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I. Nota Introdutora…………………………………………………………….…3
II. Frelimo (África Austral)………………………………………………………...4
III. Partido democrático nos Estados Unidos de América (América do Norte)….…8
IV. Ideológia Política do PSD Portugal (Europa)…………………………..…..….9
V. Ideologia do Partido Político Brasileiro PT (América do Sul)…………..……..12
VI. Consideraçãoes Finais……………………………………………………….....19
VII. Referências Bibliográficas………………………………………………………20
NOTA INTRODUTORA
O presente trabalho visa descrever os pontos de vista sobre o pensamento ideológico dos
partidos políticos, Relação Estado-sociedade, Organização territorial-administrativa, Política
económica e Questões ambientais tais como: Frelimo (Moçambique), PSD (Portugal), Partido
Democrata (Estados Unidos de América) e PT (Brasil). Referir que a pesquisa feita
encontrou-se algumas dificuldades pelo facto da exiguidade de dados disponíveis.
As questões inerentes à temática do poder político estão há milhares de anos no centro das
atenções das comunidades humanas. É necessário ressaltar que existem diversos tipos de
poder: o poder paternal, o poder social, o poder económico, o poder militar, o poder político, e
outros. (Banond, 2014).
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1. FRELIMO
Madeira Keita sustentava que o partido único identificava-se com com a própria nação, a
existencia de de dois ou vários partidos só seria aceitável ou concebíl se esses partidos
tivessem de exprimir os interesses divergentes de duas ou várias classes constituídas enquanto
tais, (Benot, 1981).
O pensamento de Madeira Keita acabou por influênciar quase todos partidos de África
emergidos no contexto da descolonização do continente e a FRELIMO foi um destes. Porém,
as ideias de Keita não vincaram para sempre, no caso da FRELIMO teve de fazer ruptura com
esta ideologia adoptando uma nova postura de dirigir o Estado. Sendo assim vamos analisar a
ideologia da FRELIMO na relação Estado-sociedade, organização territorial-administrativa,
Política económica, a pobreza e protecção social bem como questões ambientais.
Costa (2018) assegura que O verdadeiro Estado Social que a FRELIMO, pode implementar
durante a luta de libertação permitiu que, quer os refugiados na Tanzânia, quer as populações
que viviam nas zonas que iam sendo paulatinamente libertadas em Moçambique, pudessem
contar com um sistema de proteção social que lhes garantia os serviços mínimos nas áreas da
educação e da saúde, estabelecendo escolas, dispensários e um hospital que respondiam às
necessidades de uma população.
Toda esta obra, para além de conceder uma ajuda imediata no campo humanitário e do
desenvolvimento, permitiu encontrar estratégias que pudessem ser aplicadas no Moçambique
Independente, visando o surgimento de uma nova Nação, alicerçada no pressuposto de uma
nova sociedade, de cunho igualitário e mentalmente descolonizada. (Costa, 2018).
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assegura que o actual panorama político em Moçambique é bastante complexo, contudo,
predominantemente baseado num aparato político moderno, o Estado também tenta incluir as
Autoridades Tradicionais sob a sua tutela, de modo a procurar uma forma de beneficiar de
ambas as legitimações políticas que são modernas e tradicionais.
Bruna (2017) argumenta que a economia moçambicana nas últimas décadas caracteriza-se por
um elevado nível de crescimento económico, dinamizado pela introdução de recursos
externos em forma de investimento directo estrangeiro e grandes projectos. Este facto é
acompanhado pela manutenção e reprodução do poder de um aparelho do Estado com altos
níveis de corrupção e fraca capacidade institucional.
Deste modo, a evolução das diferentes variáveis macroeconómicas nos últimos anos,
continuou a aprofundar a estrutura característica de economias subdesenvolvidas com o
surgimento de elites políticas, assemelhando-se a abordagem dos marxistas quando se referem
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ao aparelho repressivo do Estado. (Bruna, 2017). Na última década, a política económica foi
gerida com objectivo de manter e reproduzir o controlo do poder pela classe dominante e de
instrumentalizá-lo para a constituição de grupos económicos, reforçando o poder repressivo
do Estado seja coercivamente ou recorrendo aos seus aparelhos ideológicos. (Bruna, 2017).
