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EVENTOS GASTRONÔMICOS COMO VETORES PARA O

DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO. UM ESTUDO DE CASO DA


FENADOCE PELOTAS-RS.

GUERREIRO, Barbara1
BRIDI, Guilherme2

RESUMO

O presente trabalho aborda o tema “Eventos gastronômicos como vetores para o


desenvolvimento turístico. Um estudo de caso da FENADOCE Pelotas-RS”, onde será
apresentado elementos que forneçam embasamento para a discussão da importância do
evento como um fator possível de se combater a sazonalidade na cidade. Temas que
dizem respeito sobre eventos e atrativo turístico conseguem andar de forma paralela,
pois a partir do momento em que demanda deslocamento e utilização, por parte de seu
público, da infraestrutura turística existente na localidade, movimentando mais a
economia da cidade e, também, tendo a oportunidade de ser bem vista e indicada para
outras pessoas. Utilizando-se do método de Estudo de Caso, a coleta de dados
compreendeu a aplicação de entrevista via e-mail com o Superintendente do Turismo da
cidade de Pelotas e, também, na aplicação entrevista padronizada com amostra de
residentes. Após o levantamento dos dados, os mesmos foram analisados indicando que,
como resultados, o evento tem uma importante relevância para ambos os respondentes,
mas não é visto como o fator mais importante do ano para a cidade, sendo apenas um
agente propulsor do desenvolvimento econômico e turístico da região.

Palavras- Chave: Turismo; Eventos Gastronômicos; Atrativo Turístico; Sazonalidade


Turística.

1
Bacharel em Turismo pelo Centro Universitário Metodista-IPA (2014) E-mail:
barbarabguerreiro@gmail.com
2
Bacharel e Mestre em Turismo pela UCS. Doutorando em Desenvolvimento Regional pela UNISC.
Docente e coordenador do curso de Turismo do Centro Universitário Metodista - IPA Email:
guilherme.bridi@metodistadosul.edu.br
RESUMEN

Este artículo discute el tema "eventos gastronómicos como vectores para el desarrollo
turístico. Un estudio de caso de Fenadoce Pelotas ", que será los elementos que sirven
de base para la discusión de la importancia del evento como sea posible para combatir
el factor de estacionalidad en la ciudad presenta. Cuestiones que la preocupación sobre
los eventos y atractivos turísticos se puede caminar en paralelo, porque desde el
momento en que la demanda de desplazamiento y el uso por su público, la
infraestructura turística existente en la ciudad, moviéndose más economía de la ciudad
y también tener la oportunidad de ser bien considerado y recomendado por los demás.
Utilizando el método de estudio de casos, la recolección de datos consistió en la
aplicación de una entrevista por correo electrónico con el Superintendente de Turismo
de Pelotas y también en la aplicación de entrevista estandarizada con una muestra de
residentes. Después de los datos del estudio, se analizaron lo que indica que, como
resultado, el evento tiene una importante relevancia tanto a los encuestados, pero no es
visto como el factor más importante del año para la ciudad, está a solo un propulsor del
desarrollo económico y el turismo en la región.

Palabras-clave: turismo; Jornadas gastronómicas; Atractivos Turísticos;


