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g00907-dez-2021-grad-ead/)
1. Introdução
Prezado aluno, boas-vindas!
Este material nos traz estudos de caráter re�exivo e especulativo, e, para faci-
litar a apresentação desses conteúdos, estruturamos cada um dos ciclos com
apresentações teóricas e práticas, de modo que você possa conhecer os princi-
pais conceitos pareysonianos e as apropriações que podemos fazer desta abor-
dagem para o campo da educação musical.
Antes de darmos início aos estudos que trazem como fundamento a aborda-
gem de Luigi Pareyson, é importante compreendermos e localizarmos, ao lon-
go da história da estética, alguns desdobramentos que marcaram esse ramo �-
losó�co. Vamos lá?
O que é estética?
Inicialmente, é importante compreendermos o que é estética e algumas im-
portantes ressigni�cações do conceito ao longo dos séculos.
O problema ocorre pelo fato de que o ideal estético sempre esteve relacionado
à ideia do belo, ou seja, temática presente em ambas as áreas.
Embora a estética como disciplina �losó�ca tenha seu marco registrado a par-
tir da obra de Baumgarten, é importante ressaltar que as bases �losó�cas que
fundamentam seus estudos vêm sendo discutidas desde a Antiguidade grega.
Filósofos como Pitágoras e seus seguidores, no século 6 a.C., contribuíram sig-
ni�cativamente para os estudos dessa disciplina �losó�ca (MATUCK; BERTOL;
MIELZYNSKA, 2013).
[...] o termo foi se ampliando cada vez mais, quer para designar as teorias do belo e
da arte que, desde o início da história da �loso�a, apresentaram-se sem nome espe-
cí�co, quer para compreender também as teorias mais recentes que não já se reme-
tem a beleza a sensação ou a arte ao sentimento como nem mesmo ligam a arte a
beleza.
No século 18, o conceito de estética �rmou-se como uma teoria que legislava
sobre o caráter do belo na arte. A beleza foi constituída neste período como
um objeto do conhecimento relativo à sensibilidade do seu apreciador
(PAREYSON, 1993). Ainda neste momento histórico, houve, entre os alemães,
uma tentativa de separar a estética compreendida como teoria do belo para di-
fundir uma teoria geral da arte.
No �nal do século 18, sob a in�uência das múltiplas atribuições ao termo, a es-
tética passou também a legislar na condição de �loso�a da arte. O �lósofo
Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770 – 1831) foi responsável por difundir essa
vertente entre os �lósofos alemães. Segundo Talon-Hugon (2008, p. 55), a �lo-
so�a de Hegel:
[...] não se interessará pela recepção das obras, pela experiência, pelo prazer ou pelo
juízo estético: não é uma crítica do gosto. Enquanto a estética kantiana se concen-
tra nas características da experiência estética que a diferencia de outras experiên-
cias (a do conhecimento ou da ação), a estética hegeliana sublinha os signi�cados e
os conteúdos das obras.
De certa forma, pode-se dizer que esse intercâmbio entre áreas do conheci-
mento permanecerá até os dias de hoje, e nossos estudos atestam esta prática.
A apropriação do pensamento pareysoniano como fundamento para os estu-
dos em educação musical parte, por exemplo, de uma sobreposição de cam-
pos: o da estética e o da educação musical. E o que ambos têm em comum? A
atividade artística.
Martin Heidegger (1889 – 1976), �lósofo alemão, difundirá entre “os românti-
cos e os seus sucessores a a�rmação capital segundo a qual a arte possui uma
dimensão ontológica” (TALON-HUGON, 2008, p. 66). Conforme Heidegger (apud
TALON-HUGON, 2008, p. 66),
[ ... ] o erro da estética precedente foi ter pensado a obra de arte sob o paradigma do
produto, quer dizer, da matéria informada, de ter partido da coisidade [onticidade]
da obra e de lhe ter acrescentado qualidades estéticas. Assim fazendo, ela não pode
pensar o caráter de obra da obra.
Imerso na premissa �losó�ca que investiga as origens que dão vida à obra,
Heidegger a�rma que a obra revela o ser, ou seja, “ela é alétheia, revelação,
comparência, ter-lugar do que tem lugar” (TALON-HUGON, 2008, p. 68). Assim,
o autor deixará de conceber a estética tão somente como disciplina responsá-
vel pelos estudos �losó�cos da arte, pois a “arte e a fenomenologia perseguem
a mesma tarefa”. Este paradigma heideggeriano exercerá grande in�uência
nos estudos da estética até os dias atuais.
Para o autor, a estética como experiência tem por natureza um caráter especu-
lativo, podendo ser compreendida como o ofício do �lósofo.
Agora, sugerimos que dê uma pausa em seus estudos para entender como a
experiência e a re�exão se tocam. Para isso, assista ao vídeo a seguir.
