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O que é mercado financeiro?

O mercado financeiro pode ser definido como o ambiente onde pode-se comprar e vender
produtos financeiros. Ou seja, o local onde são feitas as negociações desses produtos.
Eles são ativos financeiros: podem ser, por exemplo, moedas, títulos, ações, derivativos,
mercadorias, commodities e outros bens que tenham valor financeiro.
Existem dois papéis fundamentais no mercado financeiro: o dos investidores e dos
tomadores. Os investidores são aqueles que tem recursos poupados e podem “emprestar”
o dinheiro em troca de rentabilidade, escolhendo algum investimento para aplicar. Já os
tomadores são justamente os que precisam desse dinheiro emprestado, pois necessitam
de mais recursos do que possuem, para financiar projetos de empresas.

Para que serve o mercado financeiro?

Ele justamente tem o papel de propiciar o encontro entre investidores e tomadores. Assim,
quem quer investir o dinheiro tem um ambiente seguro, controlado e regulado por leis para
fazê-lo.
Em economias de livre mercado, ele garante que as operações sejam feitas sem grandes
intervenções, como do Estado, por exemplo.
Portanto, ele tem a função de ser um ambiente seguro para negociações de ativos com
valor financeiro.

Como o mercado financeiro é dividido

Ele pode ser subdividido em algumas partes:

Mercado de Capitais

O mercado de capitais engloba ações, títulos e derivativos na Bolsa de Valores, corretoras


ou outras instituições financeiras.
Por exemplo, se você investir em ações na Bolsa ou investir em uma LCA de um banco
estará investindo no mercado de capitais.

Mercado de Câmbio

Já o mercado de câmbio tem relação com a troca de moeda. No caso do Brasil, é a troca
do real (R$) pela moeda de alguma outra nação, como o dólar ou o euro.
Então, se você trocar seus reais por dólares, atuará no mercado de câmbio.

Mercado de Crédito

Nele são negociados recursos de curto, médio e longo prazo para pessoas físicas e
jurídicas que precisam de dinheiro para capital de giro ou de consumo.
Ou seja, ele engloba os empréstimos que são disponibilizados pelas instituições
financeiras.
Mercado Monetário

Por fim, o mercado monetário é o ambiente de empréstimos de curto prazo, com


vencimento de no máximo um ano.

Quais são as instituições que monitoram o


mercado financeiro?

Para garantir o bom funcionamento do mercado financeiro, existem algumas instituições


que tem o papel de regular, fiscalizar e intermediar as relações e negociações que
acontecem nele.

Bacen – Banco Central do Brasil

O Bacen foi criado em 1964 e é uma autarquia federal autônoma. Portanto, ele tem
autonomia frente a outros órgãos, embora opere com supervisão do governo federal e
esteja ligado ao Ministério da Economia.
O objetivo do Bacen é garantir a estabilidade do poder de compra da moeda nacional no
país. Além disso, ele regulamenta o sistema financeiro.
Algumas das principais funções do Banco Central é:

 Controlar a inflação
 Depósitos de operações internacionais
 Supervisionar o sistema financeiro
 Atuar no mercado de cambio
 Emitir a moeda nacional

Se quiser entender mais sobre a atuação e como funciona a instituição, confira esse post
sobre o Bacen.

CVM – Comissão de Valores Mobiliários

A CVM é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda. Ela foi criada em 1976 e tem
o objetivo de fiscalizar e manter boas práticas no mercado de valores mobiliários.
Então, todas as instituições que atuam no mercado são monitoradas pela CVM. E, caso
alguma delas descumprir as regras estabelecidas, é a CVM que irá punir. 
Saiba mais sobre a CVM no nosso post.

CMN – Conselho Monetário Nacional

O CMN é o órgão que está no topo do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Ou seja, ele
tem poder sobre as outras instituições.
Ele garante o bom funcionamento do sistema controlando a política de moeda e crédito no
Brasil.
Agentes de intermediação

Os agentes de intermediação são responsáveis por conectar os tomadores com os


investidores. Podem ser: bancos, corretoras de investimento, administradoras de
consórcio, instituições de pagamento e a própria Bolsa de Valores.

Agentes que participam do mercado financeiro

Existem também alguns agentes que atuam e participam do mercado financeiro.

Bolsa de Valores

Se você investe ou quer investir em ações provavelmente já ouviu falar na Bolsa de


Valores. É nela que todas as empresas de capital aberto negociam parte da empresa em
forma de ações. Ou seja, se você quer comprar ou vender ações, é a Bolsa de Valores
que deve procurar.
Atualmente, qualquer pessoa que possua um CPF pode investir na Bolsa. As negociações
devem ser feitas online através de um home broker, a plataforma onde estão listadas
todas as ações da Bolsa.  

Emissores de títulos

Os emissores de títulos são as instituições que disponibilizam os papeis de investimento.


Os títulos podem ser públicos ou privados, de acordo com o seu emissor.
Em caso de títulos públicos, o emissor é o Tesouro Nacional. Ou seja, quando você
investe no Tesouro Selic, por exemplo, o emissor é o próprio governo. Por isso, os títulos
públicos são considerados os investimentos mais seguros do Brasil, pois as chances do
próprio governo quebrar são muito menores do que instituições privadas.
Já em caso de títulos privados, os emissores podem ser bancos ou instituições financeiras
privadas. Por exemplo, se você investir em um CDB investirá em um título de alguma
organização privada. Nesse caso, o risco é maior. Por isso, é preciso avaliar o rating do
emissor para saber se ele está bem avaliado.
Mesmo assim, para diminuir esse risco, existe o Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Ele
garante o ressarcimento dos seus investimentos em caso de quebra do emissor. Mas
atenção: ele garante a devolução de, no máximo, R$ 250 mil, por instituição. E não são
todos os títulos que são protegidos pelo FGC. Portanto, antes de escolher seus
investimentos, procure saber sobre o emissor e se ele é protegido pelo FGC.

Investidores

Os investidores são as pessoas que tem recursos sobrando e emprestam o dinheiro para
fazê-lo render. Seja para empresas, para instituições financeiras ou para o governo.

Produtos do mercado financeiro

Se você está pensando em investir seu dinheiro, primeiro é necessário conhecer os tipos
de investimento. Você pode investir em renda fixa ou em renda variável.
Renda fixa

Na renda fixa a remuneração ou a forma de cálculo pode ser definida previamente no


momento da aplicação. Exemplos de investimentos em renda fixa são: Fundos DI e Renda
Fixa, títulos públicos e CDBs.
Os investimentos de renda fixa não estão tão sujeitos às oscilações do mercado. Além
disso, como o investidor já conhece sua rentabilidade, são investimentos considerados
menos arriscados, adequados para quem tem o perfil conservador ou está começando a
investir.

