Você está na página 1de 3

Estudos da Cor I - turma B

Giulia Souza Guimarães

ROSSI, Wagner Maria Helena. A compreensão do Desenvolvimento Estético.


In: PILLAR, Analice Dutra. A Educação do Olhar no Ensino das Artes. Porto
Alegre: Mediação, 2009.

Através de vários estudos, envolvendo duzentos sujeitos, Housen


determinou a existência de cinco tipos de leitores: Accountive, Constructive,
Classifying, Interpretive e Re-Creative. Housen denomina, também, com estes
nomes, os estágios do desenvolvimento estético. P. 25
No início, toda a leitura é feita a partir de um ponto de vista egocêntrico e
ingênuo, que leva em conta apenas o conhecimento pessoal do leitor.
Posteriormente, o leitor usa um conhecimento mais geral e, finalmente, interage
com o conhecimento estético propriamente dito. P. 34

Primeiro estágio. Accountive (descritivo, narrativo)


Prestam atenção aos aspectos mais chamativos da obra e elegem,
aleatoriamente, alguns detalhes para a análise. P. 25
O leitor do primeiro estágio lida com a obra como se ela fosse algo vivo.
As suas observações caracterizam as figuras e as formas como se estivessem em
movimento. Ele se comporta como um narrador de um filme, oscilando entre ser
um observador, ou um participante. P 26
É uma leitura egocêntrica, pois o leitor considera apenas o seu ponto de
vista. P. 26
Sentimentos de profundidade, complexidade e intensidade não aparecem
neste estágio. P. 27

Segundo estágio: Constructive (construtivo)


Agora, o leitor relaciona as partes da imagem com a sua totalidade,
demonstrando a percepção de uma hierarquia nos elementos. Seu objetivo é
edificar algum tipo de estrutura para ler. Como esta estrutura é formada por
reflexões acerca de sua própria vida, ele tenta descobrir como o trabalho de arte
se encaixa naquilo que ele já conhece sobre o mundo. P. 27
Diz Housen que os filósofos da Estética consideram a pergunta como? a
marca de início da consciência estética. P. 27

1
Ele menciona a técnica em que o quadro foi realizado, e se foi bem feito
ou não. Este fator é decisivo no julgamento da obra. P. 27
Neste estágio, a arte é concebida como tendo uma função utilitária e
funcional. O objeto estético deve servir a um objetivo, que pode ser moral,
didático ou prático. P. 28
A consciência de padrões externos força o leitor a tentar se dissociar do
objeto artístico. Ele começa a ter cautela em relação ao pessoal, ao associativo,
ao emocional e ao subjetivo. Enfim, ele quer distinguir-se do objeto de arte. P.
28
No entanto, ainda estão presentes os sentimentos e as associações
pessoais, e ele ainda julga a obra em relação ao seu mundo físico e moral. Ele
não tem consciência de que os sentimentos que surgem de considerações
estéticas podem ser distinguidos daqueles que surgem de preocupações e
interesses estéticos. P. 29

Terceiro estágio: Classifying (classificativo)


Para compreender a obra, ele busca tanto as informações presentes na
própria imagem, suas formas, cores, linhas, etc., bem como informações da
história da arte. P. 29
Enfim, o processo de leitura aqui é, simultaneamente, classificar, rotular,
catalogar e arquivar detalhes e fatos históricos da arte. P. 29
Sua análise caracteriza-se por ser menos sensual e mais passiva,
justamente porque sua história pessoal e afetiva não é enfatizada. P. 30

Quarto estágio: Interpretative (interpretativo)


A interpretação é baseada tanto nas informações presentes na própria
imagem, como também na intuição e numa memória carregada de afetos. Se no
estágio anterior as emoções eram evitadas, agora elas ressurgem,
proporcionando uma interpretação mais sutil e global. P. 31
Diferentemente das associações que eram feitas nos primeiros estágios,
onde o sentido restringia-se apenas ao próprio leitor, as associações no quarto
estágio envolvem o coletivo. O leitor tem consciência de que suas declarações
podem ser justificadas de maneira que os outros percebam o seu ponto de vista.
Ele se refere-se, então, ao que o pintor colocou na tela, bem como o que é
comum na experiência humana. P. 31
Já o leitor interpretativo é menos rigoroso, quando constrói o seu
argumento. As justificativas e as explicações ainda existem, mas não dominam
sua resposta. P. 31

2
O leitor interpretativo é ciente do papel que suas recordações afetivas
desempenham na interpretação dos símbolos, e libera seus pensamentos e
sentimentos. Isto acontece porque a pergunta que se impõe na leitura do quarto
estágio é quando? Não no sentido de contextualizar ou classificar o trabalho,
mas para saber quando os sentimentos gerados pela obra aparecem ou
reaparecem. P. 32

Quinto estágio: Re-creative (re-criativo)


São características fundamentais do leitor re-criativo: muita experiência
em analisar obras de arte, uma mente crítica e uma postura responsiva. P. 32
Não existe mais uma questão central que seja dominante na resposta
estética, no quinto estágio, mas uma interação entre as várias perguntas: o que,
como, quem, por quê e quando. Preocupações com o visível e com o implícito
fazem com que ele sinta, analise e interprete o trabalho, em diversos níveis, à
medida que se engaja no processo de tentar construir, de uma nova maneira,
aquela obra. P. 33
Analisando os sujeitos das pesquisas de Parsons e de Housen, percebe-se
que as pessoas que alcançaram os estágios mais altos, são professores e críticos
de arte, profundamente envolvidos com o mundo da arte. No entanto, um dos
objetivos do ensino da arte, hoje, é a formação estética. Portanto, o
desenvolvimento das habilidades apreciativas é direito de todos, e não apenas
dos profissionais da arte. P. 32

Você também pode gostar