Nossos ciclos de estudos estão divididos em cinco etapas. Em cada um dos ci-
clos, apresentaremos importantes conceitos da �loso�a pareysoniana e exem-
plos práticos, com o objetivo de ilustrar possibilidades de apropriação da esté-
tica como fundamento da prática educativa.
Observe, a seguir, resumos dos tópicos que serão tratados em cada um dos cin-
co ciclos:
No primeiro ciclo, apresentaremos três importantes conceitos da estética pa-
reysoniana. São eles: estética, poética e crítica. Ao lado da apresentação de ca-
da conceito, poderemos compreender, de forma prática, como o educador mu-
sical poderá se valer dessas ferramentas conceituais em seu ofício.
Nas palavras de Alfredo Bosi (1986, p. 8), "Luigi Pareyson, ao retornar a discus-
são dos temas centrais da Estética", considera esses três momentos "como de-
cisivos do processo artístico", podendo ocorrer de forma simultânea. Embora
cada um desses atributos possa se sobressair em determinados momentos da
história ou do próprio processo artístico, a ênfase em um ou outro não signi�-
ca a anulação dos demais.
No quinto e último ciclo, faremos uma revisão dos principais conceitos abor-
dados, da importância do diálogo entre estética e educação musical e trare-
mos indicações de leituras e autores para que essa “porta” re�exiva seja pre-
servada, permanecendo sempre aberta em sua dinâmica investigativa!
2. Informações da Disciplina
Ementa
Introdução à estética enquanto disciplina �losó�ca da arte. À luz do pensa-
mento do �lósofo Luigi Pareyson, os conceitos de estética, poética, crítica e
formatividade serão apresentados como ferramentas re�exivas voltadas para
o campo da educação musical, bem como sua aplicabilidade em diferentes
contextos educativos. Propõe-se re�etir sobre o processo de invenção, execu-
ção e recepção artística como prática educativa. O educador musical como um
esteta em sala de aula. Re�exões sobre o processo de criação musical em sala
de aula; discussões sobre os problemas da leitura da obra de arte; a arte en-
quanto matéria formada; propostas especulativas acerca dos problemas da le-
gitimidade do trabalho artístico em práticas educativas; atividades práticas
que possibilitem re�exões estéticas, poéticas e críticas; apresentação de pro-
postas estéticas em diversos contextos educativos.
Objetivo Geral
Os alunos da disciplina de Estética para a Educação Musical, na modalidade
EaD do Claretiano, dados o Sistema Gerenciador de Aprendizagem e suas fer-
ramentas, serão capazes de compreender a estética como ferramenta �losó�-
ca do educador musical. Para isso, contarão não somente com as obras de re-
ferência, mas também com outras referências bibliográ�cas, eletrôni-
cas, links de navegação e vídeos.
Objetivos Especí�cos
• Compreender as três principais de�nições atribuídas à arte e o conceito
de estética segundo Luigi Pareyson.
• Compreender o conceito de formatividade.
• Compreender a importância desses conceitos voltados para o campo da
educação musical.
• Compreender os estudos da estética como ferramenta �losó�ca do educa-
dor musical.
• Compreender a importância da pergunta como caminho para o despertar
do pensamento �losó�co.
• Re�etir sobre os fenômenos da arte de forma crítica e especulativa.
• Vivenciar experiências estéticas.
• Ter clareza do papel do educador como esteta em sala de aula.
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Objetivos
• Compreender os conceitos de estética, poética e crítica.
• Compreender a importância de cada um desses conceitos como ferra-
menta �losó�ca do educador musical.
• Vivenciar os conceitos de forma prática.
Conteúdos
• Luigi Pareyson: breve biogra�a.
• Estética, poética e crítica: abordagem pareysoniana.
• A estética como ferramenta �losó�ca voltada para a prática do educador
musical.
Problematização
Estética pareysoniana: como podemos compreendê-la? Qual é a de�nição de
poética? E o conceito de crítica? De que forma esses conceitos permeiam as
práticas em educação musical? De que forma podem fundamentar o trabalho
do educador musical em diferentes contextos educativos?
Oriundo de uma linhagem �losó�ca com a�nidades com �lósofos como Hans-
Georg Gadamer (https://maestrovirtuale.com/hans-georg-gadamer-biogra�a-
deste-�losofo-alemao/) e Paul Ricoeur (https://biogra�eonline.it/biogra�a-
paul-ricoeur), mas sobretudo Heidegger (https://biogra�eonline.it/biogra�a-
martin-heidegger) e Schelling (https://biogra�eonline.it/biogra�a-friedrich-
schelling), sua concepção estética deve ser compreendida como um campo in-
teiramente �losó�co.
Figura 1 Luigi Pareyson (https://www.iisf.it/index.php/pinakes-
ritratti/luigi-pareyson.html).
Que tal, antes de prosseguir, você veri�car se entendeu bem o que foi apresen-
tado? Para isso, responda à questão a seguir. Boa sorte!
Agora, uma re�exão: de que forma a experiência estética pode estar presente
na prática educativa? Vejamos a seguir.