Estacionalidad turística.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O tema central deste trabalho consiste nos Eventos gastronômicos como vetores
para o desenvolvimento turístico. Um estudo de caso da FENADOCE Pelotas-RS. Foi
ralizada análise do evento FENADOCE como uma forma de motivação ao
desenvolvimento voltado para o turismo. Será realizada pesquisa com órgão público
gestor de turismo local e amostra com 20 residentes. A pesquisa será realizada entre os
meses de Abril a Maio de 2014.
Com o passar dos anos, muitas facilidades foram geradas através dos avanços
tecnológicos tanto em relação ao transporte, como na comunicação e comercialização
de bens e serviços turísticos. Esses avanços foram, sem dúvida, “as molas propulsoras
do desenvolvimento do Turismo e do Turismo de Eventos” (MATIAS, 2004, p.7) Um
desses avanços foi a construção ou a adaptação de espaços já existentes em diferentes
locais para atender a nova demanda. Porém, “o Turismo de Eventos, para se
desenvolver, não necessita somente de espaços que possibilitem a realização dos
eventos, mas também de meios de hospedagem e transportes, que são a base da
sustentação da atividade turística” (MATIAS,
2004, p. 17). Vindo, assim, a se constituir numa atividade econômica que
garante a sobrevivência e o desenvolvimento de muitas localidades ao redor do
mundo, como neste caso, a cidade de Pelotas no Rio Grande do Sul, que com a Feira
Nacional do Doce (FENADOCE) pode movimentar a economia e gerar renda á uma
parcela considerável da população.
Para Melo Neto (2004), uma boa estratégia por parte da localidade visando
desenvolver a captação de eventos, seria, primeiramente, identificar o nicho do setor
de atividades em que a cidade se encontra, como, por exemplo, o turismo de negócios,
cultural, esportivo, esotérico, ecológico, etc. Após, deve-se promover ações de
investimento de infraestrutura de apoio lógico aos turistas, como ampliação da rede
hoteleira e construção de centros de convenções. Esses são fatores importantes, porém
é preciso também pensar em promover áreas de lazer e entretenimento como pontos
turísticos.
Dessa forma, este trabalho busca responder á seguinte pergunta, sendo esta o
seu problema de pesquisa, Partindo então do pressuposto de que os eventos
gastronômicos podem configurar-se como importantes aliados para o
desenvolvimento turístico e combate à sazonalidade local pergunta-se: O evento
FENADOCE, realizado na cidade de Pelotas, estaria contribuindo para a obtenção de
maiores índices de desenvolvimento turístico no município? Como a população estaria
percebendo este processo?
Como objetivo geral, busca-se analisar o evento FENADOCE, de Pelotas-RS,
com a premissa de descobrir se o mesmo contribui ou não para a obtenção de maiores
índices de desenvolvimento turístico no município.
Já os objetivos específicos consistem em. a) Identificar, por meio de
entrevistas com gestores e cidadãos, a relevância do evento para o município; b)
Analisar, a partir da opinião dos respondentes, se a realização do evento
gastronômico FENADOCE contribui para o combate à sazonalidade na cidade de
Pelotas-RS; c) formular propostas possíveis melhorias do cenário analisado;
Os eventos, de forma geral, são grandes aliados no desenvolvimento do turismo
nas cidades. Os eventos gastronômicos, se bem organizados, chamam a atenção das
pessoas e mexem com os sentidos delas, remetem a histórias do passado e fazem
também com que elas sintam vontade de voltar em uma próxima oportunidade,
trazendo ou indicando a familiares, dando a dica de que é preciso experimentar aquilo
que foi consumido.
Segundo Tenan (2002), uma grande motivação para participar de um evento é a
oportunidade de praticar turismo. “O atrativo turístico de uma localidade é fator
importante no número de participantes e de acompanhantes de um evento” (TENAN,
2002, p.48). Eventos bem organizados proporcionam aos participantes uma
programação turística opcional, e para acompanhantes, pré e pós-evento, criando com
isso fluxo turístico.
Conforme Embratur (1998), pode-se dizer que o turismo de eventos alavanca o
turismo de lazer e que o mercado de eventos está profundamente ligado à atividade
turística. No mundo inteiro, a captação e a promoção de eventos vem sendo
considerada a atividade que mais retorno econômico e social oferece ao país e a cidade
que os sedia.
A cidade de Pelotas realiza a Feira Nacional do Doce (FENADOCE) desde
1986, e tem como objetivo promover a cultura doceira da cidade para o Brasil e o
mundo. Nas primeiras edições o evento ocorria a cada dois anos e em locais
diferentes, com o tempo o evento foi criando notoriedade, aumentando os seus
patrocínios e, a partir de 2000 a feira tornou-se anual e começou a ser realizada em um
único lugar, o Centro de Eventos Fenadoce. Além da questão gastronômica do evento,
há atividades paralelas que interessam a todos os públicos, o que torna o evento mais
visitado ainda. Acredita-se que houve uma melhoria econômica para a população e
para a cidade a partir do início da Feira até os dias atuais, pois o evento envolve
muitos residentes, instituições, visitantes e, também, patrocinadores importantes.
Conforme o site da Feira3, para as doceiras, é a oportunidade de vender e divulgar os
deliciosos doces pelotenses, para os expositores, é a chance de entrar em contato com
mais de 300 mil pessoas e, para os visitantes, a Fenadoce oferece um mundo de magia
com diversas atrações culturais, gastronômicas e comerciais.
Com a realização deste trabalho pretende-se buscar dados para a análise da
relevância do evento para a cidade. O tema do trabalho foi escolhido pela
importância que eventos em geral têm na minha vida, pois boa parte da minha família

3
http://www.fenadoce.com.br/texto/menu-novo-site--fenadoce--história
trabalha nesta área e então eu tenho mais facilidade de compreender o que é evento e
sua importância. O turismo possui várias classificações e, neste caso, estamos falando
de turismo gastronômico, uma área que também me interessa bastante, pois é algo que
pode ser bastante explorado e que proporciona a cada gosto uma sensação diferente,
algo único e especial.

1 REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 O EVENTO COMO ATRATIVO TURÍSTICO

Eventos podem ser considerados como:

[...] uma concentração ou reunião formal e solene de pessoas e/ou entidades


realizada em data e local especial, com objetivo de celebrar
acontecimentos importantes e significativos e estabelecer contatos de
natureza comercial, cultural, esportiva, social, familiar, religiosa, científica,
etc. (ZANELLA, 2006, p. 13).

