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Aula 1 – 24/08/2020

Prof: Maria Amélia Prado

Mitos em relação à TCC

"TCC não trabalha sob o viés do inconsciente freudiano, não é profunda"

A TCC olha para uma teoria de aprendizagem – se eu ajo de determinada forma, é porque
aprendi a agir dessa forma no passado. Em terapia, procuramos acessar essas cognições
(esquemas cognitivos e emocionais que moldam a forma como a pessoa lida com o mundo).

Assim, a TCC trabalha, SIM, de forma profunda, mas sob outro viés teórico.

Tratamento com exposição com pacientes que não têm insight, ou seja, não reconhecem que
seus comportamentos saem do que é considerado normal - não é indicado.

"TCC trabalha com protocolos enrijecidos." - sim, mas em pesquisa. Em atendimento, o


tratamento é individualizado, atendendo às demandas de cada paciente.

"A TCC é uma abordagem mais fria." - Relação terapêutica - aspecto mais fundamental da
psicoterapia. O que realmente faz diferença é a relação terapêutica, não a abordagem. A
abordagem é responsável por 30% da melhora. O paciente só adere ao que está sendo proposto
se possui uma boa relação terapêutica, de confiança. Assim, a TCC se atenta a esse aspecto,
sendo um mito dizer que é uma abordagem que se aproxima menos do paciente.

A única coisa que a TCC não atua é se a pessoa não tiver acesso à cognição - ex: crianças muito
pequenas, pessoa com algum problema neurológico, que sofreu um acidente, etc.

Exposição é uma técnica que trabalha com a ideia de habituação. Tem três premissas:
intensidade, duração e frequência. O objetivo da exposição é encontrar curva de habituação.
Porém, com o desenvolvimento da neurociência, foi mais bem compreendido o processamento
do medo no cérebro - o que rege a exposição não é a lógica de habituação e extinção, mas a
lógica de aprendizagem inibitória.

Assim, o que ocorre é uma nova aprendizagem que fica mais forte que a anterior e se sobrepõe,
mas a anterior não some. O que se estuda hoje é como potencializar essa aprendizagem
inibitória. Uma das coisas que fortalece isso é a quebra de expectativa (ex: a pessoa achar que
vai passar por uma catástrofe e não passar). Essa é uma das contribuições da neurociência para
a TCC.

A TCC está alinhada com a psiquiatria, mas não trabalha da mesma forma. O foco da psiquiatria
é o diagnóstico e a medicação, enquanto na TCC o diagnóstico não é o mais importante. É uma
informação útil, mas o enfoque é outro.

Aula 2 – 31/08/2020

AULA BEHAVIORISMO

Primeira geração: Estudo do comportamento humano – Behaviorismo. Psicologia muito focada em


como a mente processa a informação. Watson propõe como objeto de estudo o comportamento
humano observável. Depois, com Skinner, é o comportamento humano de uma forma geral.
Segunda geração: Integração do pensamento. Behaviorismo focou tanto no comportamento que
deixou de lado qualquer lado de interpretação, de cognição.

Terceira geração: Vem tentando explorar regulação emocional, juntando as três coisas
(comportamento, cognição e emoção). É a geração em que estamos atualmente. Terapias bastante
integrativas, que trabalham com regulação emocional, terapia do apego, mindfulness, etc.

Hoje vamos estudar sobre a primeira geração. A disciplina como um todo vai explorar a segunda
geração, que dá a base mais importante da TCC.

Introdução ao Behaviorismo

 O que é o Behaviorismo? É possível uma ciência do comportamento?

Na época havia uma preocupação de que a psicologia fosse considerada uma ciência. Preocupação
em encontrar um objeto de estudo mensurável.

Watson, no manifesto behaviorista, define o comportamento humano observável como objeto de


estudo da psicologia.

 É possível uma ciência do comportamento: a análise do comportamento e o behaviorismo é


a filosofia da análise do comportamento.
 A análise do comportamento é um sistema psicológico, é um campo de saber que articula
conteúdos filosóficos, empíricos e aplicados.

Behaviorismo

 325 a.c. - primeiros registros de uma ciência do comportamento.

Aristóteles

 Procurou as causas dos movimentos dos corpos e das discriminações feitas pelos
organismos;
 Descreveu muitas categorias de comportamentos, tais como a percepção dos sentidos,
visão, olfato, audição, bom senso, pensamento simples e complexo, apetite, memória sono e
sonho;

Era Cristã e Idade Média

 As causas pesquisadas anteriormente pela filosofia realista aristotélica são atribuídas a uma
alma sobrenatural e imaterial.

Galileu (1564 – 1642)

 Surgimento da física moderna – ressurge a estrutura científica.

René Descartes (1596 – 1650)

 Ideia de que homens e animais funcionavam como um tipo de máquina. Observação


sistemática para "desvendar" o funcionamento da máquina.
 Influencia o estabelecimento do dualismo na psicologia: alma X corpo
 Os psicólogos substituíram alma por mente

Bases do Behaviorismo

 Psicologia "Estudo da Mente" = introspecção


 Psicologia objetiva
 A evolução das espécies - Charles Darwin (1809 – 1882)

- O homem é membro do reino animal. As diferenças entre homem e outros animais são
quantitativas e somente uma questão de graus;

- Teoria da evolução por seleção natural: caráter naturalista e ateu

 Psicologia Comparativa
 Positivismo lógico: só tenho acesso às informações que meus sentidos trazem, logo a ciência
estuda o que está acessível a uma verificação pública
 Realismo X Pragmatismo

Realismo

 Realismo pressupõe que não temos contato com o mundo objetivo, mas sim com o mundo
produzido por nossos sentidos. Mundo "fora do sujeito" conhecemos na medida que
estudamos.
 Bertrand Russel (1872 – 1970) observou que os dados sensoriais, estando "dentro" do
sujeito, são subjetivos, mas constituem o meio de entender o mundo real, "fora" do sujeito.
 "O cientista estuda os dados sensoriais para tentar o conhecer o mundo real."
 A verdade na ciência é alcançada por uma descoberta gradual
 Explicação = descoberta de como as coisas realmente são
 Descrição = detalhes de como nossos dados sensoriais se organizam

Realismo vai embasar o behaviorismo metodológico, enquanto o pragmatismo vai embasar o


behaviorismo radical.

Skinner critica o behaviorismo metodológico e funda o behaviorismo radical, que é a linha que existe
até hoje.

Realismo e Behaviorismo Metodológico

 O realismo teve grande influência no Behaviorismo Metodológico


 O comportamento real ocorre no mundo real, e esse comportamento real é acessível
indiretamente, através dos sentidos
 Qual é a explicação mais real?
 Objetivo diferente de subjetivo
 Estudo do comportamento público: que pode ser observado por outro sujeito, ignora a
consciência
 Ênfase em métodos de observação
 A ciência consiste na descoberta da verdade sobre o universo objetivo

Pragmatismo

 Pragmatismo trabalha com a noção fundamental de que a importância da investigação


científica se encontra no que as descobertas sobre como o universo funciona nos permitem
fazer, e não na simples descoberta.
 A preocupação dessa linha filosófica não se encontra na existência ou não dos objetos, mas
sim em seus efeitos práticos: "que sensações devemos esperar dele e que reações devemos
preparar" - Wiliam James (1842 – 1910)
 Verdade não existe e sim várias explicações: verdade instrumental
 Explicação = descrição = ver relações
 A explicação da ciência consiste na descrição de eventos em termos familiares. Não tem
nada a ver com a revelação de uma realidade escondida além de nossa experiência.
 Conceito de economia conceitual: a ciência cria conceitos que permitem a uma pessoa dizer
a outra o que se relaciona com o que no mundo
 Os conceitos científicos nos permitem passar adiante um entendimento de experiências com
outros aspectos do mundo natural
 O conceito propicia economia à nossa discussão

Pragmatismo e Behaviorismo Radical

 O pragmatismo influenciou claramente o Behaviorismo radical


 Ciência é a busca de descrições econômicas e abrangentes da experiência natural humana
 O objetivo de uma ciência do comportamento é descrevê-lo em termos que o torno familiar
= explicado
 Qual descrição é mais útil?

Público Privado Natural e Fictício

Mentalismo

 Prática de invocar ficções mentais para tentar explicar o comportamento


 Explicações válidas x explicações falsas
 Eventos públicos: que podem ser relatados por mais de uma pessoa
 Eventos privados: eventos que nunca podem ser relatados por mais de uma pessoa
 São ambos eventos naturais = organismos vivos e íntegros
 Comportamento: organismo como um todo
 Observação do ar? Eventos naturais e não públicos
 A mente é um objeto natural? Como defini-la?
 Comportamento inteligente ou intencional está na mente?
 Pensamentos, sensações e sonhos são eventos naturais e privados
 A mente, ego, psique são fictícios

Behaviorismo Metodológico X Behaviorismo Radical

 B. metodológico: apenas eventos públicos são objetos da psicologia (comportamentos),


excluindo eventos privados junto com eventos fictícios (diz que existem, mas que a
psicologia não tem método para estudar isso). Fundado pelo Watson, não existe mais. Se
chama metodológico, pois mantém o dualismo mente-corpo na psicologia.

Negava metodologicamente a consciência e mantém a ideia de um dualismo.

 B. Radical: admitem todos eventos naturais, públicos e privados. Excluem apenas os fictícios.
Explica também os pensamentos. Fundado pelo Skinner, existe até hoje.

Autonomia x Redundância

 Autonomia: capacidade de se comportar. Uma coisa é autônoma se atribuímos a ela o seu


comportamento.
 Fora do sujeito X dentro do sujeito = homúnculo
 Entidade interna oculta como foco da ciência
 Redundância: explicação circular que não explica nada
 Inferem uma entidade fictícia a partir do comportamento
 A pessoa tem o desejo por causa de seu comportamento e exibe o comportamento por
causa de seu desejo.
 Crença é inferida de seu comportamento
 Ideia de que ficções como mente, atitude ou crença possam causar comportamentos.

