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A TCC olha para uma teoria de aprendizagem – se eu ajo de determinada forma, é porque
aprendi a agir dessa forma no passado. Em terapia, procuramos acessar essas cognições
(esquemas cognitivos e emocionais que moldam a forma como a pessoa lida com o mundo).
Assim, a TCC trabalha, SIM, de forma profunda, mas sob outro viés teórico.
Tratamento com exposição com pacientes que não têm insight, ou seja, não reconhecem que
seus comportamentos saem do que é considerado normal - não é indicado.
"A TCC é uma abordagem mais fria." - Relação terapêutica - aspecto mais fundamental da
psicoterapia. O que realmente faz diferença é a relação terapêutica, não a abordagem. A
abordagem é responsável por 30% da melhora. O paciente só adere ao que está sendo proposto
se possui uma boa relação terapêutica, de confiança. Assim, a TCC se atenta a esse aspecto,
sendo um mito dizer que é uma abordagem que se aproxima menos do paciente.
A única coisa que a TCC não atua é se a pessoa não tiver acesso à cognição - ex: crianças muito
pequenas, pessoa com algum problema neurológico, que sofreu um acidente, etc.
Exposição é uma técnica que trabalha com a ideia de habituação. Tem três premissas:
intensidade, duração e frequência. O objetivo da exposição é encontrar curva de habituação.
Porém, com o desenvolvimento da neurociência, foi mais bem compreendido o processamento
do medo no cérebro - o que rege a exposição não é a lógica de habituação e extinção, mas a
lógica de aprendizagem inibitória.
Assim, o que ocorre é uma nova aprendizagem que fica mais forte que a anterior e se sobrepõe,
mas a anterior não some. O que se estuda hoje é como potencializar essa aprendizagem
inibitória. Uma das coisas que fortalece isso é a quebra de expectativa (ex: a pessoa achar que
vai passar por uma catástrofe e não passar). Essa é uma das contribuições da neurociência para
a TCC.
A TCC está alinhada com a psiquiatria, mas não trabalha da mesma forma. O foco da psiquiatria
é o diagnóstico e a medicação, enquanto na TCC o diagnóstico não é o mais importante. É uma
informação útil, mas o enfoque é outro.
Aula 2 – 31/08/2020
AULA BEHAVIORISMO
Terceira geração: Vem tentando explorar regulação emocional, juntando as três coisas
(comportamento, cognição e emoção). É a geração em que estamos atualmente. Terapias bastante
integrativas, que trabalham com regulação emocional, terapia do apego, mindfulness, etc.
Hoje vamos estudar sobre a primeira geração. A disciplina como um todo vai explorar a segunda
geração, que dá a base mais importante da TCC.
Introdução ao Behaviorismo
Na época havia uma preocupação de que a psicologia fosse considerada uma ciência. Preocupação
em encontrar um objeto de estudo mensurável.
Behaviorismo
Aristóteles
Procurou as causas dos movimentos dos corpos e das discriminações feitas pelos
organismos;
Descreveu muitas categorias de comportamentos, tais como a percepção dos sentidos,
visão, olfato, audição, bom senso, pensamento simples e complexo, apetite, memória sono e
sonho;
As causas pesquisadas anteriormente pela filosofia realista aristotélica são atribuídas a uma
alma sobrenatural e imaterial.
Bases do Behaviorismo
- O homem é membro do reino animal. As diferenças entre homem e outros animais são
quantitativas e somente uma questão de graus;
Psicologia Comparativa
Positivismo lógico: só tenho acesso às informações que meus sentidos trazem, logo a ciência
estuda o que está acessível a uma verificação pública
Realismo X Pragmatismo
Realismo
Realismo pressupõe que não temos contato com o mundo objetivo, mas sim com o mundo
produzido por nossos sentidos. Mundo "fora do sujeito" conhecemos na medida que
estudamos.
