Modelo atômico contemporâneo
Universidade Estadual de Campinas – Instituto de química
QP148 – Química de coordenação avançada
Douglas Ramos
douglas.dr.ramos@gmail.com
1. Resumo
Muitos modelos atômicos foram propostos durante a
história, sendo muitos cientistas responsáveis por
descobertas que fizeram da química moderna ser muito
avançada em seus conhecimentos. Desde modelos
atômicos de partículas solidas que introduziram a ideia
da matéria e suas propriedades físicas até modelos
matemáticos que, via simulação, mostram a
probabilidade de se encontrar elétrons pela eletrosfera, a
química esteve sempre evoluindo. Neste trabalho tratou-
se de expor o avanço dos modelos químicos na área
atômica e como a química se entrelaça à física e mecânica
quântica na proposta de explicar seus comportamentos.
Palavras-Chave: Átomos, química, Quântico.
2. Abstract
Many atomic models have been proposed during history,
with many scientists responsible for discoveries that
made modern chemistry very advanced in their
knowledge. From atomic models of solid particles that
introduced the idea of matter and its physical properties
to mathematical models that, via simulation, show the
probability of finding electrons in the electrosphere,
chemistry has always been evolving. This work was
about exposing the advance of chemical models in the
atomic area and how chemistry intertwines with quantum
physics and mechanics in the proposal to explain their
behaviors.
3. Introdução
As bases para os modelos químicos que temos hoje
foram construídas de reinterpretações e revisitas a
modelos atômicos anteriores, sempre que novas
proposições e ideias surgem. Observações de
comportamentos empíricos da matéria levaram cientistas
e físicos a refazer postulados que complementassem as
teorias vigentes a época.
Niels Bohr (1923) aprofundou-se no modelo proposto
por Rutherford incluindo o modelo onde os elétrons se
alocam ao redor do núcleo em certos níveis de energia
que poderiam ser intercambiáveis quando energia fosse
inserida ou retirada do elétron.
O postulado de Bohr (D. J. Maia) agrega os
resultados experimentais sobre radiação
eletromagnética de Albert Einstein e Max Planck,
que determinou quatro regras que regiam as
trajetórias do dos elétrons e níveis de energia, as
energias totais dos elétrons, as transposições de
camadas e a introdução do número quântico n
(número quântico principal), usado para calculo do
raio dos átomos.
Esse modelo eletrônico é muito difundido nos livros
de inorgânica e no conteúdo básico das escolas,
pois explica muitas das propriedades fotoelétricas
dos átomos, raios-x, ligações químicas e não
apresentam conceitos de grande abstração e de
entendimento complexo.
Alguns conceitos de quantização são inseridos
nesse modelo, porem algumas regras da mecânica
clássica não se aplicam aos saltos dos elétrons por
camadas, nem explicam os momentos angulares
dos átomos.
O pensamento sobre a mecânica quântica foi
aplicado ao átomo quando Heinserberg inseriu o
princípio de incerteza, onde se determinou a
impossibilidade de saber a velocidade e posição de
um elétron na eletrosfera. A mecânica ondulatória
que descreve o comportamento de elétrons foi
proposta por Schrodinger, fazendo assim cair em
desuso a visão do átomo em orbitas, mas sim num
modelo probabilístico tridimensional criado a partir
de modelos matemáticos baseados nas equações
de ondas (ψ).
As principais aquisições desse modelo foi entender
os elétrons como partículas em movimentos de
ondas e se movem de forma aleatória, seguindo
uma probabilidade de serem encontrados num
espaço definido pelo seu nível energético,
denominados orbitais atômicos.
O conceito de orbital usado atualmente para
resolução das equações de Schrodinger é usado
para átomos hidrogenóides, que são átomos ou
íons que contém apenas um elétron. Aproximações
podem ser feitas para átomos polieletrônicos,
principalmente aqueles que apresentam 1 elétron
em sua camada de valência.
4. Átomos Hidrogenoides
A equação de Schrodinger para esses átomos
se dá por meio de coordenadas esféricas (r (raio),
θ (teta) e φ (fi)), ao invés de se usar as conhecidas
coordenadas cartesianas (x, y e z), conforme
mostrado nas expressões:
x = r senθ cosφ
y = r senθ senφ
z = r cosφ
A distribuição espacial pode ser exemplificada
conforme abaixo, onde o núcleo do átomo é
representado na origem (x, y e z = 0)
Fonte: Cerdan, 2017
A função de onda fica então, em razão do seno
e cosseno dos ângulos θ e Φ, conforme abaixo:
Ψ (r, θ, φ) = R(r)Y (θ, φ)
As funções são tabeladas e podem ser vistas na
tabela 1. Essas funções são modelos matemáticos
que definem a posição probabilística de se
encontrar o elétron em seu orbital.
Tabela 1: Funções radiais para átomos de
hidrogênio.
Fonte: Aquino, 2005
A função de probabilidade radial mostra os
pontos de maior probabilidade de se encontrar o
elétron no orbital e como varia com o
distanciamento do núcleo.
Fonte: Aquino, 2005
Conforme o número quântico n aumenta, a
região de maior probabilidade de se encontrar um
elétron se afasta do núcleo, e apresenta uma área
maior e abrigam elétrons com maior energia.
Fonte: Zuniga, 2013
Usando essas equações são aplicadas a
átomos hidrogenóides, elas só podem ser
resolvidas para alguns níveis de energia, e se
caracterizam por 3 números quânticos: O número
quântico principal (n) determina o nível de energia,
que pode ser n = 1,2,3... O nível n = 1 é o estado
fundamental, e esse elétron pode alcançar
estados mais excitados se receber energia. O
segundo número quântico é o momento angular
orbital ou azimutal (l) e pode variar de l = 0,1,2,3...,
n-1. O terceiro está relacionado à orientação no
espaço do vetor no momento angular e é chamado
número quântico magnético (ml).
Nesse contexto, Dirac (1929) assume que não
se é possível conhecer a posição e velocidade de
partículas tão pequenas, e sugere um quarto
número quântico, chamado de spin. Essa
proposição é importante pois contribuem para
estudos envolvendo energia de ionização e
radiação, e se faz essencial em explicações sobre
energia das reações químicas.
A equação de Dirac é a primeira que considera
a teoria da relatividade especial no contexto da
mecânica quântica e abre portas para estudos com
anti matéria e outros comportamentos quânticos.
Referências
AQUINO, N.; CASTANO, E. Efectos de
confinamiento en átomos hidrogenoides
bidimensionales. Revista Mexicana de Física, v.
44, n. 6, p. 628-636, 1998.
CERDAN, Ana Josefa Benita. Modelo
colisional radiativo de átomo medio basado en
un modelo atómico apantallado relativista. 2017.
Tese de Doutorado. Universidad Politécnica de
Madrid.
ZÚÑIGA, José; BASTIDA, Adolfo; REQUENA,
Alberto. Desenmascarando líneas espectrales de
átomos hidrogenoides. In: Anales de Química.
2013.