c;apitaõ mór com mil
homens de ,querra, e quatrocentos Indios, e com e/leito fi-
zerãi5 despejar as tres Aldeias do Gel/tio, que 5e acha1;aõ es-
taúe.leâdas onde 1Ie o terreiro de Jesus. o conven to do Carmo,
e o Desfet"ro; e a primeim couzrr, que (ez (oi a Igreja de N.
Senhom da Ajl/da para os Religiosos da Companhia, e logo
se confiJlum"aõ as casas para o cap'Ítaõ mó," e para o Ou-
vidor Geral. Pt'Qj'erior da Fazenela. e casa para o Senado da
Camm'a e mm's Povo; e no pt'imeiro de N01;embt'o. dia de
todos os Santos •.~e estabeleceo a Cidade elo Salvador-Bahya
de Todos os Sal/tos. tomfl11do o cfitto capitaõ mar no mesmo
dia a posse de GOl:ernador por Patente. que taõbem havin
trazido, assistindo-lhe o Senado da Gomara, Nobreza e
mais Povo da Gidade ; e (azendo continua guerra ao Gentio
ci.tcmnvizinho gOl.'e7"nou athe os treze ele Julho de 1553.
Deste assento oaõ só consta o dia e mez em que 00
nouo sobrediLto de 1.5lt9 se estabeleceo, e formalizou a
nova Cidade da Bahya, que foy ao primeiro de Novem-
bl'o~ dia de todos os Santos, sendo este o fundamento
cena, porque assim se intitulou, e naõ como em a outra
parte assentamos na sua Estaucia, seguindo aos mais,
que disscraõ fôra porque neste dia o primeiro de No-
,'embro entrou na sua enseada ou bahya CUl'istovaõ
Jaquez a primeira vez; mas taõbem do sobredito ns-
sento Calista, que no mez de Julho daquelle proprio
anno de 1.5lt.9. lançados os Gentios do lugCll' escolhido
para a nova cidade, se deo principio â sua fundaçaõ.
Por esta mesmo assento poderá [mm dos nossos coJ-
legas e cademicos, mudar taõbern de parecer, no que
seguia em a COlHa que deo dos seus estudos em huã
conferencia, n:l qual affil'mava que a Igreja de N. Se-
nhora da Ajuda, da qual aqui [alia o sobredito assento,
22
fôra a primeira em a- cidade, que a fundaraõ, di? elle,
ainda antes muito, q"ue Tbomé de Souza cbegasse á
Babya~ os Mercadores de Villu Velha; o que certamente
naõ podia ser, nem era passiveI, q ne estando o lngat'
ou plano da !lava cidade ((pIe be o mesmo, em que foi
levantada a Igreja da Ajuda~ qutlndo á J3ahya chegou
Thomé ue Souza) occupado ainda pelo Gentio~ que nellv
tinha Aldeia, e foi necessnrio para "se dar principio á
Cidade ova e sua fnndaçaõ, despejar o tal Gentio á
fOl'ça de annas, como era passivei terem já alli entre
estes inimigos, os Mercadores de Villa Velha levantado
I Igreja á Senhora da Ajuda? Nem era necessario para
"se saber que esla Igreja foi levantada depois que á
Bahya cbegou Tbomé de Souza, e deo principio á ftln-
daçaõ da cidade, ver ou ter lido este assento; bastav:l
vel' os maisEscriptores~ e especialmente ao Padre Vas-
concellos, na Chronica da Companhia do Brasil, donde
escreve foi esta Igreja da Ajuda das primeiras obras em
que se occnpoll em a fnndaçaõ da nova Cidade" da Ba1Jya
Thomé de Souza seo primeiro Governador, e naõ os
Merca dores de Villa Ve1l.H!.
ADDITAII ENTO III.
A' Capitania de S. Vicente. Sobre o assucar, canas,.cacáo, e chocolá(~
ser achado no Bmsil.
ADDITAMENTOVI
A' Eslancia ,3." da Digrcssaõ V.
Dos lJfinistros Provilloiaes.
• 17(H •
• , 17lH.
ADDlTA!IENTO VII.
A' Estancia 4." da Digressaõ V.
Dos ESt1ldos.
• 17ií8.
-. 17M.
ADDlTAlIENTO VIII.
A' Estancia 5.' da Digressaõ V.
Dos Escríptorcs.
ADDlTAMENTO IX.
Â.' algaas faltas da Imprensa, e descuidos da Escripta de maior nota,
e necessidade de 'emenda da La paf'te, que já está impréssa.
~A.PITULO PRIllIEIRO.
Fundaçaã, e principios deste Convento.
~'A.PIT(JLO "l.
De outras obras, que se foraã seguindo.
~A.PITULO "VIII.
De outros Bemfeítores particulares deste ccnvento,
• Tbcnlro Gcncnlogiro. .
78
com o Dezembargadol' Bernardo de Souza Estrella~ e
destes naô houve geraçaõ. Foy sempre esta SenLlOra
buã especialissiOlU bem feitora de todos os conventos
desta Provincia, porque a todos chegava a sua aifectuoza
e liberaL chal'idade. Tinha de portas a dentro Imã vasta
e bem criada Familia de Servas, e famulas, destras e
officiozas em todo o genero de custuras, e I'endas, e neste
exercicio as trazia sempre occupadas, naõ por lucro~ ou
interesse temporal do seo trabalho, mas para delle fazeI'
oifertas ás Igrejas, e culto Divino. corno o fazia a muitas
e especialmente ás de Saõ Francisco. Parecerá a alguem
encarecimento! Só para a nossa da Bahya desde o anno
de 171.lJ. athe o de 17ú.5, em que passou á outl'a vida,
deu mais de sinquoenta Alvas, que chamamos da pd--
meyra classe, esquarteadas d~ l:trgas rendas, e espe-
oiozas bordaduras sobre panos de finas beI'lauhas. Ser-
viraõ as p.'imeyras de qne fez oiferta á Sa~Cht'istia, para
a festa da abertura da Igreja nova no sobredilto anno
de 171á~ que destas ha ainda alguas com bom via, e de
outras, qtlP. pelo discurso do tempo foy dando, cm quanto
viveo, se gUéll'daõ ainda vinte e quatro intactas, como
afirma o It'maõ FI'. Francisco da Cooceiçaõ Religiozo
Leygo~ qne administra. e serve na Sa-Christia, Para
todos os conventos assim das partes da Bahya~ como de
Pernambuco, mandou hum terno desta qualidade, e
e
obra, para alguns chegou a repetir esta offerta, pondo
em todas além da obra, naõ só as Iinuas de caza, taõbem
o pano. Foy Irmã da confraternidade por carta que se
lhe passou no capitulo de-7 de Janeiro de 174.1, c fal-
leceo a seis de Novembro do anno de 17lJ.5. e no de 1758
falleceo. a doze de Dezembro o seo ultimo consol'te Ber-
nardo de Souza Estl'ella, que taõbem foi Irmaõ da coo-
fraterni~ade eleyto no capitulo de seis de Janeiro de
17lJ.9, e ambos romõ sepnltados no claustro /I0VO do
convento.. em lugar- propf'ió.. como em o seu se dirá.
79
V~PI~I1JLO XVI.
• Num. 1)29.
123
VIDi\
DO VENERAVEL SERVO DE DEOS
FREY COSME DE SAÕ DAMIAÕ.
(J~PIT~LO X"VII.
" TiraQueJ. de nobilit. cap. 10. n. 6. ido eap~ 37, n. 49, el de Primo-
genit. qurest. 8V. IIlascnrd. de probat. Cone!. 1098, n. 8.
'Í33
V.ti.PI'J.'UI~O XX.
()./l.PITU:LO XXIV.
C.tl.:PIT1JLO XXV.
RetiTa-se de Pernambuco paTa a Alagoa do Sul o "Veneravel Custodio com os
seus subditos, e mais Povo por ordem do General Mathias de Albuquerque.