Bertrand Russel (1872 – 1970) observou que os dados sensoriais, estando "dentro" do
sujeito, são subjetivos, mas constituem o meio de entender o mundo real, "fora" do sujeito.
"O cientista estuda os dados sensoriais para tentar o conhecer o mundo real."
A verdade na ciência é alcançada por uma descoberta gradual
Explicação = descoberta de como as coisas realmente são
Descrição = detalhes de como nossos dados sensoriais se organizam
Skinner critica o behaviorismo metodológico e funda o behaviorismo radical, que é a linha que existe
até hoje.
Pragmatismo
Mentalismo
B. Radical: admitem todos eventos naturais, públicos e privados. Excluem apenas os fictícios.
Explica também os pensamentos. Fundado pelo Skinner, existe até hoje.
Autonomia x Redundância
Dualismo
Eventos privados
Comportamento privado
Recordação é repetição: quando relembro uma visita à praia eu revejo o céu, o mar, etc.
Os atos sensoriais são modificados pela experiência e estão sujeitos a aprendizagem
Consciência: o behaviorista tenta entender em que ocasiões as pessoas tendem a usar o
termo consciente
Se não existe mundo interno e mundo externo, não existe consciência nesse sentido
Se as pessoas são capazes de falar sobre seu comportamento são consideradas conscientes
de seu comportamento
Autoconhecimento é um tipo de comportamento
Behaviorismo Metodológico
Watson - 1913
“A psicologia, tal como o behaviorista a interpreta, é um ramo puramente objetivo e
experimental da ciência natural. Seu objetivo teórico é a predição e o controle do
comportamento. A introspecção não é parte essencial de seus métodos nem o valor científico
de seus dados depende da facilidade com que possam ser interpretados em termos de
consciência. O behaviorismo, em seu esforço para conseguir um esquema unitário da resposta
animal, não reconhece linha divisória entre o homem e os animais irracionais. O
comportamento do homem, com todo o seu refinamento e toda sua complexidade, constitui
apenas uma parte do esquema total de pesquisa behaviorista”
(primeiro parágrafo de Psychology as a behaviorist views it, Watson, 1913)
O behaviorismo metodológico negava metodologicamente a consciência, o que mantém
ainda uma ideia implícita de um dualismo;
As pesquisas dos Behavioristas metodológicos ficaram restritas ao condicionamento
respondente.
- A Psicologia S --> R
Reflexos inatos: alteração do ambiente que produz uma alteração no organismo (nós
nascemos com vários reflexos inatos)
"Preparação mínima": que os organismos têm para começar a interagir com seu ambiente,
ligado à sobrevivência - o condicionamento respondente acontece a partir dessa preparação
mínima.
Evento: qualquer mudança que ocorra no mundo
Estímulo: qualquer alteração ou parte do ambiente que produza uma mudança no
organismo
Resposta: qualquer alteração do organismo produzida por uma alteração do ambiente
Reflexos são alterações entre estímulos e respostas na qual o estímulo elicia a resposta
S-R
Batida do martelo no joelho - flexão da perna
Leis ou propriedades dos reflexos inatos de humanos e não humanos
Potenciação
Há uma resposta fisiológica ao medo, por exemplo. Essa resposta pode ser associada a
estímulos neutros, o que ocorreu no experimento de Pavlov – aprendizagem por associação
de estímulos no tempo.
O condicionamento respondente de Pavlov
Importância de Pavlov
Generalização respondente
Gradiente de generalização
Condicionamento de 2a ordem
Condicionamento contextual
Nascemos preparados pela evolução para aprender certas coisas com mais facilidade que
outras.
Mudança no ambiente mais rápida que nossa capacidade de adaptação
Susan Mineka: macacos e medo de cobras
Ohman: evolução dotou os seres humanos contemporâneos de uma propensão a associar o
medo com situações que ameaçaram a sobrevivência de nossos ancestrais
Humanos superpreparados são vulneráveis às fobias
O condicionamento de medo ocorre mais rápido/forte se ocorre associado a estímulos que
somos preparados biologicamente a responder (é mais fácil criarmos associações entre
situação de risco e barulhos altos do que situações de risco e flores, por exemplo)
Para as coisas que já temos preparo biológico a aprendizagem é facilitada (hipótese).
