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José e
Arte M.filosofia:
Gomes; aJessé
perspectiva
S. Rêgoda estética dialética ARTIGO
ART AND PHILOSOPHY: the perspective of dialectic and hermeneutic aesthetics as tea-
ching and research in philosophy
Resumo: O presente artigo tem como objetivo justificar o idealismo estético hegeliano e a estética
hermenêutica de Gadamer como propostas relevantes para o ensino e pesquisa na graduação em filosofia.
Para tanto, tomaremos como fundamento algumas referências anunciadas nos Parâmetros Curriculares
Nacionais e nas Diretrizes Curriculares para o Curso de Filosofia, propostas pelo Conselho Nacional de
Educação, bem como a pluralidade de horizontes que emergem da relação conceitual entre filosofia e
estética. Ressaltaremos o problema da arte e verdade como discussão filosófica central contemplada na
estética hegeliana e na ontologia hermenêutica de Gadamer. bem como a importância que esses horizontes
investigativos apresentam enquanto propostas de ensino e pesquisa estética na graduação em filosofia.
Palavras-chave: Estética. Dialética. Hegel. Hermenêutica. Arte. Verdade. História. Ensino.
Abstract: This articler aims to justify Hegel’s aesthetics idealism and Gadamer’s hermeneutics aesthetics
as important proposals for teaching and research in undergraduate courses of Philosophy. For this, it is
taken as basis some references announced in the National Curriculum Parameters and in the Curriculum
Guidelines for the Course of Philosophy, proposed by the National Education Council, as well as the plurality
of horizons that emerge from the conceptual relationship between philosophy and aesthetics. The question
of art and truth is emphasized as the central philosophical discussion considered in Hegel’s aesthetics and in
Gadamer's hermeneutic ontology, as well as the importance that those investigative horizons present while
proposals of aesthetics teaching and research in undergraduate courses of Philosophy.
Keywords: Aesthetics. Dialectics. Hegel. Hermeneutics. Art. Truth. History. Teaching.
Resumen: Esta artículo tiene por objeto justificar el idealismo estético hegeliano y la estética hermenéutica
de Gadamer como propuestas pertinentes a la enseñanza y la investigación de pregrado en filosofía. Para
ello, vamos a tomar algunas referencias como base del anuncio en el Currículo Nacional y Lineamientos
Curriculares para el Curso de Filosofía, propuestos por el Consejo Nacional de Educación, y la pluralidad de
perspectivas que surgen de la relación conceptual entre la filosofía y la estética. Vamos a poner de relieve
el problema del arte y la verdad de la discusión filosófica central contemplado en la estética de Hegel y en
la ontología hermenéutica de Gadamer. Además de la importancia que estos horizontes de investigación
significan como propuestas para la enseñanza y la investigación en la estética de la filosofía de pregrado.
Palabras clave: La estética. La dialéctica. Hegel. La hermenéutica. El arte. La verdad. La historia. La
enseñanza.
1 INTRODUÇÃO
Uma vez que esse domínio nos insere za tangível do real - a aisthesis - à autonomia
na discussão sobre o homo aestheticus, no da razão, redescobrindo, nesse intento, uma
conjunto de seus problemas histórico-temá- pluralidade de aparências e um mundo trans-
ticos acerca da aisthesis, da arte, do belo e figurado repleto de sentidos. Uma vez que a
de outros fenômenos estéticos, o seu ensino natureza e o mundo criado pelo homem cons-
tem se ampliado, significativamente, no nível tituem uma realidade cheia de sentido, tudo
médio e nas instituições universitárias. Se por que os constitui em suas respectivas amplitu-
um lado, os Parâmetros Curriculares Nacio- des fenomênicas se mostra e, ao aparecer, im-
nais (1997) apontam que a proposta de uma pressiona nossa percepção. Se de modo ime-
educação cidadã apresenta seus fundamentos diato, ser vivo no mundo é expor-se enquanto
pedagógicos e administrativos ancorados em presença sensível, contemplar as coisas como
valores estéticos, éticos e políticos, ressaltan- nos aparecem, por outro lado sua condição es-
do a proposta de uma “estética da sensibili- tética também implica em sua capacidade de
dade” como um dos princípios de transversa- modificá-las e realçá-las mediante habilidades
lidade, por outro, as Diretrizes Curriculares criativas e talentosas.