A arte educa na medida em que, atraindo nossa visão, encantando nossa audição,
agindo sobre nossa imaginação, dialoga com a nossa consciência. Mais do que nos
fazer reagir à melodia, à rima, à composição pictórica, às cenas do �lme, esses estí-
mulos que nos chegam pela arte criam um espaço de liberdade, de beleza, no qual
nos sentimos convidados a agir criativamente.
Nesse sentido, como poderíamos orientar uma atividade dessa natureza sem
cair na armadilha de de�nições e signi�cados unívocos ou de uma re�exão
apressada e descompromissada?
Um trabalho pedagógico dessa natureza requer uma ação prática mediada por
questionamentos re�exivos e especulativos, diretamente ligados aos proble-
mas �losó�cos da arte, de modo a propiciar uma experiência substancial e
signi�cativa.
No exemplo a seguir, demonstraremos duas propostas estético-educativas co-
mo atividade de apreciação. Usaremos dois exemplos: um exemplo musical e
outro extraído do campo das Artes Visuais de forma que você possa compre-
ender, de formas diferentes, a experiência estética. Você está pronto para essa
experiência? Comecemos com a apreciação de um quadro.
Nesse sentido, como estetas em sala de aula, o nosso papel é oferecer aos alu-
nos experiências e, ao mesmo tempo, ferramentas para vivenciar a própria ex-
periência de maneira fecunda, possibilitando aos alunos o desenvolvimento
de habilidades para pensar os fenômenos da arte.
João Wanderley Geraldi (2010), em sua obra A aula como acontecimento, con-
cebe o exercício de formular perguntas como uma prática socialmente dialó-
gica, capaz de transformar as experiências e os saberes que cada pessoa car-
rega em novas formas de conhecimento. Segundo Geraldi (2010, p. 96),
[...] aprender não é se tornar um depósito de respostas já dadas. Saber não é dispor
de um repertório de respostas. Saber é ser capaz de compreender problemas, for-
mular perguntas e saber caminhos para construir respostas.
E, como estetas em sala de aula, esse é o nosso maior desejo: que nossos alu-
nos compreendam os problemas da arte e sejam habilidosos para pensar os
fenômenos da atividade artística, encontrando sempre novos caminhos para
construir suas respostas.
Após a apreciação dessa obra musical, propomos a você uma breve re�exão
sobre a concepção de interpretação a partir de Luigi Pareyson. Além da apre-
sentação conceitual, compartilhamos com você um dos problemas da estéti-
ca. Vejamos a seguir.
Segundo Lauand, um dos obstáculos para que o educador possa pensar a prá-
tica educativa e transformadora sob a ótica da arte aparece pelo fato de o pró-
prio professor não ter vivenciado experiências estéticas outrora. Vejamos
(LAUAND apud PERISSÉ, 2009, p. 7):
É que nós, professores, carecemos de experiências estéticas signi�cativas, pois
nossa formação para a beleza, para a arte, para a criação é de�ciente. Dá-se que, em
consequência, seja de�ciente, nesse aspecto nossa prática educativa.
Sugerimos, agora, que você avalie como foi sua aprendizagem até então. Para
isso, responda:
4. Poética
Agora, observaremos, a seguir, uma aula de apreciação embasada na concep-
ção de poética.
A apresentação de uma obra, quando voltada para o seu contexto, sua histori-
cidade, análise técnica, aspectos biográ�cos ou estilísticos, está no campo da
poética. Tais aplicações normativas não são comportadas no campo da estéti-
ca.
5. Crítica
Em se tratando de uma atividade voltada para desenvolver autonomia e críti-
ca como proposta pedagógica, cabe ao educador mediar, de forma atenta e cui-
dadosa, os pontos que quali�cam ou desquali�cam a obra perante a tomada
crítica de cada um de seus alunos. Para que o aluno amplie, signi�cativamen-
te, suas considerações críticas, é importante que o educador saiba questionar
os motivos.
Agora que você concluiu o estudo deste ciclo, sugerimos que avalie como foi
sua aprendizagem. Para isso, responda às questões a seguir.
6. Considerações
Concluímos este ciclo deixando como tarefa especulativa outros novos questi-
onamentos: a interpretação de obras de arte contribui para o nosso aperfeiçoa-
mento ético? Ajuda-nos a repensar nossa maneira de viver e conviver? Pode
ser, em resumo, uma interpretação educadora? (PERISSÉ, 2009).
A experiência, a possibilidade de que algo nos aconteça ou nos toque, requer [...] pa-
rar para pensar, parar para olhar, parar para escutar, pensar mais devagar, olhar
mais devagar, e escutar mais devagar; parar para sentir, sentir mais devagar,
demorar-se nos detalhes, suspender a opinião, suspender o juízo, sus- pender a
vontade, suspender o automatismo da ação, cultivar a atenção e a delicadeza, abrir
os olhos e ouvidos, falar sobre o que nos acontece, aprender a lentidão, escutar aos
outros, cultivar a arte do encontro, calar muito, ter paciência e dar-se tempo e espa-
ço.
