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Estudos da Cor I - turma B

Giulia Souza Guimarães

OLIVEIRA, Ramalho Sandra. Índices de “animagemismo”. In: OLIVEIRA,


Ramalho Sandra. Moda Também é Texto. São Paulo: Rosari, 2007.

De fato, já vimos que se não há precisão em uma linguagem no campo da


visualidade, mas apenas “linguagens” (o que não é de maneira alguma
depreciativo, ao contrário), também não pode haver rum método de análise
pronto e preciso, válido para todas as situações. P. 39
Isso porque, no campo da visualidade, nem a palavra “alfabetização”
seria adequada: ela não cabe nas artes mais tradicionais como a pintura ou a
escultura, nem nas mais contemporâneas. P. 40
Isso porque nenhuma delas é composta, exclusivamente, por palavras
(alfa e beta são letras gregas, que aludem a palavras). P. 40
É que não existem concordâncias visuais! Existem combinações, isso
sim; mas elas são ilimitadas e nem sempre harmônicas, pois o contraste também
é um modo usado para articular elementos visuais. P. 40
Enquanto não houver um termo adequado para designar uma pessoa com
tais características o problema não existe, de fato. E como sabemos que o
problema existe sim e que são muito altos os seus índices, faz-se urgente criar
um termo para designar o analfabeto visual. P. 41
Para ser equivalente ao termo alfabetização, ficaria, seguindo esta lógica:
imagem mais "ização", OU seja, imagem ização, E o analfabeto? Seria o
animagemo, se seguirmos os procedimentos anteriores (an+ imagem + o). P. 41
Não está criado um problema, mas está evidenciado, descortinado. P. 41
As imagens das pessoas são as mais frequentes no cotidiano; expressas
pelas cores, formas e texturas que portamos sobre o suporte privilegiado, o nosso
corpo, elas são, portanto, as imagens mais próximas e as mais significativas para
exercício da leitura. P. 42
O fato e que estamos mergulhados em imagens que servem para nos
provocar, nos sugerir, nos conduzir, nos seduzir, nos convocar, nos compelir; e,
frequentemente, tirar proveito do nosso animagemismo. P. 43

OLIVEIRA, Ramalho Sandra. Sentidos da palavra estética. In: OLIVEIRA,


Ramalho Sandra. Moda Também é Texto. São Paulo: Rosari, 2007.

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Enfim, nada estava errado, mas a compreensão seria muito maior se a
palavra não fosse assim banalizada e transformada em um curinga. P. 47
Seguindo uma proposição de Jan Mukarovsky, a partir de seu livro
Escritos sobre Estética e Semiótica da Arte (1993, p. 26), desdobro a noção,
afirmando que o texto de moda tem, além da função estética, uma outra função
primordial, que é vestir (com os mais variados objetivos, como já foi falado
anteriormente) e enquanto a função utilitária for preponderante, temos um objeto
estético e não uma obra de arte. P. 48
Não obstante, as funções podem mudar ao longo do tempo; e as
qualidades visuais que já estavam presentes como função secundária podem
passar à condição de função principal. P. 48
Muitos dos problemas com a palavra estética decorrem do fato de que ela
é polissêmica: estética empregada como substantivo, significando um campo do
conhecimento no âmbito da Filosofia; e estética (ou estético), como adjetivo,
quando qualificamos algo de estético ou de estética. Esta raiz pode ser ainda
flexionada, tornando-se um adverbio, isto é, "esteticamente". P. 49
O fato é que os conceitos atribuídos à palavra estética ao longo do tempo
também mudaram, desde o sentido etimológico, que vincula o termo à percepção
e aos sentidos, passando, entre os gregos, por significados que ligam a palavra
estética ao bem, à harmonia das formas; ao divino, na Idade Média; ao belo
clássico, no Renascimento; e ainda o sentido muito presente entre nós, o de
estética como sinônimo de Teoria da Arte. P. 49
Com o advento da arte contemporânea, os paradigmas são antagônicos a
estes ideais de beleza; a questão se torna mais complexa e tem havido um
retorno do significado de estética a sua acepção etimológica (sentir ou perceber
por intermédio dos sentidos), uma vez que a produção contemporânea nas artes
visuais, se utilizados os parâmetros clássicos, não pode ser considerada como
expressão do belo. P. 50
Percebam que, no cotidiano e até na academia, a palavra estética é usada
com os significados mais diversos: padrão, estilo, corrente filosófica, salão de
beleza, linguagem, "linguagem", gramática, características ou até mesmo como
sinônimo de fórmula de sucesso. Portanto, é preciso tomar cuidado, tanto para
usa-la como para substitui-la por outra palavra ou outra expressão. P. 50

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