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Desenho de moda
Método Valmir Pazeto

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EXPEDIENTE
Editora Chefe Camila Nishida
Idealização Junior José Jacobs
Direção de Arte Douglas Barros
Capa e Diagramação Douglas Barros
Ilustrações Valmir Pazeto
Direção de Redação Ana Paula Mocelin
Revisão Camila Nishida e Ana Paula Mocelin

Pazeto, Valmir. Desenho de Moda. Toledo: Maximus, 2020.

1ª edição, 2020
ISBN 000-00-000-0000-0

maximustecidos.com.br

Avenida Maripá, 4846


Centro - Toledo/PR • Brasil

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou
reproduzida - em qualquer meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia,
gravação e etc. - nem apropriada ou estocada ou em sistema de banco de dados
sem a expressa autorização da editora.
Dedicatória
À Valentina Pazeto,
a minha mais bela criação e
a equipe Maximus, a segunda família
que Deus me permitiu escolher.

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Prefácio
Dizem que o prefaciante deve sempre, de preferência, ser
pessoa conhecedora da temática da obra e também do autor.
Bom, de desenho de moda, acredito que não entendo muito, mas
do meu amigo Valmir, desse eu acredito que posso dizer algumas
palavras.

Era logo no começo de 2013, mês de janeiro ou de fevereiro,


não me lembro o dia da semana, só recordo que era um dia bonito
e que fazia sol. Importa que nessa data estava marcado para eu
almoçar com o Valmir, marcamos num restaurante bem no centro
da cidade, que ficava próximo tanto da Maximus Atelier, quanto
da Luiza Tecidos, a loja onde o Valmir trabalhava. Lembro que o
Valmir chegou com uma camisa escura bem ajustada ao corpo,
talvez com alguma estampa, uma calça mais curta, igualmente
bem ajustada e um sapatão invocado, como sempre sem meia.

Ele tinha um sorriso animado no rosto, já que sabia do assunto que


iríamos tratar, mas os ombros meio caídos e as mãos envelopadas
no bolso entregavam as suas angústias e preocupações.

Até então eu só conhecia o Valmir de vista, das filas do buffet


desses restaurantes em que almoçam todos do comércio, ou de
quando cruzava com ele na rua. Mas o motivo desse almoço,
era que naquele dia eu iria convidá-lo para ser sócio, meu e do
meu irmão Lucas, na abertura da primeira loja física da Maximus
Tecidos. Antes de entrarmos nos detalhes da loja, o Valmir me
contou que passava por um momento difícil, estava enfrentando
uma separação e tinha uma filha bem pequena, a Valentina. E dava
para ver que financeiramente e emocionalmente as coisas não iam
bem.

O pouco que o Valmir havia conquistado, ele estava deixando


para a ex-esposa, o que restava para ele eram 10 mil reais guardados
no banco e um carro velho, um ford focus preto com os pneus
carecas que eu não me lembro o ano, mas que não valia 15 mil. Isso
era tudo que ele tinha, e tudo que ele tinha e pedi para ele me dar.
Ele confiou em mim e na minha família e sem pestanejar, investiu
todo esse pouco capital que havia juntado na nossa sociedade.
Demos a ele 30% das cotas da loja Maximus Tecidos Finos de
Cascavel-PR e é assim desde então.

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Diferente de mim, o Valmir é o tipo de pessoa que já passou
dificuldades de verdade, já passou fome e já sentiu o peso da
solidão. E a sua qualidade que eu mais admiro é a humildade.
Mas por humildade, não entendam “se fazer de coitado”. O Valmir
sempre teve a humildade para admitir que sabia pouco e que
precisava aprender mais. A vida que lhe impôs tantas privações,
fez dele um homem bastante econômico e comedido.

Mas eu me lembro de quando nós começamos falar sobre


montar um curso de desenho presencial, antes de escrever a
apostila com o método dele e de lançar a primeira turma local.
Num desses almoços, que se tornaram frequentes, eu disse para
ele que seria preciso ele fazer um bom curso de oratória e que o
melhor curso que eu havia encontrado durava apenas 1 final de
semana e custava R$ 4.500,00. Quando o Valmir me ouviu dizer
essa quantia de dinheiro por apenas 16h de aula para aprender
falar em público, ele teve que tomar um gole de suco para engolir
a comida, e me respondeu o seguinte: “você que sabe Junior, eu
confio em você, se você quiser, a gente faz”.

E todas as vezes que eu tinha um livro para indicar, ou um


feedback para dar à ele, foi assim que ele reagiu. Ele confiava,
ele acreditava. Foi por causa dessa mentalidade, que ele soube
aproveitar todas as oportunidades que a vida, mesmo que
tardiamente, lhe proporcionou.

Para não me delongar muito, quero terminar advertindo você


que comprou o livro, dizendo que o Estilista Valmir Pazeto não
é o melhor desenhista de moda do Brasil, para ser bem sincero,
nem acho que ele esteja entre os melhores. É claro que o Valmir
desenha muito bem, mas o seu grande destaque, na minha opinião,
é como professor.

Pense um pouco comigo, os nossos melhores professores, que


ficaram guardados na nossa memória, mesmo depois de adultos
quando lembramos dos tempos de escola, eram aqueles que
contavam histórias, que riam com a classe, que tinham paixão pelo
que ensinavam e que por isso faziam as lições parecer simples e
fáceis. O que importava não era quanto o nosso professor favorito
sabia, mas sim o quanto nós conseguiríamos entender de tudo
que ele nos passava.