Para Melo Neto (2004), um evento é um acontecimento especial cuja


característica principal é proporcionar uma ocasião grandiosa ao encontro de pessoas,
com uma finalidade específica – o tema principal do evento que justifica a sua
realização.
Todo evento deve ser encarado como um acontecimento que gera sensações
antes, durante e após a realização do evento. Um evento vale pela sua emoção, fantasia,
participação e realização. A participação se dá a partir das experiências vivenciadas
pelos participantes e a fantasia tem a ver com a magia do evento em si.
Os eventos constituem parte significativa na composição do produto turístico,
atendendo as exigências de mercado em matéria de entretenimento, lazer,
conhecimento, descanso e tantas outras motivações.
Para que ocorra fluxo turístico é primordial a existência de atrativo, já que: “as
atrações turísticas são a essência da indústria do turismo; são elas que primeiramente
motivam as pessoas a empreender uma viagem” (SWARBROOKE, 2000, p. 89 apud
GREGSON, 2005,
p. 41).
Beni (1998, p. 271) entende atrativo turístico como “todo lugar, objeto ou
acontecimento de interesse turístico que motiva o deslocamento de grupos humanos
para conhecê-los”.
A definição básica de atrativo está relacionada a algo que seduz, que chama a
atenção, que faz com que a percepção das pessoas seja aguçada, criando vontade de
contemplação, de contato, de aproximação, do convívio e, se possível, de interação.
Percebe-se, portanto, que um evento pode ser um atrativo turístico. Souza e
Corrêa (2000) apud Gregson (2005) afirmam que:

Evento turístico abrange diversos tipos de realizações, desde congressos e


similares até festivais ou atividades escolares extracurriculares e
complementando a definição como todo o acontecimento sociocultural, ou
fenômeno natural passível de prévia identificação temporal, capaz de
motivar uma demanda turística e de ser incluído numa programação de
viagem com data preestabelecida. (SOUZA; CORRÊA,
2000, p. 65 apud GREGSON,
2005,p.42).

Para Gregson (2005), pode-se concluir que o segmento de eventos tem uma
grande importância para o turismo, pois o evento é fator gerador de demanda turística,
a partir do momento em que demanda deslocamento e utilização, por parte de seu
público, da infraestrutura turística existente na localidade onde, caso seja constatado
pelo turista que há algo a mais de interessante a ser visitado, a sua estadia pode ser
prolongada e, assim, movimentando mais a economia da cidade e, também, tendo a
oportunidade de ser bem vista e indicada para outras pessoas.
1.2 EVENTOS GASTRONÔMICOS

Conforme Fagliari (2005), os eventos, em geral, são muito utilizados como


atrativo turístico e constituem-se no elemento mais utilizado para a criação de atrativos
gastronômicos. As regiões aproveitam os eventos das mais diversas formas para
promover seus produtos dependendo da sua potencialidade.
A realização de eventos de cunho gastronômico tem sido bastante
difundida na atividade turística. Em muitos casos, a localidade já possui uma festa
tradicional que congrega elementos gastronômicos, normalmente conforme a
potencialidade de produção da região. No caso de Pelotas, as doceiras e seus doces
maravilhosos ficaram muito famosos e, então, tornou-se um elemento potencial para a
cidade.
Fagliari (2005) afirma que eventos de bebidas, gêneros alimentícios ou pratos
tradicionais de um país ou localidade costumam chamar mais a atenção dos turistas do
que eventos sobre gêneros não produzidos no local. Normalmente, eventos deste tipo
têm como principal objetivo manter tradições e, com isso, acabam chamando bastante
a atenção dos turistas.
Os eventos gastronômicos são compostos por diversas atividades. As atividades
principais relacionam-se à temática do evento e, além delas, pode-se ter atividades
paralelas que não tenham relação direta com o evento, o que aumenta seu potencial
atrativo. No caso da FENADOCE, além de oferecer doces, é oferecido também
atividades em parque de diversão e apresentações musicais, bem como atividades
culturais. Em qualquer tipo de evento, sempre se pode pensar em trabalhar com
iniciativas inusitadas para atrair a atenção do visitante.