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Objetivos
• Conhecer as atribuições pareysonianas sobre arte como fazer, como
um exprimir e como um conhecer.
• Compreender a importância de cada um desses conceitos como ferra-
menta �losó�ca do educador musical.
Conteúdos
• Conceito de arte como um fazer, como um exprimir e como um conhe-
cer.
• A estética como pano de fundo das práticas educativas.
Problematização
Como podemos compreender as atribuições de Luigi Pareyson sobre arte co-
mo um fazer, como um exprimir e um conhecer? Tais de�nições devem ser
compreendidas de forma isolada ou como parte de um todo? De que forma
essas concepções estão presentes nas práticas em educação musical?
[...] interessa-nos aquilatar como a formação estética contribui para a vida intelec-
tual e pro�ssional do professor. Formar-se é entrar em contato com valores de toda
ordem. Especi�camente, o contato com valores estéticos (e também com informa-
ções, dados, terminologia estéticas...) deve ser ocasião para vislumbrarmos projetos
de vida humanizadores.
É na Grécia que aparecerão pela primeira vez, no nível de uma consciência musi-
cal, a ambição de criar e o gosto de escutar. Há milênios a música visava a e�cácia;
religiosa, mágica, terapêutica, lisonjeira, militar, ela se dirigia aos deuses e aos reis,
às forças invisíveis e visíveis. Entre os gregos, ela se torna arte, maneira de ser e
de pensar, revela sua beleza ao primeiro público socialmente consciente.
Parthenon-columns-or-pillars-Acropolis-Athens-Greece-11.html).
Para entender um pouco mais a respeito da arte como um fazer, ouça aos pod-
casts indicados na sequência:
Podcast 1
00:00 00:00
Podcast 2
00:00 00:00
red1007/ff/05/j/o1632122414680355950.jpg).
Será no século 19 que as artes vão adquirir força, sendo tomadas como a pró-
pria religiosidade do artista, como linguagem universal; e seus fragmentos,
concebidos como re�exo da incompletude do homem. No ideário romântico
(FUBINI, 2002, p. 254.),
[...] a música não tem necessidade de expressar aquilo é linguagem comum, pois
vai muito além: captura a realidade em um nível muito mais profundo, desprezan-
do a expressão do mundo, em favor do pensamento, do espírito, e da in�nitude.
Vamos apreciar algumas obras desse período? Para visualizá-las, clique nos
ícones.
Neste momento, sugerimos que ouça, no podcast a seguir, a uma síntese a res-
peito da arte como um exprimir.
Podcast 3
00:00 00:00
Que a obra de arte deite raízes profundas no que se convencionou chamar 'realida-
de' (natural, psíquica, histórica), constitui uma dessas evidências fulgurantes que
deveriam dispensar qualquer discurso demonstrativo, bastando-lhe a constatação
a olho nu.
Como exemplo de uma arte concebida como forma de conhecimento,
Pareyson (1997, p. 23) menciona as produções artístico-cientí�cas de
Leonardo da Vinci como meio de conhecimento próprio, de interpretação do
mundo e até de fazer ciência. Vejamos dois exemplos:
kipedia.org/wiki/Leonardo_da_Vinci#)
Figura 9 Estudos de embriões (1510-1513) nos quais retratam
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Leonardo_da_Vinci#)
Estas diversas concepções colhem caracteres essenciais da arte, conquanto não se-
jam isoladas entre si e absolutizadas. Certamente, a arte é expressão. Mas é neces-
sário não esquecer que há um sentido em que todas as operações humanas são ex-
pressivas. Toda operação humana contém a espiritualidade e personalidade de
quem toma a iniciativa de fazê-la e a ela se dedica com empenho; por isso, toda
obra humana é como o retrato da pessoa que a realizou [...]. Dizer, por exemplo, que
a arte é 'expressão dos sentimentos', pode ter importância no plano da poética, mas
é uma perigosa asserção no plano da estética.
Por meio de uma atividade de composição, por exemplo, o educador pode con-
duzir, de forma signi�cativa, o processo de invenção de seus alunos,
incentivando-os em cada uma das etapas desse fazer. Ao mesmo tempo em
que os alunos percorrem seus trajetos inventivos, o educador pode enriquecer
ainda mais a vivência de criação, fazendo do ambiente um espaço de experi-
mentações musicais (como um verdadeiro laboratório cientí�co!) e, assim,
apresentar a ciência do fazer musical.
Fazer com que os alunos se sintam estimulados para expressarem aquilo que,
de fato, traduz suas emoções e conhecimentos reforça a potencialidade ex-
pressiva de cada um. A�nal, qualquer ato inventivo estará imenso em sua sin-
gularidade expressiva, realizativa e cientí�ca.
