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Julyana Biavatti
Apostila de Modelagem Tridimensional
Tecnologia em Design de Moda
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participantes, os cruzados, trouxessem os tecidos e as roupas desta região, onde a técnica de corte
foi bastante aprimorada. Começaram a aparecer as peculiaridades entre as diversas cortes
européias, porém, como as cruzadas colocaram em contato todos os povos da Europa, trouxeram
novamente a uniformidade dos trajes, mas esta uniformidade dos trajes foi enriquecida nos
tecidos e ornamentos.
Entretanto, as cruzadas ganharam pouco a pouco o caráter comercial, distanciando-se do
cunho religioso inicial, e citando ainda o mesmo autor, surgiu uma nova classe social, capaz de
copiar os trajes da corte. Para evitar a cópia, os nobres passaram a se diferenciar, criando assim
um ciclo de criação e cópia, surgindo o conceito de moda como diferenciador social.
Já no início do Renascimento, em meados do século XV, verifica-se uma grande
transformação cultural em todas as áreas. As influencias vindas de outros países começaram a
alterar o comportamento e a vestimenta das pessoas elegantes. Dessa forma, muitos avanços
atingiram a modelagem de peças do vestuário, e estes representam a base de todos os processos
utilizados na atualidade.
Neste período ocorreu um grande aumento das fábricas de tecido, e igualmente avançados
foram os estudos em com relação à arte da alfaiataria. Por volta de 1770, Dartigalongue estaria
pronto para fabricar vestuário em todos os tamanhos e modelos, porém a sua produção era
manual e arcaica e ao longo do século XIX, a confecção em série não evoluiu de forma significativa.
Com a revolução dos conceitos obtidos nesta época, onde o vestuário passa a
surgir como moda, à arte da alfaiataria exige cada vez mais técnicas apuradas de modelagem,
causando assim a profissionalização desta atividade, através dos mestres alfaiates. Instrumentos
simples como réguas, tesouras e compassos auxiliavam nesta profissão, onde o conhecimento de
geometria e da antropometria eram estritamente necessários. Desta necessidade surgiram os
primeiros estudos das proporções do corpo humano com a finalidade de produzir moldes para
peças do vestuário, surgindo muitos estudos e as primeiras publicações, como o “Livro de
Geometria Y Traça”, do estudioso Juan de Acelga, onde uma extraordinária variedade das formas
do vestuário contidas nesta obra impõem um desenvolvimento técnico incomparável nos séculos
seguintes.
Sob o impulso destes avanços, surge na França a primeira Escola de Moda, exclusivamente
para alfaiates e sapateiros, no ano de 1780. Outra publicação relevante é o livro “Arte da
Alfaiataria”, do francês H. Guilhermo Campaign. Sua publicação consistia em demonstrar como as
partes do corpo crescem proporcionalmente, e seu trabalho consistiu na elaboração de um quadro
comparativo das idades e seu crescimento, e revolucionou as técnicas de modelagem conhecidas
até então.
Duas invenções contribuíram para o avanço da modelagem, a fita métrica e o busto
manequim, as duas criadas por Aléxis Lavigne. Estes instrumentos são indispensáveis para as
técnicas de modelagem plana manual e tridimensional.
A revolução industrial na Inglaterra impulsionou a produção de tecidos em larga escala,
com a implantação da primeira indústria têxtil. O desenvolvimento das cidades e ao aumento do
número de habitantes, estes procurando colocação nas novas fábricas, estimulou a criação de
meios técnicos para a produção em massa de roupas baratas, o que os alfaiates não conseguiam
oferecer.
Este foi um período de grande prestígio para a burguesia e toda esta prosperidade
influenciou a moda da época. O aspecto visual das roupas dessa nova classe era muito semelhante
ao da nobreza e da aristocracia, com tecidos sofisticados como a seda e o cetim, entre outros.
Com tantas inovações, a moda encontra uma maneira de se modificar no ano de
tempo. Modelistas com pouca experiência foram beneficiados com esta inovação, pois mesmo
com muito esforço e cuidado cada traçado que se repete difere-se ligeiramente do original no
trabalho manual. Ao se criar a modelagem diretamente no computador, e imprimir o resultado em
um equipamento para grandes impressões, conhecido como “plotter”, obtém-se um resultado
com grau de qualidade elevado. Existe ainda a possibilidade de armazenamento dos moldes na
memória do computador, e a execução de um sistema de graduação e risco computadorizado para
a construção de bases de modelagem que podem ser combinadas entre si.
Além de efetuar o traçado dos moldes diretamente no computador, pode-se acoplar o
sistema a uma mesa digitalizadora, ou mais recentemente lançada, a uma câmera digital, que
fotografa e transmite a base manual da modelagem para o programa, que transforma em gráfico
na tela do equipamento. Apesar disto, muitos modelistas preferem elaborar as modelagens da
maneira tradicional e digitalizá-los em seguida.
O desenho dos modelos em computador reduz quase à metade tempo tradicional e torna a
produção mais flexível. Além de acelerar o processo de modelagem, encaixe, risco e cortem, estes
sistemas permitem o arquivamento dos resultados obtidos para uma reutilização futura, e evita o
desgaste natural dos moldes realizados em papel. Variações destes sistemas estão disponíveis no
mercado em várias versões, estando limitado somente o alcance financeiro da empresa
interessada em adquiri-lo, devido ao seu alto custo.
Modelagem Plana
Para a perfeita acomodação dos volumes deste corpo a ser vestido, recorrem-se ao
uso de pences, que segundo Araújo (1996: 107) são “colocadas em pontos convencionais e
dirigidas no sentido das saliências”. Uma pence, como define o autor, “’é um triangulo que tira
tecido junto à borda do molde e liberta na interior da peça”.
Essa técnica exige muita habilidade e experiência do modelista, devido à necessidade de se
traçar moldes em uma base plana, com o objetivo de recobrir um corpo tridimensional, com
formas volumes e reentrâncias, como enfatiza Souza (2006).