Renda Variável

Já na renda variável o investidor não sabe previamente qual a rentabilidade do ativo. O


preço dos ativos pode sofrer variações o tempo todo, sendo afetados por acontecimentos
da economia e do mercado financeiro.
Porém, justamente por trazer mais riscos, a renda variável pode trazer mais rentabilidade.
Um exemplo de renda variável é investir em ações. O risco é alto, mas pode trazer um
bom retorno. Mas, pelo risco ser alto, é um investimento indicado para investidores
arrojados.

Como funciona o mercado financeiro

Como explicamos, o mercado financeiro possibilita o encontro entre investidores e


tomadores. Ou seja, ele dá fluxo para os recursos financeiros. As instituições do mercado
proporcionam que os emissores e tomadores não precisem “se encontrar” para negociar
os ativos.
As negociações são feitas em ambientes seguros e intermediadas por agentes do
mercado, como corretoras de valores.
Por exemplo, se você quiser investir em ações da Petrobras, não precisa procurar a
empresa diretamente. Basta abrir conta em uma corretora de confiança, como a XP
Investimentos, acessar o home broker e escolher as ações da empresa.
Ou seja, você emprestará seu dinheiro para a Petrobras sem precisar ter contato direto
com a empresa. Em troca, a empresa irá dividir os lucros com os investidores. Além disso,
as ações podem se valorizar e você pode ganhar dinheiro no tempo.

Conheça alguns investimentos disponíveis no


mercado

Ficou interessado em investir? Primeiro, conheça o seu tipo de investidor: é muito


importante que você escolha investimentos que estão de acordo com a sua tolerância ao
risco. Existem três tipos de investidores: conservador, moderado e arrojado. E para cada
um existem opções adequadas para investir.
Vamos explicar alguns dos investimentos existentes do mercado financeiro:

Tesouro Direto

Como falamos, esse é considerado o investimento mais seguro do Brasil – indicado para
quem está começando a investir ou para a sua reserva de emergência.
Ele foi criado em 2002 para democratizar o acesso a títulos públicos. Para começar a
investir no Tesouro Direto não é necessário muito dinheiro: com apenas R$ 37,00 já é
possível começar.
E existem opções com diferentes datas de vencimento para diferentes objetivos. Outra
vantagem é a liquidez: ela é diária. Ou seja, é um investimento seguro e que te dará mais
rentabilidade do que a poupança.

CDB

A sigla significa Certificado de Depósito Bancário. O CDB, assim como o Tesouro Direto, é
um investimento de renda fixa. Porém, o emissor não é o governo, e sim bancos privados.
Então, nesse caso, você empresta seu dinheiro para o banco, que irá devolver a quantia
aplicada + juros acordados no momento da aplicação.
Um ponto importante desse tipo de investimento é se certificar que o banco emissor tem
um bom rating. Ou seja, escolher instituições de confiança que possuem menos
possibilidade de quebrar.
Todavia, o CDB é um investimento pelo FGC. Então, até R$250 mil você está garantido
em casos de falência do banco.

Debêntures

Elas são títulos de dívida de médio e longo prazo. As debêntures são emitidas por
Sociedades Anônimas de capital aberto ou fechado. Ou seja, o emissor é sempre uma
instituição privada.
Elas são utilizadas pelas companhias emissoras para o financiamento de projetos,
aumento de capital ou da capacidade produtiva e para a reestruturação de dívidas.
Diferente do CDB, esse investimento não é protegido pelo FGC. Isso significa que, se o
emissor falir, você não receberá o valor investido de volta.
Para minimizar essa possibilidade, é importante consultar as notas de classificação de
risco da empresa emissora em questão, dadas por agências de rating. Essas notas
indicam a qualidade de crédito das empresas emissoras.

Ações

As ações representam uma parte do capital social de uma empresa. Ou seja, quando você
compra uma ação, se torna sócio da empresa. Inclusive, participa dos lucros e prejuízos.
As ações são um investimento de renda variável. Você não sabe a rentabilidade no
momento da aplicação. Inclusive, não há garantias de rentabilidade. Pense que você está
apostando no sucesso de uma empresa e ele pode ocorrer ou não. Portanto, o risco é alto.

Conclusão

Deu para perceber que o mercado financeiro é onde ocorrem as negociações de ativos,
reguladas, monitoradas e fiscalizadas por instituições que fazem parte do mercado.
Qualquer pessoa física ou jurídica com CPF ou CNPJ pode atuar diretamente nesse
ambiente. O importante é sempre escolher investimentos de acordo com suas
necessidades e perfil.
Além disso, escolher instituições de confiança para investir.
Quer investir seu dinheiro? Abra sua conta na XP e conte com a experiência de mais de 20
anos no mercado financeiro.1

Em economia e finanças, mercado financeiro é como se denomina todo o universo que


envolve as operações de compra e venda de ativos financeiros, tais como valores
mobiliários (ações, obrigações, etc.), mercadorias (pedras preciosas, commodities, etc.)
e câmbio. É todo o ambiente em que ocorrem as operações de investimentos financeiros.

O mercado financeiro pode ser dividido em quatro grandes mercados[9]:

 Mercado de capitais: é um meio de distribuição de valores mobiliários, que tem o


objetivo de gerar liquidez aos títulos emitidos pelas empresas e viabilizar o seu
processo de capitalização. Isto quer dizer que o objetivo é direcionar os recursos
financeiros da sociedade para o comércio, a indústria e outras atividades econômicas,
assim remunerando melhor o investidor. Fazem parte desta área a compra e a venda
de ações, debêntures, etc.[10];

 Mercado de crédito: atuam neste segmento diversas instituições financeiras e não


financeiras prestando serviços de intermediação de recursos de curto, médio e
longo[11] prazo para agentes deficitários que necessitam de recursos para consumo ou
capital de giro.[12] É o segmento onde ocorrem operações
de empréstimo, arrendamento, financiamento, etc.;

 Mercado de câmbio: é onde são negociadas as trocas de moedas estrangeiras


(dólar, euro, yuan, etc.).[13]

 Mercado monetário: é o mercado onde se concentram as operações para controle


da oferta de moeda e das taxas de juros de curto e curtíssimo prazo com vistas a
garantir a liquidez da economia. [14] Abrange toda a rede de entidades ou órgãos
financeiros que negociam títulos ou valores, concedendo empréstimos a empresas ou
particulares a curto prazo, em troca do pagamento de juros. [15]

Mercado Financeiro: o
que é, como funciona e
tipos de investimentos
5 de novembro de 2018, 15:37

Gide José Fernandes

1
https://conteudos.xpi.com.br/aprenda-a-investir/relatorios/mercado-financeiro/
Você é capaz de entender o mercado financeiro?

Acredite, esse conhecimento está cada vez mais acessível. Boas


estratégias para a realização dos seus sonhos são viáveis mesmo
iniciando com pouco dinheiro.

A digitalização das informações e dos processos, tornou possível


a gestão de recursos financeiros para praticamente todas as
pessoas, não sendo mais necessário viver em cidades grandes ou
ter rede de relacionamentos privilegiada.

