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Manual da Formação

[Técnico de vitivinícola]
[81855 -Fertilidade do solo, nutrição e fertilização
da vinha]

I.FP.016.02 – 12/2015 1 / 33
POCH-03-5470-FSE-000666
Formador: Rita Metelo
[outubro] de [2020]

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Ficha Técnica:

Título “Fertilidade do solo, nutrição e fertilização da vinha”

Autores Rita Metelo

Publico - Alvo Desempregados com 9ºano de escolaridade;

Manual com os conteúdos e objetivos do módulo 8185 -


Características Técnicas
Fertilidade do solo, nutrição e fertilização da vinha;

• Explicar a importância dos nutrientes no


comportamento da videira, ao longo do seu ciclo de
desenvolvimento e na qualidade da vindima.
• Identificar desequilíbrios de nutrição da vinha em solos
calcários e ácidos.
• Explicar as leis da fertilidade.
• Caracterizar os fertilizantes mais utilizados na vinha.
• Explicar o modo de atuação dos fertilizantes na vinha
e identificar a época adequada à sua aplicação.
Objetivos
• Aplicar os procedimentos para avaliação da
fertilidade de um solo.
• Efetuar os cálculos necessários a correção e/ou
fertilização da vinha, em função das suas
necessidades nutritivas e de acordo com os resultados
analíticos.
• Orientar e aplicar os fertilizantes e/ou corretivos,
respeitando as normas de segurança para o
operador, consumidor e ambiente.

https://www.slideshare.net/grasielaabreu/nutrio-vegetal-
Fontes 86092500

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http://efaland.weebly.com/03---nutriccedilatildeo-vegetal-e-
fertelidade.html#
file:///C:/Users/Rita/Downloads/ID-8688%20(2).pdf
http://apagri.com.br/sem-categoria/guia-rapido-sobre-
analise-de-solo/
https://www.slideshare.net/JosLeandroAraujo/avaliao-da-
fertilidade-do-solo-e-estado-nutricional-das-plantas
http://www.drapn.min-
agricultura.pt/drapn/conteudos/zv/codigobpa.pdf
http://www.advid.pt/imagens/boletins/14104364156148.pdf

Contactos Rita Metelo 962400058

Data outubro 2020

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Índice
Ficha Técnica:............................................................................................................................... 3

Índice ............................................................................................................................................. 5

Conteúdos: ................................................................................................................................... 6

Desenvolvimento: ......................................................................................................................... 7

Nutrição vegetal: ......................................................................................................................... 7

Classificação dos nutrientes: ....................................................................................................... 8

Macronutrientes: ....................................................................................................................... 8

Micronutrientes: ........................................................................................................................ 8

Fertilidade do solo ........................................................................................................................ 9

Leis da fertilidade: .................................................................................................................... 9

Colheita de amostras para avaliar a fertilidade do solo ........................................................ 10

Para que serve a avaliação do estado nutricional do solo e das plantas? ..................... 11

Análise visual da planta ......................................................................................................... 11

Análise de terra - procedimento para colheita de amostras de terra .............................. 12

Análise foliar - procedimento para colheita de amostras de plantas em vinhas: ........... 14

Princípios gerais da fertilização racional .................................................................................. 17

Corretivos: ................................................................................................................................... 18

Corretivo orgânico: ................................................................................................................ 18

corretivos minerais: ................................................................................................................. 19

Fertilizantes minerais (adubos) .................................................................................................. 19

Mistura de adubos – tabelas de compatibilidade .................................................................. 21

Fertilidade de solos vitícolas ...................................................................................................... 21

Solos ácidos............................................................................................................................. 21

Solos calcários......................................................................................................................... 22

Solos salgados ......................................................................................................................... 23

Solos com carência de potássio ........................................................................................... 23

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solos com carência de magnésio ........................................................................................ 23

Fertilizantes e corretivos mais utilizados na cultura da vinha.................................................. 24

Fertilizantes elementares ........................................................................................................ 24

Compostos binários ................................................................................................................ 25

Compostos ternários............................................................................................................... 25

Preparação e aplicação dos fertilizantes na cultura da vinha – épocas de aplicação .... 25

Adubação de cobertura ....................................................................................................... 26

Adubação de fundo .............................................................................................................. 26

Adubação foliar – aplicação de bio estimulantes ............................................................. 27

Fertirrigação ............................................................................................................................ 27

Normas de armazenamento de adubos ................................................................................. 27

Fertilização e ambiente ............................................................................................................. 29

Poluição do solo ..................................................................................................................... 29

Poluição da água .................................................................................................................. 30

Eutrofização ............................................................................................................................ 30

Poluição do ar ........................................................................................................................ 30

Fertilização e qualidade alimentar ........................................................................................... 31

Nitratos nos alimentos ................................................................................................................ 31

Nutrientes minerais ..................................................................................................................... 32

Boas práticas de segurança e saúde no trabalho ................................................................. 32

Conteúdos:

• Nutrição vegetal: Classificação dos nutrientes; Absorção e influência dos nutrientes


na videira (azoto, fósforo, potássio, magnésio, cálcio, enxofre, ferro, boro, manganês,
zinco, cobre, molibdénio, alumínio e cobalto);

• Fertilidade do solo: Leis da fertilidade (Lei da restituição, do mínimo e dos acréscimos


decrescentes); Colheita de amostras para avaliar a fertilidade do solo; Princípios

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gerais da fertilização racional;

• Fertilidade de solos vitícolas: Caracterização geral;

• Fertilizantes e corretivos mais utilizados na cultura da vinha: Fertilizantes; Corretivos;

• Preparação e aplicação dos fertilizantes na cultura da vinha – épocas de aplicação:


Adubação de cobertura: Adubação de fundo; Adubação foliar – aplicação de bio
estimulantes; Fertirrigação; Leitura e interpretação do resultado de análises; Cálculo
de adubações (fertilizantes e corretivos); Integração das correções com a
mobilização do solo; Cálculo de débitos. Realização de ensaios em branco
(distribuidores de fertilizantes)

• Normas de armazenamento de adubos

• Fertilização e ambiente: Poluição do solo; Poluição da água; Poluição do ar;

• Fertilização e qualidade alimentar: Nitratos nos alimentos; Nutrientes minerais;

• Boas práticas de segurança e saúde no trabalho;

Desenvolvimento:

Nutrição vegetal:

• Responsável pelo crescimento e desenvolvimento das plantas;

• Absorvidos pelo sistema radicular e pelas folhas;

• Devem estar disponíveis na solução do solo para que as plantas possam absorvê-
las;

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Classificação dos nutrientes:

A classificação de nutrientes está relacionada com a quantidade de nutrientes utilizados


pela planta:

• Macronutrientes

• Micronutrientes

Apenas o carbono, o hidrogénio e o oxigénio não são minerais. Estes representam cerca
de 90 a 95% da massa seca da planta.

Macronutrientes:

Micronutrientes:

Os Micronutrientes são utilizados pelas plantas em pequenas quantidades. Sua falta, no


entanto, pode acarretar grandes perdas na produtividade.

A principal função dos micronutrientes para as plantas está na fixação simbiótica do


nitrogênio e mais, das plantas superiores nos processos fisiológicos.

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Fertilidade do solo

A verdade é que a análise de solo é fundamental para que o produtor consiga


diagnosticar as condições de fertilidade e obter orientações corretas sobre os tipos de
nutrientes e a quantidade exata que o solo precisa.

Através da análise de solo é possível fazer as correções necessárias, o que ajuda a


aumentar a produtividade da lavoura. Dessa forma, o produtor pode evitar despesas
desnecessárias com fertilizantes e o desperdício dos adubos. Além disso, evita que o
produtor plante em um solo pobre.

Leis da fertilidade:

1º-Leis da fertilidade do solo

A produção de uma planta é limitada pelo nutriente que estiver em menor quantidade no
solo, em relação á necessidade da planta, mesmo que os nutrientes estejam em
quantidades adequadas.

2º-Lei dos acidentes não proporcionais (mitscherlich, 1909)

Aplicando-se doses progressivas do nutriente, em deficiência no solo, há uma rápida


resposta da planta no aumento da produtividade, inicialmente; nas safras posteriores há
um decréscimo até a planta não responder mais à aplicação de nutrientes em aumento
de produtividade.

3º-Lei do máximo (volsin, 1973)

“O excesso de um nutriente no solo reduz a eficácia dos demais e pode diminuir a


produção das lavouras”.

Existe antagonismo entre os nutrientes, ou seja, um nutriente pode acentuar ou induzir a


deficiência de outro. O cálcio em excesso inibe a absorção do magnésio e vice-versa; o
excesso de cobre inibe a disponibilidade de ferro; o fósforo em alto teor pode induzir a
deficiência de zinco; potássio e cálcio em altas quantidades diminuem a absorção de
boros. O diagnóstico tem que ser muito importante, e as analises no solo e foliar são
imprescindíveis para uma correta adubação. A calagem em excesso provoca uma
inibição na absorção do magnésio pelo cálcio.

4º-Lei da restituição

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“Os nutrientes retirados pelas culturas do desenvolvimento à produção, devem ser
restituídos ao solo para evitar o seu empobrecimento”.

Cada cultura retira do solo uma certa quantidade de nutrientes essenciais ao seu
desenvolvimento, estes nutrientes ficam contidos no caule, folhas, sementes, grãos, frutos
e precisam ser restituídos ao solo para evitar diminuição da produtividade e
empobrecimento do solo, esta reposição é feita através da aplicação de fertilizantes via
soco ou via folha.

5º- Lei do decréscimo de fertilidade

“Um solo sem reposição de nutrientes sem neutralização de acidez, sem rotação ou
sucessão de culturas, sem adubação verde, tende a decrescer a sua fertilidade com o
passar do tempo”.

6º- Lei dos fatores

“Os nutrientes do solo devem estar em quantidades satisfatórias e não em quantidades


insuficientes ou em excesso”.