Araújo (1996) corrobora com esse conceito ao exemplificar a importância do modelista,
enfatizando que estes profissionais são intérpretes de uma linguagem especial, com base em
desenhos e anotações de estilistas. O fato de a modelagem plana estar distante do corpo gera
uma maior dificuldade de visualização de inúmeras possibilidades de adequação ao corpo. Os
moldes produzidos a partir deste processo servem de base para o corte do tecido e da produção
em série do mesmo modelo, garantindo assim uma uniformidade na produção do vestuário.
Para Araújo (1996: 95), o bloco de moldes base é definido como “um conjunto de moldes
sem qualquer interesse estilístico, mas com pormenores estruturais em locais clássicos ou
tradicionais”, e que “não é fácil conseguir a perfeição nas medidas de cada modelo”. Por esse
motivo, o processo de modelagem plana é dividida em várias etapas, que podem ser refeitas ou
reavaliadas em qualquer momento do processo.
Moulage
Jones (2005) define moulage como “ajustar um tecido (musselina ou morim) diretamente
no manequim do tamanho apropriado ou no próprio corpo da pessoa”. Seu nome em francês tem
como tradução moldar, modelar, no caso, sobre um corpo ou manequim. A moulage, no Brasil é
mais conhecida como modelagem tridimensional, por representar as reais medidas de um corpo.
Por trabalhar com uma base representativa do corpo humano em suas medidas
anatômicas, Souza (2006) exemplifica que se consideram as medidas de largura, comprimento e
profundidade, de frente e de costas, promovendo o contato entre o tecido e o corpo favorecendo
assim as experimentações, as possibilidades de construção desta vestimenta. Diferente da
modelagem plana, como afirma Medeiros (2007), que se utiliza apenas das medidas de altura e
largura.
Este tipo de modelagem permite a busca de novas soluções, facilitadas devido à
proximidade com a realidade, à percepção real das formas estruturais do corpo no momento da
modelagem. Anicet et al (2007) cita que “a visualização imediata da roupa no espaço permite a
interação dinâmica entre o criador e o tecido, jogando com o seu comportamento, caimento e
volume, durante toda a fase de criação”. É uma técnica muito utilizada para peças diferencias e
exclusivas, pois como define Jones, é esculpir com tecidos, de preferência maleáveis e em
quantidades generosas. “Nesta técnica é o protótipo modelado sobre o corpo que dá origem ao
molde de papel para posterior utilização na produção” (ANICET, BROEGA E CUNHA, 2007)
A técnica é vantajosa em vários aspectos. Anicet, Broega e Cunha (2007) defendem que a
primeira é a de ordem criativa, devido a ser uma técnica escultórica, onde o artista modela o
tecido sobre o corpo, definindo sua forma através do diálogo entre o corpo e o tecido. Outra
vantagem definida pela autora é a que esta técnica permite que o molde possa ser extraído do
contato direto do tecido sobre o corpo, existindo assim uma maior precisão na modelagem, o que
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“Entre a criação do estilista e o corte da costureira, alguém tem que fazer o desenho da
peça com as medidas exatas:
exatas: o modelista”.
AS FUNÇÕES DO MODELISTA
1. Em fio reto
- Quando a opção recai sobre essa projeção, isto é, com o urdume tombando no sentido
vertical, o caimento da roupa é firme, não tão rígido, exceto quando se trata de matéria-prima
muito encorpada, como por exemplo, brins em todas as suas variações.
2. Em fio atravessado
- Neste caso, a trama do tecido é que se tomba no sentido vertical da projeção. As peças
assim projetadas têm um caimento mais armado, visualmente não muito agradáveis, exceto
quando as características da peça assim o exige.
Os Em conformidade com sua estrutura, os tecidos, em geral, podem ser divididos em dois
grupos:
• Tecidos firmes e não elásticos e
• Tecidos elásticos (malhas em geral).
A característica básica da estrutura de um tecido firme ou tecido plano é que tanto o fio da
trama quanto o fio do urdume vão se cruzando de forma perpendicular, em linha reta, impedindo o
movimento de elasticidade. Podem ser também identificados como tecidos de tear, uma vez que
são fabricados em maquinários denominados teares.
O princípio de tecimento é sempre o mesmo: cruzamento em sentido perpendicular do fio
da trama que passa por cima e por baixo dos fios de urdume. A estrutura do tecido pode sofrer,
então, modificações quando se altera o modo de cruzamento entre os fios da trama e fios de
urdume.
O caimento perfeito da roupa está relacionado com o a queda do fio, ou seja, a
direção do fio em relação ao solo. Se um molde for colocado sobre o tecido, sem obedecer à
direção do fio, a roupa cortada cairá mal. Por isso é importante saber o que é fio reto, fio
horizontal e fio em viés.
Quando estiver fazendo o molde é importante determinar o sentido do fio.
Obs. Nem sempre é obrigatório que a roupa seja cortada no mesmo sentido.
Não se restrinja a essas experiências. Faça tantas quantas julgue necessário para aprimorar
sua percepção com relação a propriedades e características dos tecidos. Sem dúvida, tal
conhecimento auxilia bastante o profissional da indústria de vestuário, em especial, aqueles
diretamente ligados a Desenvolvimento de Produtos.
Para a modelagem manual são necessários alguns instrumentos E materiais que facilitem e
agilizem o trabalho do modelista.
A qualidade do trabalho está intimamente ligada a qualidade dos instrumentos utilizados.
LÁPIS HB - OU LAPISEIRA - deve-se utilizar grafite macio. Se optar por lápis, este deverá
estar sempre muito bem apontado. A precisão do traçado é muito importante, em especial
quando o molde passar por mesa digitalizadora, no caso de empresas com modelagem
informatizada.
BORRACHA PARA PAPEL - uma macia e branca permitirá apagar sem deixar manchas ou
borrões.
PAPEL 40 g/m2 E PAPEL 180 g/m2 - para os testes de modelagem é recomendável o uso de
papel de baixo custo, e menor gramatura, por ser mais maleável. Depois de testada e aprovada, o
molde definitivo é feito em papel de maior gramatura, a partir de 180 g/m2. As chapas de plástico,
devido ao seu custo mais elevado, são indicadas para a confecção de moldes-base.