Entretanto, se compararmos com a realidade de 10 a 20 anos atrás,


a revolução das informações não foi a única variável que contribuiu
para tornar possível este cenário.

A modernização dos instrumentos e das instituições de forma


paralela à evolução dos sistemas de controle também foram
determinantes.
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Visão prática e atualidade como diferenciais  e capacitação
técnica para você aplicar o conhecimento de Mercado
Financeiro nas mais diversas situações
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É claro que a diversidade de opções que permite o acesso ao
mercado financeiro pode, ao mesmo tempo, representar uma
barreira.

Isso em razão da dificuldade na interpretação das siglas e no


entendimento do retorno e dos riscos a ele vinculados.

Mas esse é um conhecimento possível de ser adquirido, e existem


agentes facilitadores trabalhando no mercado exatamente para
isso.

Continue a leitura e você vai entender melhor como o dinheiro se


movimenta no mercado, a origem de alguns instrumentos
conhecidos e descubra também as oportunidades para trabalhar
melhor seus recursos.

Você vai poder entender a partir de agora:

o O que é o Mercado Financeiro e de Capitais


o Como funciona o Mercado Financeiro
o O Mercado Financeiro Mundial
o O Mercado Financeiro Brasileiro
o As Divisões do Mercado de Capitais
o Os Principais Tipos de Investimentos

Boa leitura!
A evolução dos instrumentos e instituições do mercado financeiro

O que é o Mercado Financeiro e de


Capitais?
O que hoje nós conhecemos por meio do termo mercado
financeiro representa o resultado de séculos de evolução da
teoria econômica.

Apesar das expectativas quanto à extinção do dinheiro em papel,


ainda não é possível imaginar o mundo sem um instrumento que
simplifique as transações.

Com início nos rudimentares sistemas de escambo das civilizações


primitivas, onde a produção excedente de cada indivíduo era
utilizada como meio de troca para suprir suas necessidades,
as primeiras formas conhecidas de moedas surgiram no século VII
a.C.

O problema principal desse instrumento de troca estava


relacionado ao transporte e à segurança.

Como solução para o desafio, muitos passaram a optar por deixar


suas riquezas sob a guarda de pessoas de confiança.

Estes eram os ourives, que, em troca, entregavam recibos para o


depositante.

Na medida em que a prática foi sendo difundida, os recibos


também começaram a ser aceitos como meio de pagamento,
dando origem à figura do “papel moeda”.

Também foi nesse momento que se iniciou a definição das funções


do agente intermediador.

O ourives que emitia os recibos de depósitos foi o embrião da


instituição bancária.
Apesar da atividade ter registros históricos na civilização fenícia e o
termo ter sido cunhado pelos romanos, foi na expansão econômica
do final da Idade Média que a função do banco se tornou mais
conhecida na Europa.

Com o passar do tempo, o sucesso da prática permitiu aos


banqueiros o acúmulo de riquezas. E como isso também era um
excedente, eles passaram a emprestar mediante o pagamento de
juros.

Como essa remuneração sobre o capital era proibida pela Igreja


Católica, a atividade ficou restrita aos banqueiros judeus.

Nessa época, as autoridade obrigavam os judeus a viverem em


bairros segregados da cidade, portanto, as pessoas que queriam
realizar transações financeiras, necessitavam se deslocar para
esses lugares.

Foi, então, que se consolidou na prática o termo que até hoje é


utilizado para definir o mercado financeiro: o local onde se
encontram as pessoas com excedentes financeiros com as
pessoas com necessidades de capital.

Fica mais fácil compreender o funcionamento do mercado


financeiro a partir do correto entendimento dessa definição
essencial.

O entendimento entre as partes é fundamental.


O entendimento entre as partes é fundamental

Como funciona o Mercado Financeiro?


O funcionamento do mercado financeiro, apesar de parecer um
pouco confuso aos leigos, é bastante simples se definirmos as suas
unidades principais e os elementos intermediadores.

As pessoas com excedentes financeiros, conhecidas


como unidades superavitárias, são os agentes que
temporariamente entregam o seu dinheiro para outra pessoa.

Embora não pareça intuitivo, muitos de nós emprestamos dinheiro


em algum momento, seja por meio de depósitos bancários,
contribuições a um plano de previdência, pagamento de seguro
viagem ou investimentos em algum título.

Do outro lado, temos as pessoas que necessitam de capital.

Conhecidas pelo termo unidades deficitárias, são aquelas que


tomam empréstimos junto aos bancos, adquirem bens financiados,
buscam fundos para iniciar um empreendimento ou levantam
recursos para capital de giro.

Por intermédio das definições dessas duas unidades, podemos


perceber a ação de pessoas físicas, empresas e governos, os quais,
apesar de utilizarem instrumentos diferentes, operam
fundamentalmente da mesma forma.

Para promover o encontro entre essas unidades e satisfazer suas


necessidades distintas, existe a figura das instituições financeiras,
que são bancos, corretoras, fundos, sociedades distribuidoras,
entre outras.

O papel delas na intermediação das operações é otimizar a


alocação dos recursos, reter registros e garantir a segurança do
sistema.
Nesta arena, de um lado, operam os agentes do mercado e, do
outro, estão as instituições.

Surge, então, a necessidade de mais dois elementos,


os instrumentos financeiros e as agências regulamentadoras.

A definição normativa para os instrumentos financeiros é:


“qualquer contrato que dê origem a um ativo financeiro de uma
entidade e a um passivo financeiro ou instrumento de capital
próprio de outra entidade”.

Entretanto, também podemos descrever como a formalização das


regras que atendem às expectativas das partes envolvidas na
condução a bom termo de uma operação financeira.

Por fim, o papel das agências regulamentadoras é representado


por uma terceira parte, que auxilia a mitigação de conflitos e zela,
a partir de um ponto de vista neutro, pela integridade do sistema
como um todo.
As fronteiras são permeáveis

Mercado Financeiro Mundial


O Sistema Financeiro Mundial é formado pelos elementos descritos
acima, operacionalizados por diversos instrumentos desenvolvidos
ao longo da história.

Buscando maximizar o retorno e minimizar os riscos das


operações, o mundo financeiro passou por evoluções consecutivas,
diversificando ao ponto de, atualmente, ser praticamente possível
atender a todos os perfis de investidores, dos mais conservadores
aos mais agressivos.

A renda fixa, representada pelos investimentos em títulos de


dívida, aparece pela primeira vez nos registros da história italiana
no século XV, por meio da participação da casa dos Médici no
financiamento às guerras.

Mais tarde, em 1813, os Rothschild operaram de forma semelhante


no conflito entre Inglaterra e França, conhecido como Guerras
Napoleônicas.

Os títulos representam um instrumento pelo qual as pessoas


podem participar, emprestando dinheiro para o governo ou para
empresas.