1.3 A SAZONALIDADE TURÍSTICA

Para Britto e Fontes (2002), o entendimento de sazonalidade reside nas


variações da ocorrência de qualquer fenômeno que acontece em alguns períodos e em
outros não.
No turismo, a sazonalidade é entendida como a concentração das atividades
turísticas em determinado espaço de tempo e a falta delas em outros períodos, de forma
bastante característica.
Ainda conforme Britto e Fontes (2002), há alguns indicadores que caracterizam
a sazonalidade turística, como, por exemplo, a variação do fluxo turístico receptivo, a
variação do fluxo turístico emissivo, a variação no volume de chegadas e partidas nos
portos-rodoviários, aeroviários, ferroviários e hidroviários, a taxa média de ocupação da
pequena, média e grande hotelaria da região analisada, considerando períodos de alta,
média e baixa estações turísticas e, por fim, a variação na demanda por flats e
apartamentos mobiliados, por período analisado, o que acontece normalmente no
litoral, quando as pessoas saem de férias e vão a praias normalmente próximas, é mais
comum que aluguem apartamentos mobiliados ao invés de ir a hotéis e pousadas.
Segundo Britto e Fontes (2002), assim como se podem indicar as ocorrências
que diagnosticam a sazonalidade turística (índices maiores ou menores do fluxo
turístico), também é possível apontar suas causas mais comuns, como, por exemplo, as
férias escolares ou trabalhadores em geral, a existência dos fatores mercadológicos
como modismo, baixa segmentação de oferta de produtos; a existência de fatores
ambientais, como guerras, desastres climatológicos e outros. Fatores econômicos
também, como poder aquisitivo da população, variações cambiais, entre outros.
As consequências mais notáveis dos efeitos negativos da sazonalidade turística
observada em baixa estação são: o desemprego da área de turismo e afins, a
mortalidade de micro e pequenas empresas, a alteração na qualidade de atendimento e a
modificação na política promocional do produto.
Como é comum e várias cidades do mundo o problema da sazonalidade, as
prefeituras vêm se questionando sobre a melhor solução para acabar com este problema
e oferecer seu produto/localidade o ano inteiro. Ainda conforme Britto e Fontes (2002),
as cidades têm observado as orientações da Empresa Brasileira de Turismo
(EMBRATUR), de se organizarem profissionalmente na exploração do turismo para
produzirem e venderem o produto turístico durante todo o período anual, respeitando a
fragilidade de seus atrativos.
Com algumas estratégias é possível reduzir o problema da sazonalidade turística
em relação a baixa estação, como, por exemplo, a criação e captação de eventos
adequados a essa época, a prática de política de preços diferenciada nas estações, o
desenvolvimento de novosmercados para aumento de fluxo de turistas numa localidade,
como o próprio mercado de turismo de negócios e, a identificação dos novos e atuais
nichos de mercado.

[...] a realização de eventos diversos nos momentos de sazonalidade


configuram- se como uma das estratégias mais adequadas e promissoras à
maioria das destinações, e tem mostrado resultados positivos quando o
município implanta um calendário de eventos municipais, os quais atraem
uma demanda frequente, de forma sustentável e que se traduz em
produtividade. (BRITTO; FONTES, 2002, p.82).

A elaboração de um calendário de eventos (turísticos ou não turísticos) é uma


das recomendações não só da EMBRATUR como dos consultores da área, e deve
contemplar todos os recursos e vocações da localidade.
O período de baixa temporada é indesejável, pois, pode causar falências de
empresas e, consequentemente, de empregos. O ideal é que haja um equilíbrio entre
oferta e demanda durante todo o ano, para evitar a sazonalidade e os fatores que
prejudicam a atividade turística na região. É preciso ampliar o portfólio das empresas
e, assim, alcançar novos mercados. Quando se tem uma mente aberta e quando se é
ousado, os problemas com a sazonalidade podem diminuir significativamente.
2. METODOLOGIA

Para esse Trabalho de Pesquisa foi utilizado o método de Estudo de Caso de


forma exploratória com abordagem qualitativa, através da técnica de Entrevista
Padronizada aplicada junto ao Gestor responsável pela Secretaria de Turismo do
Município de Pelotas, bem como uma amostra de 20 moradores da região
(participantes ou não do evento). A aplicação desse método nasceu do interesse por
eventos e suas diversas classificações, tendo uma principal, que é a de eventos
gastronômicos, algo que une uma grande organização com uma coisa que agrada a
todos, a comida. O turismo está dentro disso também, pois todos os anos milhares de
pessoas se deslocam até a cidade de Pelotas somente para participar deste evento
gastronômico. A comunidade faz parte disso, quem faz o evento são os residentes,
com o grande apoio da prefeitura.
De acordo com Gil (2002, p. 54), “Estudo de Caso é uma modalidade de
pesquisa amplamente utilizada nas ciências biomédicas e sociais”.
Ainda, para Gil (2002), este método incide no estudo intenso e cansativo de
um ou poucos elementos, de forma que possibilite seu grande e detalhado
conhecimento, tarefa praticamente impraticável diante de outros delineamentos
analisados.

2.1 DEFINIÇÃO DOS SUJEITOS DA PESQUISA


O processo de escolha da amostra de 20 residentes ocorreu da seguinte forma:

a) critério de Localização;

b) todos os sujeitos selecionados residem na região de Pelotas-RS há mais de


10 anos, sendo que 10 entrevistados serão participantes da Feira e 10 não
participantes.

Já a seleção do gestor representante da Secretaria de Turismo ficou associada


ao fato de a mesma ser o único órgão público municipal responsável pelo turismo na
cidade e também por fazer parte da realização do evento.
2.2 COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi realizada inicialmente através de contato telefônico e e-


mail com a Secretaria de Turismo do Município, a fim de agendar uma visita para
aplicação do formulário de entrevista. A ideia inicial foi a de agendar essa visita na
época da realização da festa, para que fosse feita igualmente a aplicação do
formulário de entrevista padronizada com a amostra de 20 residentes da cidade, no
entanto, em virtude do prazo para entrega deste trabalho, não foi possível proceder
dessa maneira.

2.2.1 Instrumento de coleta de dados da pesquisa


O instrumento que será aplicado para este trabalho corresponde a um
formulário em forma de entrevista padronizada que será dirigido aos sujeitos da
pesquisa (amostra de residentes e responsável pelo órgão gestor local).

3. ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS

Conforme explicitado no item “Metodologia”, este trabalho organizou sua coleta


de dados através de aplicação de formulário de entrevista com amostra de residentes
locais e questionário com o gestor público responsável pelo evento. Inicialmente, será
apresentado o resultado referente ao instrumento aplicado junto ao gestor, conforme
segue.

3. 1 QUESTIONÁRIO GESTOR PÚBLICO

Os dados abaixo apresentados foram enviados pelo responsável ao endereço de


email da autora no dia 22 de Abril de 2014. Segue transcrição das respostas no Quadro
1,

Quadro 1: Questionário gestor público FENADOCE.


1) Em função do evento FENADOCE, houve uma mudança no fluxo turístico da cidade de
Pelotas, tendo em vista uma base documental?
Sim. Em anexo estamos enviando a estatística das excursões recepcionadas na última edição da feira.

2) Há pontos positivos e negativos na realização do evento para a cidade e seus residentes?


Se sim, Quais?

Sim. Aumento no fluxo turístico da cidade e região, na ocupação hoteleira, na procura por
gastronomia em geral (bares, restaurantes, doçarias etc) e pelo comércio local. Como pontos
negativos, podemos citar aumento no fluxo de veículos, prejudicando entrada/saída da cidade através
da Av. Presidente João Goulart, consequentemente, o acesso à própria feira, e aumento da produção
de resíduos descartados em via pública.
3) Você acha que a cidade de Pelotas passou a ter maior visibilidade a partir da realização da
FENADOCE ou não?
Sim. A FENADOCE ao longo de suas edições vem ajudando a divulgar a cidade de Pelotas de forma
ampla - conhecida como "Capital Nacional do Doce", atraindo um número cada vez maior de turistas,
os quais acabam por usufruir de nossos hotéis, restaurantes, comércio local, dentre outros segmentos.
4) A cidade registra aumento de turistas durante a realização da Feira? Se sim, a cidade
enfrenta problemas para “suportar” a quantidade de turistas durante a realização do
evento?
Sim. Porém, a demanda que surge em virtude da realização da feira está dentro do “suportável”,
apesar dos pontos negativos citados.
5) Você considera a FENADOCE como o acontecimento mais importante do ano para a
cidade de Pelotas?
Sim, é um acontecimento de extrema importância. Porém, a cidade possui inúmeros atrativos
(segmentos: colonial, histórico-cultural - incluindo a tradição doceira, Costa Doce, Comercial, etc)
que proporcionam fluxo turístico durante todo ano.

6) Em sua opinião, a FENADOCE auxiliou a cidade em questões econômicas?


A Feira auxilia a cidade economicamente, mesmo porque, além de fomentar o comércio, como já dito
atrai grande número de visitantes/turistas.
7) Você acha que a FENADOCE é o acontecimento que combate a sazonalidade na cidade de
Pelotas?
Com a FENADOCE, com certeza, há um aumento no fluxo de visitantes. Porém, nossa cidade não
apresenta picos de demanda na rede hoteleira, a qual tem em média 85% de taxa de ocupação.

Fonte: A autora

3.1.1 Análise Entrevista Gestor

Baseado nas respostas do gestor, podemos concluir que, para ele, o evento
FENADOCE com certeza traz pontos positivos a cidade pelo fato de ocorrer um
aumento no fluxo turístico, na ocupação hoteleira e, também do comércio local. Porém,
como pontos negativos, o gestor menciona que o fluxo de carros aumenta bastante,
gerando assim muito trânsito na principal via de acesso a cidade, que é a Av. Presidente
João Goulart, acarretando em trânsito intenso em toda a cidade. O gestor também
comenta sobre um aumento no descarte de lixo nas vias publicas da cidade.
É possível perceber que, para o gestor, procede a informação de que a cidade de
Pelotas ganhou maior visibilidade após o surgimento do evento FENADOCE tornando-
a assim, conhecida como a "Capital Nacional do Doce". O fluxo turístico durante o
evento ainda não se tornou insustentável, conforme explica o gestor, mesmo com os
pontos negativos citados. A FENADOCE é de extrema importância para a cidade,
porém, é possível encontrar uma série de atrativos turísticos que movimentam a cidade
durante todo o ano como, por exemplo, colonial, histórico-cultural - incluindo a
tradição doceira, Costa Doce, Comercial, etc. Com certeza a feira auxilia a cidade na
questão econômica pois, atrai um grande numero de visitantes e movimenta bastante o
comércio. No quesito sazonalidade, o gestor nos apresenta um dado importante, ele
menciona que a taxa de ocupação hoteleira tem em média 85% de ocupação e não se vê
grande diferenciação neste dado durante o período da FENADOCE portanto, não é
possível afirmar que o evento seja o acontecimento que combata a sazonalidade na
cidade.

