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A ALIMENTAÇÃO EM
MOVIMENTOS ALTERNATIVOS DE
MATRIZ AFRO DESCENDENTE:
UMA DISCUSSÃO
ANTROPOLÓGICA
Lucas Collito
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A ALIMENTAÇÃO EM MOVIMENTOS ALTERNATIVOS DE MATRIZ AFRO
DESCENDENTE: UMA DISCUSSÃO ANTROPOLÓGICA
Resumo:
Os hábitos alimentares se constituem de muito simbolismo e nossos hábitos se constituem
de elementos significativos para se pensar na identidade social de seus consumidores. É a
partir destes significados e simbolismos, que o presente trabalho percorre e explora toda a
identidade social e suas razões à cerca das oferendas alimentares em ritos e práticas em
religiões de matrizes afro descendentes, observando-se suas importâncias sociais e
culturais. Diante disto, este trabalho teve como objetivo conhecer e compreender a
importância da alimentação nestas culturas.
Introdução
Materiais e métodos
Resultados e Discussão
A nossa cultura – nossas crenças, tabus, religião, entre outros fatores – influencia
diretamente toda uma cascata de escolhas dos nossos alimentos diários. Desta
maneira, vemos que a alimentação humana representa estar muito mais vinculada e
objetivada a fatores espirituais e exigências tradicionais de meio cultural, do que às
próprias necessidades fisiológicas.
Pertencer a uma determinada sociedade ou dela sentir-se membro supõe a
capacidade de operar uma cultura. Isto significa ser capaz manipular uma elaborada
teia de significações socialmente constituída e institucionalizada que dá sentido às
interações entre os indivíduos e torna única cada formação social. A ideia de cultura,
nesse caso, permite compreender a possibilidade de comunicação entre as
inteligências (Durkheim, 1995 [1922]).
O Candomblé é considerado uma das religiões que mais possuem rituais com
alimentos presentes, onde estes se difundem às mais diversas maneiras de
simbologias e significados econômicos e sociais em modos rituais de relevante
importância na comunicação e linguagem cultural.
A oferenda alimentar em práticas encontradas no Candomblé, principalmente, é a
forma de seus seguidores terem contato com seus Orixás e por assim, tê-los em sua
vida.
A cozinha segue uma ampla diversificação alimentícia aos deuses, que têm como
base as Carnes, Temperos, Óleos, peixes e farinhas, além de outros ingredientes
que deverão ser harmoniosos aos agrados e aceitação dos Orixás. As especialistas
das cozinhas dos deuses são mulheres, das quais têm conhecimentos de segredos
de pratos de Orixás.
A partir daí, destaca-se a alimentação como refeições em dias de festas em casa de
Candomblé e Umbanda como um fator importante e especial às atividades socio-
religiosas de seus seguidores. O compartilhar desta refeição estabelece a
comunicação entre a comunidade e os Orixás.
Segundo Santos (2002), as comidas inseridas em rituais são a própria intimidade e
aproximação entre estes deuses e o devoto, dividindo não somente a ‘comida’, mas,
os saberes, as alegrias e tristezas.
Conclusões
Podemos observar claramente que o ato de oferecer comida e rituais a estes deuses
está totalmente ligado à ideia de um fortalecimento dos laços entre esses Orixás e
seus fiéis, além de éticos e sociais, quando se há ainda um fortalecimento de
relações entre estes adeptos de tais religiões afro-brasileiras.
Assim, a alimentação não reflete somente a satisfação de uma necessidade
fisiológica, idêntica em todos os homens, mas nos leva à importância do cultivo de
tais tradições e suas diversidades, afim de tudo aquilo que contribui para modelar a
identidade de cada povo, mantendo assim sua identidade, seus símbolos e
características de uma cultura em particular.
É de fundamental importância que o profissional nutricionista reflita sobre estas
teorias e a importância da vida cotidiana das religiões na alimentação, a fim de
buscar uma prática profissional mais coerente com a realidade dos fiéis, integrando-
se a ela e efetivando seu trabalho vinculado a hábitos alimentares.
Referências