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SUMÁRIO DE CIÊNCIAS POLITICAS E DIREITO CONSTITUCIONAL (CPDC)

(TEXTO DE APOIO)

LIÇÃO N.º 8

TEMA:

Poderes e Funções do Estado:

De acordo com a teoria da separação de poderes desenvolvida por John Locke e Charles de
Montesquieu, o poder deve estar distribuído por diferentes órgãos, de modo que, “quem cria a
lei não a possa também aplicar”, com vista a limitação de poderes.

Com efeito, a teoria da separação de poderes tem sido utilizada para a distribuição equilibrada
do poder entre os diferentes órgãos do Estado, implicando com isso a distinção das funções
Estaduais e a individualização dos órgãos a quem compete a sua prossecução.

Entende-se por órgãos do Estado, os centros autónomos individualizados de emanação de


uma vontade que lhe é atribuída, sejam quais forem a relevância, o alcance, efeitos (…) que ela
assuma; os órgãos do Estado também são entendidos como: o centro de formação de actos
jurídicos do Estado.

Funções do Estado:

É o conjunto de actos e actividades que o Estado desenvolve através dos seus órgãos com vista
a alcançar os seus fins.

Classicamente as actividades do Estado enquadram-se em dois grupos de Funções. Ou


seja:

 Função Primária (principal ou independente): Função Politica e a Legislativa;


 Função Secundária (subordinada ou dependente): Função jurisdicional e a
Administrativa.

Função Primária: Função Politica e a Legislativa:

- Condiciona as funções secundárias no seu exercício. Na medida em que: é a Função Política


que orienta a função directiva do Estado, aí coberto de definição do interesse público, dos fins
do Estado e a escolhas dos meios adequados para os alcançar; contanto, para alcançar os fins
do Estado o poder político desenvolve actividades permanentes e homogenias que são as
próprias funções do Estado. Assim, o poder político define as regras essências da existência
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Preparado & Revisado por: David Mendes – Docente/ UTANGA Março 2020 – Luanda.
CANGOMBE, Emílio. Lições de Ciência Politica e Direito Constitucional – Faculdade de Letras e Ciências Sociais da
Universidade Técnica de Angola, 2017.
FREITAS DO AMARAL, Diogo – FEIJO. Carlos. Direito Administrativo Angolano, Ed. Almedina, 2016.
BURITY DA SILVA, Carlos. Teoria Geral do Direito Civil, Ed. Faculdade de Direito da UAN, 2.ª Ed., revista e Actualizada, 2014
TADEU. Waldemar Tadeu. Guia do Estudante de Direito Ciência Politica / Direito Constitucional, Ed. Escola Editora, 2011;
colectiva e da própria organização criando a Lei Magna – A Constituição, exercendo o poder
constituinte. Alínea a) e b) do art.º 120 da CRA. A Função Politica traduz-se assim na definição
e prossecução pelos órgãos do poder político os interesses essenciais da colectividade,
realizando, em cada momento, as opções para o efeito consideradas mais adequadas, art.º 119
– 126; 134, 236, ambos da CRA.

Já a Função Legislativa, corresponde à prática de actos com conteúdo político, mas que
provenham dos órgãos constitucionalmente competentes e revistam a forma de Lei. Art.º 141,
sgts., art,ºs 160 a 165, 120; alínea c) a l) do art.º 124 a 126, ambos da CRA. No entanto, A
Função Legislativa, compreende a aprovação de normas gerais e abstratas.

De modo geral a Função Primária do Estado (Politica e a Legislativa) realiza as actividades


dos órgãos do poder político do Estado de uma forma essencialmente livre ou minimamente
vinculada, delas decorrendo as Funções Secundárias.

Função Secundária: Função jurisdicional e a Administrativa.

A Função Secundária do Estado (Jurisdicional e Politica) acha-se condicionada pela função


primária. Por sua vez, A Função Jurisdicional do Estado – reporta às leis, consiste no
julgamento de litígios resultantes de conflitos e interesses privados, ou públicos e privados, bem
como na violação da Constituição e das leis, cujos titulares (os Juízes) são inamovíveis, e em
princípios irresponsáveis nas suas decisões. Art.º 174 a 191, ambos da CRA.

A Função Jurisdicional dedica-se a resolução de litígios emergentes da violação, interpretação


e aplicação de normas, através de instâncias independentes e imparciais.

Contanto, a Função Administrativa ou Executiva do Estado reposta aos actos políticos e às


leis, consistem na satisfação das necessidades colectivas que, por virtude de prévia opção
legislativa, se entende que incumbe ao Estado prosseguir, encontrando-se tal tarefa cometida a
órgãos interdependentes, dotados de iniciativa e de parcialidade na realização do interesse
publico, e com titulares amovíveis e responsáveis pelos seus actos. Art.ºs 108 e sgts. Da CRA.

A Função Administrativa do Estado corresponde assim a execução das orientações político-


administrativas vindas do poder político, bem como a aplicação das leis de forma autónoma e
independente.

Contudo, Constituição condiciona o desempenho das Funções do Estado, num primeiro


momento a Função e Primária e num segundo momento a Função Secundária. Por conseguinte
o poder constituinte, condiciona o poder de revisão constitucional e as quatro demais funções
do Estado.
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Preparado & Revisado por: David Mendes – Docente/ UTANGA Março 2020 – Luanda.
CANGOMBE, Emílio. Lições de Ciência Politica e Direito Constitucional – Faculdade de Letras e Ciências Sociais da
Universidade Técnica de Angola, 2017.
FREITAS DO AMARAL, Diogo – FEIJO. Carlos. Direito Administrativo Angolano, Ed. Almedina, 2016.
BURITY DA SILVA, Carlos. Teoria Geral do Direito Civil, Ed. Faculdade de Direito da UAN, 2.ª Ed., revista e Actualizada, 2014
TADEU. Waldemar Tadeu. Guia do Estudante de Direito Ciência Politica / Direito Constitucional, Ed. Escola Editora, 2011;
O poder de revisão Constitucional traduz-se na modificação da Constitucional. Por um lado, é
limitado pelo poder constituinte (a Constituição circunscreve a sua própria revisão). Por outro
lado, as alterações Constitucionais que resultam do seu exercício incorporam-se na Constituição
e condicionam as quatro demais funções do Estado.

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Preparado & Revisado por: David Mendes – Docente/ UTANGA Março 2020 – Luanda.
CANGOMBE, Emílio. Lições de Ciência Politica e Direito Constitucional – Faculdade de Letras e Ciências Sociais da
Universidade Técnica de Angola, 2017.
FREITAS DO AMARAL, Diogo – FEIJO. Carlos. Direito Administrativo Angolano, Ed. Almedina, 2016.
BURITY DA SILVA, Carlos. Teoria Geral do Direito Civil, Ed. Faculdade de Direito da UAN, 2.ª Ed., revista e Actualizada, 2014
TADEU. Waldemar Tadeu. Guia do Estudante de Direito Ciência Politica / Direito Constitucional, Ed. Escola Editora, 2011;

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