Condicionamento respondente geralmente está associado a respostas rápidas por meio de
vias rápidas no cérebro (visão - amígdala - resposta).
Hoje sabemos que nada que é registrado na amígdala é apagado. A aprendizagem pode ser
enfraquecida e o medo manejado, mas não é apagada.
Contracondicionamento
14/09/2020
Bandura incorpora a cognição ao modelo, o que pra Skinner seria impensável. Bandura é
neobehaviorista – passa pra um modelo em que a cognição influencia o comportamento.
Do behaviorismo às terapias cognitivo-comportamentais
Modelo mediacional - não somos apenas influenciados pelo ambiente externo – nosso
processamento da informação, nossa cognição, influencia nosso comportamento.
As duas que se estabeleceram como terapias cognitivo comportamentais: terapia racional emotiva
de Ellis e terapia cognitiva de Beck
1a geração: Watson
A 2a geração focou muito nos pensamentos (cognição), já que a 1a sua influência era negada
3a geração (atual): novas proposta integrativas de técnicas e abordagens, com foco em mindfulness
e regulação emocional
Behaviorismo radical
Terapia Cognitiva
Aeron T. Beck
Pessoas tinham pensamentos, às vezes negativos e distorcidos em relação à realidade, que
influenciavam as relações físicas, os comportamentos e os sentimentos.
Se você muda os pensamentos, você consegue mudar a sintomatologia depressiva. No início,
surge como investigação da depressão.
Modelo cognitivo
Três níveis de processamento de informação, que funcionam de forma dinâmica, como uma
engrenagem:
Objetivo da TCC é atuar sobre esses padrões quando eles se mostram disfuncionais
21/09/2020
Habilidades terapêuticas
Cada vez mais existem treinamento de habilidades terapêuticas. Habilidade empática para o
setting terapêutico é diferente da habilidade empática na vida em geral.
A relação terapêutica é estabelecida somente se o terapeuta tem habilidades terapêuticas
desenvolvidas.
Identidade do psicólogo: habilidade de autoconhecimento. Se eu não me conheço, como
vou conhecer o outro?
Autoconhecimento não significa que todo mundo precisar ser totalmente bem resolvido e
não ter questões. Porém, se você investe em um processo de autoconhecimento em terapia,
consigo entender quais são as minhas questões profissionais e que quais são as minhas
habilidades terapêuticas.
Valores: o que é importante para mim na minha vida profissional? Isso norteia a minha
prática.
Esses valores e autoconhecimento nos ajudam a estabelecermos regras, limites, na nossa
prática terapêutica. Essas habilidades podem ser desenvolvidas via supervisão, via terapia, e
a partir dos preceitos éticos.
Contratransferência - quando eu ativo os meus esquemas pessoas e crenças com o paciente.
Meus esquemas pessoas interferindo no processo de terapia – isso não é desejável.
Transferência - o que esperamos que aconteça com o paciente (rever no áudio).
Mídia - como construímos o mundo virtual em termos de psicoterapia. Isso tem que ser feito
com cuidado, pensando nos nossos valores, na ética, na nossa identidade.
28/09/2020
Distingue-se da psicanálise...
Avaliação cognitivo-comportamental
Quando o paciente compreende como ele funciona junto ao terapeuta, isso o ajuda a aderir
ao processo. A conceituação é uma espécie de bússola que orienta o processo.
Diagrama de conceitualização cognitiva como uma bússola que nos ajuda a ver por onde
começamos o tratamento, quais são as demandas principais, se há emergências, etc.
Se tiver risco de suicídio ou comportamentos autodestrutivos, isso se torna imediatamente uma
prioridade.