7º- Lei da igual importância dos fatores de produção

“Para uma ótima produtividade da lavoura, o solo deve conter todos os fatores de
produção em níveis adequados”.

Colheita de amostras para avaliar a fertilidade do solo

As medidas da média e da variabilidade dos índices de fertilidade do solo podem variar


com o instrumento de coleta das amostras e com o tipo de preparo do solo. Assim, é
necessário o desenvolvimento de métodos de amostragem de solo que melhor
representem as reais condições de fertilidade do solo.

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Para que serve a avaliação do estado nutricional do solo e das plantas?

É uma forma de avaliar a fertilidade e o estado nutricional do solo e da planta, tentando a melhor
forma de adubar, evitando gastos com adubos de forma errada ou desnecessária.

Análise visual da planta

É o produtor observar a deficiência ou o excesso de nutriente nas:

• Folhas (a grande maioria)

• Raiz

• Caule

• Fruto

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Análise de terra - procedimento para colheita de amostras de terra

Só conhecendo a Fertilidade das suas terras o agricultor poderá utilizar corretamente os


fertilizantes por forma a obter melhores rendimentos nas suas colheitas.

http://labsolos.esa.ipcb.pt/docs/recolha.pdf

Época de colheita: Qualquer altura do ano, mas deve evitar terras muitos molhadas ou
extremamente secas, pois é mais difícil a mistura final da amostra. A amostra deve ser
recolhida pelo menos 3-5 meses antes da data das plantações.

Material necessário:

• Pá reta (pode ser francesa)

• Enxada

• Balde (plástico ou aço inoxidável)

Procedimento:

• Antes de retirar as amostras deve excluir os locais perto de muros, caminhos, valas
e lagos ou riachos.

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• No terreno, retirar as amostras (amostras parcelares), com as culturas já instaladas
ou por plantar, percorrendo o terreno em zig-zag, tentando abranger toda a área
de plantação.

• Raspar com uma enxada e retirar a camada superficial (2 cm), que deve ser
desprezada.

Retirar cerca de 15-25 amostras/ha, para um balde de locais diferentes.

• Cada amostra de terra deve ser retirada com a pá “tipo francesa” com 2-3 cm de
espessura a uma profundidade de 15-25 cm.

• Misturar muito bem todas as amostras retiradas.

• Retirar apenas 1kg de terra para um saco, que deve ser identificado, com o nome
da parcela/propriedade, profundidade e a data de colheita.

• Entregue diretamente no laboratório ou envie por correio o mais depressa possível.

Quando entregar a amostra, poderá solicitar, o que deseja saber:

• Análise química dos principais nutrientes (fósforo, potássio, azoto, magnésio,


enxofre, etc.).

• Análise de micronutrientes (cobre, boro, molibdénio, zinco, manganês, etc.).

• Análise física (textura).

• Condutividade elétrica (águas de rega de má qualidade).

• Bases de troca (poluição do solo) e metais pesados (cádmio, crómio, níquel,


mercúrio, etc.).

Deve também referir o tipo de cultura que quer instalar ou que já está instalada e solicitar
um parecer técnico (a maioria das entidades fornece). Resta referir que as análises têm os
seus custos, que podem, não ser muito relevantes, tendo em conta que fica a saber o que
verdadeiramente necessita para corrigir o seu solo.

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Análise foliar - procedimento para colheita de amostras de plantas em vinhas:

A análise foliar complementa a análise de solo com o objetivo de estabelecer e gerir


adequadamente a fertilização da vinha ao longo dos anos.

Tem ainda como objetivos:

• Identificar o estado de desequilíbrio de carência ou toxicidade de um nutriente;

• Verificar se aplicação de nutrientes ao solo está ou não a ser utilizada pela planta;

• Verificar e identificar a interação entre nutrientes;

• Saber qual o estado de nutrição da videira num estado fenológico preciso.

Para a prática da produção Integrada da vinha, é obrigatório, proceder à análise foliar no


primeiro ano de adesão e repetir a análise, de dois em dois anos, na época recomendada.

• A amostragem deve ser efetuada no período de plena floração.

• O local de colheita da amostra é a unidade de amostragem (a mesma utilizada para a


recolha de amostras de terra).

• Colher a folha oposta ao cacho basal, uma ou duas por videira, no lançamento inserido
no terço médio do braço da videira.

• Fazer a colheita de 40 a 60 folhas.

• Ainda na vinha destacam-se os pecíolos inteiros que são guardados em sacos de pano
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ou de papel tipo Kraft ou em alternativa embrulhados em papel absorvente (papel de
cozinha), não usar sacos de plástico e agrafos.

CUIDADOS A TER NA COLHEITA DA AMOTRA DE FOLHAS:

• As folhas devem ser colhidas com o pecíolo (parte da folha utilizada para a análise) pela
manhã ou ao fim do dia.

• As folhas devem estar limpas de terra, isentas de doenças e pragas e os tratamentos


fitossanitários devem, sempre que possível, ser distanciados da colheita das folhas.

• Enviar a amostra para o laboratório, no mesmo dia da colheita ou no dia seguinte,


devidamente identificada.