MESA PARA MODELAR/BANQUETA - ela deverá ter a altura e tamanho adequados ao
modelista, assim como a banqueta. Seu tampo deverá ser liso e uniforme, e sua estrutura firme.
Pranchetas são muito úteis, quando acompanhadas de Régua Paralela ou Régua T.
RÉGUA DE METAL 1,20m e PLÁSTICA 30 cm - ambas com graduação em cm. A maior, em
metal, é indicada para traços longos, não oferece riscos de empenar e é precisa. Já a menor, em
plástico, é indicada para pequenos traços e confecção de gabaritos.
JOGO DE ESQUADROS - toda modelagem inicia-se a partir de um ângulo de 90°.
RÉGUA DE ALFAIATE - ou curva de alfaiate, é utilizada para curvas longas e para auxiliar o
traçado do entrepernas, curvaturas de quadril, traçado de cinturas, barras e qualquer outro
traçado de curvaturas mais alongadas.
CURVA FRANCESA MOD. 1118 - instrumento muito importante, auxiliando no traçado das
mais diversas curvaturas não pronunciadas, como decotes, algumas cavas, cabeças de mangas,
etc. Existem vários modelos no mercado, sendo a mais recomendada para modelagem o modelo
1118.
CARRETILHA - utilizada na fase preliminar dos trabalhos, para a transferência de moldes.
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VAZADOR - pode-se utilizar dois tamanhos. Um para furos menores, usado, por exemplo,
para posicionar bolsos. Outro maior, quando os moldes são guardados pendurados.
TESOURA / ESTILETE - no início o uso de tesoura será maior, porém, o estilete
proporcionará um corte mais preciso e rápido, mesmo em curvas e bicos. Tenha uma tesoura
exclusiva para o corte do papel.
TESOURA- uma tesoura de boa qualidade reservada apenas para o corte de tecido.
PICOTADOR - ou alicate de picote, usado para sinalizar piques e limites de costura
FURADOR - importante para o transporte de moldes, marcando pontos importantes e
retas.
FITA ADESIVA - a mais indicada é a crepe. Utiliza-se para fixar o papel a mesa e também
nas correções e simulações.
FITA MÉTRICA- procure trabalhar com uma de ótima qualidade, de fabricação alemã ou
japonesa e com graduação em cm.
TRANSFERIDOR - apesar de pouco utilizado, facilita muito na transferência de ângulos.
COMPASSO - para o traçado de circunferências e aplicação de margem de costura.
CALCULADORA - para agilizar os cálculos.
BLOCO DE ANOTAÇÕES - para pequenas anotações e cálculos.
AS MEDIDAS
ANTROPOMETRIA
É o estudo que trata das medidas físicas do corpo humano. Todas as populações são
compostas por indivíduos de diferentes tipos físicos que apresentam diferenças nas proporções de
cada segmento do corpo. Assim, medir pessoas (Fig. 22) parece ser uma simples tarefa, pois, para
isso, bastaria haver réguas, balanças e trenas.
No entanto, isso não é tão simples, pois, quando se pretende ter medidas representativas e
confiáveis de uma população, composta por diversas variações de dimensões corporais, alguns
critérios são necessários, como as medidas tiradas com roupas ou sem roupas, com ou sem
calçado, na postura ereta ou relaxada, em qual período do dia, e muitos outros, dependendo da
população que vai ser medida.
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IIDA (2005) relata que, até a Idade Média, todos os calçados eram do mesmo tamanho.
Não havia diferença entre o pé direito e esquerdo, ou seja, não existia uma padronização que
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levasse em consideração a natureza das dimensões antropométricas em cada situação, como o, le-
vantamento de medidas que fossem confiáveis e sua aplicação de maneira adequada aos dados
antropométricos nos produtos desenvolvidos. Segundo IIDA (2005), estes são alguns dos motivos
para se realizar um levantamento antropométrico. É importante levar em consideração as
seguintes variações individuais:
Esses são os três tipos físicos básicos denominados por William SHELDON (1940) (Fig. 27).
Ele realizou um estudo detalhado de uma população de 4.000 estudantes norte-americanos. Sua
metodologia teve por base um levantamento antropométrico dessa população. Ele fotografou
todos os indivíduos de frente, perfil costas. A análise dos registros fotográficos, combinada com o
estudo antropométrico, fez com que o pesquisador encontrasse características dominantes entre
os tipos físicos, as quais detalhamos a seguir:
pernas são curtos e flácidos, os ombros e a cabeça são arredondados, os ossos são
pequenos. O corpo tem baixa densidade, podendo flutuar na água. A pele é macia.
Para que sejam tiradas as medidas, é necessário, em primeiro lugar, que o corpo de prova
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esteja livre de roupas pesadas ou muito volumosas, preferencialmente deve estar em roupas
íntimas ou quaisquer outras colantes, desde que não alterem a forma natural do corpo.
Existem dois tipos de medidas:
Medidas Fundamentais
São aquelas necessárias para traçados de moldes-base em especial, isto é, moldes que,
muito bem construídos, passam a funcionar como gabaritos para a elaboração de moldes de maior
complexidade.
As consideradas fundamentais são as medidas anatômicas, ou seja, as medidas exatas do
corpo.
• Medidas Complementares
São aquelas necessárias para transformar as bases de modelagem no modelo desejado,
referindo-se aos detalhes do modelo, como, por exemplo, folgas, largura de golas, modelos de
punhos, variação de comprimentos, entre outras.
Neste caso, nossa vontade interfere sobre elas, já que somos nós que as escolhemos.
São medidas que devem ser selecionadas com cuidado e bom-senso para que quaisquer
detalhes da roupa fiquem equilibrados entre si.
A falta de harmonia na escolha dessas medidas pode desequilibrar o conjunto.
Também são medidas complementares aquelas utilizadas para nos auxiliar a definir a
anatomia do molde.