3.2 ENTREVISTAS RESIDENTES

Em consonância com os objetivos propostos para este trabalho, reitera-se que,


além do questionário aplicado junto ao órgão gestor da FENADOCE, a pesquisa, de
natureza qualitativa, foi aplicada através de instrumento de coleta de dados (entrevista
padronizada) com amostra de 20 residentes da cidade. A coleta de dados ocorreu de
forma presencial, com visita da pesquisadora ocorrida no dia 03 de Maio de 2014 aos
principais locais públicos da cidade de Pelotas-RS.
Reitera-se, no entanto, a dificuldade em obter o número inicial pretendido de
amostra de residentes, ressaltando que, em virtude do limite de tempo para coleta de
dados, foram obtidas respostas de 12 sujeitos pertencentes ao recorte metodológico
adotado, cujas incidências serão apresentadas na sequência.

3.2.1 Entrevistas residentes: apresentação dos dados


Os dados abaixo representam a compilação das repostas coletadas através do
instrumento aplicado, conforme tabelas que seguem:

Tabela 1: Pergunta 1 da entrevista residentes


1) Qual a relevância que o evento FENADOCE possui para a cidade?
Alternativas Total de respostas Percentual
Essencial 7 58,33%
Muito Importante 4 33,33%
Importante 1 8,33%
Pouco Importante 0 0%
Nada Importante 0 0%
Total 12 100%
Fonte: A autora

A pergunta 1 sinalizava para a relevância que o evento possui para a cidade.


Nesse caso, observa-se que a maioria dos respondentes indica que o evento é
essencial, ao passo que 33,33% apontam que o evento é muito importante e ainda,
8,33% considera o mesmo importante. Não foram marcadas as opções “ Pouco” e
“Nada” importante.

Tabela 2: Pergunta 2 da entrevista residentes


2) Você considera este evento como aliado no combate à sazonalidade turística
(Diferença entre alta e baixa temporada)?
Alternativas Total Percentual
de
respostas
Essencial 1 8,33%
Muito Importante 5 41,66%
Importante 6 50%
Pouco Importante 0 0%
Nada Importante 0 0%
Total 12 100%
Fonte: A autora

A pergunta 2 sinalizava para identificar se o evento é considerado um aliado no


combate à sazonalidade turística. Nesse caso, observa-se que 50% dos respondentes
indica que é importante, ao passo que 41,66% apontam que é muito importante e
ainda, 8,33% considera o mesmo essencial. Não foram marcadas as opções “Pouco” e
“Nada” importante.
A pergunta 3, de caráter aberto, questionava acerca de o evento FENADOCE trazer
pontos positivos e negativos para a comunidade local de Pelotas, e quais seriam cada um
destes pontos.
As principais incidências de respostas indicam que, sendo os residentes
trabalhadores ou não no evento da FENADOCE, podemos constatar que há muitos
pontos positivos e poucos pontos negativos. Como positivo, muitas vezes foi
mencionado a questão de que, na época do evento, existe a oportunidade de trabalho
temporário e, também, que a cidade fica mais visível nacionalmente, além de
movimentar bastante o comércio.

Quadro 1: Transcrição dos pontos positivos e negativos levantados pelos respondentes:


Pontos positivos Pontos Negativos
* Mais reconhecimento, visibilidade nacional. *Investimentos exagerados em apenas um “setor”
*Trabalho temporário, turismo de outras regiões. *Movimento que ocorre acidentes com poucos
*Economicamente e muita cultura. policiais rodoviários.
*Principalmente na área de hotelaria, *Ainda não tem ponto negativo, mas na medida em
movimentando uma grande atividade econômica. que aumentarem os turistas isto pode se tornar um

* Poder conhecer qualidades de outras cidades incômodo para os moradores.

através dos turistas. *A prefeitura não sabe explorar o lado turístico da

* Incentivo ao turismo tanto interno quanto cidade, e falta hospedagem na rede hoteleira.

externo. Impulsiona a cidade e a região na parte


comercial e industrial. Traz possíveis
investimentos para região.
* Positivos porque varias pessoas mostram
talentos que tem.
Fonte: A autora

Tabela 3: Pergunta 4 da entrevista residentes


4) Você considera a FENADOCE como o acontecimento mais importante do ano para a cidade?
Alternativas Total de respostas Percentual
Concordo Plenamente 4 33,33%
Concordo 4 33,33%
Concordo em parte 2 16,66%
Discordo 2 16,66%
Discordo Totalmente 0 0%
Total 12 100%
Fonte: A autora
A pergunta 4 sinalizava para verificar se o evento é considerado o mais
importante do ano para a cidade. Nesse caso, observa-se que 33,33% dos respondentes
indica que concordam plenamente, ao passo que, na mesma porcentagem, apontam
que apenas concordam e ainda, coincidiu o percentual de 16,66% para os que
concordam em parte e para os que discordam. Não foi marcada a opção “Discordo
totalmente”.

Tabela 5: Pergunta 5 da entrevista residentes


5) Em sua opinião, com o evento FENADOCE a cidade ficou mais conhecida como
um atrativo turístico no Brasil?

Alternativas Total de respostas Percentual


Concordo Plenamente 5 41,66%
Concordo 4 33,33%
Concordo em parte 3 25%
Discordo 0 0%
Discordo Totalmente 0 0%
Total 12 100%
Fonte: A autora

A pergunta 5 abordava sobre o reconhecimento da cidade no Brasil após o


surgimento do evento . Nesse caso, observa-se que 41,66% dos respondentes indicam
que concordam plenamente, ao passo que, 33,33% apenas concordam e ainda, 25%
concordam em parte. Não foi marcada as opções “Discordo” e “Discordo totalmente”.