. _• Pali' ~I.
t71
Forte, e mOl'te do Calabal', e voltando outra vez a acom-
panhar o mais Povo, dariaõ esta noticia a Duarte de
Albuquerque, e nãõ o Padre Pr. Manoel do Salvador,
que confol'me o que elle mesmo escreve, e se colhe
da sua narraçaõ, naõ vio, nem falluu nesta jornada
COlO Duarte de Albuquerque. Diz mais o dilto Pa-
dre, que para esta funçaõ de assistir a morte do
Mulato Cala bar, o mandou Mathias de Albuquerque
chamar ao Malto {}Onde estava escondido com alguos
Moradores; porqne naõ era muito longe, mas sem-
pre eraõ sinquo legoas da Povoaçaõ, como elle mes-
mo diz em outl'U parte *; porque assim lbe era
necessario estar cm tanIa distancia, e em Malta taõ
inculta, que o llUÕ enlendessem os Inimigos, e fi-
casse difficulloza aos Illdios, que comsigo traziaõ os
Olandezes a sua pesqniza. E se isto era assim, como ()
diz o mesmo Padre, quem naõ vê que mais difficultOiO
era, ou para o explicarmos em propria fraze, quem
Ilaõ advel'le, a pouca, ou nenhuã necessidade, que ba-
via de mandar sinquo legoas aos escondrigios do Matto
buscar hum Religiozo para assistir a hum Padecente l
lJavend(, quatro no mesmo quartel do seu Suplicio? Para
concluzaõ desta contrariedade de que o tal Religiozo.
nem foi chamado, nem com os outros assistio aquelle
acto, na propria narrativa das Memorias de Duarte de
Albuquerque, achará o melhor fundamento: porque a
ser elle só, devia p0l' força, ainda quando lhe naõ ex-
pressasse o nome dizei' : - E conf07'me a/1i1'1nou o Reli-
giozo, que lhe assistia;- e naõ, 05 Religiozos, que lhe
assistiraõ. E se estes, que lhe assi&tiraõ o affirmaraõ, e o
uaõ podiaõ affirmar, sem fallarem com Ouarte de Albu-
querque, que o escreve assim; naõ fallando com elle o
Padre Pr. Mauoel do Salvador, como se pode Vêl' do
que o dilto Padre neste lugar escreve, bem se pode eo-
.. Pago 29,
1.72
• Pago 27.
'174
UJl.PIT"lILO XXYII.
CA.PITULO XX"III.
Chega o Veneravel Custodio com os seus subditos e mais P(JI)O á Poooaçaó da>
Alagoa, e do que aUi obrou athe a chellada do General/). Luiz de Roxa,s.
f:'API'r-ULO XXIX.
(JAPI'r1JLO XXX.
U.!l-PITlJLO XXXII.
Da sua humildade, e paciencia; zelo da honra de Deos, e salvaçaõ das almas.
().&PI'J.'ULO XXXIII.
Passa desta pam a out-ra vida o Servo de Deos FI'. Cosme de Saõ Damiaõ.
CAPITULO XXX""I!
l'rocesso autentico de alguás notabilidades acontecidas no dia, em que esteve
exposto o Corpo do Servo de Deos, e de outras, que se {oraã seguindo pelo
tempo adiante, com as quaes se te; mais celebre, e 'Venerada a sua {ama
posthuma.
lhos p.nssar ,<1ssillll I;lU verdade, tiz csle tel'Ill0 por wiul~a
plaõ, ~ o <.\ss~gnei. Bahya, hoje dous de Fevereiro Ide
mil sejsceJllto,s e sessenta annos.
Pasc/wa.t. Teyxel'a Pinto.
UAPITULO XXXTI•.
Continua a materia precedente.
(;APITULO XXXVIII.
UAPIT1JLO XXXIX.
(j..4.PIT~LO XL.
De outros Religiosos, que neste ContJento completaraõ os seus dias com'
opiniaõ de virtude, e dei:.caraõ boa fama.
De alguns IleUgio,os Leygos que neste convento com boa fama p"ntalJ
termo aos leos dias.
iii~ü
LIVRO II.
Trata do Convento novo, e sua Igreja, com o mais, que lhe toca athe
o presente.
VJl.PITULO I.
Descreve-Ic o Convento novo com a sua Igrcja.
V. PITULO II.
f).~PITULO IV.
P'rosegue com a memoria de outros Religio,os de boa fama, que foraü ia
sepultr;zdos em a J [freja nova, e falleceraü aqui com opiniaü de virttLde.
(;A.PIT1JLO VI.
Do Hospício da Boa "Viagem no arrebalde da. Bah1Ja.
(jAPITULO "VII.
Da Veneravel Ordem TerlJe1Jra da Pllnitencía do Convento du Bahya.
SERIE 1..~
~
Este Irmaõ foi insigne hem-
ANNOS.
1635. O B. P. Prego FI'. Pantaleaõ Baptista.
1636. O V. P. Cusl.° FI'. Cosme de S. Damiaõ, fun·
dador da Ordem.
1637. O R. P. Prego FI'. Manoel Baptista.
1638. O R. P. Prego FI'. Joaõ de Braga.
1639. O R. P. Prego FI'. Jacome da Purificaçaô.
1641. O B. P. M. FI' Antonio dos Martyres.
1.645. O B. P. Prego FI'. Manoel da Conceiçaõ.
1649. O B. P. M. FI'. Daniel de S. Francisco.
1657. O B. P. Prego 1"1'. Jacome da Purificaçaõ.
1666. O R. P. Prego FI'. Francisco do Oestel'l'o.
1667. O B. P. Prego FI'. Francisco da Conceiçaõ.
1671.. O R. P. Prego FI'. Joaõ Capistrano.
1682. O R. P. Prego FI'. Thomllz da Prezenlaçaô,
Ex-custodio.
1691. O R. P. Prego FI'. Gaspar de S. Anlouio.
1.703. O R. P. Prego FI'. Luiz de Jesus Quaresma.
1707. O R. P. Prego FI'. Vicenle das Chagas, Ex·
custodio.
1708. O R. P. Prego FI'. Domingos dos Anjos, Ex-
Diffinidor.
17H. O R. P. M. FI'. Jeronymo da Resul'I'ci-
çaõ, Ex- Diffioidor.
1723. O R. P. Prego FI'. Vicenle das Chagas, Ex-
Custodio.
1725. O R. P. Prego FI'. Cypriano de S. Ju1í<lÕ,
Ex-Cuslodio.
i 735. O Pt. P. M, fI'. Manoel da Resl1l'l'ei~aõ,
Ex·Diffinidol'.
315
1738. O R. P. Prego Pr. Arceoio da Madre de Oeos,
Pro-Commissario.
i739, O R. P. Prego Fr. MalHlel das ~tercês, Ex-
Diffinidor.
1745. O R. P. M. FI'. Joaõ da Prezentaçaõ Cam-
pelly.
175i.. O R. P. M. FI'. Boaventura de S. J()seph.
i753. O R. P. M. FI'. Joaõ de Oeos. Pro-Com-
missario.
1754. O R. P. Prego FI'. Leonardo da Conceiçaõ,
Ex- Oiffinidor.
U.....PITULO "VIII.
Sobre a tnateria precedente.
PARTE SEGUNDA..
liVRO PRIMEIRO,
Tt'ata da {undaçaõ do Convento de S. Francisco da ci--
dade da Bahya ; Religio'Zos, que floreceraõ em vir-
tude, e aM estão sepultados, e do mais, quea esta
caza diz respeito, e !te digno de memoria.
Pago
Cap. i. Fundaçaõ, e principios d.este Convento, 41
Cap. 2. Quem fez a d,Ha do sitio. para a nova·
fundaçaõ. 47
Cap. 3. Se bavia no lugar cm que se fundou o
Convento a capella nomeada de Saõ
Francisco. 53
Cap. h. Da-se principio á fnndação do Con-
venlo. 56
Cap. 5. Continua-se a materia do capitulo pre-
cedente. 60
Cap, 6. De outras obras, que se foraõ seguindo. 64
]1
LIVRO 8EHUNDO.
Trata do Convento novo, é sua Igt'eja, com o mais que
lhe toca athe o prezente.
Pago
Cap. 1.. Descreve-se o Convento novo com a sua
Igreja. 259
Cap. 2. Do mais corpo interior da Igreja. 265
Cap. 3. Conclue-se a materia precedente êom
algumas COuzas mais notaveis, que
dizem respeito a esta Igreja. 273
Cap. 4. Prosegue com ti memoria de outros
ReH~~ozos de boa fama, que foraõ
sepultados em a Igreja nova, e falle·
ceraô com opiniaõ de lil'Lude. 276
VI
00
VOLUME U.
IIQII
RIO DE ....NEIRO.
TlP. BRASILIENSE DE MAXIMIANO GOMES RIBEIRO
RUA no SABÃO N. 114.
1861
l~IVRO II r.
Trala da fundaçaõ de onze Convenlos, com ludo o mais que
a clles diz ordem.
VAPITULO II.
De alguãl coulal moi, notaveil. que neste Convento aconteceraõ, em quantq
os Olande::el dominaraõ a capitania de Pernambuco,
(J~"'PITIJLO "II.