Logo que a FRELIMO tomou o poder na Independência, uma das suas principais
preocupações foi construir o capital humano do país guiado pela política marxista-leninista, o
objectivo da FRELIMO era o de promover um crescimento rápido e desenvolvimento. O
Estado desempenharia um papel de liderança através de planeamento social e controlo
centralizado da economia. (Waterhouse & Lauriciano, 2009).
Sobre a pobreza Waterhouse & Lauriciano (2009), argumentam que no primeiro período da
independência, a abordagem à pobreza rural do governo socialista da FRELIMO tinha quatro
facetas:
- A primeira era aumentar o número de escolas e postos de saúde criados pelo governo, a
funcionarem nas zonas rurais e tornando o seu acesso essencialmente gratuito (acesso
desmercantilizado).
- A quarta concentrava-se na acumulação rural: fortalecer a base produtiva das zonas rurais
através da produção colectiva, quer das empresas estatais quer de cooperativas, a qual
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melhoraria por fim as condições de vida, dando excedentes para investimento na indústria e
permitindo um maior investimento de excedentes no desenvolvimento social. As cooperativas
eram normalmente constituídas em quintas e plantações dispersas e abandonadas pelos
colonos, complementando com a agricultura familiar mas sem a colectivização nem a
deslocação desta última. As plantações e colonatos concentrados foram convertidos em
empresas estatais e não em cooperativas.
Para compreender qual foi a visão da FRELIMO em relação ao ambiente, a partir da ideologia
do marxismo-leninismo seguida pelo governo da FRELIMO, foram analisados dois
documentos: a primeira Constituição de Moçambique independente e a Carta dos Direitos e
Deveres Econômicos. Da leitura da Constituição da República Popular de Moçambique de
1975, identificou-se uma visão em que as questões ambientais eram vistas numa dimensão de
meio ambiente físico e utilização dos recursos naturais. Essa percepção é relevada no seguinte
extrato: A Terra e os recursos naturais e de solo e subsolo, de águas territoriais e continentais
de Moçambique são propriedade do Estado, responsável pela determinação das condições de
seu uso e desenvolvimento. (...) [que] serão adotadas com respeito à Carta dos Direitos e
Deveres Econômicos adotados pela 29ª Sessão da Assembleia Geral da Organização das
Nações Unidas (Constituição da Republica Popular de Moçambique, 1975, art. 8).
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Sobre a utilização dos recursos naturais, a Carta referida anteriormente determinava no seu
Capítulo III, artigo 30, que: “A proteção, preservação e valorização do ambiente para as
gerações presentes e futuras é da responsabilidade de todos os Estados. Em conformidade
com tal responsabilidade, todos os Estados Membros devem esforçar-se em estabelecer as
suas políticas ambientais e de desenvolvimento. As políticas ambientais de todos os Estados
devem reforçar e não afectar adversamente o desenvolvimento potencial presente e futuro dos
países em desenvolvimento.
Todos os Estados têm a responsabilidade de assegurar que as actividades sob a sua jurisdição
ou controle não causem dano ao meio ambiente de outros Estados ou de áreas além dos
limites de jurisdição nacional. Todos os Estados devem cooperar na criação de normas e
regulamentos internacionais em matérias ambientais” (United Nations General Assembly,
1974).
Verificou-se que os dois documentos enfatizam uma preocupação ambiental vista sob a
perspectiva de economia ambiental, na qual se promoveu uma mitigação dos problemas
decorrentes do uso dos recursos naturais tendo em vista a maximização do seu valor e
promoção do comércio e desenvolvimento dos países. Foi nessa vertente que se devia
respeitar o princípio de que esse desenvolvimento deveria minimizar os impactos
anteriormente ocasionados (Muhale, 2018, como citado em United Nations, 1973:46).