Podemos a�rmar que a arte, em sua natureza cientí�ca, está presente desde as
civilizações antigas. Embora tenhamos documentos históricos que atestem
sua e�cácia religiosa, terapêutica, festiva, entre outras funções, sua própria
engenharia sonora engloba um fazer cientí�co, ainda que não seja esse o foco
de sua apresentação. Será entre os gregos que a música será concebida como
forma de ser e de pensar, se tornará obra de arte (CANDÉ, 2001).
Na visão pitagórica,
Não se esqueça de clicar nos ícones para visualizar as imagens e assistir aos
vídeos!
Para encerrarmos, ouça a mais uma breve explicação a respeito da arte como
um conhecer.
Podcast 4
00:00 00:00
Agora, sugerimos uma pausa para re�etir sobre sua aprendizagem e se avaliar,
por meio da resolução da questão proposta a seguir.
Os que fazem as coisas bem seriam justamente os que re�etem bem sobre o
que fazem; porque se não souberem re�etir sobre o que fazem, jamais se tor-
narão bons no fazer. Insisto em que não há fazer sem a re�exão sobre esse
fazer; que existe uma instância pragmática em toda re�exiva, e uma instân-
cia re�exiva em toda tarefa pragmática. O homem culturalizado de hoje não
pode mais abdicar dessa verdade. E toda vez que o faz ou que é constrangido
a fazê-lo, se robotiza.
Ao perceber seu desconforto por não saber por onde começar, pedi, então,
que observasse os sons de sua casa, de sua escola, das ruas ou dos par-
ques, com o objetivo de encontrar alguma ideia inspiradora para a sua
obra, ou seja, um insight (CESCA, 2015).
Da busca pelo insigth até a execução da obra, quanta coisa Maria desbra-
vou sozinha! Ela alçou voos por meio dos diálogos que teceu com a sua
própria obra, o que Pareyson compreende por diálogo entre autor e maté-
ria, nesse caso, seu próprio instrumento.
O mais importante desse trabalho foi reconhecer que Maria percebeu sua
capacidade de inventar, combinar e transformar seus conhecimentos em
outras formas de fazer música.
Figura 15 Registro da obra solo para violino da aluna Maria, sete anos.
Após ler este relato experiência, ouça, agora, a composição de Maria com a in-
terpretação de Miguel, de 11 anos.
Antes de prosseguir, assista ao vídeo, nele, vamos destacar alguns pontos rele-
vantes dos conteúdos de Estética para Educação Musical, bem como algumas
re�exões a respeito desse assunto.
Agora, neste próximo exemplo, convidamos você a conhecer uma atividade
realizada com crianças entre seis e oito anos de idade num contexto educacio-
nal de uma rede particular de ensino. Com esse depoimento, ilustramos, de
maneira mais abrangente, de que forma a concepção de arte como um fazer,
como um exprimir e como um conhecer podem orientar o olhar do educador
musical, ajudando-o a compreender cada uma das etapas do processo artísti-
co e seus desdobramentos estéticos. Venha conhecer esse trabalho!
Dicionário de música
E, percorrendo esse mesmo caminho, da experiência para a compreen-
são, construímos mais quatro verbetes: música, ritmo, pulso e melodia,
todos sendo frutos desse mesmo projeto interdisciplinar. Vejamos, a se-
guir, as páginas e considerações em cada verbete do dicionário.
Regente
Transcrição do material do Aluno 1
"O regente é a pessoa que ajuda os músicos a tocar juntos; às vezes, o re-
gente rege apenas alguns músicos. O instrumento do maestro é a batuta
que serve para ajudar os músicos. O regente usa gestos para ajudar os
músicos com sons mais altos ou mais baixos. Quando ele abre muito os
braços eles tocam forte e quando não abre muito eles tocam fraco".
Fonte: Arquivo pessoal. Produção coletiva (2011).
Pulso
Transcrição do material do Aluno 2
Música
Transcrição do material do Aluno 3
Música
Transcrição do material do Aluno 4
"Pode nos fazer sentir alegria, tristeza, raiva, medo, susto. Nasce a partir
dos sons dos instrumentos musicais, das notas musicais com diferentes
durações, do jeito que se ouve, dos estilos e das ideias do compositor. É o
tempo que passa".
Fonte: Arquivo pessoal. Produção coletiva (2011).
Nesse caso, o registro escrito torna-se tão relevante quanto o registro so-
noro. A partir de um trabalho dessa natureza, podemos registrar e revisi-
tar a nossa história.
6. Considerações
Os conceitos e as atividades aqui apresentadas oferecem ao educador ferra-
mentas �losó�cas para olhar a produção artística de seus alunos, assim como
um esteta olha para a arte, seu objeto de estudo e re�exão.
Nas palavras de Geraldi (2010, p. 100), "o que importa é aprender a aprender,
para construir conhecimentos. Ensinar não é mais transmitir e informar, en-
sinar é ensinar o sujeito aprendente".
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Objetivos
• Conhecer cada uma das etapas do processo formativo.
• Re�etir sobre cada uma dessas etapas a partir das práticas educativas.