O retorno pode ser percebido por meio de taxas de juros pagas a


cada período, conforme pactuado, proporcionando ao credor um
valor como renda.

Os títulos são negociados no mercado primário, quando as


empresas ou governo captam recursos, e posteriormente também
podem ser negociados no mercado secundário, quando as pessoas
decidem vender o direito de propriedade.

Diferentemente dos títulos, as ações representam investimentos


que uma pessoa faz em uma companhia.
Enquanto os títulos tornam o investidor participante da dívida de
uma empresa, as ações fazem dele parte do conjunto de
proprietários do negócio.

Apesar de existirem registros de operações similares à gestão de


ações na França no século XII, foi somente no século XVI,
na Antuérpia, que o mercado de ações ganhou sua forma
definitiva.

Em 2017 o mercado global de ações atingiu a soma recorde de US$


76,3 trilhões, liderado pela bolsa de Nova Iorque no valor de US$
21 trilhões.

As ações permitem aos investidores receberem participação nos


lucros das empresas ou auferirem ganhos pela diferença entre os
valores de compra e venda.

Por fim, os seguros, como ferramenta de gestão financeira,


também cumprem um importante papel no mercado financeiro.

Não somente quando protegem as pessoas contra eventuais


perdas por conta de eventos imprevistos, mas também como
forma de previdência, considerando o envelhecimento e a
redução da capacidade de gerar renda.

Inicialmente desenvolvida por dois escoceses no século XVIII, a


ideia de calcular a probabilidade de morte em um grande grupo de
pessoas apresentou resultados extremamente coerentes.

A partir deste embrião, a evolução para os modelos atuais com


possibilidades de coberturas sofisticadas permitiu a esse mercado
atingir a soma de US$ 5 trilhões em 2017.
O mercado financeiro brasileiro é relativamente jovem

Mercado Financeiro Brasileiro


A história do mercado financeiro brasileiro se inicia em 1808,
quando é criado o Banco do Brasil.

A iniciativa veio junto com a família real portuguesa, que fugia


da guerra na Europa e representava a instituição financeira mais
importante da época – além de cumprir o papel de Banco Central,
era também o Banco do Governo.

A economia era predominantemente agrícola, baseada na cultura


do café e, assim, demandava exclusivamente financiamentos para
a atividade rural.

Em 1861, por meio de um decreto assinado por Dom Pedro II,


surge também a Caixa Econômica Federal.

Seu papel era oferecer crédito pessoal para funcionários públicos e


penhor mercantil para pessoas de baixa renda.

Já no século seguinte, a crise de 1929 não só abalou o mercado


norte-americano, como também afetou duramente o Brasil, que
tinha nos Estados Unidos o principal comprador do seu café.

Foi necessário pensar em um processo que pudesse industrializar


o país, a fim de substituir as importações.

Entretanto, não havia por aqui condições de competir no


mercado internacional por carências na infraestrutura brasileira.

Portos, estradas e ferrovias eram necessários para o


desenvolvimento da economia, mas esses investimentos não
encontravam recursos em um sistema extremamente limitado.

Durante a crise, quando o mercado internacional não absorveu o


excedente de café produzido, o governo ordenou a queima de
milhares de sacas do produto ainda no cais do porto, e
posteriormente, a queima até mesmo antes de colher.

O objetivo foi manter os cotações em níveis altos, evitando o


desmantelamento da atividade.

Entretanto, essas ações inibiram o interesse dos proprietários do


capital em procurar alternativas para investir, e o interesse no
desenvolvimento da infraestrutura do país.

Era mais vantajoso receber do governo por sacas queimadas, do


que se aventurar em atividades de risco alto e retorno demorado.

O Estado por sua vez, não tinha recursos suficientes para o


financiamento das obras.

Obter recursos por meio de títulos encontrava uma resistência


significativa no limite imposto por uma lei vigente na época,
conhecida por “Lei da Usura”.

O limite máximo de juros estabelecido por ela era de 12%, o que,


confrontado com uma inflação de 20%, não era nem um pouco
atrativo.

Essa situação perdurou por décadas, e por mais que os


governantes percebessem os gargalos para o desenvolvimento,
nada se podia fazer.

Não existia consenso nem força política à altura para a realização


de uma reforma no sistema financeiro que pudesse colocar o país
nos trilhos do desenvolvimento que aconteceria no mundo nas
décadas seguintes.

A partir de 1964, o governo estruturou o Sistema Financeiro


Nacional, criando a sua fundamentação legal básica.

A Lei da Reforma Bancária, a Lei do Mercado de Capitais, Lei da


Correção Monetária (corrige a Lei da Usura) e a criação do Fundo
de Garantia por Tempo de Serviço são alguns exemplos de
iniciativas que viabilizaram o desenvolvimento do mercado
financeiro brasileiro.

Entretanto, se, por um lado, o governo promoveu medidas que


beneficiaram o mercado financeiro brasileiro, por outro,
a expansão monetária causada pela prática de “imprimir
dinheiro” provocou nos anos 80 um surto de hiperinflação que
desestabilizou profundamente o sistema.

Esta situação caótica foi combatida por vários governos sem


solução, e foi somente a partir de 1994 que a economia se
estabilizou. Surgia ali o Plano Real.

Foi a partir dessa estabilização que o mercado financeiro brasileiro


encontrou campo para se desenvolver.

Atualmente, o Sistema Financeiro Nacional, tem a seguinte


estrutura de atuação normativa:

o Conselho Monetário Nacional: atua na gestão da moeda,


crédito, capitais e câmbio
o Conselho Nacional de Seguros Privados: atua no controle
dos seguros privados
o Conselho Nacional de Previdência Complementar: atua
nas determinações pertinentes às empresas de previdência
fechada.

Sob a supervisão do Banco Central do Brasil, da Comissão de


Valores Mobiliários, da Superintendência de Seguros Privada e da
Superintendência Nacional de Previdência Complementar, diversos
operadores oferecem ao mercado opções variadas de
instrumentos para a gestão financeira.
As diferentes formas de se operar no mercado financeiro

Divisões do Mercado de Capitais


O mercado de capitais no Brasil pode ser dividido em segmentos
distintos: o mercado monetário, de crédito, de câmbio, de ações e
derivativos.

Mercado monetário
O mercado monetário é caracterizado pelas operações de curto e
curtíssimo prazo.

São títulos de dívida, passíveis de negociação no mercado


secundário e com liquidez.

Os títulos públicos são os lançados pelo governo na execução das


políticas monetárias e de financiamento ao gasto público.

No Brasil, são a Letras, Notas ou Bônus emitidos pelo Banco


Central ou pelo Tesouro Nacional.

Podem também ser emitidos pelos bancos ou empresas,


mantendo o conceito fundamental de alta liquidez.

São exemplos os Certificados de Depósitos Bancários e


Interbancários, Letras Financeiras e Debêntures.