É um dos maiores partidos dos Estados Unidos de América ao lado dos Republicanos, tem
suas origens ao partido Democrático Republicano fundado em 1972 por Thomas Jefferson.
Um dado a reter consiste o facto de o actual Partido Democrata foi fundado por volta de 1828,
fazendo uma das mais antigas agremiações políticas ainda em actividade do mundo.
Centro – esquerda, defensor do liberalismo social, com uma visão moderna cujas premissas
assentam na igualdade social. Por este facto, defendem a política de economia mista, justiça
social, a participação do governo em questões económicas como mecanismo de garantir a
regulamentação do mercado, um sistema que proteja os mais desfavorecidos, e que tenham
alguma oportunidade de beneficiar o sistema de saúde, assistência social, apoio aos
sindicalistas, protecção ao consumidor, prevenção ao meio ambiente.
A social-democracia é uma ideologia que surgiu em fins do século XIX e início do século
XX por partidários do marxismo que acreditaram na transição para uma sociedade socialista
poderia ocorrer sem revoluções, mas por meio de uma evolução democrática. A ideologia
social-democrata prega uma gradual reforma legislativa do sistema capitalista a fim de torná-
lo mais igualitário, não sendo o caso do PSD.
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uma distribuição de renda mais igualitária e um compromisso para com a democracia
representativa.
O PSD assume as especificidades que o caracterizam como um partido personalista, para o qual
o início e o fim da política residem na pessoa humana; um partido de forte pendor nacional; um
partido com valores e princípios claros, permeável à criatividade e à imaginação, aberto à
inovação; um partido a favor de um Estado - Providência seguro para organizar a actividade
económica, valorizando também o liberalismo político e a livre iniciativa caraterizadora de uma
economia aberta de mercado, própria das sociedades contemporâneas que são globalizadas; um
partido que é dialogante, aberto à pluralidade de opiniões e à sociedade civil, defensor da
moderação e da convivência pacífica entre homens de credos diferentes, herdeiro da tradição
universalista portuguesa que é estruturalmente avessa a qualquer forma de xenofobia; um
partido empenhado na construção europeia, defensor da identidade nacional e dos valores
pátrios que deram corpo à Nação Portuguesa, herdeiro de um sentido atlântico e de uma aliança
profunda com os povos de expressão lusa; um partido que, apostando na eficácia, valoriza o
humanismo, bem como os grandes princípios da justiça, da liberdade e da solidariedade; um
partido não confessional, ou seja, laico; um partido inter-classista, vocacionado para representar
as diversas categorias da população portuguesa, e apostado na defesa da cooperação entre as
classes sociais como a via mais adequada para a obtenção do bem comum; um partido que
aposta no reconhecimento do mérito e na capacidade de afirmação pessoal e social, cada vez
mais necessárias numa sociedade onde cresce o espaço para a realização das capacidades
individuais e onde importa distinguir os talentos pessoais.
O Partido Social Democrata é um partido não confessional, ou seja, tem carácter laico. O
laicismo é uma doutrina política e social que defende e promove a separação do Estado das
igrejas e das comunidades religiosas, assim como a neutralidade do Estado em matéria
religiosa. Assim o PSD opõe-se simultaneamente ao ateísmo de Estado e à teocracia.
Reconhece porém a matriz essencialmente humanista cristã dos cidadãos portugueses,
frequentemente mediada pela Igreja Católica Romana.
O PSD preconiza o regime republicano como forma de governo: forma de governo na qual um
representante, normalmente chamado presidente, é escolhido pelos cidadãos para ser o chefe de
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país. A forma de eleição é normalmente realizada por voto livre e secreto, em intervalos
regulares, variando conforme o país. Entre a facção social-democrata do PSD (tal como na
população portuguesa em termos estatísticos), o catolicismo romano é maioritário, apesar da
social-democracia, no Centro da Europa continental e da Europa Nórdica estar ligada,
principalmente, aos cristãos protestantes, principalmente sobre a forma de socialismo cristão
ou semelhante.