Da Yeneravel Ordem Terceyra da Penitencia neste Convento.-
FUNOAÇAÕ 00 CONVENTO
De Santo Antonio da Cidade da Paraiba.
(j.tl.PI'J.'IJLO T.II.
Principiol delta fundaçaiJ.
~A.PI'''''lJLO x.
ContinuaiJ-se os progressos do Convento, e do que nelle aconteceo pela inw-
zaõ do inimigo Olandez neste paiz, com a noticia de dous Recolhimen-
tos, ou Oratorios, lJu~ fleHe levantaraü os Relígiozos.
--~~ ....
ContintlM-se os progressos desta cam depois da restauraçaõ da terra
athe o pre;ente.
(jAPI~'.rLO XII.
PelSoas, que elegeraõ ser sepultadas na Igreja deste Convento, e de algun.
particulares bem/eitores.
~.tl.PI'~lJJ.,O XIII.
Vo, Religiozo" que 'e achaiJ sepultado, ne,te Con\)/lnto e {alleceraõ com
opiniaõ, e {ama de virtude.
CJA.PIT.rLO XIV.
:Da Veneravel Ordem Terceyra da Penitencia do Convento da Paraibâ.
... .~
VA.PIT1JLO X "I.
'€ontinu.-se mataria a.pr-ecedente com a fundação do Convento.
Vll.PITIJLO ·X"VII.
Dos Religiozos de tnrttule. que tiveraõ sepultura neste Convento.
~Jl.PI'I'ULO XIX.
.....
'.
h2ü
o Administrador.
á21
o que mais se segue são os termos COlllmllns do Ta-
balliào, como assim trasl<ldou os alHos, e esta doaçào,
e a resgislou, etc.
(j.tl.PI~'ULO XX.
lJAPI,.,tJLO XXI.
(jJl.P_1'IlLO XX'_I.
lJcn ReligioiOos, que com llpiniall 'de virtude falleceraõ neste ConventO'
nos seo. principio",
PUNDAÇIO DO CONVENTO
De S. Antonio da Villa do Recilfe
E~I PERNAMBUCO.
()ll.PIT~LO XXI".
Principio, e progru,o' de,ta fundaçaü.
UAPITlJLO XXVII.
De alguãs graças feitas pelos sen1lores Reys a este Convento, e do que nelle
passou com a intruzão dos Olandezes em Pernambuco.
.
,
lJ.55
, Pago 33 ver!.
456
De alguns beneficias do Santo Titular desta caza. feitos aos seos devotos, com
a noticia de Imã Capella sita no Engenho Velho do Cabo districto de6te
mesmo Convento.
bum dos seos Irmaõs, que na sua Capella 011 Cllzas fle
exercicios se enterrarem; o que tudo depois achando·se
ja em Pernambuco o P. Provincial Fr. Jacome DO se-
guinte anilo de 1696, se confirmou por Imã escriptura
de nove do mes de Abril deste mesmo aono, assistindo a
ella o diLto Provincial, o syndico do Convento Joaquim
de Alrneyda, o ministro Commissario, e mais Irmaõs da
Meza, e assim, logo a tl'eze de Mayo seguinte do mesmo
anDO se deo priucipio á oora. Benzeo a primeyra pedra
o P. Provincial, com assistencia do Governador da Ca-
pitania Caetano de Mello e Castro, que foi o que a lançou
no alicerse, sendo Commissario, c ministro os mesmos.
No meyo da nossa Igreja se abrio o arco para asna.
Pilssados desaseis mezes, no de Septembro a quinze do
ontro anno de 1697, sendo ministro Joaquim de Almey-
da, e o mesmo Commissario, estando jáacaballa a Igreja
a belJzeo el\e, e se celebrou logo o Santo Sacrificio da
missa [Jl) altar maior, tomando pOl' titnlal' as chagas do
Santo Patriarcha, qlle so\ellJOizaõ no dia 17 de Setem-
bro de manhã com Sennaõ, e de tarde se publíca a
eleyçaõ de ministl'o, c mays Irmaõs da sua meza.
lJ.1.9. Assim, e com li mesma brevidáde se foraõ conti-
nnando as mais obras, como hoje se vem, Sacbristia por
detraz da Capei la, Claustro com seo peitoril em todas
as quadras, e dous corredores por cima, um pela parle
do Nascente, e sobre a Ru~, que passa para Palacio,
em o qual tem o seo consistorio com varandas para ella,
e outro sobre a caza dos seus exercicios. Nesta tem
Capella e Altal' consagrado ao Santo Christo com Imã
perfeita Imagem do Senhor na Cl'UZ. POI' hum e ontro
lado do COl'pO desta caza varios nichos ou armarios, em
que cstaõ depositadas todas as Imagens dos seos Santos
que entraõ na Procissaõ de cinza. Nesta se entel'r3Õ os
seos Irmaõs defuntos. Desta caza ao lado da parte do
nosso Convento, entre as grades do seo cruzeiro e Ca"';'
. p'ella se passa para olltl'a caza, na qlJal os aunos passados
JABOAT,uI. PART. II. VOI" II. 59
ll66
fJzeraõ "CapeHa ·com Altar e todo o mais ornato para os
exercicios dos seos Noviços, abrindo o arco de pedra
lavrada para a sahida do seo claustro. Assim esta capel-
IiDha como a dos seos exercicios, Sachristia, e Igreja
estaõ com toda a pe,'feiçaõ de Retabu!os, c1ou\,(lmentos,
e mais O1'Oatos pI'eciozos, e ricos que costuma o conhe-
cido zelo destes I,'maõs, e bastante patrimonio, que tem
aqui a slla Ordem, Entre este, administ,'a ella a Capelli-
Dha, em que se diz missa aos J}rezos da cadêa, instiLuida
por Manoel l"erreyra de Carvalho, Il'maõ Tel'ceyro, com
patrimgnio de val'ios bens de raiz, e pensaõ de sua
missa quotidiana por sua alma, Fica esta Capella no
andar da Rua que vai de Palacio pelo nosso Convento
adiante da parte da maõ direita, ficnn(lo-lhe da outrn
parte a cadeya, entre a qual e n cappllinha corre a Rua,
He pequena, em forma de ol'atol'io, com seu arco, e
pertas, e dentro naõ consta mais, que do Altar para a
celebra çaõ da missa.
lt20. NoallDo de 1720 a quatorze de Fevereyro, senou
Provincinl a primeyra vez FI'. Hilario da Visitaçaõ mi-
nistro reeleyt:o Manoel Lopes SanL' Ago, Commissario
Fr, Sel'afim da Porciuncllla, depois de vencidas alguàs
difficuldades, e opposições, entre os da cidade de Olinda
e estes do ReciITe, querendo aquel1es, pelu vizinhança
das Praças embaraçar os do Recitfe, se fez a sua pl'ocis~
saõ de cinza, continuando-se alhe agora, com tooo o
ornato e culto, que pede laõ devota, I'eligioza, e agra-
uavel fUDcçaõ.
ll21. Sendo ministro desta Veneravel Ordem Josp.ph
'Peres Campello, que entrou no anno de 1722, e o foi pOI'
quatro annos continuos, movido de zelo, e amor aos
seus I"maõs pobres, e enfermos, intentou fazer hum
hospital para se cnrarem nelle, e com etfeito aleançada
a licença dos Padres do Capitulo de dOlls de Janeyro
de i 723, lh~ deo principio em primeyro de Novembro
dellte mesmo anno. Benzeo a primcyra pedra. o Guardyaõ
ú67
~_il.PI~'IJLO XXX.
De algutlslrmaõs de virtude da VeneraveZ Ordem da Penitencia n8.Ytlr(,;otl-
vento do Reciffe.
SERIE :1.-
Annos
. tJ.tl.PI~'IJLO XXXV.
Dos Religiozos, que neste Convento falleceraiJ com opiniaü de virtude, e do
mais, que lhe pertence.