TIRANDO MEDIDAS
1 – Pescoço /Decote
Medida de contorno da
circunferência do pescoço (frente e
costas) tomada exatamente na base do
pescoço.
2 - Ombro
Medir da base do pescoço até a
articulação do ombro com o início do
braço.
3 - Comprimento de Manga
Medida tomada com o braço
levemente dobrado. As mãos do corpo de
prova devem estar repousadas na
metade entre a cintura e o quadril. A
medida deve ser tomada da
articulação do ombro até a articulação do
punho.
4 - Altura de Cintura
Tomar essa medida a partir da base do pescoço, deixando a fita cair naturalmente até a
cintura e passando sob o ponto mais elevado do busto.
5 - Altura de Cava
Deitar a fita a partir da linha
imaginária do ombro, considerando
inclusive sua leve curvatura. Em seguida,
deixe a fita cair naturalmente até uns
1,5cm abaixo da formação da axila.
6 - Altura de Busto
Tomada a partir da linha de
cintura, subindo até o mamilo.
7 - Busto
Tomar a medida de lateral a lateral
(linha imaginária) de maneira que a fita
passe sobre os pontos mais volumosos do
busto.
8 - Cintura
Tomar a medida da mesma forma
que tomamos a de busto, isto é, de lateral
a lateral.
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9 - Quadril
Esta medida é apurada da mesma forma que as duas anteriores, ou seja, de lateral a
lateral, na altura da área mais volumosa da circunferência do quadril.
10 - Altura de Quadril
Pela lateral do corpo de prova, meça da linha de cintura até a linha do quadril.
11 - Largura do Braço
Medida necessária para a confecção de peças muito ajustadas, em especial as fabricadas
com tecidos elásticos. Tomar a medida de contorno do braço, sem apertar e o mais próximo
possível da axila.
12 - Punho
Apurada sem folgas, na linha de articulação do punho para modelagens muito ajustadas.
13 - Punho
Para peças em tecido plano, tomar a medida de punho quatro centímetros abaixo da
articulação do punho.
14 - Altura de Entrepernas
Esta medida, somada à da altura de gancho, completa o comprimento total para
modelagens de calça comprida, já prevendo inclusive 3 cm para bainha. Tomar a medida de 1 cm
abaixo da junção das pernas até o chão (com o corpo de provas sem sapatos).
15 - Separação de Busto
Medida que compreende a distância verificada
entre mamilos. Sempre deve ser apurada para o caso de
modelagens onde o busto é marcado. Muito útil para o
desenvolvimento de moldes destinados a malharia ou
moda íntima.
16 - Costas
Esta medida é
tomada de extremo a
extremo da linha vertical imaginária que determina os limites de
cava e o mais próximo possível da articulação de ombro.
17 - Busto
É a complementação da medida já tomada
individualmente na frente. Tome-a de lateral a lateral, na mesma
altura em que tomou a medida de busto frente.
18 - Cintura
Tomada de lateral a lateral, também vai complementar a
medida já apurada na frente do corpo de prova.
19-Quadril
A medida agora é maior por conta do volume das
nádegas. Tomada de lateral a lateral, também vai complementar
a medida que já havíamos apurado na frente.
20 - Altura de Cintura
Tomar a medida também da base de pescoço, levando a
fita até a linha da cintura
21 - Contorno de Gancho
Esta medida é tomada passando-se a fita por sobre o contorno do
gancho, considerando uma folga confortável.
A medida é apurada desde a linha de cintura frente até a linha de
cintura costas. É, apenas, uma medida de confronto, uma vez que um gancho
será confortável quando sua medida equivale à da cintura, variando em três
ou quatro centímetros a mais.
22 - Altura de Gancho
Para tomarmos essa
medida o corpo de prova deverá
estar sentado em uma base plana
não estofada.
A medida é tomada a
partir da linha da cintura, pela
lateral, até atingir a base de apoio
para o corpo, ou seja, o assento.
A partir destes
procedimentos, você poderá
montar seu próprio padrão de
medidas. Observamos que, para
fins industriais, nas medidas de circunferência
predominantes, ou seja, busto, quadril e cintura,
devemos desconsiderar números ímpares,
arredondando-se as medidas apuradas nessas áreas
para o primeiro número par seguinte.
A MODELAGEM TRIDIMENSIONAL
Também chamada de moulage ou draping é uma técnica que permite desenvolver a forma
diretamente sobre um manequim técnico, que possui as medidas anatômicas do corpo humano,
ou mesmo sobre o próprio corpo.
contato entre o corpo representado pelo manequim, que é o suporte, e o tecido utilizado para
modelar. Essa proximidade favorece a experimentação das possibilidades construtivas, permitindo
buscar novas soluções facilitadas pela compreensão da realidade. A moulage, diferente da
modelagem plana, favorece a visualização da evolução do modelo, desde o início até o produto
final.
O manequim deve ser previamente preparado. Esta preparação consiste na delimitação
das diversas linhas do corpo: centro da frente, centro das costas, decote, ombros, busto, cintura,
quadril e linha princesa, que orienta as pences fundamentais. Estas linhas são consideradas
importantes para as medidas de circunferência, largura e altura sendo referências para o
desenvolvimento da modelagem. A marcação é feita utilizando-se fitas estreitas de cor forte.
A moulage pode ser utilizada para vários fins; a elaboração de bases de modelagem,
interpretação e viabilização de modelos já concebidos, especialmente os mais complexos, como
auxílio á modelagem plana no desenvolvimento de modelos mais elaborados ou ainda, como
instrumento de criação.
A preparação do tecido a ser utilizado deve ser criteriosa, observando o perfeito
esquadramento nos sentido de trama e urdume.