• Até ao envio da amostra esta deve conservar-se a baixa temperatura


(preferencialmente na gaveta do frigorífico destinada aos frutos e legumes).

• Preencher corretamente a ficha informativa que acompanha a amostra de modo a


fornecer as informações necessárias para uma boa interpretação dos resultados, que
deve ser solicitada á ADVID.

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Princípios gerais da fertilização racional

As culturas só poderão produzir plenamente em quantidade e qualidade se, para além de


outras condições ambientais favoráveis, tiverem à sua disposição durante todo o período
de crescimento os diversos nutrientes minerais (azoto, fósforo, potássio, cálcio, magnésio,
enxofre, ferro, manganês, cobre, zinco, níquel, boro, molibdénio e cloro) nas quantidades
e proporções mais adequadas. As exigências quantitativas de nutrientes minerais variam
com a natureza da cultura e, dentro desta, com a cultivar e o respetivo nível de produção.

O solo continua a ser o principal meio em que as culturas crescem e se desenvolvem e


onde vão buscar a água e os nutrientes de que necessitam. A capacidade para fornecer
nutrientes minerais às plantas varia enormemente com o tipo de solo e, dentro deste, com
o seu nível de fertilidade.

A fertilidade de um solo pode degradar-se quando este for sujeito a técnicas culturais
incorretas ou, pelo contrário, pode aumentar quando cultivado de forma adequada de
maneira a melhorar as suas características físicas, químicas e biológicas.

A preservação e melhoria da fertilidade de um solo e a criação de condições adequadas


para a nutrição mineral da cultura ou culturas a fazer nesse solo só poderão conseguir-se
através da prática da fertilização racional do sistema solo-cultura ou solo-rotação de
culturas.

Um solo naturalmente fértil e produtivo pode, assim, tornar-se praticamente estéril por
esgotamento de um ou mais dos seus nutrientes ou por degradação de alguma das suas
propriedades ou ser mesmo completamente destruído por ação de fenómenos erosivos; e
um solo com uma fertilidade natural muito baixa pode tornar-se altamente produtivo após
correção dos fatores limitantes, designadamente de carências ou de excessos minerais,
impeditivos do normal crescimento e desenvolvimento das plantas.

Numa agricultura tecnicamente evoluída, a preservação e melhoramento da fertilidade


do solo e do seu potencial produtivo constitui uma norma básica cujo respeito garante a
sustentabilidade dos sistemas culturais e a salvaguarda da qualidade do ambiente. A
preservação e melhoria da fertilidade de um solo e a criação de condições adequadas
para a nutrição mineral da cultura ou culturas a fazer nesse solo só poderão conseguir-se
através da prática da fertilização racional do sistema solo-cultura ou solo-rotação de
culturas.

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Através da fertilização racional procura-se aplicar corretamente ao solo e ou às plantas,
nas épocas apropriadas e sob as formas mais adequadas, os nutrientes que nele
escasseiam face às necessidades da(s) cultura(s). Haverá, por um lado, que conhecer as
necessidades de nutrientes da cultura relativamente ao nível de produção que
realisticamente pretende atingir-se e, por outro, conhecer as disponibilidades do solo em
nutrientes. A partir do balanço necessidades - disponibilidades poderão determinar-se os
nutrientes e respetivas quantidades que será necessário fornecer ao solo para garantir uma
adequada nutrição da cultura.

A fertilização racional será, pois, uma fertilização por medida, indispensável à obtenção
da melhor rendibilidade económica da produção agrícola e à preservação da qualidade
do ambiente, nomeadamente a proteção das águas superficiais e das águas
subterrâneas contra a poluição com nutrientes minerais veiculados pelos fertilizantes.

OBJECTIVOS DE UMA FERTILIZAÇÃO RACIONAL:

• AUMENTAR E REGULARIZAR O NÍVEL DE PRODUÇÃO

• NÃO PREJUDICAR A QUALIDADE

• NÃO PREJUDICAR O AMBIENTE

• TORNAR A ACTIVIDADE RENTÁVEL

AS DESPESAS COM FERTLIZANTES DEVEM SERCOMPENSADAS PELO ACRÉSCIMO DE


PRODUÇÃO E /OU QUALIDADE.

Corretivos:

Um corretivo define-se como um tipo de fertilizante que é aplicado no solo de forma a


melhorar as suas propriedades físicas e químicas (exemplo: aplicação de matéria
orgânica).

Um outro bom exemplo de corretivo é a aplicação de calcário (calagem) no solo com a


finalidade de aumentar o pH, diminuindo a acidez do solo e aumentando a
disponibilidade de nutrientes para as plantas ou diminuindo a disponibilidade de
elementos potencialmente tóxicos.

Corretivo orgânico:

Corretivo de origem vegetal, ou vegetal e animal, utilizado principalmente com o objetivo


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de aumentar o nível de matéria orgânica do solo. A maioria dos estrumes, dos compostos
e das lamas, bem como a generalidade das turfas, são compostos orgânicos. Os corretivos
orgânicos veiculam maiores ou menores quantidades de nutrientes que progressivamente
disponibilizam para as plantas.