para o curso de Filosofia (Parecer CNE/CES nº. Em seu caráter filosófico, a estética lança
492/2001) recomendam a Estética como um um convite à reflexão do sensível – aisthesis,
domínio de conteúdo a integrar a matriz curri- o conceito fundante da estética – não simples-
cular das graduações em filosofia - licenciatura mente como experiência originária do existir e
e bacharelado. Isto significa o reconhecimento do conhecer, mas também como projeção con-
dos problemas filosóficos estéticos como re- templativa e transgressora do real, na medida
ferenciais significativos para interpretarmos e em que, por exaltação ou incontentamento,
compreendermos a totalidade das experiên- os seres humanos alteram o sentido imediato
cias que integram o mundo sócio-político e cul- da exterioridade e emitem um parecer sobre o
tural dos homens. O domínio estético é então mundo. Submetidos à diversidade das aparên-
abordado como expressão do pensamento e cias, se por um lado, somos envolvidos pela
submetido ao logos filosófico, permitindo-nos pluralidade e pelo fascínio das imagens, por
refletir sobre sentimentos e prazeres desin- outro, reagimos ao curso ordinário de suas ex-
teressados ou mesmo sobre as possibilidades posições e respondemos a ele mediante uma
criativas de transfiguração e compreensão da transfiguração de aparências revelando distin-
realidade em seus diversos horizontes. tas expressões do belo e criações artísticas.
Restringindo-nos ao ensino da graduação Pensar o sensível do ponto de vista de sua
e mais precisamente a referenciais da estética autonomia, buscando em suas manifestações
filosófica como elemento de formação, o nosso uma racionalidade que justifique suas con-
propósito é ressaltar a importância do ensino e templações, a expressão de um gosto e um
da pesquisa acerca da Estética na graduação, domínio de realizações humanas regido pelas
considerando as perspectivas dialética e herme- leis da beleza: eis o que confere especificidade
nêutica de G.W.Hegel e Hans-Georg Gadamer. da especulação estética. Ao longo da história do
Para tanto, tomaremos como ponto de partida pensamento, as reflexões estéticas foram sus-
uma breve exposição conceitual sobre a estéti- tentadas por diferentes abordagens e definidas
ca, em seu caráter filosófico e, posteriormen- a partir de distintos problemas. Todavia, se a
te, uma sucinta apresentação dos fundamentos especulação sobre aisthesis, póiesis, techne
dialéticos da estética hegeliana e da estética e kállos nos remontam à tradição clássica da
hermenêutica de Gadamer. Por último, destaca- filosofia; apenas na época moderna a estéti-
remos algumas inferências teórico-conceituais ca foi legitimada em sua autonomia como co-
como indicadores de questões e problemas re- nhecimento, sendo consequentemente definida
levantes a serem abordados como proposta de por Alexander Baumgarten1 como ciência do
ensino e pesquisa estética na graduação. sensível. Trata-se de uma reflexão filosófica
de caráter eminentemente racionalista que se
2 ESTÉTICA E FILOSOFIA propõe a pensar o domínio do sensível, embora
reduzido a uma esfera de conhecimento infe-
A estética constitui-se como uma análise rior. Desse modo, a estética se revela como um
que revela uma experiência singular e decisi- discurso filosófico moderno estruturando suas
va entre o homem e a realidade. Trata-se de análises a partir do paradigma da subjetividade
uma reflexão que, na fundamentação dos seus moderna. Seus principais representantes são
princípios teóricos, elege e submete a nature- teorias filosóficas que pensam as experiências
da arte, do belo e do sublime como expressões uber die Ästhetik,1835) apresentam como
do sentimento, do juízo do gosto (Kant), mas ponto de partida a definição da estética como
também como produto da Razão (Vernunft), filosofia do belo artístico, o que somente
verdade histórica do Pensamento (Hegel). pode ser entendido mediante a compreensão
Ademais, sua mediação para o pensamento con- sistêmica da filosofia e o desdobramento
temporâneo, dentre várias abordagens metodo- histórico-dialético da Razão (Vernunft) nos
lógicas, suscita discussões que contemplam sua limites da finitude sensível. A abordagem
relação com ciência, com a indústria cultural e filosófica do belo artístico implica em submetê-
o mundo da técnica, assim como sua descons- la um “esforço conceitual”2, abarcando-o,
trução enquanto discurso da consciência cientí- não abstratamente como um mero objeto
fica moderna, em benefício de sua abordagem no mundo da existência, de acordo com os
enquanto acontecimento ontológico e expressão esquemas unilaterais e fixos de um pensamento
dialógica da finitude sob os efeitos da história. conceitual, mas pensando-a na dinâmica e
Como a relação estética-hermenêutica nos necessidade interior do seu conceito.