En EI- t1ci faço saóer aos que este alvará virem que o
Custodio, e mais Religiozos da Custodia de S. Antonio
do Estado do Brazil, me euviaraõ dizer por sua petiçaõ,
que no dillo Estado linhaõ silllados alguns Conventos
com muito proveito das almas, e augmento da Religiaõ
Cbrislã,e por assim seI' havia muitos povos,que lhe pediaõ
fizessem Outl'OS de novo por a terra ser muy grande, e
háver nel1a muita gente, que muitas vezes pela distancia
das Igrejas deixavaõ de ouvir missa, e coufe5sar-se por
carecerem de quem lhes administrasse os Sacl'amentos,
tantas vezes quantas eraõ necessarias, o que principal-
mente, e de prezente pediaõ os moradores do Recoucavo
da Bahya, e os da Villa de S. Panlo, e outras Capita-
nias; pelo que pediaZí lhes desse licença para poclerem
edificar os dillos Conventos, e nas mais partes doude
fossem requeridos; pois era em taõ grande serviço de
Deos, Nosso Senhor, e proveito das almas: e visto seo
lt.99
requerimento, e informaçaõ que se houve pelo douh)l'
Arrouso Garcia Tinôco dezembal'gador da casa da supli-
caçaõ, que o foi na relaçaõ do Estado do Brazil, e o que
dena constou; Hey por bem delles fazer mercê de lhes
dai' licença para poderem edificar os dillos Conventos
assim no Reconcavo da Bahya, e villa de S. Paulo e
uas mais parles, que lhes parecer onde lhes for reque-
rido, como pedem, consentindo nisso as camaras, com
declaraçaõ, que daraõ conta ao governador do Estado
do Brazil, qne bOl'a he, e ao diante for das Capitanias,
e sitios donde quizerem edificai' os dillos Conventos; e
sem sna licença, e aprovaçaõ o naõ poderaõ fazer, e a
seos superiores encarrego muito, que enviem áquelle
Estado Religiozos de letras, e satisfaçaõ, e taes, quaes se
requel'em para o ministerio da conversaõ das almas.
Pelo que mando ao governadol' do Estado do Brazil que
hora he, e ao diante for, chanceller, e dezembargador
da I'elaçaõ delle, e mais juizes, e justiça, officiaes, e
pessoas, a que o conhecimento disto pertencer, cumpraõ
este alvará inteiramente, como nelle se contém; o qual
será registado nos livros da dilta Relaçaõ, e mais partes
necessarias, e valerá como carta sem embargo da orde-
uaçaõ em contrario, Pedralvez o fez em Lisboa a viote
e oito de Novembl'o de mil seiscentos e vinte e quatro.
-Ma noel Fagundes. o fez escrever.
Rey.
1)00
fJA.PIT"lJLO .XXXVIII.
FIU memoria· de hum Religiozo ãc virtude, e de hum lrmaõ donato, com
a da Ycneravel Ordem TeTceyra. da Penitencia deste Convento.
VAPITlJLO XL.
Proseguc a mesma materia com a bnve noticia de hum Religiozo de virtu-
de, c (mtras mais pertencentes a esta casa.
UA.PI'I'tJLO XLI.
()64.PITULO I.
Trata-se, e he conseguida a independencia de,tlJ Custodia.
€'~PI'I'ULO II.
Prinoipios, e progressol do Convento de Paragua,r..
Vl~PI~'UL.o v.
De alguns casaI dignos de nota, succedidos. ou que dizem ordem
a este Convento,
(;,&,PITlJLO VI.
Fundaçaõ c principias do Convento de S. lJoaventura de CassaraM.
FUNDAÇAÕ DO CONVENTO
De S. Antonio da Villa do Cayru.
VAPTIJLO IX.
ConclUB a momoria da S61'tJa de D80. Afltonia de Padua, com a de dou.
lrmaã. S80S.
{;APITULO X.
Dos Religiozos que neste Convento falleceraõ com boa opiniaõ, 8 do mai,
que a e/la pertence,
SENHOR.
-Os oIDciaes da Camara, Ouvidor da Justiça, e Vi·
gario da Igreja Matriz desta ViIla do Cayrú, Capitania
da Bahya de todos os Santos nos Estados do Brasil, re-
prezen'taõ a V. A. como leaes Vassallos as inconvenien-
das, que em todo o seo districto, e taõbem nas Viii as do
Cnmamu, Boypéba, e Ilhéos, padecel'aõ por falta de Mi·
nistros, e operarios necessarios nestas remotas Regiões
-se se extinguisse o Convento de S. .~utol1io do Cayrú
de Religiozos Capuchos, que ha muiLos annos na dilta
"ma do Ca'jrú se edificou, pela sum ma po b.·eza, e mi-
zeria de toda a terra, e naõ haver "ella outra lavoura,
mais que a de fal'juha de páo, e essa mesma atenuada
por cansa da invazaõ, que os Indios os anDOS passados
fizeraõ em todo o seo districto, com que fical'aõ os Mo-
radores impossibi1iLados de poder SOCCOITer aos dillos
Religiozos Capuchos, I)em poderem dar ajuda para le-
vantarem o Convento que todo cahio por terra, naõ fi·
cando mais, que a Igreja em pé, e nella se recolhem os
dittos Religiozos, que ao prezente tem o Convento, as·
sistindo utllle vinte Religiozos nos tempos passados, ado
ministrando os Sacramentos, e pregando a palavra de
'Deos; e Daõ havendo nestas quatro ViIlas nenhum Con-
vento de algulís das Sagradas Religiões; e estes Religio-
zo~ Capuchos faltan do destas partes, se atenua raO de todo
as dillas Villas; pOl' quanto n experiencia tem mostrado,
que nas partes onde estes Religiozos estaô, se augrnentaõ
08 Povos, no serviço de Oeos, e devoçaõ, recebem grau..
de fruto. e V. A, servido Da obediencia de seos Vas-
saHos, sem mais interesse, que o referido, pelo que
Pedem a V. A. prosu'ados a seos pés, queira soc-
correr com sua gl'undeza o clilto Convento com a es-
rooHa ordinaria, que se dá na Cidade da Bahya aos Con-
ventos \lIas mais Religiões, de huã pipa de vinho, deus
barris de azeite, tres arrobas de cêra, e huâ quartola de
Carlnha do Reyno para o Santo Sacrificio da Missa, e
581
alumiarem o Sanlissimo Sacramento do Altar em 'Cada
bum anno, que para o mais sustento do Convento os Re-
Jigiozos se accommodaõ como pobres com a mizeria da
terra, visto nella naõ haver gado, mais que algum peixe
e a farinha de páo em todo o discurso do anDO: no que
receberaõ esmolla, e Mercê.
535. Naõ se acha nos livros deste Convento o des-
pacho desta supplica, mas be certo, foi bem aceita de
S. Mag. pois por outra Provizaõ slla de 22 de Fevereiro
de 1701., diz assim~Visto ser acabado o tempodesioGo
annos, porque fui servido mandar dar ao Convento da
Villa do Cayrú trinta mil réis de ordinaria cada anoo~
para azeite, vinho, e cêra para o culto Divino, hey por
bem se continue aos dittos Religiozos por outros sinco
annos, o dar-se-Ihes os mesmos trinta mil réis, que já
liveraõ cada anno, etc. No de i 704 sendo Viga rio Pro-
vincialo P. FI'. Cosme do Espirito Santo, se fez nova
supplica, em 4 de Mayo para se continuar esta ordinaria
sem limitaçaõ de tempo. Chegou a Lisboa quando estava
com o Governo a Rainha da Gran Bretanha Infanta de
Portugal, mandou esta Senhora informar-se do Prove-
dOI' MoI' da Bahya Francisco Lamber~o, por cal'ta que
lhe escreveu em selte de Outubro do sobreditto anno
de 1. 704. Quando chegou a lJortugal esta informaçaõ naõ
achamos: mas tomando a posse do Reyuo o Senhor D.
Joaõ V, nos fins do anno de 1706 em 9 de Dezembro,
logo no seguinte de 1707 em 21. de Março mandou pas-
sar Provizaõ para se continuar a ordinaria dos trinta
mil réis perpetuamente, como alhe agora se executa.
Acha-se l'egistada esta Provizaõ no liv. 5. dos Regis-
0
tJAP....·ULO XI.
Principio do Convento da Ilha Grande.
UJl.PITIJLO· XII.
Prin6lpio do Convento da yt/la de ltanhanhem.
U..'i.:PITIJLU XIII.
U1I.PIT"lJLO XI".
Principio do Convento de Nossa Senhora do Amparo da Ilha d6 S. Sebas-
tiaõ no Rio de Janeyro•
e'J o_e I I .,
LIVRO V.
He confirmada em Provincia a Custodia do Brazilj celebra o seo primp-yro
Capitulo. Principios do Custodia do Rio de Janeyro, passa taõbem a Pro-
vincia. Conventos, com que fica cada huil. Concluem-se as duas funda-
ções principiadas, com outras noticias.
UA.PI'rlJLO I.
He confirmada em Prouincia a Cmtodia do Bnuil.