3.3.2 Análise Entrevistas Residentes

Conforme os dados apresentados na pesquisa, é possível identificar pontos


relevantes a partir das respostas dos residentes. Na primeira pergunta, a opção
“essencial” apresentou 58,33% de incidência, numero este que pode ser considerado
significativo, o qual, juntamente com os 33,33% que consideraram o evento como
“muito importante”, sinaliza o panorama geral acerca da importância que a
FENADOCE possui para a cidade. Já na questão de número 2, a qual contemplava a
importância atribuída ao evento para o combate à sazonalidade turística, percebe-se que
a maior incidência de respostas (50%) foi obtida na alternativa “Importante”,
verificando assim, que o evento não pode ser considerado a único meio de combate ao
problema que a sazonalidade traz, na visão dos residentes. Na pergunta 3, de caráter
aberto, foi observado que há mais pontos positivos do que negativos, como, por
exemplo, o surgimento de vagas temporárias e, como consequência, oportunidade de
trabalho para os desempregados e também de trabalho extra para quem já tem seu
emprego. Pode-se citar também o aumento no fluxo turístico e a movimentação no
comercio local. Foi também mencionado a questão de que, com este evento, é possível
ter relações sociais com pessoas de outras cidades, o que gera um conhecimento maior
de ambas as partes sobre as regiões em todo o País e, até mesmo, do mundo.
O fator mais interessante descrito por uma residente foi a de que as pessoas
podem mostrar os seus talentos na Feira, desenvolvendo-os com a pratica de inventar
novos doces e poder mostrá-los para que outras pessoas possam desfruta-los. Isto
demonstra um ponto bem positivo para a comunidade local, que se empenha em
desenvolver novos doces e é gratificado por isso. Na questão 4 tivemos percentuais em
todas as opções, zerando apenas a “Discordo totalmente”. Conseguimos identificar uma
grande diferenciação de opiniões sobre o mesmo assunto entre os residentes
entrevistados quando questionados sobre o evento ser o acontecimento mais importante
do ano para a cidade. Não houve uma opção que tivesse mais relevância porém,
tivemos mais abrangência nas opções “ Concordo plenamente” e “Concordo” que, por
fim, tiveram o mesmo percentual, o de 33,33%. “Concordo em parte” e “Discordo”
também tiveram o mesmo número percentual, porém menor que os anteriores
mencionados, ficando com 16,66%. Na questão 5, houve respostas distintas sobre o
reconhecimento turístico da cidade perante o Brasil pós evento. A mais escolhida foi a
“concordo plenamente”, com 41,66% e, logo após, a “Concordo”, com 33,33%, ficando
por ultimo a “Concordo em parte”, com 25%. Com isso, é possível identificar que sem o
evento, na visão dos residentes, muito provavelmente a cidade não seria reconhecida
como um destino turístico no país. Porém, temos 25% dos respondentes que concordam
em parte com esta afirmação e, portanto, é de se considerar que o evento não é
simplesmente o fator determinante para que a cidade seja reconhecida como destino
turístico.
Retomando o primeiro objetivo proposto para este trabalho, que tratava de
identificar, por meio de entrevistas com gestores e cidadãos, a relevância do evento
para o município, percebe-se que o mesmo foi atingido nas questões 5, da entrevista ao
gestor público e, na 4 da entrevista aos residentes, onde percebe-se que ambos
acreditam que o evento tem importância, porém não pode-se classifica-lo como o
acontecimento mais importante do ano, pois há diversas atrações que ocorrem em
períodos diferentes na cidade e que favorecem o movimento turístico e econômico
durante o ano todo.
O segundo objetivo consistia em analisar, a partir da opinião dos respondentes,
se a realização do evento gastronômico FENADOCE contribui para o combate à
sazonalidade na cidade de Pelotas-RS. Podemos constatar conforme as respostas nas
questões 7 da entrevista ao gestor público e na 2, da entrevista aos residentes que, tanto
os residentes quanto o gestor público, concordam que a FENADOCE é importante para
a contribuição do combate à sazonalidade na cidade, porém, não é essencial, devido a
ocorrência de outras atividades que também trazem turistas e, devido a informação de
que a ocupação hoteleira não tem registrado um grande aumento na época do evento,
comparando aos outros períodos do ano.
Os resultados acima obtidos corroboram com as considerações presentes no
referencial de Britto e Fontes (2002), as quais consideram que o eventos constituem-se
como importantes aliados no combate à sazonalidade em destinações turísticas, ainda
que, porventura, não sejam os únicos atores deste processo.
Como forma de finalizar esta etapa, retoma-se o objetivo geral deste trabalho, o
qual consistia em analisar o evento FENADOCE, de Pelotas-RS, com a premissa de
descobrir se o mesmo contribui ou não para a obtenção de maiores índices de
desenvolvimento turístico no município. Percebe-se que o mesmo foi atingido a partir
das respostas obtidas pela entrevista com o gestor público e pelos questionários
respondidos pelos residentes, em que se descobriu que o evento realmente contribui de
forma efetiva para o desenvolvimento turístico da cidade, trazendo visitantes de várias
regiões do país e, assim, fomentando a relação dos residentes com diversas culturas. A
economia do município também apresenta um aumento na época do evento, o que o
torna importante para os comerciantes locais. A população se beneficia de diversas
formas, inclusive com o desenvolvimento de seus talentos gastronômicos e, por
consequência, o seu reconhecimento, algo que faz bem para qualquer pessoa. Essas
constatações caminham na mesma direção dos apontamentos observados no referencial
de Fagliari (2005), a qual enfatiza que os eventos de alcunha gastronômica possuem
potencial de atratividade turística ainda mais relevantes para economia da localidade e
ou região que o promove.
No entanto, apesar das respostas obtidas dos residentes, percebe-se na questão 5,
que ainda existem problemas quanto a divulgação do evento. Dessa forma, propõe-se
um possível aprimoramento neste quesito, através de uma divulgação mais efetiva por
parte do poder público e privado no cenário nacional. Sugere-se, igualmente, a
proposição de ações continuas de articulação entre poder público, privado e comunidade
local no sentido de promover um canal de comunicação constante para planejamento,
organização e avaliação de todas as atividades que compõe o evento. Essas ultimas
sugestões visam realizar o terceiro objetivo específico deste trabalho, o qual dizia
respeito justamente a formular propostas possíveis melhorias do cenário analisado;