A implementação de uma política integrada para a maternidade e infância, enquanto pilar para
a promoção da natalidade e para a concretização do princípio do desenvolvimento humano,
configura uma prioridade para o PSD e deve constituir um novo desígnio para Portugal. Esta
firme convicção não nasce de um ímpeto eleitoralista. O primeiro documento produzido pelo
Conselho Estratégico Nacional, divulgado em 2018, foi dedicado a esta temática. A partir do
conjunto de propostas nele apresentadas procurámos fomentar uma discussão alargada sobre
um dos mais graves problemas com que o país se confronta e que compromete o nosso futuro.
A participação crescente das mulheres no mercado de trabalho, a instabilidade que caracteriza
os empregos iniciais, a rigidez dos horários laborais, a escassez de regimes de trabalho
flexíveis, a insuficiente oferta da rede pública de creches e jardins-de-infância nas grandes
áreas urbanas e as dificuldades em conciliar a vida familiar com a vida profissional configuram
constrangimentos adicionais à natalidade.
Tendo presente a afirmação crescente da consciência ambiental junto dos portugueses nos
últimos anos – em especial, desde o evento charneira que são as cheias de Lisboa, em 1967 –,
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atentos os constrangimentos decorrentes do completo alheamento a que o regime ditatorial
sujeitou o país e os portugueses, são aqui oferecidos contributos para uma abordagem histórica
aos principais marcos da política ambiental em Portugal, em formato de historial interpretativo,
atentas as diferentes dinâmicas, personalidades, instituições e movimentos que a
consubstanciaram no passado recente, bem como à evolução do modelo político para o
ambiente.
A bibliografia sobre sistemas partidários é deveras extensa, sendo um debate que permeia
décadas de discussões em diferentes escolas analíticas pelo mundo. Coube, nessa tese, realizar
um recorte entre as temáticas para que melhor fosse possível dar base teórica ao exercício de
análise que foi realizado. Desse modo, a ênfase foi dada para as discussões mais recentes sobre
a atual caracterização do sistema partidário com foco no sistema brasileiro, sua
institucionalização e modos operandi – debate esse para o qual se pretende contribuir.
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O campo mais clássico, representado pela teoria de Mainwaring (1999), considera que os
partidos estão diretamente relacionados à ideia de vínculo societário sendo deveras importante
sua representação e aceitação diante do eleitorado. Em contraposição a essas ideias, desponta a
teoria minimalista de Rose e Mackie (1988) e Mair (1997), na qual os partidos seriam
organizações que competem em eleições para formar o governo, atuando em diferentes frentes
e podendo aprofundar as relações com o Estado sem necessariamente aprofundar vínculos
societários. Partindo dessa perspectiva, Braga (2010), Tarouco (2010) e Melo e Câmara (2012)
afirmam que os partidos políticos possuem mais o papel democrático de auxiliar na
estruturação da competição e na formação de governos do que o papel de representação política
dos eleitores. Dentro dessas duas perspectivas, a bibliografia analisa algumas variáveis para
melhor entender o funcionamento dos partidos e do sistema: volatilidade ideológica de filiados;
volatilidade de voto dos eleitores; influência da eleição em nível federal nas demais eleições;
situação do sistema em relação à competição: sistema aberto ou fechado aos novos atores;
cartelização e enfraquecimento da ideologia (CARREIRÃO, 2014; RIBEIRO, 2013).
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reforma partidária, operários mobilizados já a partir das greves de 1978-79 alargaram seus
objetivos e se uniram aos movimentos populares, influenciados pelos setores progressistas da
Igreja Católica, tais como a Teologia da Libertação; estudantes ligados à UNE, a qual nesse
período havia sido posta pelos militares na clandestinidade; políticos profissionais, já
estabelecidos, ligados à esquerda do MDB, partido de oposição ao regime; professores
universitários; militantes de organização trotskistas, como a Liga Operária e o Movimento de
Emancipação do Proletariado; remanescentes da luta armada e artistas que haviam sido
diretamente afetados pela censura e lutavam em um movimento de contracultura para o
reestabelecimento democrático.