Dualismo

 B. Radical critica o dualismo em psicologia.


 Influência de Descartes: seres humanos funcionam como máquinas preenchidos com um
fluido tênue - espíritos animais
 Skinner propôs excluir da análise do comportamento termos como: mente, inteligência,
razão e crença

Eventos privados

 São naturais e semelhantes a eventos públicos


 Nunca causam o comportamento no sentido de originá-lo
 As origens do comportamento se encontram no ambiente presente e passado
 São atribuídos a um indivíduo e não ao ambiente
 São considerados eventos comportamentos: eventos de pensar e eventos de sentir
 Pensar é falar privadamente
 O pensamento pode ser enunciado pública ou privadamente (aberto e encoberto)
 O sentir é um evento apenas privado
 Sentir e perceber são ações, são parte da definição de um evento
 Sonhar e imaginar são atos

Comportamento privado

 Recordação é repetição: quando relembro uma visita à praia eu revejo o céu, o mar, etc.
 Os atos sensoriais são modificados pela experiência e estão sujeitos a aprendizagem
 Consciência: o behaviorista tenta entender em que ocasiões as pessoas tendem a usar o
termo consciente
 Se não existe mundo interno e mundo externo, não existe consciência nesse sentido
 Se as pessoas são capazes de falar sobre seu comportamento são consideradas conscientes
de seu comportamento
 Autoconhecimento é um tipo de comportamento

Behaviorismo Metodológico
 Watson - 1913
“A psicologia, tal como o behaviorista a interpreta, é um ramo puramente objetivo e
experimental da ciência natural. Seu objetivo teórico é a predição e o controle do
comportamento. A introspecção não é parte essencial de seus métodos nem o valor científico
de seus dados depende da facilidade com que possam ser interpretados em termos de
consciência. O behaviorismo, em seu esforço para conseguir um esquema unitário da resposta
animal, não reconhece linha divisória entre o homem e os animais irracionais. O
comportamento do homem, com todo o seu refinamento e toda sua complexidade, constitui
apenas uma parte do esquema total de pesquisa behaviorista”
(primeiro parágrafo de Psychology as a behaviorist views it, Watson, 1913)
 O behaviorismo metodológico negava metodologicamente a consciência, o que mantém
ainda uma ideia implícita de um dualismo;
 As pesquisas dos Behavioristas metodológicos ficaram restritas ao condicionamento
respondente.

- A Psicologia S --> R

- A experiência com o "Pequeno Albert"

- Pequeno Peter (Mary Cover Jones, 1924)

Conceitos importantes para entender os experimentos de Pavlov (condicionamento respondente)

 Reflexos inatos: alteração do ambiente que produz uma alteração no organismo (nós
nascemos com vários reflexos inatos)
 "Preparação mínima": que os organismos têm para começar a interagir com seu ambiente,
ligado à sobrevivência - o condicionamento respondente acontece a partir dessa preparação
mínima.
 Evento: qualquer mudança que ocorra no mundo
 Estímulo: qualquer alteração ou parte do ambiente que produza uma mudança no
organismo
 Resposta: qualquer alteração do organismo produzida por uma alteração do ambiente
 Reflexos são alterações entre estímulos e respostas na qual o estímulo elicia a resposta
 S-R
 Batida do martelo no joelho - flexão da perna
 Leis ou propriedades dos reflexos inatos de humanos e não humanos

Habituação (condicionamento respondente)

 Habituação do reflexo: quando somos expostos a um determinado estímulo por um tempo


prolongado, a magnitude da resposta tende a diminuir. Ex: cortando cebola, começamos
chorando, mas ao final isso vai diminuindo.

Potenciação

 Para alguns reflexos, o efeito de eliciações sucessivas é o oposto da habituação. À medida


que novas eliciações ocorrem, a magnitude da resposta aumenta. Ex: pinga pinga da torneira
ao dormir

Emoções: valor de sobrevivência na fisiologia do organismo

 Há uma resposta fisiológica ao medo, por exemplo. Essa resposta pode ser associada a
estímulos neutros, o que ocorreu no experimento de Pavlov – aprendizagem por associação
de estímulos no tempo.
O condicionamento respondente de Pavlov

 Ivan Pavlov – fisiologista russo;


 A introdução de alimento na boca resultava em fluxo de saliva;
 Após um tempo, a aparição do experimentador trazendo alimento também causa da
salivação;
 Reflexos condicionais – dependem ou são condicionais a um evento prévio na vida do
organismo

 É condicionamento respondente porque responde a estímulos específicos, são eliciados


pelos estímulos
 Reflexos involuntários: pupilar, salivar, patelar, respostas cardíacas
 A força de um respondente depende da intensidade do estímulo que a força produz
 Magnitude: intensidade da resposta
 Latência: tempo entre o surgimento do estímulo e a resposta
 Condicionamento de 2a ordem
 Extinção
 Generalização

Importância de Pavlov

 Condicionamento clássico é uma forma de aprendizagem associativa pela qual todos os


organismos aprendem a adaptar-se ao meio
 Mostrou como um processo interno, aprendizagem, pode ser estudado objetivamente em
laboratório

Emoções: respostas emocionais aprendidas, comportamento respondente

Vídeo pequeno Albert: https://www.youtube.com/watch?v=kIZBQgMCEyk - Estudo das emoções:


condicionamento de medo
Extinção respondente

 Diminuição da resposta condicionada (CR) eventualmente desaparecendo devido ao fato do


CS não estar mais associado ao US (ou seja, o US não acompanha mais o CS)
 Se você apresenta o estímulo neutro e você não associa com outro (ex: carne) a
aprendizagem vai se enfraquecendo. Vários terapeutas trabalham com essa ideia.

Generalização respondente

 Na generalização, você apresenta resposta a estímulos fisicamente parecidos com o


estímulo original.
 Estímulos parecidos fisicamente com o estímulo previamente condicionado podem passar a
eliciar a resposta condicionada.
 Se relaciona com o Transtorno de Estresse Pós Traumático. Você aprende mais medos do
que o que foi condicionado.
 Generalização respondente no experimento de Watson com o pequeno Albert: após
condicionada a resposta de medo, outros estímulos, fisicamente semelhantes ao rato,
passaram a eliciar no pequeno Albert respostas de medo.

Gradiente de generalização

 A magnitude da resposta eliciada dependerá do grau de semelhança entre os estímulos.


Quanto mais parecido, mais intensa a resposta.

Condicionamento de 2a ordem

 Condicionamento pelo emparelhamento de estímulo neutro com um estímulo condicionado


 Ex: a resposta de medo pode ser eliciada ao ouvir o nome do dentista
 Propagandas de televisão

Condicionamento contextual

 O contexto importa: deixas do ambiente


 O contexto se torna um estímulo condicionado
 Adicção a drogas: tolerância condicionada a determinados ambientes. Tolerância maior em
ambientes em que a droga sempre é utilizada - é possível que a pessoa tenha uma overdose
ao utilizar a droga em um lugar diferente do habitual, que não ocorreria nesse ambiente
habitual.
 Experimento tolerância x overdose (Shepard Sirgel, 1984)
 Efeitos de tolerância são maiores quando a droga é usada sempre no mesmo lugar. No
ambiente novo é mais provável a overdose

Preparo Biológico (Seligman)

 Nascemos preparados pela evolução para aprender certas coisas com mais facilidade que
outras.
 Mudança no ambiente mais rápida que nossa capacidade de adaptação
 Susan Mineka: macacos e medo de cobras
 Ohman: evolução dotou os seres humanos contemporâneos de uma propensão a associar o
medo com situações que ameaçaram a sobrevivência de nossos ancestrais
 Humanos superpreparados são vulneráveis às fobias
 O condicionamento de medo ocorre mais rápido/forte se ocorre associado a estímulos que
somos preparados biologicamente a responder (é mais fácil criarmos associações entre
situação de risco e barulhos altos do que situações de risco e flores, por exemplo)
 Para as coisas que já temos preparo biológico a aprendizagem é facilitada (hipótese).
 Condicionamento respondente geralmente está associado a respostas rápidas por meio de
vias rápidas no cérebro (visão - amígdala - resposta).
 Hoje sabemos que nada que é registrado na amígdala é apagado. A aprendizagem pode ser
enfraquecida e o medo manejado, mas não é apagada.

Pequeno Hans encontra o pequeno Albert

 Os transtornos de ansiedade refletem o funcionamento do sistema de medo do cérebro


 Freud: fobia ao cavalo representava um conflito edipiano não resolvido. O medo de ser
castrado pelo pai por desejar a mãe fora deslocado para os cavalos.
 Wolpe: pequeno Hans = pequeno Albert
 Cavalo estímulo neutro
 A ansiedade resulta de experiência de aprendizado traumáticas.

Contracondicionamento

 Esta técnica consiste simplesmente do emparelhamento de estímulos que eliciam respostas


contrárias (p. Ex., ansiedade versus relaxamento, prazer versus desconforto)
 Não tendemos a utilizá-lo com estímulos aversivos, pois já houve muitas polêmicas
envolvendo isso (sobretudo no "tratamento" da homossexualidade, o que levou a diversos
prejuízos, como suicídios). Em geral, usamos com relaxamento, mindfulness, etc.
Dessensibilização sistemática

14/09/2020

O que é uma revolução em uma ciência?