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como objetivo verificar se a Feira Nacional do Doce que
ocorre na cidade de Pelotas é o fator principal que pode ter ocasionado um maior
desenvolvimento turístico na localidade. O atingimento dos objetivos foi baseado nas
respostas recebidas via instrumento de coleta de dados aplicado virtualmente com
Gestor público e presencialmente com a amostra de 12 residentes locais.
Com a realização desta pesquisa e do conhecimento adquirido, foi possível
notar que os autores abordados retratam a importância que os eventos têm para que tal
se constitua como parte significativa no arranjo do produto turístico. No caso da
Fenadoce, é possível afirmar que o evento atende as exigências de mercado em
matéria de entretenimento, lazer, conhecimento, entre tantas outras motivações. Se nos
atermos na definição básica de atrativo, onde diz que está relacionado a algo que
seduz, que chama a atenção, que faz com que a percepção das pessoas seja aguçada,
criando vontade de contemplação, de contato, de aproximação, do convívio e, muitas
vezes, de interação, conseguimos perceber que a Fenadoce se enquadra neste perfil,
pois promove diversas atividades além de somente o comércio de doces. Conforme os
apontamentos de Gregson (2005), um evento pode ser um atrativo turístico, pois é
fator gerador de demanda turística, a partir do momento em que demanda
deslocamento e utilização, por parte de seu público, da infraestrutura turística
existente na localidade onde esteja e, assim, a sua estadia pode ser prolongada,
movimentando mais a economia da cidade.
Através da pesquisa foi possível perceber que o gestor público e a comunidade
local concordam que o evento é importante para a cidade economicamente e
turisticamente falando, porém, não é considerada como o fator que combate a
sazonalidade na região, pois, durante todo o ano acontecem eventos e atrações histórico-
culturais que movimentam a cidade, não deixando com que fique tão marcante a ideia
de se ter que combater este problema. Como mencionado pelo gestor público, a taxa de
ocupação hoteleira tem uma média de 85%.
Apesar de compreendermos a necessidade de ampliação do foco do estudo
deste trabalho, considera-se que o mesmo possa servir como base para a difusão de
novas pesquisas que caminhem nesta mesma direção, visando um melhor
aproveitamento do real potencial de nosso estado para captação, planejamento e
organização de eventos, estando estes na condição de aliados ao desenvolvimento
turístico do RS.

REFERÊNCIAS

BENI, M. C. Análise estrutural do turismo. 2.ed. São Paulo: SENAC, 1998.

BRITTO, J.; FONTES, Nena. Estratégias Para Eventos: Uma Ótica do Marketing

e
do Turismo. 2. ed. São Paulo: Aleph, 2002.

EMBRATUR, Relatório de estudos de demanda turística. Brasília, 1998.

FAGLIARI, G. S. Turismo e alimentação: análises introdutórias. São Paulo:


Roca, 2005.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

GREGSON, P. W. Festival gastronômico: aspe. Barueri: Manole, 2005.

MATIAS, M. Organização de eventos: procedimentos e técnicas. 4. ed. Barueri:


Manole, 2004.

MELO NETO, F. P. de. Criatividade em eventos. São Paulo: Contexto, 2004.

TENAN, Ilka Paulete Svissero. Eventos. São Paulo: Aleph, 2002.

TRIGO, L. G. G.. A sociedade pós-industrial e o profissional em turismo. 7. ed.


Campinas: Papirus, 2003.

ZANELLA, L. C. Manual de organização de eventos: planejamento e


operacionalização. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

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