..,
atLefllal'ij non obstaotibus pl'remissis, ae consLitulio-
nibus, at ordioalioni~us Apostolicis, necnon quatenus
opus sit, Ordinis, Pl'ovincire, Custodi<p, et Convenluum
hujusmodi, a1iisque quibusvis; etiam juramento, con-
firmatione Apostolica, vel quavis firmilate alia roboralis,
.slatutis, el conslleLudioibus, privihigiis quoque, indul-
,tis, et lilleris Apostolicis in cOlltrarium pl'remissorurn,
quomodolibet concessis, confil'matis, et innovatis. Qui·
bus omnibus, et singulis illol'um tenores prresen libus
pro plene, et sufficienLel' expl'essis, et ad vel'buUl iuser~
tis llaaentes, illis alias in suo robore peL'lllansul'is ad
prremissarnm effectum hac vice-duntaxat specialiter, ct
expresse derogamus, creteris'que contrariis quibusClllll-
que. Batllm Romre apud Sanctam Mariam Maiorem, sllb
unnulo Piscatol'is die XXIV. AugusLi MDCLVll, Ponti-
ficaLus noslri anno terlio.-SumpLum ex minula origi-
nali Breviulll Secretorum Sanctissimi DOlllini nostl'i
AlexandJ~i Papre Septimo co.llaLum concordal.-G. Gual-
terius.
Loeus + Annuli PiseaLoris.
lu Dei no mine. Amen. Prresenti publico Instru-
mento Visuris ubique pateat evidenter, cL uotum sit,
quod anno ab ejusdcw DOlllini nostri JeslI Chrisli Nati·
viLaLc millesiUlo scxceulesimo quinquagcsimo septimo.
ludicLionc deci lUa, die vera duodecilllu meusis Seplern-
bris, PonLificalus uulem Sunclissimi in Cllristo Patris,
et Domini noslri Pap::c Alexandl'i Pp. ViL .. retro seri-
pta copié. Brevis APOSlOlici sub Auuulo Piscaloris expe-
dicli per me Nolarium infrascriptulll de verbo ad verbum
e suo pl'opl'io ol'igiuali milli exhibilO ex.Lracla fuit, qure
poslea per me diligenler collaLiouala originalc illius Ex-
hibenli restitui: lu qUOl'lllll fidem, ele. DalulU Romre iu
olicio meo elc, llis die. et anno supradiclis.
lLa esL. MlIlills Gui<.liolus.
595
CONVENTOS
Com que se edgio a Custodia do Rio de Janeyro.
CONVENTOS
'Com que 'ficou esta Provincia.
().-l.PI~'lJLO I I I..
Do Convento do Penedo, com o que lhe di:::. Ordem desde a lua funddafaõ
athe o prezenú.
VA.PIT"ULO IV.
Pri'!cipios. e progrelsos do Canvento da Villa da Alagoa.
•
610
UA,PITlJLO "VI.
Da Yeneravel Ordem Terceyra deste Convento, com a noticia de alguns dos
,çeos lrmaãs de boa fama em virtude.
LJV.RÜ 1[1.
T,'ata da /imdaçaõ de onze Conventos, com tudo o mais que a
elies diz m,dem.
Pago
Cap, t. Fundaçaõ do Convento de S. Antonio da Vil1<l
de Iguaraçú. 323
Cap. 2. De ah!Uãs cousas mais notaveis, que neste Con-
vento acooteceraõ, em quanto os Olandezes
dominaraõ a capitania de Pernambuco. 326
Cap. 3. Do que mais passou neste Convento depois da
Restauraçaõ athe o prezente. 332
Cap. li. De alguns beneficios feitos aos moradores de
Iguaraçú pelos gloriosos Padroeyros Santos
Cosme e Damiaõ. 337
Cap. 5. Favores, que fazem os nossos l\Ionarchas a este
Convento a instancias da Camara dr' Villa. 339
Cap. 6. Dos Religiozos, que neste Convento completaraõ
o curso da vida com opiniaõ de virtude. 342
r.ap. 7. Da Veneravel Ordem Terceyra da Penitencia
neste Convento. 352
FUNDAÇÃO DO CONVENTO
De Santo Antonio da Cidade da Pamiba.
FUNDAÇÃO DO CONVENTO
De S. Antonio da Villa do RecifTe em Pe1'7lambuco.
SERIE La
SERIE 'l. a
FUNDAÇÃO 00 CONVENTO
De S. Antonio de Pojuca.
LIVRO IV.
Fica a Custodia do B1'azíl independt!nte da Província de S. An-
tonio de Portugal. F'Undaõ·se selte COnlJentos. Acceitaõ-se
dous, com outms particularidades athe a sua total sepamçaó.
Pago
Cap. 1. Trata-se, e be conseguida a independcncia desta
Custodia. 52ú
FUNDAçÃO DO CONVENTO
LIVRO' Y.
He confinnada em Província a Custodia do Braiil; celebra o seu
primeYTo Capitulo. Princípios da Custodía do Rio de Janeyro;
passa taõbem a P'·ovincia. Conventos, com q.ue fica cada huã.
Concluem-se as duas fundações principaes, com outl'as notictas.
Pago
Cap. 1.. He confirmada em Provincia a Custodia do Brazil. 591.
Cap. 2. Principios da Custodia do Rio de Janeyro; Con-
ventos da sua jurisdiçaõ, seos primeyros Pre-
lados, e passa taõbem a Provincla. 598
CONVENTOS
CONVENTOS
DICA
DOS FRADES MENORES DA PRO~INCU DO BRASIL.
POR
DO
VOLUME III.
JlIO DE J~"NEIRO.
U,&PITlJLO PRIlJIEIRU.
Origem, 8 principio de.ta fundafaõ.
PROVIZÃO REAL.
PROVIZÃO REAL.
- Eu El Rey faço saber aos que esta minha Provizaõ
virem, que eu fui servido conceder licença aos officiaes
da Camara, Nobreza, e Povo da Cidade do Salvador, Ba-
hya de todos os Santos para fazerem hum Mosteiro de
Religioza& na ditta Cidade, e me pedirem agora lhes
concedesse a Ermida de Nossa Senhora do Desterro
para nella fundarem o ditlo Mosteiro, por estar para
isso em lugar muito accommodado, e se baver feito
com as esmollas daquelle Povo: Tendo a tudo respeito,
e á informaçaõ, que sobre isso se tomon do conde Vizo-
Rey do Brazil: Hey por bem, e me praz de conceder aos
diUos officiaes da Camara, Nobreza, e Povo da ditta Ci-
dade da Bahya, a licença que pedem para que possaõ
fundar o Mosteiro de Religiozas, que lhes tenho conce-
dido, que haja naquella Cidade no Sitio da Igreja de
Nossa Senhora do Desterro, por ser o lugar mais de-
cente e'accommodado, que ha em toda aquella' Cidade
para vivenda, e clausura das Religiozas que RelIa haõ
de assistir: Pelo que, mando ao meo Vizo-Rey, e Capi-
taõ Geral do Estado do Brazil, e a todos os mais Minis-
tros de J usliça e Fazenda delle, a que pertencer, cumpraõ
esta Provizaõ, e a façaõ muy inteiramente cumprir, e
guardar, como nella se contém, sem duvida alguã, a
qual valerá &c. Paschoal de Azevedo a fez em Lisboa a
selte de Fevereyro de 1.665. O Secretario Manoel Bar-
reto de Sam Payo a fiz escrever.
Rey.
630
580. Esta Provizaõ, como se vê, foi passada a' sette
de Fevereyro de 1.665 antes da outra, que já trasla-
damos de seis de Julbo do mesmo anno de 1.665; e pelo
que nesta, que acabamos de escrever se contém, e diz
Sua Magestade: Que fora servido de conceder licença
aos Camaristas, Nobreza, e Povo da" Babya para fun-
darem bum Mosteiro de Religiozas na sua Cidade;-e o
torna a repetir mais abayxo:-Que possaõ fundar o
"Mosteit'o de Religiozas, que lhes tenho concedIdo,-
mostra, que já antes daquella do mez de Julho, e desta
do mez de Fevereyro, havia passado outra pal'a a mes-
ma fundaçaõ; mas como naõ achamos nos livros da Ca-
mara, nem nos do mesmo Mosteiro aquella primeira,
escrevemos aqui, como ta I a que fica tL'esladada, e pela
qual se concede a fundaçaõ do Mosteiro na Cidade, sem
explicar fosse este na Ermida do Desterro.