Inicialmente é traçada a linha de eixo na parte central do tecido, na frente e nas costas do
tecido, para que se possa colocar sobre as mesmas linhas do manequim, servindo como referência
na construção do modelo. O tecido vai sendo modelado sobre o manequim, com a habilidade das
mãos e o auxílio dos alfinetes. Aos poucos, a peça ai sendo esculpida. Durante a execução, as
linhas marcadas no manequim orientam a moldagem, e quando necessário, são transportadas
para o tecido. Concluído o processo de modelagem, passa-se então à planificação da peça, onde
ocorre o transpasse do traçado das formas e demais marcações do tecido para o papel. Antes de
realizar a transferência, conferem-se as medidas da peça para certificar-se a coerência com a
tabela de medidas e retraçam-se formas com o auxílio de ferramentas adequadas, procedendo as
correções necessárias. Uma vez obtidos os moldes, adotam-se os procedimentos normais da
modelagem plana.
A técnica tem se mostrado um instrumento eficaz, pois permite a analise da forma, volume
e caimento antes do produto ser confeccionado, evita o desperdício de tecido, facilita o
entendimento da montagem das partes da peça e suas respectivas funções, diminuindo assim o
tempo de processo. Devido também a proximidade do corpo, é possível visualizar partes que se
deseja evidenciar ou disfarçar, e de forma simples, proceder as alterações.
DEMARCAÇÃO NO MANEQUIM
LINHAS FUNDAMENTAIS
HORIZONTAIS
1. PESCOÇO
2. MEIO DA CAVA
3. OMBROS
4. BUSTO
5. CINTURA
6. QUADRIL
VERTICAIS
MANTENDO O EQUILIBRIO
Existem, ainda, outras informações que devem ser marcadas nos moldes, de acordo com a
peça a ser montada, são elas:
• Abertura: indica o local onde deverá ser feita uma abertura por meio de
recorte no molde;
• Localização de botão;
• Localização de caseado;
• Embebimento: diminuição de uma das medidas das partes na hora da
costura;
• Franzido.
• Números de montagem: indicações por meio de números localizados nas
diferentes partes da peça, de acordo com a montagem da mesma.
ABERTURA
O pequeno traço vertical interrompendo uma das extremidades indica o limite da
abertura.
AUMENTO DE MOLDE
Seguindo a direção indicada pela seta aumente a partir do ponto apoiando uma régua
sobre a linha do molde. A medida em centímetros é dada na própria linha.
BOTÃO
Círculo com uma cruz no centro, onde deverá ser preso o botão ou a pressão depois da
prova.
CASEADO
Indica o lugar onde se deve fazer a casa do botão.
DISTENDER
Quer dizer esticar o tecido no trecho indicado com o ferro de passar.
DOBRA DO TECIDO
XX X Indica que a peça não possui costura no meio. Deve-se dobrar o tecido, colocar essa linha
X sobre a dobra, riscar e cortar, obtendo uma peça inteira.
EMBEBER
Significa fazer uma suave diminuição antes da costura.
FIO DO TECIDO
Sempre paralelo à ourela do tecido, esse fio serve para orientar a posição da peça em
relação ao tecido.
FRANZIR
Significa que aquele trecho deve ser reduzido.
LINHA-GUIA
Usada em tecidos listrados ou xadrezes para orientar na montagem, de modo a fazer com
que os motivos coincidam.
NÓ DE MONTAGEM
São os pequenos números encontrados nos cantos das peças. Eles devem
coincidir na costura.
O Processo de Modelagem
setor de modelagem, uma vez que este possui as medidas específicas da tabela do público da
empresa. Estando pronto uma única vez, não necessita de repetição do traçado inicial. A
praticidade do uso de moldes básicos gera lucros e economia de tempo e de processo para a
confecção das partes do molde interpretado.
• Moldes de trabalho
Após obter a caixa do molde, os moldes de trabalho são utilizados para fazer as alterações
necessárias, de acordo com o modelo, servindo como uma espécie de rascunho para a definição
do molde interpretado. Os moldes de trabalho são feitos a partir da cópia dos moldes básicos, e as
etapas de alterações a serem realizadas sobre eles variam em quantidade e tipos de aplicação de
técnicas específicas, de acordo com o modelo desejado.
O que define um bom molde básico é a exatidão das medidas, pois elas caracterizam um
molde perfeito e economizam tempo para a produção.
A mesma modelagem pode ou não ser usada para outros tipos de tecidos.
Muitas empresas usam o mesmo molde em mais de uma coleção, mudando os detalhes do
modelo, acrescentando aviamentos onde antes não havia ou tirando-os. Isso pode ser feito desde
que seja respeitada a composição, o caimento, o toque e largura do tecido. Ou seja, jamais colocar
em produção sem fazer uma peça-piloto quando mudar o tecido. Algumas confecções consideram
esses testes como atrasos, desnecessários ou perda de tempo. O que é um engano: antes perder
algumas horas ou um dia de trabalho testando do que perder uma produção inteira.
Margens de Costura
As margens de costura são um acréscimo de medida aos moldes, nas partes que serão
unidas ou nas que receberão algum acabamento na peça. Recomenda-se que as medidas das
margens de costura sejam acrescentadas aos moldes na etapa de finalização, ou seja, depois de
realizadas todas as alterações no molde de trabalho. Isso resultará na uniformidade das medidas,
em todos os contornos das partes que compõem o molde interpretado.
Os acréscimos necessários para as margens de costura variam de indústria para indústria,
de acordo com o segmento específico da área da moda.
Vários fatores podem ser considerados definitivos para a quantidade e a medida das
margens de costura. Dentre eles, está o tipo de tecido, o acabamento que será realizado ou
aplicado na borda do mesmo, qual parte do molde e que máquina e ponto serão utilizados para
tal.
Como orientação geral, você poderá utilizar, para tecidos planos, as medidas sugeridas
abaixo, específicas para a produção industrial:
Folgas na Modelagem
A modelagem, como já se sabe, parte da definição das medidas e do traçado dos moldes
básicos. Os moldes básicos pretendem vestir o corpo de forma muito ajustada, sem o acréscimo
de folgas.
Desse modo, na hora de interpretar os modelos, pode-se ter uma boa noção da forma do
corpo, o que facilitará a decisão do valor das folgas e dos acréscimos necessários à modelagem, de
acordo com o modelo apresentado.