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E o professor Valmir é assim, não fez faculdade nenhuma, a
não ser faculdade da vida, suas palavras são simples, mas seu
jeito de ensinar é pratico, do jeito que todos entendem. Uma hora
dessa, façam o teste, peguem um vídeo do Professor Valmir no
YouTube, e desliguem o volume. Percebam que só assistindo os
movimentos das mãos, é possível entender a técnica correta que
ele quer passar.

Esse não é um livro para quem já desenha bem e está a procura


de técnicas avançadas. Esse é um livro para quem é iniciante
ou quem está começando do absoluto zero. Quando lançamos
o livro todos comentaram que a capa havia ficado muito linda,
alguns disseram que valeria comprar só para deixar como objeto
de decoração, numa estante ou mesa de centro.

Mas eu espero que você não tenha dó de usar o seu. Espero


que esse livro fique feio nas suas mãos, espero que ele fique com
as marcas dos seus dedos sujos de grafite, marcado com manchas
de café e até com as suas lágrimas, se for o caso. Porque sim,
todo aprendizado tem um preço e toda grande transformação te
custará alguns sacrifícios.

Nessa jornada para se tornar uma Estilista de Fato, eu sei que


em alguns momentos você vai pensar em desistir, mas quando a
sombra do fracasso te espreitar, espero que você se lembre da
história do meu amigo e seu professor, Valmir Pazeto. O sucesso
é uma decisão, que deve ser tomada e sustentada todos os dias.

Junior José Jacobs

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SUMÁRIO
14 | Uma viagem pelo mundo da moda 57 | Vestindo seu croqui
Blazer e calça flare

15 | Iniciando no desenho de moda Blusa e calça pantalona

Camisa estampada e calça capri

16 | Exercícios de aquecimento Shorts jeans e blusa casual

Vestido de viscose estampado

20 | Olhos, nariz e boca Vestido curto com saia godê

Vestido godê longo com pala

28 | Conhecendo a proporção facial Vestido tomara que caia saia mullet

Vestido sereia

31 | Cabelos Vestido com saia esvoaçante

40 | O Croqui de moda 78 | Desenhando rendas


Croqui de base

Croqui com movimento 87 | Vestido de noiva


Croqui perna semiaberta

Croqui pose clássica 94 | Croqui Masculino


Croqui andando

Croqui de costas 87 | Croqui Infantil


Croqui plus size

87 | Técnicas para colorir


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Uma pequena viagem pelo
mundo do desenho de moda
Desde a pré-história o homem encontrou no

I M PAC T O NA M O DA
desenho uma forma de se comunicar (linguagem).
Foi a partir do século XV que o desenho passou
a ser visto sob uma ótica artística. As primeiras
ilustrações de moda surgem no século seguinte
durantes as viagens marítimas pelo mundo para
exploração e descobrimento de novas terras.
Alguns artistas participavam das expedições e
registravam através de ilustrações as características
dos povos que eram encontrados. Conforme novos
continentes eram descobertos, as diferenças
de cultura impactavam e as diversas formas de
vestimentas chamavam a atenção dos artistas.
Eles registravam através de desenhos aquilo
que era impossível de ser descrito com detalhes
apenas pela fala. Uma vez também que ainda não
existia câmera fotográfica naquela época.
Essa técnica artística de transmitir informações
por meio de desenhos de moda, continua até
hoje. Quando desenhamos um croqui, estamos
passando para o papel aquilo que até então estava
apenas na mente. É uma forma de expressar
e comunicar uma ideia transformando-a em
realidade e facilitando a sua confecção. Através
do croqui de moda é possível visualizar como uma
peça ficará depois de pronta.

“EU NÃO
DESENHO
REPRODUÇÃO SHUTTERSTOCK

ROUPAS,
EU DESENHO
SONHOS”.
RA LPH LAU REN
Iniciando no
desenho de moda
Itens essenciais:
• Lápis 2B, 4B e 6B;
• Papel sulfite branco, formato A4 ou A3;
• Borracha branca macia ou de sua preferência;
• Régua simples 30cm;
• Esfuminho.

Itens para aperfeiçoamento


• Lápis de cor;
• Tinta aquarela;
• Pincel para aquarela;
• Canetas especiais (de sua preferência)

Técnica de Sombreamento
O sombreamento é um dos acabamentos essenciais que deve ser feito em todo desenho.
Quando ele é feito da forma correta, ele traz vida e movimento ao croqui, porque é ele que
mostra a profundidade e o lugar onde está cada detalhe e elemento.
O esfuminho é um rolo cilíndrico de papel macio, bem apertado, que faz com que o grafite
se espalhe de forma uniforme, trazendo o efeito do sombreamento. Para obter esse efeito, use o
número 2 e o número 4. Outra dica, é também usar o próprio dedo para obter o efeito sombreado.

ATENÇÃO!
DICA IMPORTANTE SOBRE AS FOLHAS

Não use apenas uma folha diretamente sobre a mesa, pois o contato do lápis com a superfície
fica muito rígido. O ideal é deixar de 10 a 12 folhas embaixo da folha que você vai utilizar, isso
facilita na hora de puxar os traços porque fica mais macio. Conforme for usando as folhas, é só
repor no bloco.
Obs.: Antes de comprar qualquer material, encontre dentro de você a força de vontade,
determinação e disciplina para desenhar. Sem isso, não existe material no mundo que faça você
desenhar bem.

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