indica várias direções em suas abordagens, A filosofia da arte, forma, pois, um elo
tomamos como referência para justificar a im- necessário no conjunto da filosofia e só à luz
portância das perspectivas de estudos estéti- desse conjunto compreende-se “como uma to-
cos na graduação em filosofia e, consequente- talidade orgânica em si mesma, que se desen-
mente, melhor definir o propósito da presente volve a partir do seu próprio conceito e, em sua
análise, a diretriz nuclear da estética da forma- necessidade de se relacionar consigo mesma,
tividade desenvolvida por Luigi Pareyson (1997, como um todo que retorna a si, se une a si
p. 5): “a estética é filosofia justamente porque como um mundo de verdade” (HEGEL, 1999,
é reflexão especulativa sobre a experiência es- p. 47). Cada parte da filosofia apresenta sua
tética, na qual entra toda experiência que tenha singularidade identificada e reconhecida como
a ver com o belo e com a arte”. Segundo o her- particularização do universal, pois é somente
meneuta italiano, a elucidação do caráter filo- na recondução à unidade que a unilateralida-
sófico da estética implica na sustentação do seu de é ultrapassada como absolutização de um
caráter concreto mediante o apelo à experiên- momento e a Razão (Vernunft) reconhecida
cia direta do fenômeno da arte; do contrário a como seu fundamento. Eis o que legitima o
mesma pode restringir-se à pura especulação e caráter de uma fundamentação científica da
reduzir-se a um mero jogo verbal. Em sua con- arte em sua indispensável referência espiritual
dição especulativa e não normativa, cabe à es- e, consequentemente, sua abordagem como
tética, fundamentalmente, discutir e problema- realização efetiva (Wirklichkeit) da Razão.
tizar a natureza e significados dos fenômenos Pensar filosoficamente o domínio da arte é, por
estéticos na diversidade de suas manifestações conseguinte, colocarmo-nos do ponto de vista
históricas. Sem dispensar precisões conceitu- da Razão. O Absoluto (Absolut) é efetividade
ais universais, sua tarefa é realizada extrain- enquanto determinação do seu próprio ser, pois
do dados da experiência e seu caráter crítico seu processo de transformação é a negação de
decorre necessariamente de sua disposição à sua permanência em si, em seu fazer-se outro,
abertura e historicidade da experiência. alienando-se e realizando-se progressivamen-
Com base nesse fundamento, seleciona- te. Auto-afirmando-se na infinitude de sua li-
mos investigações estéticas que desenvol- berdade, põe-se como seu próprio mundo e,
vem suas especulações sobre o belo e arte pressupondo-o como seu próprio ser, revela-se
não somente como juízos ou reflexos de uma como passagem no interior de suas determina-
subjetividade isolada, mas como expressões ções sob a forma de um processo de revelação
de verdades históricas devidamente contextu- progressiva. Em sua definição como esfera de
alizadas a partir de relações concretas entre determinação do Absoluto, a arte constitui-se
Razão e finitude e do caráter de verdade da como apresentação (Darstellung) da Ideia na
finitude (Endlichkeit). Pensando a si mesmo, o
arte – a estética dialética de Hegel e estética
pensamento engendra a bela arte opondo-a à
hermenêutica de Gadamer.
consciência imediata e finitude sensível.
3 HEGEL E A ESTÉTICA: o belo Neste sentido, tomar a arte a partir do
artístico como produto da Razão primado de Razão significa afirmá-la como
manifestação do infinito na finitude, ou seja,
De modo categórico e devidamente como reconhecimento histórico do espírito
justificado, os Cursos de estética (Vorlesungen (Geist) nas fronteiras do sensível. O fenômeno
por submeter o fenômeno estético ao proces- bem como à consciência estética, sobretudo a
so de interpretação, mas, sobretudo, porque partir de Kant. Eis um elemento que funda-
essa reflexão mobiliza uma discussão sobre a menta a especificidade das reflexões estéti-
relação entre modernidade e cultura estética, cas a partir do pensamento hermenêutico de
bem como confere ao fenômeno da arte, sua Gadamer, possibilitando ainda uma discussão
recuperação como experiência de verdade com o processo de legitimação das ciências
Analisar a dimensão da experiência esté- humanas (Geisteswissenchaften).