A distância que a roupa ficará do corpo, de acordo com a análise do modelo a ser
confeccionado, será a folga acrescentada ao molde. E é a inserção dessas medidas, junto com as
pences e os recortes, que determinam o estilo da peça.
A quantidade de folga varia de acordo com o modelo, estilo da roupa, tipo de atividade,
tecido e a constituição física do indivíduo ou público. Você deve considerar, primeiramente, o
modelo ou desenho recebido do estilista para saber qual a função que a folga deverá exercer no
mesmo.
Existem dois tipos de folgas na modelagem:
• Folgas de movimento e
• Folgas determinadas pelo desenho ou modelo.
Material:
1 camiseta velha
5 rolos de fita prata ( silvertape)
1 cabide de madeira
Cola quente
Fibra para enchimento
Tesoura
1 rolo de papelão de peça de tecido.
1 lata com cimento
Para que este manequim possa parar em pé, faça uma base utilizando uma lata de tinta
com argamassa, que pode ser comprada em quilo nas lojas especializadas e coloque o tubo dentro
da massa. Espere 24 horas para a secagem completa. Este processo pode ser feito antes do
manequim.
O RELATÓRIO
Estrutura
BASE DE BLUSA
Preparação Frente
6. Meça a
distancia entre o centro do
corpo e o ápice do busto, e
marque no tecido.
7. Meça do ápice
para a lateral
No manequim Frente
1. Posicione o
tecido no manequim de
forma que a marca do ápice
do busto fique corretamente
posicionado.
2. Prenda com um
alfinete.
3. Prenda o centro
do tecido dobrando o lugar
marcado.
8. Faça a pence para marcar a cintura, sendo que esta não pode ficar a menos
de 3 cm de distancia do ápice do busto.
Preparação Costas
7. Confira o modelo.
8. Risque e retire do manequim.
9. Passe para o papel.
Retificando as linhas
Checklist
Quando drapeamos um pedaço de tecido sobre as curvas do corpo humano, podemos perceber
que o ponto principal de volume é o busto, de onde saem várias pregas, que são as dobras de
tecido em formato triangular. Estas dobras, no entanto, podem ser dispostas em qualquer
posição, irradiando do busto. Quanto maior for o corpo ou o busto, maior será a pence necessária.
Esta pence pode ter sua localização variada, porém, sempre partindo do busto. Ela pode ir
em direção a cintura, ao ombro, a lateral, etc. a utilização das pences, além de um recurso para
adequação do tecido ao corpo e ao seu assentamento, pode ser utilizada como elemento visual,
dando formas e efeitos diferenciados.
Vejamos alguns exemplos nas figuras abaixo:
Preparação
baixo
• Alise na lateral
• Prenda a pence.
• Risque toda a peça, retire do manequim
• Recorte o tecido excedente e recoloque no manequim.
2. Meça a largura para frente e atrás ao longo do centro da frente de centro da forma de
vestido para a costura lateral do busto, e some 10 cm.
Estas sobras de tecido são necessárias para que se possa ajustar o tecido no manequim.
9. Alise o tecido além da costura lateral. Permita tecido de excesso na frente na área de
cintura e na linha debaixo do busto.
10. Alise e modele o tecido de cintura pela fita de cintura. Permita a sobra de tecido além
da linha central.
11. Uniformemente distribua e fixe tecido de drapeado na área do busto.
12. Modele o decote desejado. Normalmente o drapeado fica no centro do busto,
puxando o excesso de tecido para baixo.
13. Marque as áreas fundamentais da forma da peça para o tecido. Frente de centro,
Busto, o centro linha dianteira da forma da peças e onde a abundância juntada está à frente de
centro.
14. Remova o tecido da forma da blusa. Faça as margens de costura.
15. Recoloque no manequim e verifique se está de acordo. O drapeado deve ser marcado e
distribuído com equilíbrio.
Variação de blusa
BBLUSA KIMONO
O modelo kimono é uma blusa com a manga embutida, ou seja, ela não tem a sua
modelagem feita separadamente. Este estilo de manga é cortada em uma única peça com a parte
frontal e a parte das costas, unidas por uma costura nos ombros e outra na lateral da peça. Esta
elimina a cava tradicional. A silhueta muitas vezes representa um T.
Este modelo não possui pences, porém, pode variar muito em sua composição alterando-
se golas e mangas, além do comprimento e do sistema de fechamento. Pode ser utilizado para a
elaboração de blusas, vestidos camisas e casacos.
O quimono é usado as vezes solto debaixo do braço e pode haver diversas formas de
design diferentes, dependendo do efeito desejado. A costura dos ombros ajuda a dar-lhe forma.
Ela é formada por uma peça inteira na frente e outra nas costas.
A popularidade do modelo kimono vem e vai de ano para ano, dependendo das tendências
de moda.
Preparação
Passos da modelagem
• Retire do manequim.
• Levante a linha do ombro
e deixe-a de acordo com a linha da
manga, conforme a figura.
• Retifique as linhas, acrescente a margem de costura e recoloque no
manequim.
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• Confira a modelagem e observe que a parte das costas deve ser mais alta
que a da frente.
• Retifique as linhas.
Preparação
O centro da frente:
1. Posicione a frente central no manequim,
observando o fio reto.
2. Prenda o tecido no manequim, reforçando o
centro em toda a sua extensão com alfinetes.
3. Faça pique na cintura para facilitar o
trabalho.
5. Risque o contorno
e retire o molde.
6. Recorte a
modelagem.
A lateral
• Como o fechamento da peça será realizado com zíper invisível, não será
necessário o acréscimo de margem para fechamento, pois este tipo de zíper utiliza a
medida da margem de costura para sua colocação.
BUSTIER
Preparação
P
ara um
melhor
ajuste,
remova
1,2 cm
das
laterais,
e 1,2 cm do recorte logo abaixo do busto, conforme indicado na figura abaixo:
ADAPTAÇÃO DE MODELO
A partir desta mesma base, podemos obter vários outros modelos de bustiê.