Sujeitos às forças de mercado da oferta e da demanda, para serem


atrativos, esses títulos remuneram o capital investido com
alguns pontos percentuais acima do investimento considerado
“livre de risco”.

Mercado de crédito
No Brasil, o mercado de crédito se desenvolveu muito a partir dos
anos 2000, fruto da maior estabilidade econômica.
Assim, não somente as famílias, mas as empresas e o
governo dobraram o volume de recursos tomados em termos
percentuais do Produto Interno Bruno.

Dividido em diversas formas entre as modalidades de Crédito


Bancário, Financiamento, Imobiliário e Bancos de
Desenvolvimento, o crédito é um potente instrumento do mercado
financeiro para o fomento do crescimento econômico.

Mercado de câmbio
O mercado de câmbio é o ambiente onde ocorrem as trocas de
moedas dos países.

Internacionalmente, as moedas mais aceitas são o dólar dos


Estados Unidos e o Euro.

A aceitação por outros países representa a credibilidade da


economia que a adota.

Essas moedas ocupam a posição por circularem como meio de


pagamento principal dentro das maiores economias do mundo.

Exportadores vendem dólares para aplicar no mercado local os


recursos obtidos em negócios internacionais, enquanto que
importadores compram dólares para se abastecerem de
mercadorias de outros países.

As operações de venda e compra acontecem no mercado de


câmbio e o valor da moeda utilizado na concretização da operação
é chamado de taxa de câmbio.

Para as nações que adotam a taxa de câmbio flutuante, o mercado


pode ser também um destino das aplicações que buscam proteção
contra o risco da desvalorização da moeda local.

Mercado de ações
Com expectativas de retorno no médio e no longo prazo,
o mercado de ações é o responsável pelo financiamento de
investimentos e capital de giro das empresas.

As instituições financeiras, neste caso, somente fazem a


intermediação do negócio e coordenam a operação sem que os
recursos acessem seus balanços, não sendo, portanto, considerado
um mercado bancário.

É constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e


outras instituições financeiras autorizadas.

Mercado de derivativos
Por fim, temos o mercado de derivativos, compreendido
pelas aplicações financeiras originadas por instrumentos,
derivadas de outros ativos.

Essencialmente, as operações são realizadas sobre as expectativas


do valor futuro de um determinado instrumento financeiro.

Existem diversos tipos de operações, mas as mais conhecidas são


mercado a termo, mercado futuro e de opções.

Mercado a termo

No mercado a termo, a operação de compra e venda é realizada


por meio de um contrato.

O valor estipulado entre as partes deve ser honrado na data


combinada, seja qual for a cotação do papel no dia da liquidação.

Mercado futuro

O mercado futuro não vincula as partes e possibilita a liquidação


diária de lucros e prejuízos das posições.

No Brasil, se concentra da Bolsa Mercantil e de Futuros e são


utilizados para direcionar as expectativas do mercado de juros e do
dólar.
Mercado de opções

No mercado de opções, o investidor adquire o direito (não é


obrigado) de comprar ou vender um ativo estabelecendo preços e
prazos.

As opções de compra são conhecidas pelo termo em inglês call  e


as opções de venda são put.

Entendendo as divisões do mercado de capitais, podemos agora


apresentar os principais tipos de investimentos e suas
características essenciais, conforme o perfil do investidor.
Existe um tipo adequado para cada perfil de investidor

Principais Tipos de Investimentos


Descubra agora um pouco mais sobre os principais tipos de
investimentos financeiros à sua disposição.

Caderneta de poupança
A caderneta de poupança é um investimento de baixo risco, mas
pequena rentabilidade.

Para 2018, descontada a inflação, se espera que o rendimento


fiquem em menos de 1% no ano.

A recomendação mais usual é que essa modalidade de


investimento seja o ponto de partida para o acúmulo de capital,
com o propósito de migrar tão logo possível para uma opção mais
vantajosa.

Tesouro Direto
O Tesouro Direto é um investimento que se popularizou pela
redução do valor mínimo necessário e pela facilidade de
acesso que os meios digitais proporcionam.

Ainda existe muita desinformação a respeito da modalidade e esse


é um dos fatores que inibem uma maior expansão.

Entretanto, quando comparado com a poupança, é


um investimento seguro que paga pelo menos o dobro da taxa.

Fundos de Depósitos Interbancários


Os Fundos de Depósitos Interbancários, por sua vez, são uma
forma de agregar um pouco mais de risco em comparação com
outros produtos puramente de renda fixa.
Nessa modalidade, os gestores se comprometem a entregar
um rendimento mínimo, considerando que o perfil da carteira
será conservador.

Ações
Já o investimento em ações implica em um risco maior.

A escolha de ações de empresas depende de conhecimento


específico, o que pode requerer algum auxílio de pessoas com
informação qualificada.

Para o investidor iniciante, é recomendável o investimento em


fundos de ações ou procurar um corretor.

Fundos multimercado
Os fundos multimercado mesclam em sua composição diversos
ativos como ações, renda fixa (CDB, títulos públicos e privados),
câmbio e derivativos.

Busca retorno no médio prazo (acima de dois anos) e oferece risco


reduzido pela diversificação.

Previdência privada
Por fim, a previdência privada tem rendimento equiparado ao da
renda fixa, mas com benefícios tributários para as modalidades de
longo prazo.

A principal vantagem está na possibilidade de manutenção da


renda no futuro, quando as oportunidades para geração de
receitas eventualmente forem reduzidas.
Como o dinheiro se movimenta no mercado financeiro.

Conclusão
Você não precisa mais ser um especialista no mercado financeiro
para entender como investir o seu dinheiro, aproveitando
melhor as oportunidades.

As informações estão mais acessíveis e, todos os dias, surgem


novas plataformas com o propósito de tornar ainda mais amigável
esse universo.

Para que você seja capaz de trabalhar com eficiência os seus


recursos, é necessário somente entender alguns aspectos básicos
do funcionamento de cada modalidade de investimento.

Você pode não ter formação em economia ou experiência anterior


no mercado financeiro, mas, pesquisando com critério e estudando
as opções existentes, já conseguirá identificar as
oportunidades mesmo dentro do seu banco.

Então, em vez de ficar à margem e somente observar as pessoas


que são bem-sucedidas em seus investimentos, cogite uma nova
atitude.

Como diz o genial Warren Buffett, “não importa quão sereno o dia


de hoje pode ser, o amanhã é sempre incerto; não deixe essa
realidade assustar você.”

Se você quiser aumentar o conhecimento e se capacitar não


somente para multiplicar seus recursos, mas auxiliar outras
pessoas a conquistarem também melhores condições financeiras,
pode se inscrever no programa de Pós-Graduação Operador de
Mercado Financeiro da Fundação Instituto de Administração
(FIA).

Se tiver alguma dúvida ou quiser opinar sobre o tema, deixe seu


comentário abaixo.
E aproveite para compartilhar este conteúdo para que mais
pessoas conheçam detalhes sobre o mercado financeiro.