 Zeitgeist muito marcado por influência positivista

Revolução cognitiva x psicologia cognitiva x psicoterapias cognitivo-comportamentais

 Revolução cognitiva – momento em que muitos autores aderem ao modelo cognitivo

Aprendizagem por modelação: aprendizagem por observação de um modelo – aprendizagem que


ocorre a partir de um viés cognitivo. Rompe com a visão behaviorista de Skinner de que apenas
ambiente e hereditariedade causam o comportamento.

Bandura incorpora a cognição ao modelo, o que pra Skinner seria impensável. Bandura é
neobehaviorista – passa pra um modelo em que a cognição influencia o comportamento.
Do behaviorismo às terapias cognitivo-comportamentais

 Modelo mediacional - não somos apenas influenciados pelo ambiente externo – nosso
processamento da informação, nossa cognição, influencia nosso comportamento.

Terapias Cognitivo-comportamentais (3: importantes)

 O comportamento é influenciado por um processamento cognitivo;


 Esse processamento cognitivo pode ser monitorado e alterado (contraponto em relação à
psicanálise)
 A mudança de comportamento pode ser influenciada por mudança cognitiva

As duas que se estabeleceram como terapias cognitivo comportamentais: terapia racional emotiva
de Ellis e terapia cognitiva de Beck

1a geração: Watson

2a geração: transição, revolução cognitiva (incorporação do modelo cognição). Essa é a geração


cognitivo comportamental do Beck, que mais estudaremos na disciplina.

 A 2a geração focou muito nos pensamentos (cognição), já que a 1a sua influência era negada

3a geração (atual): novas proposta integrativas de técnicas e abordagens, com foco em mindfulness
e regulação emocional

Behaviorismo radical

 Importância do ambiente no comportamento – o que influencia o comportamento são


apenas ambiente e hereditariedade (Skinner)

Terapia racional emotiva (Ellis)

 Temos uma tendência a irracionalidade


 Influência do Adler
 Não vamoos focar muito nesse modelo

Terapia Cognitiva

 Aeron T. Beck
 Pessoas tinham pensamentos, às vezes negativos e distorcidos em relação à realidade, que
influenciavam as relações físicas, os comportamentos e os sentimentos.
 Se você muda os pensamentos, você consegue mudar a sintomatologia depressiva. No início,
surge como investigação da depressão.

Modelo cognitivo

 Três níveis de processamento de informação, que funcionam de forma dinâmica, como uma
engrenagem:
 Objetivo da TCC é atuar sobre esses padrões quando eles se mostram disfuncionais

Modelo cognitivo da personalidade - Beck


 Nossa personalidade é uma estrutura e um somatório de vários sistemas, esquemas
cognitivos
 Beck entende que uma personalidade saudável é uma personalidade flexível - esquemas são
ativados dependendo de cada situação.
 Personalidade como somatório de esquemas aprendidos – na terapia vemos quais são os
esquemas que não estão funcionais, procurando modificá-los.
 O adoecimento se dá quando há um enrijecimento da ativação desses esquemas, por
exemplo, havendo a ativação apenas de esquema negativista. Deve-se devolver ao paciente
a habilidade de ativar e desativar esquemas, flexibilização.
 Para a TCC, até as crenças centrais podem ser acessadas e adaptadas. Não há nada "oculto"
causando nosso comportamento – esse ponto marca uma forte diferença com a psicanálise.
 Pessoas em terapia pode começar a perceber os próprios padrões, pensar de onde vem
aqueles padrões, quais são disfuncionais e quais são funcionais.

21/09/2020

Cont. Bases filosóficas e históricas da Terapia Cognitivo Comportamental

 Bandura traz o modelo da aprendizagem por modelação - quando aprendo observando os


modelos sociais, as pessoas se comportando, não só por reforço e punição.
 No Skinner tínhamos apenas estímulo e resposta. Agora, temos estímulo, processamento
cognitivo e resposta. O nosso processamento cognitivo influencia nosso comportamento.
 A revolução cognitiva ocorre e há um maior enfoque no pensamento – o que se dizia é que o
pensamento não existia, não mudava o nosso comportamento, enfoque era apenas no
comportamento e ambiente.
 3a geração traz estratégias de regulação emocional. Abordagens integrativas, com
mindfulness.

Modelo Cognitivo da personalidade – Beck (modelo modal)

 Personalidade como somatório de modos formados a partir de fatores biológicos (nascemos


com alguns traços de personalidade) e ambientais (aprendizagens, desde a infância, sobre
como lidar com o mundo e mudanças do ambiente).
 Em uma psicopatologia, um desses esquemas assume a dianteira (ex: esquema de
depressão), se cristalizando. Há uma perda de flexibilidade.
 Uma das críticas desse modelo é que ele não explica de onde vem a motivação humana, o
que outras teorias da personalidade explicam.
 Esses esquemas do modelo cognitivo (modal) interagem entre si – ex: esquema de
segurança/controle com esquema de vulnerabilidade ("Será que estou realmente em
perigo?").
 Pensamentos automáticos: primeira coisa que "aparece" na nossa mente diante das
situações, o que passa na nossa mente (pode ser um pensamento ou imagem).
 Crenças intermediários: desdobramentos das crenças centrais que viram uma espécie de
regra.
 Crença central: nível mais profundo do modelo que tem a ver com a visão que temos do self,
dos outros e do futuro. Formada a partir de experiências de aprendizagem e como vou
internalizando a forma como me vejo.
 O trabalho é feito em todos os níveis do modelo (pensamento automático, crença
intermediária e crença central).
Distorções cognitivas

 Segundo Beck, todos nós distorcemos informações cognitivamente, é normal. Porém, se a


pessoa só funciona distorcendo, há um problema.
 Esse sistema só pode ser modificado se forem ativadas as emoções.

Habilidades terapêuticas

 Cada vez mais existem treinamento de habilidades terapêuticas. Habilidade empática para o
setting terapêutico é diferente da habilidade empática na vida em geral.
 A relação terapêutica é estabelecida somente se o terapeuta tem habilidades terapêuticas
desenvolvidas.
 Identidade do psicólogo: habilidade de autoconhecimento. Se eu não me conheço, como
vou conhecer o outro?
 Autoconhecimento não significa que todo mundo precisar ser totalmente bem resolvido e
não ter questões. Porém, se você investe em um processo de autoconhecimento em terapia,
consigo entender quais são as minhas questões profissionais e que quais são as minhas
habilidades terapêuticas.
 Valores: o que é importante para mim na minha vida profissional? Isso norteia a minha
prática.
 Esses valores e autoconhecimento nos ajudam a estabelecermos regras, limites, na nossa
prática terapêutica. Essas habilidades podem ser desenvolvidas via supervisão, via terapia, e
a partir dos preceitos éticos.
 Contratransferência - quando eu ativo os meus esquemas pessoas e crenças com o paciente.
Meus esquemas pessoas interferindo no processo de terapia – isso não é desejável.
 Transferência - o que esperamos que aconteça com o paciente (rever no áudio).
 Mídia - como construímos o mundo virtual em termos de psicoterapia. Isso tem que ser feito
com cuidado, pensando nos nossos valores, na ética, na nossa identidade.

28/09/2020

Terapia cognitiva: psicodiagnóstico

 Distingue-se da psicanálise...

Avaliação cognitivo-comportamental

Conceituação de casos clínicos

 Quando o paciente compreende como ele funciona junto ao terapeuta, isso o ajuda a aderir
ao processo. A conceituação é uma espécie de bússola que orienta o processo.

Podemos utilizar as rupturas na relação terapêutica ao nosso favor, fortalecendo a relação

Demanda da TCC – temos que adaptar o tratamento ao paciente, e não o inverso

Enganos comuns – podem gerar rupturas na relação terapêutica

Diagrama de conceitualização cognitiva como uma bússola que nos ajuda a ver por onde
começamos o tratamento, quais são as demandas principais, se há emergências, etc.
Se tiver risco de suicídio ou comportamentos autodestrutivos, isso se torna imediatamente uma
prioridade.

19/10/2020

Transtornos do Humor

 Os transtornos depressivos incluem transtorno disruptivo da desregulação do humor,


transtorno depressivo maior (incluindo episódio depressivo maior), transtorno
depressivo persistente (distimia), transtorno disfórico pré-menstrual, transtorno
depressivo induzido por substância/medicamento, transtorno depressivo devido a
outra condição médica, outro transtorno depressivo especificado e transtorno
depressivo não especificado.
 Distimia é como uma eterna depressão leve – humor rebaixado, mau-humor,
reclamações, "lente negativa". Hoje falaremos sobre o transtorno depressivo maior.
Modelo Cognitivo da Depressão

 Tríade cognitiva: visão negativa de si, dos outros e do mundo; esquemas e


distorções cognitivas. Beck inicia seus estudos a partir de pacientes melancólicos.
 Importância de aspectos neurobiológicos, neuropsicológicos e cognitivos na
manutenção da depressão.
 Atenção e memória prejudicados.
 Aspectos sociais: interação recíproca. Tendência ao isolamento.

 Pensamentos influenciam sentimentos e comportamentos mutuamente, como engrenagens.


 Depressão maior tem:

- Sintomas emocionais (desânimo, apatia, tristeza, angústia, humor deprimido, sentimentos


negativos quando a si próprio, diminuição da satisfação, perda dos vínculos emocionais, crises
de choro, perda da resposta do humor)

- Sintomas motivacionais (desmotivação, falta de energia, diminuição da vontade, desejos de


evitação, escapismo e retraimento, desejos suicidas, aumento de dependência)

- Sintomas cognitivos (pensamentos, esquemas e crenças negativos sobre si mesmo, os outros e


o mundo, autoavaliação negativa, expectativas negativas, autorreconhecimento e autocrítica,
indecisão, distorção da imagem corporal)

- Sintomas físico-vegetativos (insônia, hipersonia, comer demais ou de menos, perda da libido,


fatigabilidade).