581.. Com esta ordem dei Rey para se fuudar Mos-
teiro de Religiozas de San ta Clara na Babya, e ser este
na Capellinba do Desterro, lhe deraõ principio os Mo-
radores, e Camara no anno de 1.665. Consta ser neste
anno o principio da tal fundaçaõ, de huns Autosjudiciaes
entre os lrmaõs da Igreja da Saude, e o Arcebispo, nos
quaes em hum dos seos Artigos se dizassim:-Proval'á,
e consta da Pl'ovizaõ de Sua Magestade, cuja copia se
ajunta reprezentar-se ao ditto Senhor, em que o Con-
vento do Desterro das Religiozas de Santa Clara foi
fundado no anno de 1.665 na Igreja do Desterro.-Estes
termos - Foy fundado -naõ querem dizel' absol.utamente,
que DO tal anno fosse concluida, e completa a fUlldaçaõ
do Mosteiro; mas s6, que Deste anno se lhe deo princi-
pio; porqne, ainda seis annos ao diante no de 1.671.,
como consta de huã Escriptura da mesma Camara, de
que logo se fará mençaõ, dizem os taes Camaristas, que
o seo Senado estava fundando, hum Mosteiro para
Freyras aonde está a Igreja de Nossa Senhora do Des-
terro. E foi sem duvida muy vagoroza, e dilatada esta
6;;1
VAPI'I'ULft II.
Prosegue a mesma materia com novas S1:Jpplicas aos. nollos -blonarcha,.,
e d SJ Apostolica.
CLEMENTE Pp. X.
Para fuLura memoria desLa graça. Pouco tempo ha,
que os amados filhos o Senado, Vereadores, e mais of.
ficiaes da Camara da Cidade da Bahya de todos os Sau··
tos no Brazil, fizeraõ que se nos declare, que havendo
mandado o Papa Clemente nono nosso Predecessor de
glorioza memoria, POI' huãs letras suas expedidas em
forma semelhante de Breve aos lI'eze dias de Mayo de
mil seiscentos e secenLa e nove, que se erija, e insLiLua
para sempre na mesma Cidade hum MosLeiro de Freyras
debayxo da segunda Regra de'Saõ Francisco, chamada
das Urbanas, e sob a jurisdiçaõ do ordinario do Brazil,
que pelo Lempo adiante fór; e para que se provesse a
tempo a direçaõ do dillo novo Mosteil'o, e de suas
Freyras, e a illstruçaõ na disciplina, e costumes da Re-
gra, lia vendo concedido facu Idade para serem transfe-
ridas de algum outro Mosteiro sujeito á jurisdiçaõ do
ordinario, que esteja no Reyno de Portugal, ou dos Al-
garves para o novo acima declarado pOl' caminho di·
reito~ e sem alguã di versam para outras partes, quatro
Freyras, que por sua idade, prudencia e zelo, sejaõ ha-
beis para introduzil' no tal novo Mosteiro a disciplina
regulaI', sendo com Ludo para isso necessario o seo con·
sentimento dellas.. e do ordinario o lugar, aCLlmpa-
nbando ás Senhoras Nobres, (e podeildo-se commoda-
mente fazer,) suas mais cllegadas PaI'eotas, de tal modo
que estas Laes freyras habitassem no dilto novo Mos-
teiro por espaço sómenle de seis annos, se conforme ao
arbiLrio do ditto ordinul'Ío do Bruzil, este tanlo tempo
639
pedisse a inlroduçaõ da disciplina regular, como mais
largamente d'outro mOdo se contém em as dittas letras:
Mas, como em Portugal escassamente, antes na ver-
dade, nem ainda escassamente se pódem achar Freyras
Fundadoras e Instituidoras, que queiraõ tomar para o
Brazil hum caminho taõ comprido, e cheio de tantos
incommodos, difficuldades e pCl'igos, pelo qual hajaõ de
tornar acabados os seis annos; e na Cidade de Lisboa,
donde partem as Náos que vaõ para o Brazil, e nas Pro-
vincias cbamadas de Riba-Tejo, e Alem-Tejo, mais che-
gadas á ditta Cidade, se acha hum só Mosteiro de Frey-
ras de Santa Martha da urdem de Saõ Francisco, su-
jeito á jllrisdiçaõ do ordiuarin, e nenhuã Freyra deste
tal Convento queira hir pal'a o Brazil; porém em outros
de Freyras d~ mesma Ordem, sujeitas ao governo, e re-
gimento dos Frades della, muitos dos quaes Mosteiros
saõ bem reformados, naõ faltaõ Freyras em grande nu-
mero, que estaõ aparelhadas para irem para o Brazil
pam etIeito de dirigirem, e insfruirem o novo Mosteiro,
e snas Freyras, dezejaõ muito elles snpplicantes, que
lhes demos provimentu, e permissaõ a tempo, (como
abayxQ) nas sobredittas couzas: Portanto, querendo
nós favorecer seos dezejos neste particular, quanLo com
o Senhor podemos, e absolvendo Da forma deste Bl'eve,
suas singulares Pessoas, e julgando, que devem ser ab-
solvidos de quaesquer sentenças, censuras, e penas Ec-
c1esiasticas de Excommuubaõ, suspensaõ. e Interdicto,
e de ouu'as impost:ls por direito, ou ab homine., em
qualquer occasiaõ, ou por qualquer cansa, se em alguã
deltas tem de Qualquel' modo incorrido, pal'u bem de
conseguirem sómente o e1feito deste Breve: Inclinados
Nós ás petições, que humildemente nos foraõ feitas em
seo nome delles sobre este negocio, de conselho dos Ve-
nel'aveis Cal'deaes da Sanla Igreja Romana, nossos Ir-
maõs, a cujo cargo esLaõ os negocios, e cousulLações
dos Bispos, e dos Regulares, pel'miltimos com aulbori-
JABOATAM. PART. II. VOL. III. 81
640
dadc Apostolica pelo tlIeor deste Breve, que sejaõ le-
vadas dos Mosleiros sujeitos aos Frades da Ordem de
. Saõ Francisco, as taes FreYI'as, que haõ de ser transfe·,
ri4as. de modo que preceda seo consentimento deltas,
e habitem no novo Mosteiro por tempo de dez annos, se
estes, por arbitrio do ordinario do lugar, se reputarem
necessarios para se intl'oduzir e estabelecer a disci-
plina regulai', ficando taõbem sempre salva nas sobre-
dittas couzas a authoridélde da congl'egaçaõ dos mesmos
Cardeaes, naõ obstante as sobre<1itlas leu'as de Cle-
mente nosso Predecessor, e outras ordenações, e cons-
tituições Apostolicas; e laõbem quanto seja necessario
os Eslatulos, e costumes da dilta ol'dem, e de seos Mos-
teiros, ainda que sejaõ corroborados com juramento,
confirmaçaõ Apostolica, ou com qualquer outra firmeza,
e taõbem os privilegios pcrmittidos, e as letras Aposto.
licas de qualquer modo eoncedicias, confirmadas, e io-
novadas em contrario do referUo, as quaes todas, e
cada huã del1as, os theores das quacs tendo Nós ueste
prezente Breve por expressos, plena ria, c suficiente-
mente insertos de verbo ad vel'bum, especial, e expres-
samente derogamos, e quaesquer outras contrarias por
esta vez sómente, para o etl'eito das couzas sobrediltas,
ficando ellas com tudo em sua fOI'ça. Dada cm Roma
junto a Santa Maria Maiol', sob o Anilei do Pescador aos
vinte de Outubro de mil seiscentos e seLteota e dous
annos, 00 terceYI'o do LlOSSO POllliticado. J. G. S. Lu-
sio.-Lugar do Sello +.
Aqual·tl'aduçaõ do Bl'eve Original Apostolico por
my Antonio Freyre ue Siqueira, Notado Apostolico
nesta Côrte e Cidade de Lisboa, approvado pelo ol'di-
nario della, e descripto no Archivo da CllI"ia Romana,
fielmente feita, sendo por my, e o Notario inrra Es·
cripto, com o mesmo Breve original conferida, a acha-
mos verdadeiramente concordante com elle no sentido
formal das palavras Latinas, que se contém no ditlo
BI'eve, a que me I'eporto; e pai' assim sei', se lhe deve
dar a ella em juizo, c fóra delle tanto credito, como ao
Original, se fosse aprezentado. Em fé do que assignei de
meos sigllaes costumados publico e razo, que taes sab.
Rogatus, cE requisitus. Em Lisboa 110 nltimo dia de De-
zembro de mil seiscentos e settenta e sinco. Traduzido,
e cODrerido com o Original por my +
Notario Apos.
tolico.
Antonio FreYl'e de Siqueira~
Receby a Bulia Original.