Em meio a esse contexto é que o PT foi criado sob a forte liderança do sindicalista Luís Inácio
Lula da Silva, oficialmente no dia 10 de fevereiro de 1980, no colégio Sion, em São Paulo
(KINZO, 1993). Diante do seu posicionamento frente às mudanças e rupturas (TAROUCO;
MADEIRA, 2011), pode-se afirmar que o PT nasceu permeado por um forte ideal de
esquerda. Com ideais inspirados nas teorias socialistas, sua ligação com o operariado e com as
classes que buscavam uma forte ruptura com o sistema vigente (a ditadura militar) o torna um
típico partido de esquerda em diversas dimensões. Segundo a classificação de Duverger
(ANO?), pode-se afirmar que o PT é um legítimo partido de massas, pois surgiu de um
movimento endógeno à sociedade civil, fato que contribui para os altos índices de
identificação partidária que o partido alcança.
Os índices identificação partidária, que na década de 2000 estiveram acima dos 20%, são
explicados pela trajetória única de partido de massas e pelo enraizamento social a partir dos
sindicatos e dos movimentos sociais que lutaram pelo fim da Ditadura Militar (KINZO;
CARREIRÃO, 2004). No entanto, pelo fato histórico de ter nascido entre grupos tão diversos,
reformistas, trotskistas, leninistas, stalinistas, socialistas cristãos, socialistas democráticos etc.,
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o PT possuiu dilemas durante toda a sua história quanto a sua congruência ideológica com
seguidas controvérsias ao longo dos 40 anos de existência do partido. Não é à toa, por
exemplo, que o termo socialismo tenha sido usado de maneira bem ampla no discurso
proferido por Lula na 1ª Convenção Nacional do PT, em 1979, sem, porém, avançar uma
definição precisa (GOMES, 2016). Tais divergências ficam evidenciadas inclusive na
organização do partido, nas quais “tendências” disputam os processos internos de lideranças,
configurando grupos dessemelhantes (radicais/moderados) em disputas de narrativas, decisões
de candidaturas, agendas de governo e demais assuntos relacionados à existência do partido
na arena eleitoral. Para além das tendências, a estratégia organizativa do partido trouxe
características inovadoras, como a formação dos núcleos de base, o incentivo à participação
da militância nos processos decisórios e o fortalecimento das instâncias locais. As instâncias
superiores, por sua vez, são dotadas de fortes mecanismos de intervenção e veto, fazendo com
que o partido tenha uma estrutura hierárquica interna muito forte (MENEGUELLO, 1989;
ROMA, 2006). De acordo com Ribeiro (2013), a Comissão Executiva Nacional, tornou-se o
órgão decisório máximo no período entre encontros nacionais, reduzindo o diretório à
condição de instância ratificadora. Num breve resgate histórico, a década de 1990 foi marcada
por uma forte atuação do PT enquanto liderança do campo da esquerda e oposição à corrente
neoliberal, liderada pelo PSDB, que marcou a década. O processo de liderança teve um ponto
de inflexão importante nas eleições de 1989 quando Lula disputou acirradamente as eleições
com Fernando Collor de Melo e se solidificou como grande protagonismo das lutas
progressistas que estavam por vir. No entanto, Lula não teria sucesso nas eleições de 1994 e
de 1998. Condecorado pelos feitos na economia durante o governo Itamar Franco, Fernando
Henrique Cardoso colheu, em 1994, a vitória influenciada directamente pelo sucesso do
“Plano Real” - um plano económico que permitiu acabar com a hiperinflação, estabilizando os
preços, aumentando o poder de compra das famílias e permitindo o planeamento das acções
governamentais sobre economia e sociedade com a estabilização da moeda. Em 1998, não foi
diferente, após realizar modificação o terreno para uma mudança de direccionamento
ideológico.