3. Recoloque no manequim
cada parte e prenda o tecido do
drapeado, fazendo as pregas e
distribuindo de maneira uniforme.
Esse processo pode ser utilizado para qualquer
modelo. Não esqueça que além do reforço, deve-se obter um
forro para o melhor acabamento da peça.
NOTA: o tipo de tecido escolhido para a modelagem deve ser o mesmo para a
produção em escala do modelo.
Preparação
Medir o comprimento desejado á partir do pescoço e acrescentar 5 cm. Meça a largura do,
frente e costas e acrescente de 5 a 10 cm.. Cortar o tecido.
FRENTE
• Prenda o tecido de cima para baixo e do centro para a lateral. A parte central deve
ficar reta, pois não haverá recorte.
• Alise e prenda com alfinetes.
COSTAS
BLUSA ASSIMÉTRICA
Preparação do manequim
1. Marque o manequim
com fita preta dando o decote
desejado para a blusa.
2. Meça o comprimento
para a blusa no dianteiro da parte mais alta do ombro,
passando por cima do busto até o comprimento desejado
da blusa e some mais 30 cm.
1º modele a pala
. Colocação do tecido,
modelo1:
4. Modelando o tecido:
5. . Fazendo as pregas:
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6. A modelagem pronta:
Modelo 2:
3. Pregas:
4. Modelagem pronta.
MODELAGEM DA MANGA
As mangas vêm mudando através dos séculos, sendo exploradas das mais
variadas maneiras. Podemos classificá-las de duas maneiras: as colocadas, que
são modeladas e cortadas separadamente, e depois costuradas nas cavas, ou as
que já são modeladas como parte da blusa. O molde da manga é o resultado de
cálculos precisos de acordo com as medidas das cavas da frente e das costas.
1 . Comprimento do braço
2 . Comprimento da cava até o punho
3 . Altura da cava
4 . largura do antebraço
5 . Largura do braço
Medidas necessárias:
Largura do Braço
Altura da Cava
Comprimento da manga curta
Traçado do Molde
Com o esquadro na dobra do papel, trace o retângulo ABCD com as seguintes dimensões:
Ligue E - F
Ligue G - H
Trace as diagonais E - I e J - F.
J' - 2 = 1cm
Cava da Frente
3 - 4 = 1cm
Boca da Manga
D - L = 0,5cm
Ligue L - H
Copie o molde das Costas com a carretilha ou papel carbono e abra o molde.
5º. Faça a pence e una costura; abra as costuras, para maior caimento
à manga.
MANGA DE CAMISA
A manga de Camisa tem o mesmo estilo da manga francesa com pence no cotovelo.
1. Corte o tecido com as medidas do braço deixando sobras para as costuras.O
fio ficará no sentido do comprimento da manga.
2. Traga o tecido firmemente ao redor do alto do braço deixando sobra para a
cabeça da manga e fixe a lateral.
1. Continue fixando a lateral, ajuste o punho formando pregas conforme o
modelo e marque a abertura da manga.
2. Remova a manga
do braço e apare as sobras de
tecido,
deixando margem para a costura.
Para um ajuste perfeito una a
costura da prega e faça a abertura (bico)
da manga para depois unir a lateral.
MANGA RAGLÂ
Preparação
com mais movimento do braço, ou seja, mais larga. Acrescente tecido acima do desenho
da manga, medindo da cava até o ombro
• Faça piques conforme o desenho.
• Prenda o tecido.
• Risque a cava
• Corte as sobras de tecido, retifique as linhas e acrescente margem de
costura
• Recoloque no manequim.
Preparação do Tecido
Preparação do manequim
Marque a linha de estilo desejado na frente e nas costas do manequim com alfinetes ou
fitas:
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Meça a largura para a frente e para trás para a parte superior e adicionar 10 cm . Recorte
o tecido nesta largura.
Passos da modelagem
Modele o tecido no formato da cintura, do centro para as laterais Faça pique para o melhor
caimento, conforme a figura.
Deixe margem de costura.
Modele as costas:
Confira todas as
linhas:
• L
aterais,
• O
mbro
• D
ecotes
• R
ecortes
3. Marque a cava da manga e depois confira o risco com uma régua curva. Não
esqueça de aumentar os dois centímetros da cava.
NOTA: As áreas de pescoço da parte de trás devem ser modeladas ao natural do pescoço para
acomodar o colarinho modelado. Também, se o modelo for utilizar ombreiras, acrescente-as no
manequim, antes de modelar.
- Decote
- Ombro
- meio do ombro
- fim da axila
- Bainha
COLARINHO MODELADO
3. Dobre o tecido em cima de si mesmo para criar a forma de colarinho. Fixe a parte de
trás com um alfinete no centro da dobra superior ao centro pescoço. (Este é para assegurar que
o colarinho não saíra do fio)
3. Dobre o tecido em
cima de si mesmo a este alfinete de
dobra superior. Apare e corte o
colarinho da parte de trás fazendo
os piques, na extremidade exterior
do tecido até a largura desejada e
modele o colarinho. Cortando, o
tecido cairá suavemente em cima da
área de ombro de parte de trás.
4. Modele o colarinho
dianteiro na linha do pescoço na
lateral, acompanhando o caimento
da lapela.
GOLA CHALE
O blazer de gola chalé possui uma gola inteira, sendo unida na parte
central das costas, formando assim uma gola uniforme e arredondada.
Este tipo de gola é também conhecido como gola smocking.
Preparação
• Defina o
desenho da gola e
recorte o excesso.
MODELAGEM DE GOLAS
Gola Esporte
PREPARAÇÃO DO TECIDO
MODELANDO A GOLA:
5. Prenda com um alfinete a dobra de trás para assegurar que a gola não se
afaste do centro e fique fora do fio. Dobre o tecido em cima de em si mesmo (a largura
desejada). A dobra continuará ao redor do decote até a frente
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GOLA MILITAR
PREPARAÇÃO DO TECIDO
GOLA ASSENTADA
PREPARAÇÃO
GOLA ASSIMÉTRICA
Preparação
• Prepare o tecido:
• Observe as figuras:
GOLA ALTA
A gola alta é uma gola que fica em pé, em volta do pescoço e pode
dobrar-se sobre si mesma para um efeito diferenciado.
