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Outras áreas como a de diagnósticos médicos também têm usado da
arquitetura e do paisagismo para amenizar o medo sentido por pacientes que
realizam exames como ressonância magnética, no qual muitos relatam
claustrofobia. Assim, o uso de imagens de paisagens, florestas, cachoeiras,
plotadas ou pintadas no teto e nas paredes, pode atenuar o medo do exame e
evitar o uso de anestésicos para realizá-lo. Sendo assim, percebe-se que não há
limites para a imaginação dos paisagistas e arquitetos em saúde, que, com apoio
e envolvimento dos profissionais da assistência, podem fazer dos ambientes de
dor um espaço mais leve e acolhedor.
Além dos riscos assistenciais aos quais o paciente está exposto, riscos
físicos, ergonômicos, biológicos, ruídos, barulho, altas ou baixas temperaturas,
entre outros, podem tornar o ambiente hospitalar ainda mais desumano.
Uma pessoa está confortável em um ambiente, quando sente neutralidade
em relação a ele; portanto, os edifícios hospitalares podem possuir uma
arquitetura terapêutica se contribuírem para o bem-estar físico do paciente, por
meio da criação de espaços que acompanhem o avanço da tecnologia e
desenvolvam condições de convívio mais humanas (Corbella, 2003).
Sendo assim, o desconforto com o ambiente nos hospitais não pode ser
um problema a mais além de todos os problemas clínicos, de sofrimento e
estresse emocional que o paciente já apresenta.
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Qualidade – depende do índice de expressões e temperatura da cor; ex.: a
luz branca natural possui um índice de expressão de cores igual a 100.
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Cores fortes como o vermelho, laranja e amarelo também podem provocar
o aumento do relevo de obstáculos a se evitar, enquanto o roxo, azul e verde
esfumaçado provocam o achatamento de objetos.
A harmonização das cores evita o cansaço dos olhos e a desconcentração
dos profissionais. Cores como o azul ou verde claro são utilizadas nos uniformes
cirúrgicos e campos operatórios, pois proporcionam conforto visual à percepção
de sangue pelos profissionais. Da mesma forma, a escolha do azul e verde-claro
para as paredes e teto proporciona ao paciente a sensação de acolhimento e
aproximação. Sendo assim, cabe aos hospitais a definição de projetos que
alinhem a escolha das cores às necessidades dos pacientes e profissionais em
cada ambiente físico.
As cores também são utilizadas para transformar ambientes hospitalares
pediátricos. As pinturas, por vezes realizadas pelos próprios pacientes, trazem
alegria, conforto e aconchego a eles e seus familiares. No caso de doenças graves
e/ou crônicas, estes permanecem por longo tempo em tratamento clínico,
transformando o espaço hospitalar em sua segunda casa. Os familiares de uma
criança internada relatam que o fator humano de atendimento e a estrutura física
acolhedora e alegre possibilitaram a eles uma aceitação mais fácil do momento
vivido.
Este é um exemplo de como o uso da pintura e das cores nas paredes pode
alegrar e amenizar os momentos de dor e angústia em um hospital infantil:
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O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo também
investiu e apostou nas pinturas infantis para melhorar o acolhimento, a ambiência
e a humanização dos pequenos pacientes e suas famílias:
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Os gestores hospitalares têm percebido que a imagem clássica de um
hospital, de cores brancas, frio, com cadeiras em salas de espera, longas filas
para atendimento, entre outros paradigmas ultrapassados, vem sido substituída
por ambientes acolhedores, coloridos, com presença de plantas e obras de arte,
música e terapias com animais em prol da melhoria da humanização hospitalar.
Algumas instituições também investem em espaços ecumênicos, lojas, cafeterias,
restaurantes, jardins internos e mudança no mobiliário, tudo para propiciar uma
experiência diferenciada aos pacientes e familiares.
Desta forma, a busca pela alta tecnologia não é mais o único diferencial
competitivo das instituições de saúde, mas sim o olhar holístico e integral para o
ser humano doente, compreendendo que os aspectos biológicos, psicológicos,
sociais e espirituais estão interligados na busca pela recuperação.
Escolha das cores, luminosidade e sensação de diminuição do calor ou frio
excessivo podem contribuir para a melhoria dos aspectos de humanização. Ainda,
pode-se considerar outros atributos para uma melhor ambientação, tais como:
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REFERÊNCIAS