Mercado Financeiro: o
que é, como funciona e
tipos de investimentos
5 de novembro de 2018, 15:37

Gide José Fernandes

Você é capaz de entender o mercado financeiro?


Acredite, esse conhecimento está cada vez mais acessível. Boas
estratégias para a realização dos seus sonhos são viáveis mesmo
iniciando com pouco dinheiro.

A digitalização das informações e dos processos, tornou possível


a gestão de recursos financeiros para praticamente todas as
pessoas, não sendo mais necessário viver em cidades grandes ou
ter rede de relacionamentos privilegiada.

Entretanto, se compararmos com a realidade de 10 a 20 anos atrás,


a revolução das informações não foi a única variável que contribuiu
para tornar possível este cenário.

A modernização dos instrumentos e das instituições de forma


paralela à evolução dos sistemas de controle também foram
determinantes.
Pós-Graduação: Operador de Mercado Financeiro
Visão prática e atualidade como diferenciais  e capacitação
técnica para você aplicar o conhecimento de Mercado
Financeiro nas mais diversas situações
Conheça o curso!
É claro que a diversidade de opções que permite o acesso ao
mercado financeiro pode, ao mesmo tempo, representar uma
barreira.

Isso em razão da dificuldade na interpretação das siglas e no


entendimento do retorno e dos riscos a ele vinculados.

Mas esse é um conhecimento possível de ser adquirido, e existem


agentes facilitadores trabalhando no mercado exatamente para
isso.

Continue a leitura e você vai entender melhor como o dinheiro se


movimenta no mercado, a origem de alguns instrumentos
conhecidos e descubra também as oportunidades para trabalhar
melhor seus recursos.

Você vai poder entender a partir de agora:

o O que é o Mercado Financeiro e de Capitais


o Como funciona o Mercado Financeiro
o O Mercado Financeiro Mundial
o O Mercado Financeiro Brasileiro
o As Divisões do Mercado de Capitais
o Os Principais Tipos de Investimentos

Boa leitura!
A evolução dos instrumentos e instituições do mercado financeiro

O que é o Mercado Financeiro e de


Capitais?
O que hoje nós conhecemos por meio do termo mercado
financeiro representa o resultado de séculos de evolução da
teoria econômica.

Apesar das expectativas quanto à extinção do dinheiro em papel,


ainda não é possível imaginar o mundo sem um instrumento que
simplifique as transações.

Com início nos rudimentares sistemas de escambo das civilizações


primitivas, onde a produção excedente de cada indivíduo era
utilizada como meio de troca para suprir suas necessidades,
as primeiras formas conhecidas de moedas surgiram no século VII
a.C.

O problema principal desse instrumento de troca estava


relacionado ao transporte e à segurança.

Como solução para o desafio, muitos passaram a optar por deixar


suas riquezas sob a guarda de pessoas de confiança.

Estes eram os ourives, que, em troca, entregavam recibos para o


depositante.

Na medida em que a prática foi sendo difundida, os recibos


também começaram a ser aceitos como meio de pagamento,
dando origem à figura do “papel moeda”.

Também foi nesse momento que se iniciou a definição das funções


do agente intermediador.

O ourives que emitia os recibos de depósitos foi o embrião da


instituição bancária.
Apesar da atividade ter registros históricos na civilização fenícia e o
termo ter sido cunhado pelos romanos, foi na expansão econômica
do final da Idade Média que a função do banco se tornou mais
conhecida na Europa.

Com o passar do tempo, o sucesso da prática permitiu aos


banqueiros o acúmulo de riquezas. E como isso também era um
excedente, eles passaram a emprestar mediante o pagamento de
juros.

Como essa remuneração sobre o capital era proibida pela Igreja


Católica, a atividade ficou restrita aos banqueiros judeus.

Nessa época, as autoridade obrigavam os judeus a viverem em


bairros segregados da cidade, portanto, as pessoas que queriam
realizar transações financeiras, necessitavam se deslocar para
esses lugares.

Foi, então, que se consolidou na prática o termo que até hoje é


utilizado para definir o mercado financeiro: o local onde se
encontram as pessoas com excedentes financeiros com as
pessoas com necessidades de capital.

Fica mais fácil compreender o funcionamento do mercado


financeiro a partir do correto entendimento dessa definição
essencial.

O entendimento entre as partes é fundamental.


O entendimento entre as partes é fundamental

Como funciona o Mercado Financeiro?


O funcionamento do mercado financeiro, apesar de parecer um
pouco confuso aos leigos, é bastante simples se definirmos as suas
unidades principais e os elementos intermediadores.

As pessoas com excedentes financeiros, conhecidas


como unidades superavitárias, são os agentes que
temporariamente entregam o seu dinheiro para outra pessoa.

Embora não pareça intuitivo, muitos de nós emprestamos dinheiro


em algum momento, seja por meio de depósitos bancários,
contribuições a um plano de previdência, pagamento de seguro
viagem ou investimentos em algum título.

Do outro lado, temos as pessoas que necessitam de capital.

Conhecidas pelo termo unidades deficitárias, são aquelas que


tomam empréstimos junto aos bancos, adquirem bens financiados,
buscam fundos para iniciar um empreendimento ou levantam
recursos para capital de giro.

Por intermédio das definições dessas duas unidades, podemos


perceber a ação de pessoas físicas, empresas e governos, os quais,
apesar de utilizarem instrumentos diferentes, operam
fundamentalmente da mesma forma.

Para promover o encontro entre essas unidades e satisfazer suas


necessidades distintas, existe a figura das instituições financeiras,
que são bancos, corretoras, fundos, sociedades distribuidoras,
entre outras.

O papel delas na intermediação das operações é otimizar a


alocação dos recursos, reter registros e garantir a segurança do
sistema.
Nesta arena, de um lado, operam os agentes do mercado e, do
outro, estão as instituições.

Surge, então, a necessidade de mais dois elementos,


os instrumentos financeiros e as agências regulamentadoras.

A definição normativa para os instrumentos financeiros é:


“qualquer contrato que dê origem a um ativo financeiro de uma
entidade e a um passivo financeiro ou instrumento de capital
próprio de outra entidade”.

Entretanto, também podemos descrever como a formalização das


regras que atendem às expectativas das partes envolvidas na
condução a bom termo de uma operação financeira.

Por fim, o papel das agências regulamentadoras é representado


por uma terceira parte, que auxilia a mitigação de conflitos e zela,
a partir de um ponto de vista neutro, pela integridade do sistema
como um todo.
As fronteiras são permeáveis

Mercado Financeiro Mundial


O Sistema Financeiro Mundial é formado pelos elementos descritos
acima, operacionalizados por diversos instrumentos desenvolvidos
ao longo da história.

Buscando maximizar o retorno e minimizar os riscos das


operações, o mundo financeiro passou por evoluções consecutivas,
diversificando ao ponto de, atualmente, ser praticamente possível
atender a todos os perfis de investidores, dos mais conservadores
aos mais agressivos.