• Compreender a importância da teoria da formatividade como instru-
mento de re�exão do educador musical.
Conteúdos
• O processo inventivo e realizativo da obra.
• O estágio da obra como forma formada.
• Estágio da execução e leitura da obra. Campo da intepretação.
Problematização
Como estabelecer uma meta para meu negócio? O que são indicadores de
performance? Quais as principais métricas para avaliar ações de marke-
ting digital? Como é estabelecido um funil de conversão?
Luigi Pareyson dedicou longo período de sua carreira como �lósofo ao lado de
artistas, críticos e intérpretes com o intuito de apreender os fenômenos que
permeiam o complexo itinerário da produção artística, do seu nascimento até
o campo da recepção, isto é, etapa na qual a obra corre o risco de cair no es-
quecimento. A partir dessa experiência e contato vivo com a atividade artísti-
ca, nasce sua teoria da formatividade.
• O nascimento do insight.
• O diálogo entre o autor e a matéria.
• Os limites técnicos do autor e seus conteúdos espirituais.
• O complexo e aventuroso itinerário pelo qual o artista percorre tentando,
corrigindo e refazendo.
Mas, a�nal, de que tipo de matéria estamos falando no caso da música? Para
essa questão, propomos uma breve especulação estética: tomando o ofício do
escultor, por exemplo, �ca mais fácil para compreendermos o ponto sobre a �-
sicidade do material. Podemos citar, por exemplo, o mármore, a argila e a ma-
deira. No entanto, no caso da música, a questão daquilo que é concebido como
�sicidade do material torna-se mais complexa e menos palpável diante da sua
concretude sonora que se realiza no tempo.
Para ilustrar essa etapa de diálogo entre autor e matéria, assista aos ví-
deos a seguir e considere como re�exão os pontos abordados anterior-
mente:
Modelando a tradição
Escultura em papel
O estágio da obra como forma formada pode ser compreendido como a con-
cretização do insight. Uma vez acabada, a obra de arte nos proporciona um
encontro com outras problemáticas �losó�cas. Neste momento, convidamos
você para um exercício �losó�co e apresentamos essas problemáticas em for-
ma de perguntas. Vejamos:
Sugerimos que você dê uma pausa na sua leitura e re�ita sobre sua aprendiza-
gem, respondendo a mais uma questão.
Compreendemos a etapa �nal do processo inventivo como o campo da execu-
ção, leitura e recepção da obra.
Mas por que campo da execução? Por que devemos submeter a obra à execu-
ção? De acordo com Pareyson (1997), a obra de arte deve ser submetida à exe-
cução por ser fruto de um extenso processo executivo e realizativo. Nesse ce-
nário em que transitam autor, obra, intérprete e receptor, novas problemáticas
surgem, e as possibilidades interpretativas que permeiam as impressões de
cada ouvinte con�uem para um problema ainda maior: as múltiplas interpre-
tações da obra.
Agora, teste seus conhecimentos a respeito dos assuntos tratados até aqui.
Com base nos pontos apresentados anteriormente, vamos apreciar o depoi-
mento a seguir, trazendo como pano de fundo recortes desse itinerário que
compõe a formatividade.
O relato a seguir foi vivenciado pela Profa. Sara Cecília Cesca (autora des-
ta obra) durante sua atuação como educadora musical num projeto soci-
al; no entanto, são apresentados pequenos recortes em face da pluralida-
de dos diversos contextos de atuação. Esperamos que este recorte possa
ajudá-lo como uma amostra que pode inspirar ideias re�exivas e a cons-
trução de novos saberes e olhares estético-educativos. Pronto para co-
nhecer este trabalho? Vamos lá!
O ponto de apoio dessa atividade teve como base inicial a arte de outros
autores. Recorremos a essas produções em busca de ideias e diferentes
formas composicionais. Segundo Perissé (2009, p. 36), a arte dos poetas,
dos compositores, dos escultores e dos artistas plásticos também nos
educa:
Por meio de uma seleção, o grupo escolheu quatro poesias para compor o
trabalho. Para ajudá-los na estruturação da composição e no aproveita-
mento do material (poesias), sugerimos que organizassem a obra em
quatro partes, de modo que cada poema pudesse ser desenvolvido sepa-
radamente. Foi assim que iniciamos a construção do primeiro movimen-
to da composição. Mediante tentativas, incertezas e descobertas, fomos
trabalhando, sempre apoiados na poesia como guia desse processo de in-
venção.
sição.
obra.
Diálogo
Professor:
- Vocês estão percebendo que as ideias parecem não ter �m? Por que isso acontece?
Alunos:
- São muitas pessoas criando - respondeu uma aluna.
Professor:
- Você tem razão... são várias "cabecinhas" criativas funcionando ao mesmo tempo.
É isso que acontece quando começamos a inventar. Parece que nossa imaginação
não tem �m. Mas vamos continuar e ver aonde essas ideias nos levarão.
Diálogo
Professor:
- Aqui está a composição de vocês. O que faremos com ela agora?