 Depressão maior, em quadros mais graves, pode incluir delírios ou alucinações, sem que seja
uma esquizofrenia/psicose.

Cont. Modelo Cognitivo da Depressão


 Vulnerabilidade: soma de fatores que tornam um indivíduo propenso a um transtorno
psicopatológico em particular
 Dentre esses fatores: genéticos, familiares, de aprendizagem, cognitivos, sociais

 Inferências sobre grau de controle:


- Teoria do Desamparo (paciente deprimido teria esgotado todos os seus recursos e
para de tentar, desamparo aprendido) e Depressão
- Teoria do Preparo (talvez sejamos mais propensos a desenvolver depressão em
situações para as quais somos biologicamente preparados, como lutos e perdas)
(Seligman, 1978)
Eficácia da TCC no tratamento da Depressão

 Eficácia da associação de TCC e Farmacoterapia


 A TC tem recebido apoio de inúmeros estudos mostrando sua eficácia no tratamento
do Transtorno Depressivo Maior e depressão em pacientes internados
 A TC favorece a diminuição de recaída e o resultado do tratamento medicamentoso
é melhorado em pacientes graves
Psicoterapia
Produzir alívio de sintomas: empatia, informação, esperança
Uso de textos

 Descrição dos problemas


 Linha da vida (forma de fazer anamnese, verificar se houve episódios anteriores de
depressão)
 Estabelecer prioridades e objetivos
 Sequência das sessões: agenda/checr tarefas/prioridades/tarefa de casa/feedback
 Entrevista inicial
Risco de suicídio?
Fase 1:Técnicas comportamentais
Fase 2: Técnicas cognitivas
Intervenções para risco de suicídio

 Identificar motivos específicos para o paciente viver (o que conecta o paciente com a
vida? Em terapia, tentamos fortalecer esses vínculos e mostrar sua importância.)
 Pedir colaboração do paciente em relação a precauções de segurança
 Concordar em entrar em contato para uma pessoa específica em caso de
emergência
 Bloquear ou reduzir acesso a armas, medicações ou itens perigosos
 Identificar cognições e comportamentos que possam ajudar o paciente a combater
sintomas de desespero (estratégias de regulação emocional em crise).
 Desenvolver estratégias de enfrentamento para possíveis gatilhos que disparem
pensamentos suicidas (indicar quais são esses gatilhos e criar estratégias).
Técnicas comportamentais para Depressão
Às vezes o paciente chega tão deprimido que é difícil usar técnicas cognitivas de cara
(dificuldades de concentração, raciocínio)
1. Monitoração do humor e das atividades
 Descrever de hora em hora em um formulário o que estava fazendo e como estava
se sentindo
 Usar nas primeiras duas sessões do tratamento

2. Ativação comportamental
 Tentar ativar o paciente para que ele faça coisas – há pacientes que ficam muito na
cama, não tomam banho, etc.
 Prescrição de tarefas planejadas para aumentar o gasto de tempo da pessoa com
atividades que considere prazerosas.
 Ajuda a modificar o autoconceito negativo
 Tarefa deve ser específica, de alcance provável e trazer, pelo menos, um pouco de
prazer
 Começar com tarefas bem simples e ir aumentando a complexidade
 Tarefa deve ser o resultado do esforço da própria pessoa
 Cuidada para não virar uma "lista de obrigações"
 Explorar possíveis obstáculos e formas de resolvê-los
 Importância do exercício aeróbico para aumento do nível de prazer

3. Prescrição de tarefas graduais


 Tentar fazer com que o paciente saia do 0! Mesmo fazer um ovo, sair de casa, tomar
banho, já é algo significativo. Valorização do processo, mesmo que lento.)
 Ajuda a pessoa a quebrar o ciclo da procrastinação
 Mapeamento de objetivos e planejamento de um passo a passa para alcançá-los
 Considerar imprevistos
4. Ensaio comportamental
 Planejar e ensaiar habilidades e comportamentos de forma a antecipar problemas e
pensar em forma de superá-los.
 Treino com o paciente dentro da sessão - role playing.
Técnicas cognitivas para a Depressão
Quando o paciente já está com um nível melhor de raciocínio e concentração
1. Psicoeducação sobre o modelo cognitivo e funcionamento da depressão
2. Mapear padrões de pensamentos desadaptativos
 História de vida
 Conceituação cognitiva
 Registro de pensamentos, sentimentos e comportamentos
OBS: Registro de Pensamentos Disfuncionais (RPD)
Uma tabela composta por: Situação, pensamentos automáticos, sentimentos, evidências
que apoiam, evidências que não apoiam, pensamento racional

 Forma de trabalhar flexibilidade ao encarar as situações da vida


 Evidências que não apoiam o pensamento do terapeuta é a parte mais difícil, que
demanda mais do terapeuta (e do paciente).
 Após o acúmulo de evidências que não apoiam, paciente pode desenvolver
pensamento alternativo.

3. Identificar distorções cognitivas


 Pensamento tudo ou nada
 Desqualificação do positivo
 Catastrofização
4. Reestruturar pensamentos disfuncionais através do exame de evidências
5. Identificar crenças centrais
6. Prevenção de recaída

Seta descendente - técnica para encontrar a crença central. Como "descascar cebola"
Pressuposições e crenças mal-adaptativas podem ser enfraquecidas ao mesmo tempo em
que novas pressuposições são identificadas e fortalecidas.
Crenças centrais podem ser identificadas ao se procurar temas nos Registros de
Pensamentos e/ou através da técnica da seta descendente.
Crenças centrais podem ser a respeito de nós mesmos, a respeito dos outros e do mundo.
Crenças centrais podem ser testadas ao se procurar evidências de que são verdadeiras ou
não 100% verdadeiras.
Novas crenças centrais podem ser fortalecidas ao se registrar experiências que vão ao
encontro da nova crença, classificando sua confiança em sua nova crença, realizando
experimentos para testar a nova crença e fazendo um teste histórico da nova crença.
Crenças centrais com freqüência mudam gradualmente, mas com o tempo se tornam mais
fortes e mais estáveis e exercem uma influência poderosa sobre o modo que você pensa,
se comporta e sente.
Principais técnicas em TCC

 "uma terapia é a mistura da ciência e da arte, o terapeuta assume um papel duplo: o


de cientista e o de artista. Considera-se, então, que as técnicas são possíveis
caminhos de transição nessa dupla tarefa do terapeuta"
 Vale ressaltar que o papel das técnicas em terapia não é reduzir o ser humano a um
concepção de realidade e sim instrumentar o processo terapêutico.
 Cabe ao terapeuta selecionar de forma adequada o uso das técnicas, para tal se
exige uma postura cautelosa. As técnicas na abordagem cognitivo-comportamental
não são de simples manejo, como aparentam em um primeiro momento. Elas são
bem fundamentadas pela abordagem e exigem conhecimento dos princípios da
terapia para sua utlização. Exige estudo do terapeuta e supervisão constante.
 Pensamentos criam sentimentos.
Ex: Jamais serei feliz novamente – sinto-me desesperançado
Nada vale a pena – sinto desespero
Ninguém gosta de mim – sinto tristeza, solidão
Distinção entre pensamentos e fatos

 Se acredito que algo é verdade, não significa que realmente seja verdade
 Reconhecer que os pensamentos não são fatos é o primeiro passo para construir
interpretações alternativas aos eventos
 Transformar pensamentos em hipóteses, e não em fatos absolutos.
Ex: Não me sairei bem no exame, logo não adianta estudar, sinto-me triste e desmotivado.
Como não estudo, acabo me saindo mal e confirmando meu pensamento, mantendo um
ciclo negativo em que entendo o pensamento "não me sairei bem no exame" como um fato.

 Transformando previsões em hipóteses: em vez de "não me sairei bem no exame" -


"posso não me sair bem no exame". Em vez de "serei rejeitado", "posso ser
rejeitado".
Criando dissonância: busca de variações em um pensamento ou crenca específico

 Objetivo: estimular dúvidas no absolutismo de pensamentos e crenças.


 Há momentos em que você acredito nesse pensamento com menor convicção?
 O que acontece quando você pensa menos nesse pensamento negativo?
 Como você poderia acreditar menos nesse pensamento?
Técnicas de reestruturação cognitiva

 Definição de termos:
 Rotulação: sou um fracassado
 Definir fracasso: o que significa fracasso para você?
Análise de custo benefício

 O quando você está motivado para questionar seus pensamentos? Vamos avaliar as
consequências vantajosas e desvantajosas de manter determinadas crenças.
Pensamento negativo verdade