A fertilização azotada das culturas é habitualmente feita através da aplicação de adubos


adequados. No entanto, há uma grande diversidade de materiais de natureza orgânica,
alguns dos quais subprodutos das explorações agrícolas e agropecuárias, como estrumes,
compostos, resíduos das culturas, etc., que são habitualmente usados como corretivos
orgânicos do solo com o objetivo fundamental de melhorar as suas características físicas,
químicas e biológicas.

Para além dos estrumes, compostos e resíduos das culturas, também podem produzir-se
nas explorações agropecuária outros materiais fertilizantes como chorumes e, ainda,
águas residuais e lamas de depuração resultantes do tratamento dos efluentes
provenientes das humidades de criação intensiva de animais, designadamente das
suiniculturas.

corretivos minerais:

Os corretivos de acidez são produtos capazes de neutralizar, ou seja, diminuir e/ou eliminar
a acidez dos solos. Para além disso fornecem nutrientes vegetais ao solo, principalmente
cálcio e magnésio. O que corrige a acidez do solo são as bases químicas óxido/hidróxido,
carbonatos e silicatos em associação com os nutrientes cálcio e magnésio.

Fertilizantes minerais (adubos)

No que diz respeito aos adubos, estes classificam-se como produtos que são utilizados para
aumentar a disponibilidade de nutrientes no solo para as plantas.

Fertilizantes ou adubos (sintéticos ou orgânicos) são qualquer tipo de substância aplicada

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ao solo ou tecidos vegetais (geralmente as folhas) para prover um ou mais nutrientes
essenciais ao crescimento das plantas. São aplicados na agricultura com o intuito de
melhorar a produção.

É comum referir-se aos fertilizantes como "adubo sintético" e, simplesmente "adubo", ou


esterco animal para fertilizantes de origem orgânica.

Alguns desses elementos estão fartamente disponíveis no meio ambiente do nosso planeta
e são diretamente assimiláveis pelas plantas, como carbono, hidrogênio e oxigênio. Outros
como nitrogênio, apesar de fartamente disponível na atmosfera, não são diretamente
absorvíveis pelas plantas, ou o processo de absorção é muito lento face à demanda
produtiva. Aos elementos necessários e que são normalmente adicionados pelos
agricultores a suas plantações para suprir essas deficiências e aumentar a produtividade,
chamamos adubo.

Podem ser aplicados através das folhas mediante pulverização manual ou mecanizada,
chamada de adubação foliar, via irrigação ou através do solo.

Antes de se aplicar qualquer tipo de fertilizante ou corretivo de solo, deve-se antes fazer
uma análise química do solo e em seguida encaminhá-la a um engenheiro agrônomo,
engenheiro florestal, técnico florestal ou técnico agrícola, para que, dessa forma, não haja
desperdícios e compras desnecessárias, ou ainda uso incorreto dos fertilizantes podendo
acarretar perdas na produtividade com o uso desbalanceado dos nutrientes (o excesso
de um nutriente e a falta de outro pode deixar a planta muito suscetível a doenças).

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Mistura de adubos – tabelas de compatibilidade

Fertilidade de solos vitícolas

É a partir do solo enquanto suporte físico, meio de desenvolvimento das raízes e verdadeira
reserva nutritiva das plantas, que a videira efetua, de forma natural e muito discreta, a sua
alimentação; Anualmente, ciclo após ciclo, é ao solo que a videira, através do seu sistema
radicular, vai buscar, os vários alimentos ou nutrientes de que necessita para o seu
crescimento e desenvolvimento. Logicamente, ano após ano, o solo vitícola sofre aquilo
que poderá ser designado de perda de reservas nutritivas.

Solos ácidos

A acidez do solo ou pH do solo, é a concentração de iões H+ presente na solução do solo


e um dos indicadores de sua fertilidade. A faixa de pH ideal dos solos para a agricultura é
entre 5,5 e 6,5. Isto porque é nesta faixa que os nutrientes ficam mais disponíveis às plantas,
ou seja, na solução do solo. A acidez do solo tem origem nas rochas que formam o solo,
na interação do solo com o clima - principalmente em áreas onde a pluviosidade é

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elevada-, na absorção dos sais alcalinos pelas plantas cultivadas ou na reação de ácida
de certos produtos utilizados na fertilização do solo. A acidez do solo pode ser corrigida
com a incorporação no solo de substâncias alcalinas como conchas moídas, margas e
calcário.

Solos calcários

O solo calcário é um tipo de solo que contém muito cálcio ou cal, um material
muito usado na construção de casas. São solos calcários os que apresentarem
mais de 30% de calcário.

O solo calcário ou cal são aqueles com um elevado conteúdo de carbonato


de cálcio. São solos minerais cuja formação foi condicionada pelo clima. Eles
foram classificados como calcisóis e são caracterizados por acúmulo secundário de
carbonatos e alto teor de silte.