A renda fixa, representada pelos investimentos em títulos de


dívida, aparece pela primeira vez nos registros da história italiana
no século XV, por meio da participação da casa dos Médici no
financiamento às guerras.

Mais tarde, em 1813, os Rothschild operaram de forma semelhante


no conflito entre Inglaterra e França, conhecido como Guerras
Napoleônicas.

Os títulos representam um instrumento pelo qual as pessoas


podem participar, emprestando dinheiro para o governo ou para
empresas.

O retorno pode ser percebido por meio de taxas de juros pagas a


cada período, conforme pactuado, proporcionando ao credor um
valor como renda.

Os títulos são negociados no mercado primário, quando as


empresas ou governo captam recursos, e posteriormente também
podem ser negociados no mercado secundário, quando as pessoas
decidem vender o direito de propriedade.

Diferentemente dos títulos, as ações representam investimentos


que uma pessoa faz em uma companhia.
Enquanto os títulos tornam o investidor participante da dívida de
uma empresa, as ações fazem dele parte do conjunto de
proprietários do negócio.

Apesar de existirem registros de operações similares à gestão de


ações na França no século XII, foi somente no século XVI,
na Antuérpia, que o mercado de ações ganhou sua forma
definitiva.

Em 2017 o mercado global de ações atingiu a soma recorde de US$


76,3 trilhões, liderado pela bolsa de Nova Iorque no valor de US$
21 trilhões.

As ações permitem aos investidores receberem participação nos


lucros das empresas ou auferirem ganhos pela diferença entre os
valores de compra e venda.

Por fim, os seguros, como ferramenta de gestão financeira,


também cumprem um importante papel no mercado financeiro.

Não somente quando protegem as pessoas contra eventuais


perdas por conta de eventos imprevistos, mas também como
forma de previdência, considerando o envelhecimento e a
redução da capacidade de gerar renda.

Inicialmente desenvolvida por dois escoceses no século XVIII, a


ideia de calcular a probabilidade de morte em um grande grupo de
pessoas apresentou resultados extremamente coerentes.

A partir deste embrião, a evolução para os modelos atuais com


possibilidades de coberturas sofisticadas permitiu a esse mercado
atingir a soma de US$ 5 trilhões em 2017.
O mercado financeiro brasileiro é relativamente jovem

Mercado Financeiro Brasileiro


A história do mercado financeiro brasileiro se inicia em 1808,
quando é criado o Banco do Brasil.

A iniciativa veio junto com a família real portuguesa, que fugia


da guerra na Europa e representava a instituição financeira mais
importante da época – além de cumprir o papel de Banco Central,
era também o Banco do Governo.

A economia era predominantemente agrícola, baseada na cultura


do café e, assim, demandava exclusivamente financiamentos para
a atividade rural.

Em 1861, por meio de um decreto assinado por Dom Pedro II,


surge também a Caixa Econômica Federal.

Seu papel era oferecer crédito pessoal para funcionários públicos e


penhor mercantil para pessoas de baixa renda.

Já no século seguinte, a crise de 1929 não só abalou o mercado


norte-americano, como também afetou duramente o Brasil, que
tinha nos Estados Unidos o principal comprador do seu café.

Foi necessário pensar em um processo que pudesse industrializar


o país, a fim de substituir as importações.

Entretanto, não havia por aqui condições de competir no


mercado internacional por carências na infraestrutura brasileira.

Portos, estradas e ferrovias eram necessários para o


desenvolvimento da economia, mas esses investimentos não
encontravam recursos em um sistema extremamente limitado.

Durante a crise, quando o mercado internacional não absorveu o


excedente de café produzido, o governo ordenou a queima de
milhares de sacas do produto ainda no cais do porto, e
posteriormente, a queima até mesmo antes de colher.

O objetivo foi manter os cotações em níveis altos, evitando o


desmantelamento da atividade.

Entretanto, essas ações inibiram o interesse dos proprietários do


capital em procurar alternativas para investir, e o interesse no
desenvolvimento da infraestrutura do país.

Era mais vantajoso receber do governo por sacas queimadas, do


que se aventurar em atividades de risco alto e retorno demorado.

O Estado por sua vez, não tinha recursos suficientes para o


financiamento das obras.

Obter recursos por meio de títulos encontrava uma resistência


significativa no limite imposto por uma lei vigente na época,
conhecida por “Lei da Usura”.

O limite máximo de juros estabelecido por ela era de 12%, o que,


confrontado com uma inflação de 20%, não era nem um pouco
atrativo.

Essa situação perdurou por décadas, e por mais que os


governantes percebessem os gargalos para o desenvolvimento,
nada se podia fazer.

Não existia consenso nem força política à altura para a realização


de uma reforma no sistema financeiro que pudesse colocar o país
nos trilhos do desenvolvimento que aconteceria no mundo nas
décadas seguintes.

A partir de 1964, o governo estruturou o Sistema Financeiro


Nacional, criando a sua fundamentação legal básica.

A Lei da Reforma Bancária, a Lei do Mercado de Capitais, Lei da


Correção Monetária (corrige a Lei da Usura) e a criação do Fundo
de Garantia por Tempo de Serviço são alguns exemplos de
iniciativas que viabilizaram o desenvolvimento do mercado
financeiro brasileiro.

Entretanto, se, por um lado, o governo promoveu medidas que


beneficiaram o mercado financeiro brasileiro, por outro,
a expansão monetária causada pela prática de “imprimir
dinheiro” provocou nos anos 80 um surto de hiperinflação que
desestabilizou profundamente o sistema.

Esta situação caótica foi combatida por vários governos sem


solução, e foi somente a partir de 1994 que a economia se
estabilizou. Surgia ali o Plano Real.

Foi a partir dessa estabilização que o mercado financeiro brasileiro


encontrou campo para se desenvolver.

Atualmente, o Sistema Financeiro Nacional, tem a seguinte


estrutura de atuação normativa:

o Conselho Monetário Nacional: atua na gestão da moeda,


crédito, capitais e câmbio
o Conselho Nacional de Seguros Privados: atua no controle
dos seguros privados
o Conselho Nacional de Previdência Complementar: atua
nas determinações pertinentes às empresas de previdência
fechada.

Sob a supervisão do Banco Central do Brasil, da Comissão de


Valores Mobiliários, da Superintendência de Seguros Privada e da
Superintendência Nacional de Previdência Complementar, diversos
operadores oferecem ao mercado opções variadas de
instrumentos para a gestão financeira.
As diferentes formas de se operar no mercado financeiro

Divisões do Mercado de Capitais


O mercado de capitais no Brasil pode ser dividido em segmentos
distintos: o mercado monetário, de crédito, de câmbio, de ações e
derivativos.

Mercado monetário
O mercado monetário é caracterizado pelas operações de curto e
curtíssimo prazo.