Lniz Gonsalves Costa.
590. Com este Breve de sua Santidade para serem
extrahidas as ReJigiozas Fundadoras de algum Mosteiro
de S. Clara, sujeito á jurisdiçaõ dos Prelados, e supe-
riores de Saõ Francisco, repetindo Sebastiaõ de Brito e
Castro as suas supplicas ao mesmo Principe O. Pedro,
já ~ este tempo corôauo Rey, depois de ouvidos em con·
sulta todos os Tribunaes, alcançou hnm Alvará seo de
nove de Janeiro de 1.676, com as declarações seguintes:
-Que os Officiaes da Camara da ditta Cidade do Sal-
vador, e seos Moradores podessem fundar á sua custa
hum Mosteiro de Religiozas da observaDcia de Saõ Fran-
cisco, cnjo numero naõ excederia o de sincoenta, e sem
sel'em da primeira Regra de Santa Clal'a; as quaes se-
riaõ sujeitas ao ordinal'i'o, eque só tivessem de dote oito
mil cl'lIzados, como renda estabelecida em fõros de
cazas, fazendas &c., e Daõ passaria nunca desta quantia.
591. Esta Ordem do Senhor Rey D. Pedro II, se
naõ' acha registada nas Camaras da Bahya Secular, e
Ecclesiastica, nem ainda no Archivo do Mosteiro, como
taõbem se naõ acha outro Breve do mesmo Pontifice
Clemente X· *, o qual Breve diz o R. Chronista dos Al-
garves, tralando desta materia, fôra passado a 28 de
• BeJlem, 4. Parte, foi. 7, n. 16.
642
Outubro de 1675, como taõbem do mesmo Author he
a noticia da sobredita Ordem do Senhor Rey D. Pedro II,
de que trasladamos as clausulas acima referidas *. Da
Ordem deI Rey naõ se nos o[erecp. alguã dnvida, e só
jul~amos seria descuido de a mandarem para a Bahya
os seos Procuradores, por se entendei' estavaõ já outras
que cOlltinhaõ o mesmo. Do segundo Bl'eve se pode com
fundamento formar duvida; porque além de ser escu-
zado, dizendo-se alli, que fOl'a expedido em 28 de Ou-
tubro de 1.675 póde ser seja este o mesmo, que aqui
fica trasladado, pois ainda qne a sua data foi em Roma
no anno de 1672, asna publicaçaõ, e autentica na
Côrte de Lisboa foi neste mesmo anno de 1675. Mas, ou
fosse este primeiro, ou outro segundo, com elle e a so-
breditta Ordem Real se conseguio o que dirá o se-
guinte~
U.ti.PI1'lJLO III.
Otrerecem·se Religioza, do Convenf~ de S. Clara de Evora para Fundadora
do Mosteiro da Bahya, para onde soo transportadaJ.
~A..PIT1JLO V.
Continua a mesma materia com alguiJ individoopaü maior, conforme
,e acha Blcripto em o Cartorio deite MOlteiro.
MEMORIAS
Dos' Principias, e nova fundaçaõ do Mosteiro de. S. Clara
da Cidade da Dahya.
UA.PITtJLO "VI.
Recolhem-IS ao 100 Mo.teiro de Eoora as Religio:ras Fundadoral.
'( Uil,PI1'lJLO X.
Rfltr.a. 1"içtoria no Mosteiro. de S. Clara, faz profí.saõ oom notam,
" progressos do sso espirito.
"
CAPITULO XI.'
l. ., I' I • d
,
•. l , • J I' ) t', . •
,6lJ.6.' O~C'lP~Ddo ,O tempo.oesteS.Salllos exercicios,;e
SUpOD~q. de ~y tinlla gr~o4es. pecçados ,s~ tra.l.~,va c!Hn
os ma,s peQitenles r.igores... D~baixo dos vestidos. com·-
m!lDs de,ReÜg~oza: ll',azia R~ aS~~l1o.s cilicios da p~ni
I
V."PI'I.'lILO XII.
Da 'tia .o1'Q{JClÕ, 6 outro. exeroício, dcwoto"
°,
era; ve o'c'itl e sem eWa cO~lleçaval a ser' vencedor, e 'por
ser A.uialec re})l'ezentaçaõ do Demotlio, pem"eDteíldia\ a
Madr'e: Vict9ria, que com a suà devota Oraçaõ o ven-
ceria't:lélitodd: !ssim passava a Doilé1em vigilias'Dúo se
re'colllendo'tauto 'para dO'rmir,' quaDro para se 'fflorti'fi-
clfrl, e eDtaÕ"se~recostava em liuã dura:taboa'~' dura para
o ci(}r~o, conlyet:li~1llé palra aallna ; porquê quanto maJis
a~pera~lelhbmilde li calma! de,\:iuã ~spoz1a de Clírlsto'diz
o lcard'eâl HUgo, lau\ltj mai's ilOseparavel a Couifjaóhia"do
)JIVirib Espozor; néllai'u'aõ tómava descanço, se naõ
qli,/nda o' de velbq,l:iENr~i'zia () sono; 'eJe'ra ·ta"õ HIDtratJo~
q~e' D'/lã 'exded1la o/tempo' de dua", ou tl'ez horas ~'e
claHá éth ore-ve,l' mas pl'edza refeiça'õ ao corpo, gas-
lá\tli i _o'l'es!ro J rlà n'oit'e, que sempre ei'u" à maior parte
dellaL(!n'i "()' éHoto~ velàndb' como' t'ocba· aceza no arndl'
Divíhó~ diMnté do r Saoti'SsHilq Sacl;aIUle'n~o; já com" os
J:Wa~o~ 'em !cruz,' como oufrb Móy'ses, já p'rostrãd1a' por
lena, 'chmo ülll'lsto S~Dhor Nosso no' Horto, j'á eri:i aI':
guã outra de~'ota postura', ~ depois! Ue' largà ora áõ,
corria, ora a Via Sacra, ora os Passos com sua Cruz ás
costas~ e coroada de espioh s'., c'ómninita propriedade
por certo, porque, vencidos pela oracaõ os perigos, e
tentações d'à\vrlta biJín<ltla\ comd'IV'Wtol'ia \'Veocia com
sua oraçaõ, devia pOI'-se a coroa para que a convida
Ghristo' rili)'Mma Samh.· '. , I (".'
• 11
r 1',. uil.l-lrtJLO
f' '
1.11.
", óutrai "àrtt1oM' oper~i "de Madre Vktoria, em aprovMtamenlo 1eO,
edot'Proxtfllo,'pàm Ó'que àRltitUe taõbem a Proc(iMiJ·do. Pauo. den-
, " Iro do elaumra, e Twõ Via-Sacra. '
{ I 'f
Por estes benefícios, que fazia ás Santas Almas a 1I1adre Victoria, pel'lnit-
te Deos receba taõbeln por m8'lJo dellas alguns favores, e o dom de
prore~ia.
Ull.PITlJLO XIX.
Continua a Iladre Victoria nas o!lras da lua Cliaridade.
I I "
I tJA.PITI1Lo XX.
Ultima 8tIfermidade da Serva de Doo. a Ma4re "Victoria.
I
(t~PITtJLO XXIV.
Sua Patria, na.cimento, vocaçaõ, e p"ímellrol progreslol lIO 81tado-
de Religiosa.
VAPITULO XXV.
!Jft OWral Bellgk;~ flIaU, qtlll d6ia;a,.aõ {afAa de virtvd8 1IQSto Mostriro.
,6 •da algu(J.t, quu deUB sahiraõ para fu1llfadorlU do outras.
zembro de 1 . 7 5 0 . , I
750. Para Fundadoras do convento dtr N; S~ da Coo.. \
ceiçaõ da Ajuda da Cidade do Rio de Janeiro sabiraõ
deste em dia do Patrocinio de N. S. do anno de 1.7ls.8
qnatro Religiozas, e por Abbadeç~ a Madre Leonor Ma-
ria do Nascimento, e passados alli alguns trezé annos se
recolheraõ todas a este em quarta-ferra de trevas
de 1.761..
LIVRO VII.
Cootinuaii-se as Memorias desta ProTincia depois de coocluldas as suas
Fundações.
Ul1.PITlJLO I.
Acceita o Senhor Rey D. Jooo V. o ler Padrooyro delta PrOlJincia,
/l beneficiol qUll lhe faz.
CARTA .
DolMafquez de Marialva.
ALVARÁ
De Sua Mageslade.
CARTA
~A.P'T~LO II.
U."-PITtrLO III.
r
804
IJ_4.PITtJLO IV.