A presença de altos níveis de carbonato de cálcio determina um pH básico. Eles têm baixo
conteúdo de matéria orgânica e geralmente ocorrem em áreas áridas ou semiáridas em
todo o planeta. Eles também ocorrem em áreas de lagos com uma alta contribuição de
carbonato de cálcio das conchas de gastrópodes e bivalves.

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Solos salgados

O solo salino é um problema para muitos agricultores. O solo salino é


especialmente comum em terrenos baixos, como as margens inundadas de rios,
leitos de lagos e margens costeiras. Nesses lugares, água subterrânea contendo
sais é encontrada a poucos metros da superfície.

Solos com carência de potássio

solos com carência de magnésio

O magnésio é um elemento indispensável à vida da planta:


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Intervém no metabolismo do azoto, porque é indispensável na fixação do azoto
atmosférico e na assimilação do azoto mineral.

Controla o metabolismo ou a utilização de outros nutrientes, principalmente o metabolismo


do fósforo.

Constitui um elemento fundamental no rendimento e na obtenção da qualidade das


produções agrícolas.

Fertilizantes e corretivos mais utilizados na cultura da vinha

Fertilizantes elementares

Azotados:

• nitrato de cálcio - O fertilizante de nitrato de cálcio é a única fonte de cálcio solúvel


em água disponível para as plantas. Funciona como fertilizante e no controle de
doenças. Ele fornece cálcio e nitrogênio

• nitrato de magnésio - É um produto em forma perlada, que se dissolve rapidamente


em água e sem deixar nenhum resíduo. O Azoto nítrico e o magnésio tornam sua
aplicação adequada para estimular o rápido desenvolvimento da planta e evitar
os problemas de qualidade e produção causados pela falta de magnésio.

• nitra amoniacais;

• Ureia - A ureia é um tipo de fertilizante sólido muito utilizado para fazer a adubação

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de um grande número de plantas. Apresenta-se na forma de grânulos brancos que
contém em sua composição 46% de Nitrogênio.

• Fosfatados - A presença de fósforo (P) no solo é indispensável para uma boa


produção vegetal.

• Potássicos

• quelatos líquidos

• borato de sódio

Compostos binários

• fosfo-potássicos;

• nitrato de potássio;

• nitrato de magnésio

• sulfato de magnésio

Compostos ternários

Fósforo, Potássio e Magnésio

As quantidades de fósforo, de potássio e de magnésio a aplicar dependem dos


seus teores no solo sob a forma assimilável, são estimadas com base nos resultados
analíticos das amostras de terra colhidas antes da mobilização profunda.

Preparação e aplicação dos fertilizantes na cultura da vinha – épocas


de aplicação

A videira é uma cultura que se adapta bem em vários tipos de solos, sendo que seu
desempenho produtivo é melhor naqueles com boa capacidade de suprimento de
nutrientes.

A aplicação dos fertilizantes deve ser efetuada após a sistematização do terreno, desde
que esta seja necessária.

Afigura-se vantajosa a sua distribuição a lanço:

- Sendo metade das quantidades recomendadas incorporadas com a mobilização

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profunda.

- E a outra metade com a regularização do terreno

No caso particular da vinha instalada em patamares (como se observa na região do douro)


a distribuição dos fertilizantes deverá realizar-se após construção dos mesmos.

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Adubação de cobertura

A adubação de cobertura é realizada após a cultura já estar instalada. Pode ser realizada
sobretudo durante três momentos distintos:

(1) quando as plantas são jovens,

(2) para evitar/corrigir alguma carência nutricional e

(3) como adubação de manutenção.

A adubação de cobertura serve como um reforço para a adubação de plantio. Ela age
suprindo as reservas do solo que já foram consumidas pelas plantas;

Auxilia na formação, floração e frutificação das plantas;

Ajuda a garantir o sucesso da lavoura desde que as exigências


básicas da planta (água, luz, solo, clima) sejam atendidas;

Contribui com o aumento da capacidade de defesa da planta


contra doenças e pragas;

Adubação de fundo

A adubação de fundo é normalmente realizada durante a preparação do solo ou na


altura da sementeira/plantação de uma determinada
cultura.

Sendo a vinha uma cultura perene é fundamental criar


uma boa reserva de nutrientes em profundidade antes da
plantação. A quantidade de nutrientes a aplicar é função da riqueza do solo avaliada
mediante a análise resultante da colheita de amostras de terra a 2 níveis (0-20cm e 20-
50cm).

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Adubação foliar – aplicação de bio estimulantes

Desde que aplicada de maneira correta, a fertilização foliar pode ser considerada uma
forma de aplicação de nutrientes mais rápida e eficiente do que a fertilização
convencional através do solo. Atualmente, verifica-se que existem fertilizantes solúveis em
água que podem cumulativamente ser aplicados diretamente na parte aérea das
plantas .

A aplicação de nutrientes via foliar permite suplementar a adubação de base e cobertura


assim como a limitante disponibilidade de nutrientes no solo que são transportados para
as plantas. Portanto, a fertilização foliar atua na correção de sintomas de deficiência
nutricional, essencialmente, de nutrientes com baixa mobilidade no floema das plantas
tais como: cálcio (Ca), boro (B), zinco (Zn), ferro (Fe) e manganês (Mn).

