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Livro onde a Metodologia Triangular foi apresentada pela primeira vez: “A imagem no

ensino da arte”
Uma revisão foi apresentada no livro “Tópicos Utópicos”, corrigindo alguns desvios e
reforçando os acertos.
Passou a chamar-se Proposta Triangular: Três vértices trabalhados de forma integrada
e considerados como ações essenciais à educação em arte: produção, contextualização
e leitura de obras de arte
Importante frisar a necessidade de revisões teóricas ou mesmo metodológicas. A
própria epistemologia da arte se encarrega de nos mostrar isso.
Segundo Ana Mae, “METODOLOGIA É CONSTRUÇÃO DE CADA PROFESSOR EM SUA
SALA DE AULA”

ORIGENS DA ABORDAGEM TRIANGULAR:


(outras três abordagens epistemológicas)
- Escolas Mexicanas de pintura ao ar livre
Surgiram depois da Revolução Mexicana de 1910
Articulação entre arte como expressão e arte como cultura
Resgatar o orgulho em relação à cultura nacional mexicana
Semente do Movimento Muralista que ganhou força em 1919 quando o filósofo José
Vasconcelos assumiu a reitoria da Universidade do México assegurando uma educação
em direção ao hibridismo cultural, estimulando a inter-relação entre o erudito e o
popular e entre os conhecimentos hegemônicos internacionais e os valores culturais
locais
- Movimento Estudos Críticos (anos 70 - Inglaterra)
Não é uma disciplina única com objetivos claros, mas inclui objetivos como:
desenvolver a apreciação em arte e os aspectos acadêmicos da história da arte
Foi apresentado à Ana Mae através de textos sobre o movimento de apreciação
estética (EUA – anos 60) e textos sobre o movimento de crítica literária e ensino da
literatura americana. Tudo isso aliado a nossa realidade de terceiro mundo inspiraram
Ana Mae na produção do vértice “leitura da obra” da Abordagem Triangular
- Arte-educação como disciplina - DBAE (Discipline Based Art Education) americano
Entrou em cena após uma avalição dos currículos das escolas secundárias, logo após
1975.
Houve inúmeros debates, mas as ideias prosperaram somente a partir de 1982
Assim, o DBAE envolveu quatro disciplinas:
- Produção: Criação de imagens visuais
- Crítica: Habilidade para ver as qualidades do mundo visual
- História: auxilia no entendimento de tempo e lugar de uma produção artística
- Estética: julgamento da qualidade daquilo que se vê – entender a variedade de
critérios que podem ser aplicados

A ABORDAGEM TRIANGULAR

Produção artística:
contato direto com os diferentes materiais, propiciando experimentações lúdicas, o
estudo de suas propriedades, características expressivas e evoluir para o
entendimento da existência de uma linguagem visual decorrente e articuladora desse
próprio fazer. Domínio da técnica e das qualidades expressivas dos materiais.
O fazer artístico não é somente fruto da motivação interna e da necessidade de
expressão. Ele é resultado de influências exteriores, do meio ambiente e da herança do
patrimônio artístico e cultural da humanidade.

Contextualização:
Ampliação da disciplina “História da Arte”
Ana Mae discorda da excessiva “disciplinarização” presente na proposta norte-
americana e acrescenta integrações com o contexto histórico, social, psicológico,
antropológico, geográfico, ecológico, biológico, associando o pensamento não apenas
a uma disciplina, mas a um conjunto de saberes disciplinares ou não
Dessa forma, esse vértice amplia as possibilidades de implementação da
INTERDISCIPLINARIDADE em função das conexões que estabelece.

Leitura:
Síntese entre as áreas de Estética e Crítica
A apreciação crítica necessita de elementos da estética para se concretizar
Professor deve proporcionar condições favoráveis à educação estética dos seus alunos
A leitura da obra é um despertar de uma capacidade de análise com base em
conhecimentos construídos pelo próprio aluno acerca do mundo visual e deve ser uma
capacidade de julgamento sem pré-conceitos.
Retirar das experiências estéticas conclusões teóricas universais e propor conceitos
para a arte
Desenvolvimento de senso crítico com base em conhecimentos internalizados por
meio da articulação entre conceitos e prática
Não mais limitada à análise da beleza, a estética amplia seu questionamento acerca da
natureza do objeto de arte e do caráter de sua criação, apreciação, interpretação,
avaliação assim como acerca das relações da arte com a sociedade. Tudo isso pode ser
examinado em diferentes níveis de complexidade.
Segundo Ana Mae, existem critérios que podem ser definidos a fim de desenvolver
capacidade de julgamento:
- leituras iconográficas e formais
- leituras contextualizadoras
Existem teorias da interpretação mais contemporâneas, como a semiologia, a
semiótica, o deconstrucionismo e o feminismo. Essas duas últimas podem ser
consideradas como abordagens culturalistas da leitura de obra.

Fonte:
CAMPELLO, Sheila M.C.R; CRUZ, Teresinha R. Módulo 16: História da arte-educação 2.
Organizadoras: Sheila Maria Conde Rocha Campello e Leda Maria de Barros
Guimarães. Brasília: LGE Editora, 2010.

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