19/10/2020
Transtornos do Humor
Depressão maior, em quadros mais graves, pode incluir delírios ou alucinações, sem que seja
uma esquizofrenia/psicose.
Identificar motivos específicos para o paciente viver (o que conecta o paciente com a
vida? Em terapia, tentamos fortalecer esses vínculos e mostrar sua importância.)
Pedir colaboração do paciente em relação a precauções de segurança
Concordar em entrar em contato para uma pessoa específica em caso de
emergência
Bloquear ou reduzir acesso a armas, medicações ou itens perigosos
Identificar cognições e comportamentos que possam ajudar o paciente a combater
sintomas de desespero (estratégias de regulação emocional em crise).
Desenvolver estratégias de enfrentamento para possíveis gatilhos que disparem
pensamentos suicidas (indicar quais são esses gatilhos e criar estratégias).
Técnicas comportamentais para Depressão
Às vezes o paciente chega tão deprimido que é difícil usar técnicas cognitivas de cara
(dificuldades de concentração, raciocínio)
1. Monitoração do humor e das atividades
Descrever de hora em hora em um formulário o que estava fazendo e como estava
se sentindo
Usar nas primeiras duas sessões do tratamento
2. Ativação comportamental
Tentar ativar o paciente para que ele faça coisas – há pacientes que ficam muito na
cama, não tomam banho, etc.
Prescrição de tarefas planejadas para aumentar o gasto de tempo da pessoa com
atividades que considere prazerosas.
Ajuda a modificar o autoconceito negativo
Tarefa deve ser específica, de alcance provável e trazer, pelo menos, um pouco de
prazer
Começar com tarefas bem simples e ir aumentando a complexidade
Tarefa deve ser o resultado do esforço da própria pessoa
Cuidada para não virar uma "lista de obrigações"
Explorar possíveis obstáculos e formas de resolvê-los
Importância do exercício aeróbico para aumento do nível de prazer
Seta descendente - técnica para encontrar a crença central. Como "descascar cebola"
Pressuposições e crenças mal-adaptativas podem ser enfraquecidas ao mesmo tempo em
que novas pressuposições são identificadas e fortalecidas.
Crenças centrais podem ser identificadas ao se procurar temas nos Registros de
Pensamentos e/ou através da técnica da seta descendente.
Crenças centrais podem ser a respeito de nós mesmos, a respeito dos outros e do mundo.
Crenças centrais podem ser testadas ao se procurar evidências de que são verdadeiras ou
não 100% verdadeiras.
Novas crenças centrais podem ser fortalecidas ao se registrar experiências que vão ao
encontro da nova crença, classificando sua confiança em sua nova crença, realizando
experimentos para testar a nova crença e fazendo um teste histórico da nova crença.
Crenças centrais com freqüência mudam gradualmente, mas com o tempo se tornam mais
fortes e mais estáveis e exercem uma influência poderosa sobre o modo que você pensa,
se comporta e sente.
Principais técnicas em TCC
Se acredito que algo é verdade, não significa que realmente seja verdade
Reconhecer que os pensamentos não são fatos é o primeiro passo para construir
interpretações alternativas aos eventos
Transformar pensamentos em hipóteses, e não em fatos absolutos.
Ex: Não me sairei bem no exame, logo não adianta estudar, sinto-me triste e desmotivado.
Como não estudo, acabo me saindo mal e confirmando meu pensamento, mantendo um
ciclo negativo em que entendo o pensamento "não me sairei bem no exame" como um fato.
Definição de termos:
Rotulação: sou um fracassado
Definir fracasso: o que significa fracasso para você?
Análise de custo benefício
O quando você está motivado para questionar seus pensamentos? Vamos avaliar as
consequências vantajosas e desvantajosas de manter determinadas crenças.
Pensamento negativo verdade
Se o pensamento negativo for verdadeiro, se não for uma distorção, o que posso
fazer para melhorar as coisas?