 Se o pensamento negativo for verdadeiro, se não for uma distorção, o que posso
fazer para melhorar as coisas?
 Que habilidades preciso ter para melhorar? Como posso desenvolvê-las? Como
posso mudar a situação? Posso conviver com isso de outra forma? Que alternativas
estão disponíveis para mim?
Aula 26/10
Transtorno Bipolar do Humor
Transtornos bipolar do humor e transtornos relacionados
São separados dos transtornos depressivos no DSM-5 e colocados entre os capítulos sobre
transtornos do espectro da esquizofrenia e outros transtornos psicóticos e transtornos
depressivos em virtude do reconhecimento de seu lugar como uma ponte entre as duas
classes diagnósticas em termos de sintomatologia, história familiar e genética.
Os diagnósticos incluídos neste capítulo são transtorno bipolar tipo I, transtorno bipolar tipo
II, transtorno ciclotímico, transtorno bipolar e transtorno relacionado induzido por
substância/medicamento, transtorno bipolar e transtorno relacionado devido a outra
condição médica, outro transtorno bipolar e transtorno relacionado especificado e transtorno
bipolar e outro transtorno relacionado não especificado.
Para alguns autores, o transtorno bipolar do humor é uma versão mais “leve” do transtorno
de personalidade borderline.
Um dos principais focos do tratamento é o paciente compreender a origem crônica de seu
transtorno, para assim poder manejar seu transtorno, estando ciente que ele terá que se
basear em medicamentos e psicoterapias pro resto da vida.
Aceitação
Mania (episódio maníaco)
A mania (ou euforia) freqüentemente começa com um agradável sentimento de aumento de
energia, criatividade e sociabilidade, que podem rapidamente sair do controle para uma
explosão de um episódio maníaco.
Pessoas com mania tipicamente têm falta de discernimento, negam que qualquer coisa
esteja errada, e censuram raivosamente qualquer um que aponte um problema.
Num episódio maníaco, os seguintes sintomas são presentes por pelo menos uma semana,
num ponto em que a pessoa tem problemas para viver normalmente:

 sentindo incomumente “alto”, eufórico ou irritável (ou parecendo assim para aqueles
que o conhecem bem).
Além disso, mais pelo menos 4 (e freqüentemente quase todos) dos seguintes:

 precisando de pouco sono, mesmo tendo grande quantidade de energia;


 falando tão rápido que os outros não podem seguir seu pensamento;
 tendo pensamentos rápidos;
 sendo tão facilmente distraídos que sua atenção se divide por muitos assuntos em
poucos minutos; (discurso vai ficando desconexo)
 tendo um inflado senso de poder, grandiosidade ou importância;
 fazendo coisas imprudentes ou temerosas, sem considerar as possíveis más
conseqüências – tais como gastar muito dinheiro, ter atividade sexual
desapropriada, fazer investimentos bobos, descuidar da segurança pessoal e
familiar.
 Em muitos casos extremos, podem ser desencadeados sintomas psicóticos, tais
como alucinações (ouvindo ou vendo coisas que não existem) ou ilusões
(firmemente acreditando em coisas que não são verdadeiras).
Classificações:
Episódio misto: talvez os episódios mais destrutivos, incapacitantes, sejam aqueles que
envolvam sintomas tanto da mania quanto da depressão ocorrendo ao mesmo tempo ou
alternando freqüentemente durante o dia. Você fica excitado ou agitado como em mania,
mas também sente-se irritado e deprimido, ao invés de se sentir no topo do mundo.
Hipomania: se refere a uma forma mais branda, com sintomas similares, porém menos
severos e prejudiciais. Nos episódios hipomaníacos, o indivíduo pode ter um humor
elevado, sentir melhor que o usual, e ser mais produtivo.
Nesses episódios frequentemente se sente bem e a hipomania pode levar a pessoa a parar
a medicação. Entretanto, frequentemente tem um preço alto a pagar – ou a escalada para a
mania, ou a queda para a depressão.

Transtorno Bipolar do Humor:


Tipo I: Mania e Depressão
Tipo II: Depressão e Hipomania

Transtorno Bipolar do Humor


Natureza recorrente e freqüência maior de recaídas à medida que se envelhece
Atinge 0,8 a 1,6% da população de adultos
Ocorre de maneira uniforme entre homens e mulheres
Início no final da adolescência ou início da vida adulta
Etiologia multifatorial: fatores hereditários; hipóteses bioquímicas; Eventos estressantes que
podem desencadear; estilos cognitivos que podem tornar a pessoa mais vulnerável.
Enfermidade heterogênea - cada um vai apresentar de forma muito específica e particular.
Risco de suicídio tanto na mania quanto na depressão

TCC para transtorno bipolar do humor:


Alguns fatores que devem ser considerado, tais como:

 Se o sujeito é recém diagnosticado, será muito trabalhada a: aceitação,


psicoeducação, instruções sobre o gerenciamento do estilo de vida (se a pessoa não
dormia nunca, não comia, vai ter que remodelar esses hábitos), planilha de resumo
de sintomas.
 Se o sujeito é experiente, mas ainda instável: gráficos de monitoramento do humor,
planilha de resumo dos sintomas, controle dos fatores desencadeantes,
gerenciamento dos fatores cognitivos e comportamentais, treinamento de adesão
 Se o sujeito é sintomaticamente estável: prevenção de recaída; manutenção da
adesão, realização dos objetivos de vida
Objetivos do tratamento:

 Aceitação e Adesão
 Psicoeducação
 Participação da família
 Detecção precoce para prevenir recaídas
 Gerenciamento dos fatores comportamentais: retomar uma rotina saudável, sem
estresse grande
 Gerenciamento dos fatores cognitivos: reestruturação cognitiva
 Manejo de estresse
 Comunicação interpessoal
 Prevenção de recaída
A Terapia Cognitiva ajuda os pacientes a:

 Aumentar a adesão ao tratamento medicamentoso


 Aumentar a regularidade de dormir, comer e do nível de atividade
 Reduzir o comportamento maníaco disfuncional
 Se mobilizar nas fases depressivas
 Reduzir os estressores que podem exacerbar o humor e disparar os ciclos
 Solucionar problemas relacionados a doenças (trabalho, relacionamentos etc.)
 Desenvolver um autoconceito mais realista e duradouro
 Aprender estratégias para manejar o transtorno
É necessário identificar:

 Mudanças Cognitivas na Mania


 Aspectos Comportamentais da Depressão
 Mudanças comportamentais na Mania
 Problemas Psicossociais
 Avaliação do funcionamento Psicossocial
 Desenvolvimento de Habilidades em solução de Problemas
 Resolução de problemas psicossociais
 Revisão e utilização das estratégias desenvolvidas
Metas da TCC para o transtorno bipolar:
Os objetivos primários da TCC no tratamento do transtorno Bipolar são os seguintes:

 Educar os pacientes e seus familiares e/ou outros significativos sobre TB, passos do
tratamento e dificuldades comuns associadas a doença.
 Ensinar aos pacientes um método de monitoração da ocorrência, gravidade e curso
de sintomas maníacos e depressivos.
 Facilitar a adesão ao tratamento medicamentoso.
 Prover estratégias não-farmacológicas, especificamente habilidades cognitivo-
comportamentais, para manejo de problemas cognitivos, afetivos e comportamentais
associados aos sintomas maníacos e/ou depressivos.
 Ajudar ao paciente no manejo de estressores que podem interferir no tratamento ou
precipitar episódios de mania e/ou depressão.
Perguntas as quais o terapeuta deve estar apto a responder:

 “O que aconteceu comigo?”


 “O que causa isso?”
 “Por que eu devo tomar esses medicamentos?” “Quando eu voltarei ao normal?”
 “Isso acontecerá novamente?”
Prevenção da recaída

 Continuar fazendo gráfico do progresso


 Metas do terapeuta para o tratamento / ser o próprio terapeuta
Atividades através da terapia

 Explicação para o progresso / atribuição aos próprios esforços do paciente


 Metas de generalização
 Instrumentos comuns antes e depois da terapia Antes da primeira recaída
 Prever pensamentos automáticos sobre a recaída
 Responder aos pensamentos automáticos
Atividades próximas do fim

 Espaçar as sessões
 Pensamentos automáticos sobre o término
 Recuperar o que foi aprendido na terapia
 Programa de auto-terapia
 Agenda de sessão de auto-terapia
 Pensamentos automáticos durante a autoterapia Vantagens / Desvantagens
 Prever e lidar com recaídas
 Sessões de reforço

A conceitualização de caso do paciente com TB ou depressão será feito da mesma forma


de qualquer outro paciente.
Pacientes, quand se estabilizam, tendem a sentir falta da mania. Estão acostumados com
as grandes intensidades. Isso pode influenciar o paciente a abandonar a medicação e ter
uma recaída. Paciente viveu a vida nos extremos, temos que ensiná-lo a viver de forma
mais estável.

09/11/2020
Transtorno de Ansiedade Social (antiga fobia social)
Principal característica: preocupação com uma avaliação negativa do outro que gera um
sofrimento extremo (sintomas de ansiedade, podendo chegar a um ataque de pânico).
Sentimento de vergonha e autocrítica forte. Começam a evitar interação, pois pessoa não
se sente bem na presença de outros.
O que é?

 O termo fobial social aparece descrito pela primeira vez nos estudos de Janet de
1903.
 Em 1980 passa a fazer parte do DSM
 A ansiedade social é um transtorno cuja característica básica é o medo de ser
avaliado negativamente em situações sociais.
 O fóbico social tem medo de agir, comportar-se ou mostrar sintomas de ansiedade
de maneira que lhe seja embaraçoso ou humilhante, e procura evitar as situações
socias ou suportá-las com bastante desconforto.
 É uma patologia grave que pode chegar a ser incapacitante.
 É o 3o transtorno psiquiátrico mais comum, havendo estimativas de que possa
atingir 13% da população geral.
 A evitação fóbica pode ser sutil, desviando os olhos, evitando inciar uma conversa,
ou extrema ao se evitarem todos os contatos interpessoais fora do ambiente familiar.
Situações temidas mais frequentes

 Falar em público, comer e beber diante de outras pessoas, falar ao telefone e a


maioria das situações que envolvam contatos interpessoais.
 Estando nesss situações, o fóbico social pode apresentar sinais físicos de ansiedade
com o aparecimento de rubor, sudorese, palpitação, tremor nas mãos ou da fala,
urgência em evacuar, urinar e/ou vomitar ou apenas autoconsciência e medo
Subtipos de Ansiedade Social (classificação antiga – no DSM-V passa a dividir se
preocupação é restrita ao desempenho ou não)

 Subtipo generalizado: quando os temores estão relacionados com a maioria das


situações sociais como: situações de desempenho em público e situações de
interação social (iniciar e manter conversas, interagir com pessoas do sexo oposto)
 Subtipo circunscrito: inclui os que temem uma única situação de desempenho
(assinar ou comer em público), bem como aqueles que temem várias, mas não a
maioria das situações sociais
Mudanças DSM-V