Pode ser utilizada como efeito decorativo e é muito utilizada em
peças de inverno.
Preparação
• Marque no manequim
o contorno do decote.
• Ele deve ter pelo
menos 3 cm de distancia do pescoço
para possibilitar a passagem da
cabeça.
• Quanto maior for a
distancia do pescoço, mais ampla será
a gola.
Passos da modelagem
•
Apostila de Modelagem Tridimensional
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A saia básica ou sai reta é uma peça que acompanha o formato do corpo. É ajustada na
cintura por uma ou duas pences.
Considerada muito importante devido a sua versatilidade e
possibilidade de variação de suas formas com o uso da criatividade.
Com esta base, o designer terá uma peça que representa o
formato do corpo, e á partir dela poderá descobrir uma infinidade de
variações.
Preparação
1. Meça no manequim a largura do quadril, do centro
até a lateral, representando ¼ do corpo.
2. Meça também a altura desejada, deixando 5 cm
além da cintura.
3. Faça as marcações necessárias.
No manequim
1. Frente Prenda o tecido no centro da frente e
na cintura.
2. Prenda na linha do quadril e na lateral.
3. Deixe o tecido sobrar para a dobra da pence.
4. Faça uma ou duas pences na cintura.
5. Marque a lateral, deixando 1 cm de folga do
quadril para baixo.
6. Confira todas as marcações, risque e retire do
manequim.
1. Confira a
modelagem na mesa e
retifique as linha com as
réguas adequadas.
SAIA EVASÊ
Preparação
No manequim
Variações de saias
Podemos obter a modelagem de várias saias diferenciadas, como este modelo liso atrás e
com pregas na frente.
Sem costuras nas laterais, pode ser de zíper nas costas ou envelope na frente.
Um belo drapeado depende da habilidade do designer, pois na cintura está o grande
segredo das pregas que se formam ao longo do quadril.
Este modelo é normalmente fabricado com tecidos fluidos e de bom caimento.
Preparação
No manequim
SAIA ENVELOPE
A saia envelope tem este nome porque possui um grande transpasse na
frente, podendo este ser liso ou trabalhado
Preparação
No manequim
Preparação
• Prenda o tecido no
centro da frente do manequim, na
região do busto e do quadril, sem
marcar a linha da cintura.
• Alfinete na linha de ¼.
• Faça o pique na cintura
.
• Prenda todo o tecido,
alisando.
• Risque as linhas.
• Retire do manequim.
• Acrescente de 5 a 10 cm na
largura final da saia, conforme a figura
• Recorte as sobras de tecido.
• Acrescente a margem de
costura e recoloque no manequim.
NOTA: não deixe o tecido muito esticado no
manequim.
• Acrescente a mesma
medida usada anteriormente nos
dois lados da saia, conforme
mostra a figura.
• Modele as alças
• Faça a prova final
• Copie para o papel
VESTIDO ESCULPIDO
PREPARAÇÃO DO TECIDO
Comece prendendo o tecido no manequim, de cima para baixo e da lateral para dentro, para que as sobras
fiquem para dentro. Prenda na altura do quadril, na linha de ¼.
Verifique que na
linha lateral o tecido esteja
bem preso e sem pregas.
Verifique o
caimento do tecido em
torno do recorte. Lembre de
deixar tecido suficiente para as
costuras, alem da folga para
movimento.
Vá prendendo e
alisando, dando piques
para o melhor
caimento.
deslizado por cima da cabeça, o que torna mais fácil de entrar e sair, e é confortável
de usar. Como designer, você deve compreender que, se cortar viés e não modelar
de forma correta ou muito justo, cada imperfeição do corpo será enfatizada.
Este vestido é cortado em viés de i tecido, o que resulta em um maior que se estica
e está de acordo com os movimentos do corpo.
Preparação do Tecido
PREPARAÇÃO DO MANEQUIM
COLOCAÇÃO DO TECIDO
Posicione o tecido na frente do manequim, com a
linha diagonal centralizada , conforme mostra a figura.
PREPARAÇÃO DO TECIDO
Vire um canto do tecido um pouco maior que o decote para que sobre tecido. Quanto
maior for esta linha, mais tecido se terá para fazer o drapeado.
NO MANEQUIM
Prenda o tecido conforme a figura.
NOTA: este decote só pode ser na frente ou nas costas, não os dois ao
mesmo tempo, pois ombros irão cair. Caso deseje o efeito na frente e
costas, é necessário a colocação de uma alça segurando os ombros.
PREPARAÇÃO DO TECIDO
Prepare um quadrado de tecido de aproximadamente 80 cm. Este tecido formará um lado
da frente e um lado das costas.
Trace uma linha como mostra a figura. Não esqueça de
marcar o fio do tecido.
Meça até 16
centímetros da borda inferior na
linha de viés.
NO MANEQUIM
Faça piques em torno decote para definir a sua área, conforme as figuras:
Depois de modelada a
blusa, recorte o tecido com a
margem de costura e
recoloque no manequim para
a conferência.
GOLA COLOCADA
BABADO CIRCULAR
Um babado é um tecido cortado em curva, sendo que o modelo pode apresentar vários
tipos de babados, e estes podem ser colocados em qualquer lugar: cavas, decotes, mangas, etc.
Babados são criados por se colocar um pedaço de tecido circular em uma parte da peça
relativamente reta. Isso cria um efeito interessante no tecido. Este efeito pode ser criado com
uma ou mais camadas de tecido.
Babados são muito utilizados em peças românticas, vestidos, saias e blusas.
Preparação do tecido
No manequim:
Coloque no manequim:
No manequim
tecido.
NOTA: Se a medida do comprimento é maior que a largura do tecido, o comprimento do tecido
deve ser dividido em várias partes.
Referências Bibliográficas
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Último acesso em 25.ABR.2008
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