Que habilidades preciso ter para melhorar? Como posso desenvolvê-las? Como
posso mudar a situação? Posso conviver com isso de outra forma? Que alternativas
estão disponíveis para mim?
Aula 26/10
Transtorno Bipolar do Humor
Transtornos bipolar do humor e transtornos relacionados
São separados dos transtornos depressivos no DSM-5 e colocados entre os capítulos sobre
transtornos do espectro da esquizofrenia e outros transtornos psicóticos e transtornos
depressivos em virtude do reconhecimento de seu lugar como uma ponte entre as duas
classes diagnósticas em termos de sintomatologia, história familiar e genética.
Os diagnósticos incluídos neste capítulo são transtorno bipolar tipo I, transtorno bipolar tipo
II, transtorno ciclotímico, transtorno bipolar e transtorno relacionado induzido por
substância/medicamento, transtorno bipolar e transtorno relacionado devido a outra
condição médica, outro transtorno bipolar e transtorno relacionado especificado e transtorno
bipolar e outro transtorno relacionado não especificado.
Para alguns autores, o transtorno bipolar do humor é uma versão mais “leve” do transtorno
de personalidade borderline.
Um dos principais focos do tratamento é o paciente compreender a origem crônica de seu
transtorno, para assim poder manejar seu transtorno, estando ciente que ele terá que se
basear em medicamentos e psicoterapias pro resto da vida.
Aceitação
Mania (episódio maníaco)
A mania (ou euforia) freqüentemente começa com um agradável sentimento de aumento de
energia, criatividade e sociabilidade, que podem rapidamente sair do controle para uma
explosão de um episódio maníaco.
Pessoas com mania tipicamente têm falta de discernimento, negam que qualquer coisa
esteja errada, e censuram raivosamente qualquer um que aponte um problema.
Num episódio maníaco, os seguintes sintomas são presentes por pelo menos uma semana,
num ponto em que a pessoa tem problemas para viver normalmente:
sentindo incomumente “alto”, eufórico ou irritável (ou parecendo assim para aqueles
que o conhecem bem).
Além disso, mais pelo menos 4 (e freqüentemente quase todos) dos seguintes:
Aceitação e Adesão
Psicoeducação
Participação da família
Detecção precoce para prevenir recaídas
Gerenciamento dos fatores comportamentais: retomar uma rotina saudável, sem
estresse grande
Gerenciamento dos fatores cognitivos: reestruturação cognitiva
Manejo de estresse
Comunicação interpessoal
Prevenção de recaída
A Terapia Cognitiva ajuda os pacientes a:
Educar os pacientes e seus familiares e/ou outros significativos sobre TB, passos do
tratamento e dificuldades comuns associadas a doença.
Ensinar aos pacientes um método de monitoração da ocorrência, gravidade e curso
de sintomas maníacos e depressivos.
Facilitar a adesão ao tratamento medicamentoso.
Prover estratégias não-farmacológicas, especificamente habilidades cognitivo-
comportamentais, para manejo de problemas cognitivos, afetivos e comportamentais
associados aos sintomas maníacos e/ou depressivos.
Ajudar ao paciente no manejo de estressores que podem interferir no tratamento ou
precipitar episódios de mania e/ou depressão.
Perguntas as quais o terapeuta deve estar apto a responder:
Espaçar as sessões
Pensamentos automáticos sobre o término
Recuperar o que foi aprendido na terapia
Programa de auto-terapia
Agenda de sessão de auto-terapia
Pensamentos automáticos durante a autoterapia Vantagens / Desvantagens
Prever e lidar com recaídas
Sessões de reforço
09/11/2020
Transtorno de Ansiedade Social (antiga fobia social)
Principal característica: preocupação com uma avaliação negativa do outro que gera um
sofrimento extremo (sintomas de ansiedade, podendo chegar a um ataque de pânico).