Os nutrientes que são mais eficientes quando aplicados pela via foliar são aqueles que as
plantas necessitam em concentrações inferiores que 1 a 2%. Neste contexto, destacam-se
os micronutrientes (B, Zn, Fe, Mn entre outros) os quais, geralmente, são necessários em
menor quantidade pelas plantas quando comparados com os macronutrientes .

Fertirrigação

A fertirrigação é uma técnica de adubação que utiliza a água de


irrigação para levar nutrientes ao solo cultivado. Esta aplicação é feita
através do sistema de irrigação mais conveniente à cultura. A
fertirrigação, basicamente, é a técnica de entregar de forma mais
eficiente dois elementos essenciais para a sobrevivência e
desenvolvimento do solo e da vegetação: água e fertilizantes.

Na maior parte das vezes, a fertirrigação tem a finalidade de tão somente adubar o solo
de uma maneira mais eficiente, barata e com um grau de precisão maior do que outros
métodos de adubação, através da diluição de fertilizantes comerciais (N, P, K) em água
de irrigação.

Normas de armazenamento de adubos

A cadeia de manuseio expõe os produtos a inúmeras condições de armazenagem antes


de chegar ao uso no campo usuário final.

É essencial que, até a entrega, o produto esteja com uma qualidade no mínimo satisfatória
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para ser aplicado imediatamente sem comprometer sua aplicação ou,
consequentemente, o rendimento e qualidade das colheitas.

Para minimizar a deterioração na qualidade e para evitar problemas de segurança no


transporte, deve-se prestar atenção tanto às propriedades químicas e principalmente
físicas do fertilizante quanto aos procedimentos corretos de manuseio da fábrica ao
campo. O manuseio e o transporte correto do fertilizante devem ser baseados nas
condições climáticas, no tipo de fertilizante e na forma como é expedido (granel ou
embalado).

O armazenamento correto e as práticas de limpeza (housekeeping) são sempre


importantes para garantir um local de armazenamento seguro. Se possível, os fertilizantes
devem ser armazenados em um depósito fechado e seguro para proteger o produto do
tempo (sol, chuva, neblina etc.) e reduzir o risco de roubos. As condições ideais de
armazenamento são:

Locais fechados capazes de proteger o produto das intempéries e especialmente da luz


direta do sol (aquecimento excessivo).

Ambiente limpo, livre de poeira e protegido da humidade, que pode causar a formação
de pó e empedramento, prejudicando a capacidade de aplicação.

Temperatura entre 5 e 30°C (alguns tipos de fertilizante são sensíveis a altas temperaturas).

Equipado com paletes para evitar a necessidade de duplo empilhamento.

Bom gerenciamento de estoque, por exemplo, realizado a partir de um esquema primeiro


a entrar, primeiro a sair.

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Fertilização e ambiente

O facto de a Agricultura e a Silvicultura terem vindo a evoluir no sentido de, em muitos


casos, adquirirem um carácter bastante intensivo, levou a um aumento do consumo de
fertilizantes. Ora estes produtos, de acordo com uma corrente de opinião que tem já hoje
um significado apreciável, não deveriam ser usados, em virtude de contribuírem para
certas formas de poluição do ambiente.

o conceito de Agricultura Intensiva Sustentável tem levado ao desenvolvimento de novos


fertilizantes e novas tecnologias de monitorização e fertilização das culturas que, em
conjunto, permitem aumentar a eficiência de utilização dos fertilizantes pelas plantas e,
em simultâneo, reduzir de forma substancial os riscos ambientais associados à prática da
fertilização.

a disponibilidade, no País, de grandes quantidades de resíduos de diferentes origens


(saneamento dos agregados populacionais, atividade agrícola e pecuária, indústrias
agroalimentares e florestais e da produção de biocombustíveis), ricos em matéria orgânica
e/ou nutrientes vegetais, tem levado a um crescente interesse pela sua utilização como
corretivos orgânicos do solo, de forma a dar-lhes um destino ambientalmente aceitável e
reciclar o seu conteúdo em nutrientes e matéria orgânica.

Poluição do solo

A poluição do solo é a ocorrência de poluição deste acima


de certos níveis, causando a deterioração ou perda de uma
ou mais das funções do solo. Consiste na presença indevida
no solo de elementos químicos estranhos, como os resíduos
sólidos ou afluentes líquidos produzidos pelo homem, que
prejudicam as formas de vida e seu desenvolvimento regular.

A contaminação do solo, nas áreas rurais, dá-se sobre tudo


pelo uso indevido de agrotóxicos e por adubação incorreta
ou excessiva.

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Poluição da água

Poluição da água é a degradação da qualidade da água a


ponto de:

• prejudicar a saúde, a segurança e o bem-estar da


população;

• criar condições adversas às atividades sociais e


económicas;

• afetar desfavoravelmente a biota(conjunto de todos seres


vivos de um determinado ambiente ou de um
determinado período.);

• afetar desfavoravelmente as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;

• lançar matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais.