(JAlPITULO ".
De hum caso attribuido por milagroso, ao nosso Serafico, oSanto
Patriarolia, com o qual so conclue elta segunda parte.
Ull."I'.fIVI.-O "\T•••
I • I I
• I
78.3•. De.f.lois. de: ter cOQoedidQ o SonhoD Rey, D. J oaõ
V. a Pr.ovizaõ Real, que fiea lançada em o numero 755
para se naõ pagarem tributos Ipelos'PJIovim~ntos, que
velll ao Reyno para estaJFroNi'Ooia Qffer~e.endo 'se sQbre
isto na Báhya, (fPelloambueo pelo e.()~trlllador dos. sub..
sidiO!!' alglJãs diI~i4as, e contrapiedades,j J)3N as tirar,
passou o mesmo .senho$: a seguinte.
!
PR<:>VI2JAÕ~ ..,
" J;'
t I I I J •
PQQl Joaq P·9~ .graÇí,l <te Qeo.~t ll,e.y. ~e. PQr,l~al, e dos
Alg~rYres. da,qu~D1 .. ~ d~Le.w ~ F em. L\ffi.~fI!1 s~nJmr «e
GI,\ip,é ~lc~ F~f;o,~al.H~r ~.o~qu~ ~sta lI)iDbq.J.lro.vi~l1Õ vi-
rew, que por paJ:te dO{IProeur~dOl~ G~ra\ dq provincia
de S, Antonjo do BraO s~ ~e .repre.zeotol}, (J,ue elle
J.'eQlete deste Jleyno g prgduto das esmolllls, que rece-
beIJl dos Fieis, ~mprflga~05 eJD PQrei& para a ~ua vesli-
aria, e algnãs ~qlJ~~~.~o~esM-veis, p~ra o· gasto precizo
dos seos C~DventOl?! Missões:. ornatq, e fabrica de suas
19rejq~, e s,endo ize~tos. pela le~1 de "agj!rem Qirei~os, Oll
t~ibuto~.Rea~s 4,o~sc;lQ'$ proviw~ntos, p ): sereql para seo
uzo, e SlJst~pt , o cQ.DItr:l;tador ~as ~ubl\id·(i)s da Bal.Jya"
e PefQ3.wl}pÇo" ,l~~·,g~j~~xª~ ~ frotill p~$~ada impedir o
despacp'p- d bup~.,~a.~ i~ d~ aq;çHç, q'te mao~ava para
o gasto. de SAOS. çQ~/veqto,s.. ~ Mi&sp~s. o q~e constlgui-
raõ do qito c9.n~~at~dQr com 'ffi\li~p tra~~lbo gara.
q~e ~he& «~s&e. Iiy,~~s .d@ dHo di~elrOt,\ e PQf evit~r
duvid~~, ç, "~Q..I,J,\rO~~l~ja!f, ~OQl. os, cQ~tr4ta4,Qres... e.
officiacs,. que trataõ da arrecadaçaõ dos ditos.. df-
813
PRO-YIZA[>.•
., • l',' "_' •• 1 t
,Dom Joaõ por graça.de Deos Rey de Portugal, e dos
A;lguI:ves, .da f.Jl1em, e, da lem mar em Arrica, Senhor
de Guiné et(l; ,l1'll;O sa.berJ ,a vós ,Pl'oyedor da Fazenda
Real da JCapitaoia de Perna\D,buco, que por porte do
Pr9curador ',Geral dos, Religiozos ca,puchos de Santo
Antonio do Bras,il, se me reprezentou, que todos os
GOllvento~ Qa ditta ProviQc~a mandl\õ pal'a este Reyno
tIS ~sll)'ollas na'm,esma ~speci~, que os Bemfeirores Ines
.(1aõ p~lo I amqr. d~ P~os, remeti~as ao syndlcn desta
üôrte; para effeHo de I,hes mqndar, as ~es~ial'ias, e mais
provi·mentos necessarios para gastos dos Conventos, e
lIZ0 tios Religiozos tbe o que poderem ,chegai' as ditas
e~91ollí\s, {) que tudQ ·eu fora servido lllilOdar, que nas
Alfandegas,desse Estado s~ Ihe~ dessem livres de direi·
tos, e PQrque qaõ podiaQ fazer com certeza ao que po-
dep1 cnegar ilS ditas esmollas, por es~a razaõ ~aõ podem
fazer lealdaçaõ oerta dos, provimentos ,necessarios, e
sllccede ficarem alguãs esmollas na ~aõ do Syndico,
ç~m as qllaes pode mandar mais alguns provimentos
p.rdinarios, CO}DO se Ilhes,ordenll, do que se segue grave
prejni~o á providencia, dos ditos C<;)Oventos, o que se
podia ev~tar dando-se livres de direitos o que se Ine re..
melte deste ·R~yno,. jUI:?pdo, qlle ~e par~ gasto' dos ditos
Convenlos, e uzo· dos- Religio~os. p;edlindo-me, que
attendendo á ,sqlllu po.brez~'J em qne(;viv~D.J, ,lhes faça
mercê por esmolla mandar, que U,qS Alfandegas desse
Estado s,e cumpra a mesma ordem, que la eSlá munda-
da, dando~se livre de direitqs, o.que jnrarem ser para
gasLo dos Conventos" ,e lIzq. dÇls .,s~os'\Religiozos : Me
pa,receo ' oL'4eoar-v.o~, de)s aos ,supp.l;cantes Jivr~ o que
jurarem para gasto dos seos Conven.tos, visto o que
nesLe requerimento respondeo o contratador, e dispo-
ziçaõ da ley, ficando sempre ao dito contratador o seo
direito salvo na forma da mesma ley,. El-Rey nosso Se-
8t5
nhor o mandou pelo Dr. Manoel Fernandes Varges
e Gonçallo Manoel Galvaõ de Lacerda, conselheiros
do seo Conselho Ultramarino, e se passou por dnas
vias. Dionizio Cardozo Pereyra a fez em Lisboa occiden-
tal a oito de Julho de mil setecentos, e trinta e dons. O
Secretario Manoet Caetano Lopes da Lavre a fez
eSCI'ever.
785. Havendo ainda algoãs duvidas a todas estas
Ordens Reaes, a requerimento da Provincia passou o
mesmo Senhor ontra Provizaõ, na qual se explicaõ as
mesmas dnvidas.
PROVIZÃO.
COPIA.
ADDIT AMENTO
A primeira parte desta cbronica.
M. R. P. GU3l'diaô
ANNOT ACOES. b .
l
I
Engana-se Jaboatão quando diz que Cabral se conservára
ainda um mez no paiz novamente descoberto, porquanto asse-
veram os mais judiciosos chrooistas que deixára elle nossas pla- .
gas no dia 1. 0 de Maio.
LIVRO VI.
F'undacaõ do Mostâro de S. Clata do Desterro na
• Cidade da Bahya.
Pago
MEMORIAS
LIVRO VII.
Contínuaõ-se as Memorias desta Provincia depois
de concluídas as suas Fundações.
Cap. 1.. Acceita o Senhor Rey D. Joaõ V o ser
Padroeyro desta Provincia, e benefi-
cios que lhe faz. 780
JAJlOAl'A~I. ['ARl'. II. VOL. III.
Cap. 2. DClcrmiuul'aõ os Prelados Mayores desta
Provjncia Bcligiozos para missiona-
rem aos Povos pelos distl'Íctos de Per-
nambuco, e Bahya. 793
Cap. 3. Das Doutrinas, ali Missões, que ao pl'e-
sente adnüuistraõ os Prelados da Pro-
vincia, e ue outl'as, que s6 pel'mune-
cel'aõ por algum tempo. 80i
Cap. 4. Fallece o II'mai) Leygo fI'. ! ntooio Pau.
lista com nota :.te virtude. 804
Cap. 5. Dp. bUllI caso attribuido por :oilagroso,
ao nosso Seralico, e Santo Patl'iarcha,
com o qual e cOllclue esta segunda
par~. 808
Cap. 6. Pcrtenco ao Convento de Iguaraçú o caso
seguinte. 8iO
Cap. 7. De hulis Pl'ovizões Reaes sobre naõ paga-
'l'e01 tl'ibutos nas Alfan( egas os provi-
mentos, que vem dos Reynos para
esta Pl'ovincia, e nem direitos as es-
moHas, que vaõ de cá para os taes
provimentos. 81.2
Cnp. 8. De algnãs noticias pertencentes ao Con- 823
vento de Olinda.
Annotaçõcs pelo Concgo DI' . Joaquim
Fernandes inbciro. 829