Os anos a seguir demarcam a era em que PT e PSDB comandaram dois grandes blocos de
coligações eleitorais e coalizões de governo e oposição que se estenderam no âmbito das
disputas de governos de estados e municípios, mostrando forte organização partidária com
mecanismos de seleção de candidatos, controle da distribuição de recursos e da organização
territorial de estrutura institucional, mobilização de suas bases sociais e com formas distintas
de participação de seus membros. A polarização PT-PSDB se tornou tão preponderante no
cenário político nacional que, além de dificultar a ascensão de uma “terceira força” capaz de
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romper essa disputa (LIMONGI; CORTEZ, 2010), replicou-se nos estados. O Estado de São
Paulo é o caso mais evidente, no qual tal polarização ocorreu de maneira mais intensa.
Tanto PT quanto PSDB possuem, em São Paulo, suas principais bases fundadoras
(Meneguello, 1989; Keck, 1991; Marques e Fleischer, 1998; Roma, 2002) e seguem um
padrão similar de recrutamento e mobilização de membros. Além disso, os membros de
ambos os partidos possuem perfis semelhantes (na maioria são homens com mais de 40 anos,
católicos) e, em geral, ocupam postos nas organizações partidárias em nível subnacional.
Outra semelhança encontrada se refere à participação: a maioria dessas elites intermediárias
são engajadas em algum tipo de movimento ou organização social, demonstrando forte
interface com a sociedade civil organizada (Braga; Costa; Fernandes, 2018, p. 7).
Gestão admistrativa estatal centralizada. Um balanço do período que vai de 1945 a 1954, sob
a óptica do PTB, revela pontos importantes, sendo útil para melhor se avaliar os desafios que
enfrenta depois da morte de Vargas. Após um período de repressão ao movimento sindical,
correspondente ao governo Dutra, foi um ministro trabalhista (João Goulart) que promoveu a
liberalização desse movimento, inclusive pressionando pelo aumento do salário mínimo, na
esteira das reivindicações dos trabalhadores.
A iniciativa visava não só fortalecer as bases de apoio do governo, como também reactivar o
apoio trabalhista no meio operário. A presença de Jango junto aos sindicatos, aos órgãos
previdenciais e a outras instituições ligadas ao mundo do trabalho evidencia o quanto houve
investimento nessa área de actuação.
O primeiro governo Dilma foi marcado pela continuidade das políticas de transferência de
renda e ampliação do número de famílias beneficiadas. No entanto, os limites da
transformação social começaram a surgir diante da ineficácia do governo petista em promover
reformas de maior substância e que de fato alterassem as estruturas de poder no contexto
brasileiro (reformas no âmbito tributário, federativo e agrário).
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55% da população percebiam uma melhora nas condições econômicas em relação ao ano
anterior, em 2013 essa percentagem já baixava para 24% (Meneguello; Arquer, 2018).
a) Politicas Ambientais
A efetivação de uma agenda política ambiental não está condicionada à influência plena das
organizações da sociedade civil, já que a mesma concorre com a agenda do desenvolvimento
econômico, ou seja, uma multiplicidade de fatores de grande complexidade impacta essas
decisões, que, na maioria das vezes, são influenciadas pelos interesses econômicos, dadas as
costumeiras tensões entre os ministérios ligados à infraestrutura econômica e ao meio
ambiente.
Os ambientalistas oscilam entre o Estado e a sociedade civil nas disputas pela constituição da
política ambiental e se utilizam dos dispositivos institucionais que favorecem sua participação
ou pelas redes de relação estruturadas em torno de ONGs e órgãos ambientais do Estado, o
que complexifica o processo democrático, pois surgem novas formas e novos mecanismos de
participação, que incluem também o acionamento de instituições judiciais no debate.
CONSIDERAÇÃOES FINAIS
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