Eutrofização

A eutrofização ou eutroficação é um fenómeno causado pelo excesso de nutrientes


(compostos químicos ricos em fósforo ou nitrogênio, normalmente causado pela descarga
de efluentes agrícolas, urbanos ou industriais) num corpo de água mais ou menos fechado,
o que leva à proliferação excessiva de algas, que, ao entrarem em decomposição, levam
ao aumento do número de microrganismos e à consequente deterioração da qualidade
do corpo de água.

Poluição do ar

A poluição atmosférica refere-se a mudanças da atmosfera terrestre suscetíveis de causar


impacto a nível ambiental ou de saúde humana, através da contaminação por gases,
partículas sólidas, líquidos em suspensão, material biológico ou energia.

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Fertilização e qualidade alimentar

A Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) compreende a realização do direito de todos


ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem
comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas
alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam
ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis (Art. 3º da Lei n o 11346 de
15/09/2006 que cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, conhecida
como lei orgânica de segurança alimentar e nutricional).

Uma das tecnologias importantes, que influenciam diretamente tanto a produtividade


como a qualidade dos alimentos, são a nutrição das culturas, com o emprego de
corretivos e fertilizantes. Para nutrir adequadamente as culturas há necessidade do
monitoramento prévio da fertilidade do solo, que indica a necessidade da correção e ou
fertilização, bem como o acompanhamento do estado nutricional da lavoura,
assegurando o êxito na produção agrícola.

Nitratos nos alimentos

Os nitratos (NO3) são constituintes azotados cuja presença é natural no meio ambiente em
consequência do ciclo do azoto. Representam uma fonte de azoto essencial para o
crescimento normal das plantas, uma vez que, cerca de 90% do azoto requerido por estas
se apresenta na forma de nitratos (Perez et al, 1998).

Com o objetivo de promover o crescimento mais rápido dos produtos hortícolas e obter
folhas mais vistosas e de maiores dimensões, os processos de agricultura intensiva utilizam
de forma excessiva e não racional fertilizantes azotados. Este uso abusivo conduz ao
aumento de teor de nitratos nas plantas e a um excesso de fertilizante no solo, que
sofrendo processos de degradação, e/ou lixiviação proporcionam a contaminação dos
lençóis freáticos e das águas superficiais (Rovira et al, 1987; Elia et al, 1998, Faridan et al,
2005).

Assim, os nitratos embora de grande importância por serem essenciais à formação da


biomassa vegetal e animal, podem assumir o papel de contaminantes químicos
veiculados pelos vegetais e pelas águas superficiais ou subterrâneas, destinadas à
produção de água para consumo humano.

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Nutrientes minerais

A nutrição mineral é o estudo das formas como as plantas utilizam e obtêm os nutrientes
minerais obtidos através do solo.

Na natureza, estão à disposição das plantas, quase todos os elementos da tabela


periódica. Uma simples análise química de um vegetal não funcionaria para determinar
quais destes elementos são essenciais, pois a planta pode absorver e armazenar em seus
tecidos muitos elementos que não lhe são essenciais. É necessário determinar os nutrientes
de acordo com um critério de essencialidade.

A maneira mais comum de se determinar a essencialidade de um elemento às plantas é


através de experimentos com soluções nutritivas preparadas com água e sais purificados.
Assim, podem omitir-se os elementos da solução um a um, podendo ser classificados como
essenciais os que atendam aos seguintes critérios:

• Na ausência do elemento a planta não cresce normalmente nem completa o seu


ciclo de vida, ou seja, não se desenvolve corretamente e não se reproduz;

• O elemento é insubstituível, ou seja, deficiência só pode ser corrigida através do seu


fornecimento e não de algum outro.

• O elemento químico faz parte de uma molécula, de um constituinte ou de uma


reação bioquímica essencial à planta.

Boas práticas de segurança e saúde no trabalho

A atividade agrícola está sujeita a acontecimentos imprevistos e eventualmente


prejudiciais para a saúde dos agricultores. A informação e a sensibilização dos riscos mais
graves e frequentes nas diferentes situações de trabalho desenvolvidas pelo agricultor e a
divulgação das medidas mais adequadas à prevenção contribuem para reduzir o número
de acidentes na agricultura, promovendo as boas práticas agrícolas.

As boas práticas agrícolas podem ser definidas como cultivar os produtos da melhor forma
e, em simultâneo, dar garantia dos mesmos.

As boas práticas agrícolas são um conjunto de princípios, normas e recomendações


técnicas aplicadas para a produção, processamento e transporte de alimentos,
orientadas essencialmente de forma a salvaguardar a saúde humana, proteger o meio

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ambiente e melhorar as condições de trabalho dos produtores.

“Todos os trabalhadores, sem distinção de idade, sexo, raça, cidadania, território de


origem, religião, convicções políticas ou ideologias têm direito à prestação do trabalho
em condições de higiene e segurança” (alínea e) do n.º 1 do art. 59.º da CRP), pelo que a
segurança, higiene e saúde no trabalho deve ser vista como um investimento e não como
um custo.

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