 Exclui a divisão em subtipos e passa a especificar: pode ser somente em situações


de desempenho
 Preocupação restrita ao desempenho, se o medo esta restrito à fala ou ao
desempenhar em publico (ligado a vida profissional)
Comorbidades

 A presença de um transtorno de ansiedade aumenta a probabilidade da ocorrência


de outro (Barlow,1995)
 O transtorno do eixo I mais comorbido com ansiedade social é o Transtorno de
Ansiedade generalizada e do eixo II é o transtorno de Personalidade evitativo (é
como uma fobia social muito extrema, a pessoa não tem vontade de interagir. Na
fobial social pessoa geralmente tem o desejo de interagir)
Ansiedade social e álcool
 Fóbicos sociais tendem a usar álcool com o objetivo de aliviar os sintomas de
ansiedade.
 Fóbicos sociais alcoólatras apresentam um quadro mais grave, com níveis mais
severos de medos sociais e aparecem classificados no subtipo generalizado de
ansiedade social.
Curso
Se inicia em uma fase intermediária da adolescência (quando começa maior movimento de
interagir, formar grupos, etc), podendo emergir de um histórico de inibição social ou timidez
na infância.
Pode ser desencadeado por um evento estressante ou humilhante ou pode ser incidioso.
O curso é freqüentemente contínuo e a duração é comumente vitalícia, podendo oscilar em
gravidade ao longo dos diferentes períodos da vida. (APA,2002)
A pessoa pode, muitas vezes, adaptar sua vida/profissão à fobia social, de forma que os
sintomas podem ficar adormecidos.
Há pessoas que parecem muito extrovertidas, mas na verdade tem fobia social. Assim
como pessoas que eram crianças muito extrovertidas e acabam desenvolvendo o quadro.
Bullying é um fator de risco para ansiedade social.
Muitas vezes a pessoa acha que sua fobia social é um traço de personalidade e não busca
ajuda.
Fatores hereditários e familiares
Fortes evidências da existência de um componente genético.
Parece ocorrer com maior freqüência entre os parentes biológicos de 1º grau dos indivíduos
com o transtorno, em comparação com a população geral.
Fatores de condicionamento
Clássico (ativação de sintomas fisiológicos de ansiedade em situações de aprendizagens
ligadas ao medo)
Operante (consequências vão moldando o comportamento)
Vicário
Modelo do Preparo Cognitivo – como nossa espécie é social, já temos uma pré-disposição
(preparo cognitivo) para nos preocuparmos com questões sociais. Isso no extremo leva ao
transtorno de ansiedade social.
OBS: Em geral, paciente com transtorno de ansiedade social não manifesta esses sintomas
com familiares.
Modelo Cognitivo Comportamental de Ansiedade Social

 Modelo proposto por Clark e Wells (1995): Aspecto central: preocupação em causar
uma impressão favorável nos outros e uma insegurança grande em relação a própria
habilidade de alcançar esse objetivo
 Atenção autofocada e a construção de uma impressão de si mesmo como objeto
social (autoprocessamento). Ex: pessoa quando conversa com outros não está
prestando muita atenção na conversa, mas pensando no que estão pensando dela,
no que vai dizer, como se portar, etc.
 Influência dos comportamentos de segurança na manutenção de crenças negativas
e da ansiedade. Ex: pessoa decora todas as palavras que vai falar na apresentação
para a turma – acaba conseguindo apresentar, mas reforça ciclo de ansiedade.
 O efeito do comportamento dos fóbicos sociais sobre o comportamentos das outras
pessoas. Ex: outros podem nem se aproximar, pois acham que a pessoa não
quer/gosta da interação.
 Processamentos antecipatórios e pós eventos (pessoa fica pensando no seu
desepenho e impressão que passa para os outros antes e após o evento,
apresentando sintomas fisiológicos de ansiedade).
OBS: As fobias, sem tratamento, pioram com o tempo. Quanto mais se evita os objetos
fóbicos, menos se cria recursos para lidar com eles, intensificando a fobia.
Tratamento
Um programa combinado de exposição e reestruturação cognitiva parece ser uma
intervenção efetiva para a fobia social (Hope e Heimberg,1996).
Esses autores destacam a importância das evidências crescentes de que três em cada
quatro fóbicos sociais apresentam mudanças clinicamente significativas após um ensaio
razoavelmente intensivo de terapia cognitivo comportamental em grupo ou um programa
semelhante combinado de exposição e reestruturação cognitiva.
As estratégias terapêuticas mais indicadas são a exposição ao vivo combinada à
reestruturação cognitiva no tratamento em grupo
Vantagens do formato grupal
(1) maior número de parceiros para contribuir com diferentes tipos de resposta, sem
depender exclusivamente das alternativas propostas pelo terapeuta.
(2) provimento pelo grupo de situações similares às da vida real, criando situações para a
prática de novas variações de contato social.
(3) utilização de um maior número de situações problema, propiciando mais experiências e
suporte na solução desses problemas.
(4) possibilidade de prática e apoio em situações extra treinamento.
(5) feedback e reforçamento feito pelos membros do grupo.
(6) menor despesas para cada participante pela racionalização do tempo do terapeuta.
(7) diminuir a lista de espera em serviços de psicologia.
(8) maximização das oportunidades de aprendizagem vicária.
(9) múltiplos parceiros para dramatizar.
(10) o terapeuta tem a oportunidade de conhecer a subcultura grupal, importante nas
decisões sobre objetivos comportamentais e critérios de avaliação.
(11) universalidade do funcionamento em grupo
Fatores grupais importantes para o tratamento
 Instalação de esperança
 Universalidade
 Altruísmo e modelação
 Coesão Grupal
 Catarse
 Recapitulação coercitiva do grupo familiar
Tratamento Cognitivo-Comportamental em grupo para fobia social

 Apresentação
 Psicoeducação
 Importância aos fatores grupais
 Modelo Cognitivo da Fobia Social
 Identificação e reestruturação de pensamentos automáticos
 Identificação e reestruturação de crença central
 Respiração e relaxamento
 Exposição
 Videofeedback
 THS
 Prevenção de recaída
Treinamento de habilidades sociais (THS) no tratamento da fobia social

 Aprender a escutar o outro


 Ler o ambiente social
 Iniciar e manter conversas
 Mudar de assunto e encerrar conversação
 Fazer e receber elogios
 Cometer gafes
 Habilidades assertivas:dizer não, fazer e recusar pedidos, reclamar
 Habilidades empáticas: demonstrar afetividade, expressar sentimentos
 Solução de problemas
 Dar e receber feedback
 Interação com o sexo oposto
 Argumentação, falar em pequenos grupos
 Falar em público:videofeedback
Principais distorções cognitivas: Pensamento dicotômico, abstração seletiva, generalizaçao,
desqualificação do positivo... (ver slide pág. 84)
16/11/2020
Transtorno do Pânico e Agorafobia
“É possível que um tratamento cognitivo-comportamental seja tão bem sucedido a ponto do
paciente não experimentar mais ansiedade?” Não. A ansiedade é uma emoção adaptativa,
que tem uma função. Muitas vezes paciente procura a terapia querendo se livrar da
ansiedade.
"Uma pessoa com Transtorno do Pânico sempre evita um ou mais lugares ou situações?"
Não necessariamente. Pode desenvolver ou não a Agorafobia como comorbidade.
"Dentro do tratamento da TCC, por que expor o paciente às situações que ele teme não
provoca uma piora de seu quadro de ansiedade?" - pois ao mesmo tempo em que ele é
exposo, está desenvolvendo estratégias de enfrentamento, treinando habilidades de
manejo da ansiedade, realizando novas aprendizagens. Não é possível desenvolver
recursos para uma coisa que estou evitando.
O problema não é a ansiedade, mas a ansiedade excessiva. A ansiedade é uma "emoção
protetora e geneticamente pré-programada que facilita a sobrevivência". --> Importância da
ansiedade para a preservação do indivíduo e da espécie.
Ansiedade patológica X Ansiedade normal
Transtorno do pânico
Caracterização

 Ataque de pânico é diferente de Transtorno do Pânico


 Ataques de pânico: ocorrem no Transtorno do Pânico (quando são recorrentes) e em
outros transtornos (e até fora de transtornos de ansiedade, em situações pontuais).
Ex: uma pessoa com fobia social pode ter um ataque de pânico antes de uma apresentação
em público. A diferença para um Transtorno do Pânico é que nele os ataques são
recorrentes e vem do nada.
O paciente com Transtorno do Pânico tem medo da própria crise de ansiedade, dos
ataques.