tica no horizonte hermenêutico de Gadamer Inserindo-se nessa argumentação susten-
significa identificar as etapas de um procedi- ta-se a tese de que o desenvolvimento do con-
mento que é paradigmático. Pensá-la, primei- ceito de “aisthesis”, na conquista de seu esta-
ramente, como procedimento de crítica, des- tuto epistemológico, ao longo do pensamento
truição e recuperação e, posteriormente, como moderno, acarretou um “prejuízo” significativo
desenvolvimento de uma reflexão sobre seu à relação arte, pensamento e verdade5. Pre-
modo de ser, enquanto experiência de finitu- juízo aqui também entendido como Vorurteil,
de essencialmente determinada pela noção de pré-condição inevitável para a compreensão
consciência histórica e pela cifra da linguagem. – no sentido ontológico-heideggeriano – que
Por isso, não basta questionar a justificativa nos distancia do esquecimento e nos projeta à
da experiência estética ou mesmo a experiên- abertura de novos questionamentos.
cia da arte - acontecimento de verdade - ser Ao que parece, a relação estética e herme-
privilegiada como reflexão inicial acerca dos nêutica, no modo como ela se desenvolve na
fundamentos da hermenêutica filosófica, em filosofia de Gadamer, não nos oferece formu-
Verdade e método, mas investigar como é lação sólida e objetiva de uma estética, nem
construída a argumentação que a sustenta em tampouco de uma teoria sobre as artes. Entre-
seu caráter paradigmático. Pensar a questão tanto, afirmar a especificidade dessas reflexões
da verdade a partir da experiência da arte como um simples momento de desvio pode
apresenta-se como condição de possibilidade também parecer um tanto quanto insuficiente,
hermenêutica para análise sobre a compreen- para um pensador que reconhece na impor-
são humana na tentativa de ampliar os seus tância de pensar sobre a experiência misterio-
horizontestes interpretativos da realidade. sa da arte um desempenho necessário para as
A esse propósito, uma leitura mais ciências humanas, bem como uma experiência
atenta desta obra, sobretudo, em seu primei- dialógica e confronto com nós mesmos.
ro momento, nos remete ao esclarecimento A crítica à consciência estética desenvolvi-
quanto ao uso das expressões “experiência da por Gadamer, desde o começo de Verdade
estética e experiência da arte” em suas desig- e método é, portanto, a crítica à estetização
nações conceituais; termos usados, algumas e subjetivação como tentativa de resgate do
vezes, quase que indistintamente. Inde- espaço e abertura da obra, abstraídos pela
pendentemente da articulação que se possa consciência estética e que nos remetem, como
fazer entre essas duas expressões, do ponto contraponto, ao resgate de sua historicidade.
de vista de suas significações terminológicas, Da destruição da estética segue-se a ressigni-
precisamos a respeito ter claro o seguinte: a ficação do fenômeno da arte como tentativa de
expressão “estética” é utilizada tanto como ca- tornar inválida sua abstração de temporalida-
racterização da consciência – consciência esté- de e historicidade, asseguradas pela noção de
tica –, como a partir do estatuto epistemológi- consciência estética. Faz-se necessário reatar
co cunhado nos tempos modernos a partir de o laço rompido da obra com seu mundo.
Baumgarten (Estética) e com dedobramentos A proposta hermenêutica de “destruição da
na filosofia de Kant e no neokantismo. A refe- estética” inaugura, assim, uma nova pergunta
rência à estética representa para Gadamer não pela arte, cuja essência nos remete à sua re-
apenas a proposta de uma reflexão histórico- consideração como acontecimento de verdade
-conceitual, mas de modo significativo e ne- (alétheia). A recuperação de seu laço originá-
cessário o procedimento crítico-hermenêutica rio com o mundo, no entanto, está radicalizada
que propõe sua “destruição” enquanto um pro- em sua natureza histórica e linguística. Tal pro-
longamento do discurso científico moderno. A posta de pensamento nos reorienta a contem-
crítica aos pilares da filosofia moderna enquan- plar a história da arte, no sentido de perceber
to crítica da subjetividade, inevitavelmente se na tradição das experiências artísticas o des-
realiza sob a forma de uma crítica ao fenôme- velamento concreto de um mundo constituído
no da estetização dos conceitos humanísticos, pela facticidade das condições sócio-históricas
e políticas que por sua vez se atualizam nas ritual, sendo portanto em si e por si significante
discussões contemporâneas acerca da estética 4. Essa experiência extracientífica de verdade é
buscada por Gadamer em tradições valiosas,
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS cujo esquecimento implica a necessidade de
sua reabilitação como uma forma de conside-
A relevância das duas propostas acima ex- rável contribuição. Assim, tem-se a tradição
postas emerge do universo de suas abrangên- retórica, a filosofia prática e a hermenêutica ju-
cias histórico-culturais. São reflexões estéticas rídica e teológica.