São títulos de dívida, passíveis de negociação no mercado


secundário e com liquidez.

Os títulos públicos são os lançados pelo governo na execução das


políticas monetárias e de financiamento ao gasto público.

No Brasil, são a Letras, Notas ou Bônus emitidos pelo Banco


Central ou pelo Tesouro Nacional.

Podem também ser emitidos pelos bancos ou empresas,


mantendo o conceito fundamental de alta liquidez.

São exemplos os Certificados de Depósitos Bancários e


Interbancários, Letras Financeiras e Debêntures.

Sujeitos às forças de mercado da oferta e da demanda, para serem


atrativos, esses títulos remuneram o capital investido com
alguns pontos percentuais acima do investimento considerado
“livre de risco”.

Mercado de crédito
No Brasil, o mercado de crédito se desenvolveu muito a partir dos
anos 2000, fruto da maior estabilidade econômica.
Assim, não somente as famílias, mas as empresas e o
governo dobraram o volume de recursos tomados em termos
percentuais do Produto Interno Bruno.

Dividido em diversas formas entre as modalidades de Crédito


Bancário, Financiamento, Imobiliário e Bancos de
Desenvolvimento, o crédito é um potente instrumento do mercado
financeiro para o fomento do crescimento econômico.

Mercado de câmbio
O mercado de câmbio é o ambiente onde ocorrem as trocas de
moedas dos países.

Internacionalmente, as moedas mais aceitas são o dólar dos


Estados Unidos e o Euro.

A aceitação por outros países representa a credibilidade da


economia que a adota.

Essas moedas ocupam a posição por circularem como meio de


pagamento principal dentro das maiores economias do mundo.

Exportadores vendem dólares para aplicar no mercado local os


recursos obtidos em negócios internacionais, enquanto que
importadores compram dólares para se abastecerem de
mercadorias de outros países.

As operações de venda e compra acontecem no mercado de


câmbio e o valor da moeda utilizado na concretização da operação
é chamado de taxa de câmbio.

Para as nações que adotam a taxa de câmbio flutuante, o mercado


pode ser também um destino das aplicações que buscam proteção
contra o risco da desvalorização da moeda local.

Mercado de ações
Com expectativas de retorno no médio e no longo prazo,
o mercado de ações é o responsável pelo financiamento de
investimentos e capital de giro das empresas.

As instituições financeiras, neste caso, somente fazem a


intermediação do negócio e coordenam a operação sem que os
recursos acessem seus balanços, não sendo, portanto, considerado
um mercado bancário.

É constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e


outras instituições financeiras autorizadas.

Mercado de derivativos
Por fim, temos o mercado de derivativos, compreendido
pelas aplicações financeiras originadas por instrumentos,
derivadas de outros ativos.

Essencialmente, as operações são realizadas sobre as expectativas


do valor futuro de um determinado instrumento financeiro.

Existem diversos tipos de operações, mas as mais conhecidas são


mercado a termo, mercado futuro e de opções.

Mercado a termo

No mercado a termo, a operação de compra e venda é realizada


por meio de um contrato.

O valor estipulado entre as partes deve ser honrado na data


combinada, seja qual for a cotação do papel no dia da liquidação.

Mercado futuro

O mercado futuro não vincula as partes e possibilita a liquidação


diária de lucros e prejuízos das posições.

No Brasil, se concentra da Bolsa Mercantil e de Futuros e são


utilizados para direcionar as expectativas do mercado de juros e do
dólar.
Mercado de opções

No mercado de opções, o investidor adquire o direito (não é


obrigado) de comprar ou vender um ativo estabelecendo preços e
prazos.

As opções de compra são conhecidas pelo termo em inglês call  e


as opções de venda são put.

Entendendo as divisões do mercado de capitais, podemos agora


apresentar os principais tipos de investimentos e suas
características essenciais, conforme o perfil do investidor.
Existe um tipo adequado para cada perfil de investidor

Principais Tipos de Investimentos


Descubra agora um pouco mais sobre os principais tipos de
investimentos financeiros à sua disposição.

Caderneta de poupança
A caderneta de poupança é um investimento de baixo risco, mas
pequena rentabilidade.

Para 2018, descontada a inflação, se espera que o rendimento


fiquem em menos de 1% no ano.

A recomendação mais usual é que essa modalidade de


investimento seja o ponto de partida para o acúmulo de capital,
com o propósito de migrar tão logo possível para uma opção mais
vantajosa.

Tesouro Direto
O Tesouro Direto é um investimento que se popularizou pela
redução do valor mínimo necessário e pela facilidade de
acesso que os meios digitais proporcionam.

Ainda existe muita desinformação a respeito da modalidade e esse


é um dos fatores que inibem uma maior expansão.

Entretanto, quando comparado com a poupança, é


um investimento seguro que paga pelo menos o dobro da taxa.

Fundos de Depósitos Interbancários


Os Fundos de Depósitos Interbancários, por sua vez, são uma
forma de agregar um pouco mais de risco em comparação com
outros produtos puramente de renda fixa.
Nessa modalidade, os gestores se comprometem a entregar
um rendimento mínimo, considerando que o perfil da carteira
será conservador.

Ações
Já o investimento em ações implica em um risco maior.

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reduzido pela diversificação.

Previdência privada
Por fim, a previdência privada tem rendimento equiparado ao da
renda fixa, mas com benefícios tributários para as modalidades de
longo prazo.

A principal vantagem está na possibilidade de manutenção da


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receitas eventualmente forem reduzidas.
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Conclusão
Você não precisa mais ser um especialista no mercado financeiro
para entender como investir o seu dinheiro, aproveitando
melhor as oportunidades.

As informações estão mais acessíveis e, todos os dias, surgem


novas plataformas com o propósito de tornar ainda mais amigável
esse universo.

Para que você seja capaz de trabalhar com eficiência os seus


recursos, é necessário somente entender alguns aspectos básicos
do funcionamento de cada modalidade de investimento.

Você pode não ter formação em economia ou experiência anterior


no mercado financeiro, mas, pesquisando com critério e estudando
as opções existentes, já conseguirá identificar as
oportunidades mesmo dentro do seu banco.

Então, em vez de ficar à margem e somente observar as pessoas


que são bem-sucedidas em seus investimentos, cogite uma nova
atitude.

Como diz o genial Warren Buffett, “não importa quão sereno o dia


de hoje pode ser, o amanhã é sempre incerto; não deixe essa
realidade assustar você.”

Se você quiser aumentar o conhecimento e se capacitar não


somente para multiplicar seus recursos, mas auxiliar outras
pessoas a conquistarem também melhores condições financeiras,
pode se inscrever no programa de Pós-Graduação Operador de
Mercado Financeiro da Fundação Instituto de Administração
(FIA).

Se tiver alguma dúvida ou quiser opinar sobre o tema, deixe seu


comentário abaixo.
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pessoas conheçam detalhes sobre o mercado financeiro.

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