 O ataque de pânico no Transtorno do Pânico comumente vem do nada, fazendo


com que a pessoa tenha uma preocupação constante com isso.
Ataque de Pânico

 Palpitações ou ritmo cardíaco acelerado


 Tremores
 Sensação de sufocamento
 Dor ou desconforto no peito
 Náusea ou mal estar abdominal
 Tontura ou sensação de desmaio
 Desrealização (se sentir fora do ambiente) e despersonalização (se sentir fora do
corpo) - esses sintomas estão mais ligados ao medo do enlouquecimento
 Medo de perder o controle
 Medo de morrer
 Dormências
 Calafrios ou ondas de calor
Os ataques podem estar ligados a situações (que geralmente o próprio paciente condiciona)
ou ser inesperadas, parecendo "vir do nada" (TP).
A principal característica do Transtorno do Pânico é uma crise de ansiedade que vem do
nada. Se sabe de onde vem, provavelmente é outro transtorno.
Exercícios de ativação dos sintomas com hiperventilação para que o paciente pare de
associar o aparecimento dos sintomas a situações de perigo. O pânico é um medo das
sensações de ansiedade. Enfraquecer condicionamento respondente, e dissociar o
aparecimento dos sintomas da sensação de perigo iminente.
Objetivo de fazer com que o paciente entenda esses sintomas apenas como desagradáveis,
não perigosos. Essas sessões têm três premissas: intensidade, duração e frequência.
Se paciente tem também agorafobia, fazemos exposições também nessas situações em
que a ansiedade é desencadeada.
Agorafobia
Ansiedade em permanecer em lugares ou situações em que a pessoa considere difícil ou
embaraçoso fugir/escapar ou que acredite que não conseguirá ser socorrida caso venha a
ter um ataque de pânico.
Obs: diferenciar de fobia específica, social, TOC, TEPT e ansiedade de separação.
Para esse diagnóstico, os ataques de pânico não devem ser efeito do uso de substâncias
como drogas, medicamentos e condições médicas e nem melhor justificados por outros
transtornos mentais.
Forte influência de fatores hereditários:
“O Transtorno do Pânico é a segunda patologia com maior influência genética em sua
determinação dentre os transtornos mentais, ficando atrás somente do transtorno afetivo
bipolar”
Modelo Cognitivo Comportamental do Transtorno do Pânico
Modelo de Clark (1986)

Modelo de Barlow (1988)


Vulnerabilidades biológicas (hereditárias) → Estressores sociais (acontecimentos da vida)
→ Alarme falso → Associação com dados interoceptivos (sentir sintomas = perigo) →
Alarme aprendido →Vulnerabilidades psicológicas
Antes de iniciar o tratamento de TCC:
Verificar se o paciente já fez uma avaliação clínica com um médico para que sejam
excluídas outras condições que tenham sintomas similares a ataques de pânico. Ex:
Hipertireoidismo, problemas cardíacos
Tratamento cognitivo comportamental

 Avaliação Inicial
 Questionários
 Inventários de Ansiedade
Elementos principais do tratamento: psicoeducação, respiração diafragmática, relaxamento
muscular progressivo, reestruturação cognitiva, exposições e treino assertivo
Psicoeducação sobre o Transtorno do Pânico e a TCC

 Conhecer o que é o Transtorno do Pânico


 Conhecer a fisiologia e psicologia do medo e da ansiedade
 Conhecer o funcionamento e importância da respiração
 Textos de apoio
 A ansiedade afeta a aprendizagem e a memória = psicoeducação deve ser repetitiva
e feita aos poucos
Estratégia A.C.A.L.M.E.-S.E.

 Treino respiratório
 Respiração diafragmática/abdominal
 Treino em reestruturação cognitiva
Exposição intereoceptiva

 às sensações corporais desagradáveis, principalmente aquelas ligadas aos ataques


de pânico
 Treino em relaxamento muscular progressivo
 Mindfulness – se concentrar no momento presente e deixar os pensamentos
passarem
Exposição situacional (ao vivo)

 Gradual
 Prolongada
Tratamento medicamentoso
Benzodiazepínicos

 Bem tolerados e de efeito rápido


 Risco de dependência e de retirada
 Efeitos colaterais
 Pode dificultar o enfrentamento da ansiedade nas exposições
Estudos mostram que o tratamento combinado de antidepressivos e TCC (exposição ao
vivo) ainda parece ser a melhor combinação para o tratamento a longo prazo dos sintomas
de transtorno de pânico
Prevenção de recaída
 Considerar que a ansiedade vai retornar em algum momento. - Não apagamos as
aprendizagens anteriores, criamos novas. Portanto, as aprendizagens antigas
podem acabar sendo reativadas.
 Praticar sempre que possível as habilidades aprendidas durante a terapia
25/11/2020
Transtorno de Ansiedade Generalizada – TAG
Com o que as pessoas se preocupam?
Porque as pessoas se preocupam?

 Motiva
 Ajuda a resolver problemas
 Não me pega de surpresa
 Função adaptativa (no TAG, a preocupação perde a função adaptativa pela questão
do exagero)
Mas...
Intensa, desconfortável → Afeta a qualidade de vida
É o prejuízo no funcionamento geral e a duração e a intensidade dos sintomas (da
preocupação, ansiedade) que vão determinar o diagnóstico.
DSM: preocupação excessiva e difícil de controlar.
Porém a preocupação se torna crônica quando:

 Fica ruminando indefinidamente porque acredita que só assim poderá resolver o


problema.
 Como coisas ruins podem acontecer, fica atento a informações ameaçadoras e
interpretam situações ambíguas como ameaçadoras. Ativa modo de vulnerabilidade.
Hipervigilância a perigos.
 Superestima o risco;
 Fica checando para ver se existe algo de errado;
 Não quer ter desconforto;
 Usa comportamentos de segurança; (para evitar entrar em contato com o
desconforto)
 Quer ter certeza sempre (para se sentir seguro).
Preocupação acaba adotando ciclo vicioso.

Pré-ocupação → “indivíduos que se preocupam muito quando tentam solucionar problemas,


na verdade, ficam paralisados em busca de excesso de evidências”
No TAG é muito comum o pensamento "e se". Ativação muito frequente do sistema nervoso
autônomo.
Alguns pacientes, quando são medicados e melhoram dos sintomas de TAG, podem
desenvolver um quadro depressivo, pois estavam acostumados de ter o fator da
preocupação como um motivador de suas atividades. Quando a preocupação some, podem
ter dificuldade de encontrar outras coisas que os movimentem na vida. É preciso construir
com o paciente outras formas para ele se motivar.
Às vezes a própria ansiedade vem como uma forma de evitar entrar em contato com o
verdadeiro desconforto, medos, sentimentos ruins. Ex: medo de morrer, perder o controle,
não dar conta da vida, etc. Cada pessoa vai ter sua história de vida e emoções com que
evita entrar em contato.
Ex: pessoa fica excessivamente preocupada com o o externo (e se o pneu furar) em vez de
entrar em contato com seu medo de fracassar.
TAG
Os temas de preocupação mais prevalentes entre os portadores de TAG são:

 Família (79%)
 Questões econômicas (50%)
 Trabalho (43%)
 Doenças (14%)
As sete regras das pessoas altamente preocupadas segundo Leahy:
1) se algo ruim pode acontecer, é sua responsabilidade preocupar-se com isso;
2) não aceite qualquer incerteza;
3) trate todos os pensamentos negativos como se fossem verdade;
4) qualquer coisa ruim que venha a acontecer é reflexo de quem você é;
5) o fracasso é inaceitável;
6) livre-se de qualquer sentimento negativo imediatamente;
7) trate tudo como emergência.
Segundo Borkovec:
Preocupação crônica: “Pensar sobre eventos futuros inexistentes que têm pouca
probabilidade de acontecerem e sob os quais temos pouco controle”.
OBS: Quando a preocupação ocorre sobre algo que tem alta probabilidade de acontecer,
geralmente essa preocupação é produtiva, pois vou engajar em uma solução de problema.
Dois tipos de preocupados:
Controladores: atribuem todos os seus problemas ao mundo externo. Quer que o terapeuta
conserte o mundo externo ao invés de aprender formas de se adaptar e flexibilizar.
Excessivamente cuidadores: nunca se sentem recompensados a altura. O desafio é propor
esse cuidado de outras formas e satisfazer suas necessidades também. Não se sentem
prestigiados: "faço tudo pelos outros e não sou reconhecido".
Preocupação x Planejamento
Quando eu planejo, estou buscando a solução do problema, indo além do primeiro passo,
que é se preocupar.
Ex1: já que pode acontecer do pneu furar na viagem, eu vou providenciar um step para o
meu carro.
Pessoas que se preocupam demais não vão além do primeiro passo.
Ex2: ficar ruminando indefinidamente sobre o que pode acontecer durante a viagem e não
tomar providências como no exemplo 1.
Estratégia segundo Borkovec:
Ensinar o cliente a diferença entre quando ele está só se preocupando e quando ele está de
fato planejando e resolvendo problemas.
Ensinar técnicas de resolução de problemas.

Preocupação "normal" Transtorno de Ansiedade Generalizada


A sua preocupação não interfere com as A sua preocupação interfere
suas atividades diárias e responsabilidades significativamente no seu trabalho,
atividades ou vida social
Você é capaz de controlar a sua A sua preocupação é incontrolável
preocupação
As suas preocupações, mesmo sendo As suas preocupações são extremamente
desagradáveis, não causam sofrimento perturbadoras e estressantes
significativo.
As suas preocupações são limitadas a um Você preocupa-se com todos os tipos de
número específico de pequenas coisas, e tende a esperar o pior
preocupações realistas
A duração da sua preocupação é de um Você tem tido preocupações quase todos
curto período de tempo os dias por pelo menos seis meses
Critérios diagnósticos segundo DSM-V
Epidemiologia

 Alta taxa de comorbidade com outros transtornos ansiosos, principalmente Síndrome


do Pânico
 É raro ter somente TAG
Tratamento

 Explicação racional do tratamento.


 Psicoeducação sobre o transtorno.
 Exposição do modelo cognitivo (pensamentos influenciam nossos sentimentos e
comportamentos)
 Discutir a fisiologia do medo e da ansiedade e os efeitos da hiperventilação.
OBS: São pacientes que comumente relatam desconfortos físicos, sintomas somáticos,
devido ao quadro de ansiedade. O corpo fica sobrecarregado com ativação muito frequente
do SNA.
Técnicas de manejo da ansiedade (VER SLIDES)
Elaboração de técnicas para os pacientes não se fixarem a todos os pensamentos,
deixarem alguns passarem. Delimitarem quais são as preocupações produtivas (demandas
iminentes, para as quais posso traçar um plano) e improdutivas (de coisas que não tenho ou
controle, que não tem nenhuma urgência, etc).
30/11/20
Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)
TOC: nova classificação
Antes: categoria dos transtornos ansiosos (DSM-IV).
Hoje: TOC e Transtornos Relacionados.