Alunos:
- Temos que tocar!
Professor:
- Mas isso (referindo-se ao papel) não é uma música?
Alunos:
- Não, professora, é uma partitura!
2. Considerações
Segundo a ótica pareysoniana, o que alimenta o processo formativo inventivo
e produtivo provém da energia formante do sujeito que a realiza, isto é, a capa-
cidade de imaginar e inventar dos nossos alunos. De acordo com o autor, "eis
aí o mistério da arte: a obra de arte se faz por si mesma, e, no entanto, é o artis-
ta quem a faz" (PAREYSON, 1993, p. 78).
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Objetivos
• Re�etir sobre o papel do educador musical na condição de esteta em sa-
la de aula.
• Compreender a importância das re�exões estéticas como ferramenta �-
losó�ca do pro�ssional de ensino.
Conteúdos
• O per�l do educador esteta.
• O papel do educador musical como esteta em sala de aula.
• A re�exão estética como ferramenta �losó�ca.
• Abordagens para uma formação re�exiva.
Problematização
Pode o educador musical assumir o papel de esteta em sala de aula? A con-
duta de um educador musical, quando caminha por uma abordagem
estético-educativa, deve ser pautada por um diálogo mediado por perguntas
ou pelos seus conhecimentos a priori? Como poderíamos de�nir o per�l do
educador esteta? É possível conceber alunos como legítimos estetas e artis-
tas diante do processo inventivo?
Ao preparar uma aula, uma atividade musical ou qualquer tipo de proposta pe-
dagógica, é importante que consideremos a essência formativa. Do insight di-
dático até as múltiplas interpretações dos alunos, percorremos um extenso
caminho de mudanças, transformações e ressigni�cações. Basta uma breve
revisão ao término de cada aula.
Assim sendo, é preferível pensar que lançamos convites aos alunos, mas o que
cada um fará com esses convites não mais compete ao educador (GALLO,
2016).
Agora, faça uma pausa em seus estudos e veri�que como está sua aprendiza-
gem, respondendo à questão a seguir.
Este é o primeiro passo de um trabalho que tem como princípio uma estética
da formatividade. Guiados por algum tema proposto pelo educador musical ou
à vontade para encontrarem um propósito ou um assunto que servirá como o
insight de uma composição, por exemplo, o educador atua como um esteta, ao
mediar as ideias que vão surgindo, dando voz à experiência artística de cada
criança, mesmo em uma turma com trinta (CESCA, 2015, p. 162).
Acompanhar, com atenção e cuidado, as ideias que aos poucos vão ganhando
formas nas mãos dos alunos consiste em compreender também que o frag-
mentado esboço não é a obra acabada, no entanto, já contém, em essência, tu-
do quanto a obra formada deve conter.
Bom, agora é o momento de você testar mais uma vez seus conhecimentos.
Sugerimos que dê uma pausa na sua leitura e re�ita sobre sua aprendizagem,
respondendo às questões a seguir.
[...] esteticamente mais bem formado cultivará (eis um pressuposto somado à espe-
rança) um comportamento especial no cotidiano escolar, porque olhará de modo
especial os seus alunos, verá neles artistas em potencial, respeitando essa possibi-
lidade, acreditando nela como realidade alcançável.
O professor é mediador do encontro entre alunos e arte, mas obviamente precisa ter
intimidade necessária (ou seja, bastante intimidade!) com a arte que pretende apre-
sentar, quase corrigia o verbo - com que pretende presentear seus alunos.
Para encerrarmos este ciclo, indicamos algumas leituras caso queira comple-
mentar seus estudos.
2. Considerações
Neste ciclo, falamos um pouco mais do per�l do educador como um esteta em
sala de aula.
Já se viu, por um lado, que toda a vida espiritual prepara a arte, no sentido de haver
sempre um caráter formativo inerente a todas as suas manifestações, e justamente
por esse presságio de arte, que mesmo a vida do dia-a-dia traz consigo, a arte se po-
de especi�car como operação determinada. E, por outro lado, justamente no ato em
que a arte se especi�ca como operação distinta, toda a vida penetra dentro dela, e é
este o motivo pelo qual a arte pode tornar-se a razão de vida para o homem que a
exerce e a contempla.
E, assim, caminhamos rumo à docência ao lado dos nossos alunos, como me-
diadores, inventores ou intérpretes de seus trabalhos artísticos. De acordo com
Seincman (2008, p. 23):
Não importa de que lado estejamos, quer do palco quer da plateia, a constante troca
de papéis é permanente e fundamental: não há comunicação e experiência estética
sem desdobramento, pois só sendo um duplo para obter alternar as posições. Só me
faço entender por ouvinte quando, ao mesmo tempo em que falo (ou toco, interpre-
to, crio), coloco-me como ouvinte de meu próprio discurso; o mesmo vale para
quaisquer das posições assumidas.
(https://md.claretiano.edu.br/estedumus-
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Objetivos
• Revisar os conceitos pareysonianos.