que priorizam a concretude da experiência da 5. A possibilidade dessa hipótese não é indiferente a
arte na positividade de suas manifestações uma das máximas da estética hegeliana: a arte
contextuais, oportunizando-nos um diálogo como manifestação sensível da ideia no horizonte
com a tradição, com as condições sócio-histó- do sensível define-se como momento de verdade.
ricas do seu fazer e, também com os elemen-
tos subjetivos de sua fruição. Em um contexto
REFERÊNCIAS
de problematização da subjetividade na mo-
dernidade, a estética, nessas duas vertentes, BAYER, Raymond. Historia de la estética.
culmina em uma discussão ética sobre a finitu- Traducción de Jasmin Reuter. México Fondo
de e ontológica sobre a verdade, o que amplia, de Cultura Económica, 2000.
consideravelmente, sua interface com as ciên- BRÁS, Gérard. Hegel e a arte. Rio de Janeiro:
cias e com a cultura em geral. Desse modo, Zahar editora,1990.
redimensionando o horizonte estético do belo
artístico como momentos de verdade e experi- Diretrizes Curriculares para o curso de
ência histórica da finitude nas quais os serem filosofia. Parecer CNE/CES nº. 492/200.1
humanos se reconhecem e dialogam entre si, FERRY, Luck. Homo Aestheticus: a invenção
a estética dialética de Hegel e a estética on- do gosto na era democrática. São Paulo: Ed.
tológico-hermenêutica de Gadamer se consti- Ensaio, 2003.
tuem em propostas teórico-metodológicas que
GADAMER.G.-H. Verdade e método: traços
incrementam o ensino de filosofia na gradua-
fundamentais de uma hermenêutica filosófica.
ção. Ademais, a pluralidade de investigações
Tradução de F.P. Meurer. 7 ed. Petrópolis:
suscitadas por essas teorias filosóficas privile-
Vozes, 2005.
giam a possibilidade de uma ampla interdisci-
plinaridade com ciências humanas e naturais, _______. Wahrheit und Metod: grundzüge
com as teorias da arte e com filosofia como um einer philosophischen Hermeneutik.
todo, estimulando desdobramentos de ques- Gesammelte Werke 1, Hermeneutik I. 6 ed.
tões acerca da relação estética e ética, arte e Tübingen: J.C.B. Mohr (Paul Siebeck), 1990.
política, arte e linguagem, arte e cultura, arte _______. Ästhetik und Poetik I: kunst als
e inconsciente, arte e ontologia etc. Aussage. Gesammelte Werke 8. Tübingen:
J.C.B. Mohr (Paul Siebeck), 1993.
NOTAS _______ . Estética y hermenéutica. 2 ed.
Tradução de A.G. Ramos. Madrid: Tecnos,
1. É fundamental a leitura do texto de Baumgarten
AEstética: a lógica da arte e do poema(1750), no
1998.
qual o estético, embora definido como conheci- GRONDIN,Jean. Introdução à hermenêutica
mento inferior, é submetido a uma investigação
filosófica. Tradução de B. Dischinger. São
que nos conduz ao fenômeno do belo e da arte.
A esse propósito também é relevante consultar o Leopoldo: Editora Unisinos, 1999.
texto Homo aestheticus.Cap.I e II (FERRY,1994) HEGEL.G.W. Cursos de Estética. Tradução
2. A expressão “esforço conceitual” ou “esforço ten- Marco Aurelio Werle e Oliver Tole. São Paulo:
so do conceito” é usada por Hegel no prefácio à Edusp, 1999. V.I.
Fenomenologia do Espírito. Aí é ressaltada a im-
portância e uma atenção criteriosa ao conceito no _______ Enciclopédia das Ciências Filosóficas
propósito do estudo da ciência. Registra-se, ain- em Epítome. Tradução Artur Morão. Lisboa:
da, uma diferença hegeliana entre o “pensamen- edições 70, 1993. V. III.
to que raciocina” e o “pensamento conceitual”.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS:
3. O termo figura (Gestalt) apresenta um significa-
do especial na Estética de Hegel, designando a apresentação dos temas transversais, ética
matéria espiritualizada propriamente dita, isto é / Secretaria de Educação Fundamental. –
o elemento sensível em que se manifesta o espi- Brasília : MEC/SEF, 1997.