 Tricotilomania, Transtorno de Escoriação, Transtorno Dismórfico Corporal,


Transtorno de Acumulação
Algumas informações

 4º transtorno psiquiátrico mais frequente.


 1.5 a 2.5% população.
 10º causa de incapacitação (OMS).
 10% casos: incapacitantes.
 Diversidade das manifestações.
 Comorbidades é comum.
 Diferentes TOCs ao longo da vida.
 Demora no diagnóstico (às vezes pessoas têm vergonha de buscar ajuda).
TOC: características

 Presença de obsessões e/ou compulsões (rituais). Geralmente, são obsessões


seguidas de compulsões.
 Medo, ansiedade, culpa, depressão, comportamentos evitativos, indecisão, lentidão
motora, pensamentos de conteúdo negativo ou catastrófico, apreensão e
hipervigilância.
Obsessões

 São pensamentos, palavras, imagens e/ou impulsos.


 Invadem a consciência.
 Intrusivos, impróprios, recorrentes, persistentes, indesejadas.
 Provocam resistência.
 Acompanhados de medo e aflição.
As obsessões são ego-distônicas para o paciente

 Refere-se ao sentimento da pessoa reconhecer que o conteúdo da obsessão é


estranho.
 Não está sob seu controle.
 Não é o tipo de pensamento que ele esperaria ter.
 É capaz de reconhecer que as obsessões são produto de sua própria mente e não
impostas a partir do exterior.
Esse fator representa uma importante diferença do TOC para a Esquizofrenia
Obsessões e compulsões não são um sintoma exclusivo do TOC
Aparecem também em:

 Depressão
 Transtornos alimentares
 T. controle dos impulsos
 T. de ansiedade generalizada (preocupações intrusivas)
Experiências ou sensações subjetivas:
Nojo/ Disgust:

 Emoção desagradável, se manifesta quando o paciente entra em contato com


situação temida.
 Sintomas autonômicos.
Fenômenos sensoriais

 Podem ocorrer mesmo sem a presença de uma obsessão que as preceda.


 Sensação física de desconforto ou agonia.
 “Tenho que” fazer determinada coisa
 Sensação de tensão que precisa ser descarregada por meio de atos repetitivos, que
lembram tiques- tocar algo, estalar os dedos, piscar com força.
Experiências Just Right e Not Just Right.
Sentimento de desconforto que leva a pessoa a pensar ou fazer coisas até sentir que elas
estão certas ou “direitas”. Ex: verificar se a porta está trancada até ter a sensação de "just
right" e poder relaxar.
Rituais Compulsivos, Compulsões ou Rituais:
 Comportamentos repetitivos ou atos mentais que a pessoa se sente compelida a
fazer na tentativa de ignorar, suprimir ou neutralizar o medo e a angústia causada
pelas obsessões.
 Não precisam ter necessariamente conexão com o que eles pretendem prevenir ou
neutralizar.
Exemplos de compulsões:

 Lavar várias vezes.


 Fazer verificações.
 Alinhar objetos.
 Repetir ações num determinado número de vezes.
 Contar, repetir, palavras ou frases
Ciclo vicioso dos rituais compulsivos:

 Alívio obtido com a execução do ritual perpetua a sua execução- reforço negativo.
 Estratégia regular para lidar com medo e ansiedade.
 Valida a crença: De fato havia uma ameaça e ela foi afastada porque fez a
compulsão.
Comportamentos evitativos ou Evitações

 Principais responsáveis pelo comprometimento e incapacitação.


 Aumenta a frequência e intensidade das obsessões.
1) vigilância.
2) Impede a exposição e habituação.
3) Não testa a validade das crenças. Exs: evita usar banheiros públicos, não usa roupa de
determinadas cores, não toca nas pessoas.
Neutralizações

 Atos voluntários com a intenção de obter alívio e anular as ameaças.


Exs: interromper pensamentos, se distrair, tentar se convencer que o pensamento não é
verdadeiro, argumentar consigo mesmo, repassar cenas
Hipervigilância

 Aumentar o controle sobre os potenciais riscos ou ameaças ligadas às obsessões.


 Efeito paradoxal: percebem muito mais perigo que as outras pessoas.
Exs: excessiva atenção ao assinar, ver se os objetos estão no lugar certo, olhar várias
vezes para ver se não pisou em fezes, estar atento e perceber lixo à distância, ver se tudo
está realmente limpo.
Lentidão Obsessiva e Indecisão
 Consequência da necessidade de ter certeza.
 Muita indecisão, perfeccionismo, not just right.
 Tarefas feitas com muita lentidão, inúmeras vezes.
 Incapacita o paciente.
Curso
 Adolescência e início da idade adulta.
 Mas pode aparecer na infância.
 6 e 15 anos- homens / 20 e 29 anos- mulher.
 Início gradual.
 Curso crônico, com oscilação do quadro ao longo da vida.
 Piora dos sintomas possivelmente relacionada com período de estresse.
 Progressiva deterioração- 10% casos.
Prevalência:

 Considerado raro até bem pouco tempo. Na verdade, é bastante comum.


 Prevalência em torno de 2,5% na população.
 Quarto lugar entre os transtornos psiquiátricos mais frequentes.
 Acomete mais de 7 milhões de brasileiros.
Possíveis causas:

 Ainda não foram totalmente desvendadas.


 Componente genético e ambiental.
 Pesquisas com neuroimagem sugerem que duas áreas cerebrais são as principais
sedes das obsessões e compulsões: córtex órbito-frontal e glânglios da base
(processamento de informações e controle do medo).
 Doença neuropsiquiátrica.
Pessoas saudáveis podem desenvolver sintomas leves em situações de estresse.

 Situações de trabalho.
 Dúvida em relação à fidelidade do parceiro.
 Crianças que pedem para ouvir sempre a mesma história.
 Coleções sem sentido.
 Preocupações excessivas antes e depois do parto.
 Passar constantemente a matéria antes da prova.
 Revisar o que está dentro da mala mais de uma vez, ver o passaporte.
Mas...

 Maioria das pessoas: aflição, problemas do cotidiano, mas logo é esquecido.


 Preocupações acompanhadas de grande aflição, sofrimento e/ou interferem na
rotina diária pelo tempo que tomam.
Critérios Diagnósticos- DSM-V

1. Presença de obsessões e/ou compulsões

Obsessões:

 Ideias, pensamentos, imagens e/ou impulsos que são experimentados como


intrusivos e irracionais.
 A pessoa tenta ignorar, suprimir ou neutralizar por meio de algum outro pensamento
ou ação.
 Reconhece que suas obsessões são produtos de sua própria mente, não impostas
por outrem.
Compulsões:
 Comportamentos intencionais, repetitivos que são desenvolvidos em resposta a uma
obsessão, de acordo com certas regras ou de forma estereotipada.
 Visa neutralizar ou prevenir desconforto ou alguma situação ou evento trágico. Mas
isto não tem uma conexão racional com o evento que pretende neutralizar ou é
notadamente excessivo.
 A pessoa reconhece que seu comportamento é excessivo ou irracional.

2. As obsessões ou compulsões acarretam grande estresse, consomem tempo e


interferem significativamente na rotina, nas atividades sociais e nos relacionamentos
interpessoais.
Principais dimensões do TOC:

 Contaminação/limpeza;
 Dúvidas e verificações;
 Pensamentos repugnantes- agressivos, sexuais e blasfemos;
 Simetria/ ordem;
 Acumulação compulsiva.
Críticas ao modelo dimensional

 Verificações- ocorrem em quase todos os tipos de TOC.


 ¼ pacientes não se encaixa em nenhuma dimensão
Como as obsessões se originam?

 Mente é bombardeada por muitos pensamentos involuntários.


 Não acarretam preocupação.
 Pessoas mais suscetíveis: alguns pensamentos (sexo, violência, contaminação)
podem ser um risco, ameaça.
 Responsável em prevenir acidente, evitar ato moralmente inaceitável.
 Interpretação catastrófica dos pensamentos invasivos, em função da ansiedade que
provocam e isso faz com que eles se tornem obsessivos.
TOC X T.P.obsessivo-compulsivo

 Meticulosos, detalhistas, perfeccionistas, exigentes e rígidos.


 Excesso de devoção ao trabalho.
 Emocionalmente contidos.
 Sofrem quando suas opiniões são contrariadas porque acreditam que sua maneira
de ser é a correta (egossintônicos).
 Não apresentam obsessões ou desconforto associado.
 Nem são compelidos a realizar rituais.
TOC X Depressão

 A comorbidade é alta.
 Consequência do comprometimento causado pelo TOC nas atividades.
 Pensamentos catastróficos, inadequados.
 Se condenam: excesso de culpa e responsabilidade.
TOC X TAG
 Preocupação excessiva.
 Necessidade constante de verificar se tudo está bem.
 Medo de que algo ruim possa acontecer com sua saúde, finanças, filhos, etc.
 TAG não tem tantos rituais fantasiosos.
TOC X Fobias Específicas

 Fobia a pequenos animais ou insetos faz com que a pessoa fique constantemente
vigilante.
 Evita entrar em contato com o objeto ou com o local onde o objeto temido pode ser
encontrado.
Avaliação:

 Preenchimento da Escala Y-BOCS.


 Avalia a gravidade e a intensidade dos sintomas.
 Através do resultado e da entrevista inicial, fazer, com o paciente, a lista das
situações temidas.
 Dar nota à ansiedade sentida frente às situações. (EAS- escala de ansiedade
subjetiva)
 Fazer a hierarquia das situações.
Hierarquia: observações

 Evitação passiva: situações e objetos evitados, mesmo que sutis.


 Evitação ativa: listar todos os rituais comportamentais e cognitivos, tudo que for para
neutralizar.

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