• Compreender o exercício da estética como instrumento da arte para a
vida.
Conteúdos
• Revisão dos conceitos de Luigi Pareyson.
• A estética como estudo da atividade humana.
• A função da estética na arte e na vida.
Problematização
Qual o lugar da estética? Como despertar para a �loso�a estética? A estética
como uma �loso�a do humano é possível? Como se valer do pensamento �lo-
só�co para um campo não propriamente de �lósofos? De estetas para não es-
tetas, da arte para a não arte, do artista para o não artista? É possível dizer
que, em sala de aula, residam artistas e estetas educadores?
1. O lugar da estética
Tomar a �loso�a estética como instrumento educativo, seja numa aula de
apreciação musical, de invenção, execução ou interpretação, requer do educa-
dor uma conduta que, antes de mais nada, conceba seus alunos também como
verdadeiros artistas, estetas e intérpretes em sala de aula. Artistas no sentido
de que são capazes de inventar, descobrir, transformar e ressigni�car; autores
e autoras dotados de competência inventiva e realizativa, potência que é pró-
pria do humano.
Mas, a�nal, podemos dizer que a sala de aula é um lugar para a estética? Sim.
A estética reside onde estiver o estético. Nas palavras de Quadros (1986, p. 38),
estudioso da obra de Luigi Pareyson,
(...) o estético está onde quer que exista qualquer fazer humano, de qualquer ordem,
dimensão ou nível. Está em todo o pensamento, em toda a ação e em toda a realiza-
ção humana. Isto é: está onde quer que o homem 'faça' um pensamento, 'faça' uma
ação, 'faça' uma realização. Porque os pensamentos, as ações e as realizações hu-
manas só existem se 'feitas' pelo homem.
A estética pretende despertar em nós um novo modo de ver. [...] É um ver no senti-
do mais profundo. Um ver tomado no seu sentido mais elevado e mais pleno. Um
ver a partir do nosso "si mesmo", "it self", "my self", "Selbst". Um ver do 'fundo da al-
ma'. Um ver capaz de ver até mesmo o que não se vê. Capaz de ver de olhos fecha-
dos. Um ver capaz de degustar, vendo. Um ver capaz, até mesmo, de se ver, isto é, de
se saber vendo. E alegrar-se no ver. E comprazer-se em ver. E pleni�car-se no ver. E
crescer no ver.
Um modo de ver que implica em um modo de ser. E se esse ver for um novo modo
de ver, isto só se exercitará com um novo modo de ser. Um modo de ser que vê com
todo o ser. Um ser que é vendo. E um ver que vê o ser. Este é o ver estético. O ver
abrangente. Um novo modo de ver e de ser (QUADROS, 1986, p. 42).
Para �nalizar os estudos deste ciclo, assista ao nosso último vídeo. Você apro-
fundará seu conhecimento a respeito dos conceitos mais importantes relacio-
nados à abordagem pareysoniana.
Após esta revisão, para encerrar nossos estudos, sugerimos que você responda
às seguintes questões e veri�que se realmente entendeu os conteúdos apre-
sentados neste ciclo.
4. Considerações
Despertar para a estética em seu amplo percurso como educador e educadora
pressupõe uma reavaliação do ver e, consequentemente, um reaprender a ser.
Ter uma conduta de esteta em sala de aula signi�ca estar ciente de que sua
função como educador e educadora em sala de aula:
[...] não precisa dar conta dos sentidos todos de cada um dos elementos constituin-
tes da resposta à pergunta formulada, mas é seu dever organizar com os alunos
mais perguntas e buscar em colegas, em pro�ssionais, nas fontes, na herança cul-
tural, os esclarecimentos disponíveis; é aqui que a pesquisa começa, é aqui que o
caminho começa a ser construído e ele somente passa a ter existência depois de
percorrido, na narrativa que se escreve deste processo de produção (GERALDI, 2010,
p. 97).
Despertar para a estética é ter olhos para ver aquilo que é essencial ao fazer: a
vontade de fazer. A vontade de alcançar êxito. Vontade de estudar, praticar e
se lançar naquilo que sempre será novo e desconhecido: os encontros da sala
de aula. Um espaço que requer disposição e vontade de todos para que se torne
núcleo e laboratório de invenção, realização, pesquisa e descoberta.
O educador esteta em sala de aula (mais bem formado) saberá olhar, de forma
diferenciada, o cotidiano de suas práticas, pois olhará, de modo especial, seus
alunos e alunas, concebendo legitimidade a todos em sua potência de fazer
qualquer coisa com arte; saberá olhar com respeito ao fazer de cada um, sem-
pre atento à presença formativa, sua vontade e desejo de êxito (PERISSÉ,
2009).
Problemática 1
Como se valer do pensamento �losó�co para um campo não propriamente de �lósofos? De
estetas para não estetas, da arte para a não arte, do artista para o não artista?
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Problemática 2
É possível dizer que, em sala de aula, residam artistas e estetas educadores?
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