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Resumo: “Linguagem, poder e discriminação”

Caroline da Rosa
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina

GNERRE, Maurizzio. Linguagem, poder e discriminação. In:  GNERRE, Maurizzio. Linguagem,


escrita e poder. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1988, p. 5-34.

Maurizzio Gnerre é linguista e é conhecido por trabalhar como consultar da ONU a respeito
das minorias e suas culturas, principalmente em relação com seus direitos linguísticos.
No capitulo estudado, o autor traz à tona a relação da linguagem como forma de limitar o
poder daqueles que não tem acesso à chamada “língua culta”. Fazendo uma análise histórica e
politica das relações do poder e da linguagem, ele traz como a linguagem culta se formou e suas
ligações com o poder. Ele expõe os problemas de que pelo fato da língua ter diversas formas e elas
são usadas como uma maneira de exercer discriminação entre os indivíduos dessa sociedade. “A
linguagem não é usada somente para veicular informações, [...] ocupa uma posição central a função
de comunicar ao ouvinte a posição que o falante ocupa de fato ou acha que ocupa na sociedade em
que vive.” (GNERRE, 1988, p. 5)
Os dicionários têm como função legitimar uma palavra em nossa sociedade e juntamente com
a produção da gramática que são realizadas pela parcela da sociedade que possui poder, aqueles
que são de academias nacionais de letras. Sendo assim controlando o que é chamado de aceitável e
padrão. Trazendo a tona quais obras que se deve ter como base para uma boa dominação da
“linguagem formal”. Porém boa parte da população não tem acesso a essa literatura, e assim não tem
como ter acesso a formas gramaticais ditas como oficiais.
Perante a lei todos os cidadãos são vistos como igual, não sendo permitida discriminação por
sua cor, religião ou partido politico. Porém essa mesma lei discrimina aqueles que não conseguem ter
entendimento da própria lei e por conta da forma a qual foi redigida. Então para o autor a linguagem é
a maior forma de discriminar e impedir o acesso ao poder. A educação ineficaz se torna uma parede
para aqueles que desejam mudar seu lugar na sociedade. Mesmo sendo um meio de poder é
também uma forma de impedir o acesso a ele, mantendo esse poder com a mesma parcela da
população.

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