Sentimento de vergonha e autocrítica forte. Começam a evitar interação, pois pessoa não
se sente bem na presença de outros.
O que é?
O termo fobial social aparece descrito pela primeira vez nos estudos de Janet de
1903.
Em 1980 passa a fazer parte do DSM
A ansiedade social é um transtorno cuja característica básica é o medo de ser
avaliado negativamente em situações sociais.
O fóbico social tem medo de agir, comportar-se ou mostrar sintomas de ansiedade
de maneira que lhe seja embaraçoso ou humilhante, e procura evitar as situações
socias ou suportá-las com bastante desconforto.
É uma patologia grave que pode chegar a ser incapacitante.
É o 3o transtorno psiquiátrico mais comum, havendo estimativas de que possa
atingir 13% da população geral.
A evitação fóbica pode ser sutil, desviando os olhos, evitando inciar uma conversa,
ou extrema ao se evitarem todos os contatos interpessoais fora do ambiente familiar.
Situações temidas mais frequentes
Modelo proposto por Clark e Wells (1995): Aspecto central: preocupação em causar
uma impressão favorável nos outros e uma insegurança grande em relação a própria
habilidade de alcançar esse objetivo
Atenção autofocada e a construção de uma impressão de si mesmo como objeto
social (autoprocessamento). Ex: pessoa quando conversa com outros não está
prestando muita atenção na conversa, mas pensando no que estão pensando dela,
no que vai dizer, como se portar, etc.
Influência dos comportamentos de segurança na manutenção de crenças negativas
e da ansiedade. Ex: pessoa decora todas as palavras que vai falar na apresentação
para a turma – acaba conseguindo apresentar, mas reforça ciclo de ansiedade.
O efeito do comportamento dos fóbicos sociais sobre o comportamentos das outras
pessoas. Ex: outros podem nem se aproximar, pois acham que a pessoa não
quer/gosta da interação.
Processamentos antecipatórios e pós eventos (pessoa fica pensando no seu
desepenho e impressão que passa para os outros antes e após o evento,
apresentando sintomas fisiológicos de ansiedade).
OBS: As fobias, sem tratamento, pioram com o tempo. Quanto mais se evita os objetos
fóbicos, menos se cria recursos para lidar com eles, intensificando a fobia.
Tratamento
Um programa combinado de exposição e reestruturação cognitiva parece ser uma
intervenção efetiva para a fobia social (Hope e Heimberg,1996).
Esses autores destacam a importância das evidências crescentes de que três em cada
quatro fóbicos sociais apresentam mudanças clinicamente significativas após um ensaio
razoavelmente intensivo de terapia cognitivo comportamental em grupo ou um programa
semelhante combinado de exposição e reestruturação cognitiva.
As estratégias terapêuticas mais indicadas são a exposição ao vivo combinada à
reestruturação cognitiva no tratamento em grupo
Vantagens do formato grupal
(1) maior número de parceiros para contribuir com diferentes tipos de resposta, sem
depender exclusivamente das alternativas propostas pelo terapeuta.
(2) provimento pelo grupo de situações similares às da vida real, criando situações para a
prática de novas variações de contato social.
(3) utilização de um maior número de situações problema, propiciando mais experiências e
suporte na solução desses problemas.
(4) possibilidade de prática e apoio em situações extra treinamento.
(5) feedback e reforçamento feito pelos membros do grupo.
(6) menor despesas para cada participante pela racionalização do tempo do terapeuta.
(7) diminuir a lista de espera em serviços de psicologia.
(8) maximização das oportunidades de aprendizagem vicária.
(9) múltiplos parceiros para dramatizar.
(10) o terapeuta tem a oportunidade de conhecer a subcultura grupal, importante nas
decisões sobre objetivos comportamentais e critérios de avaliação.
(11) universalidade do funcionamento em grupo
Fatores grupais importantes para o tratamento
Instalação de esperança
Universalidade
Altruísmo e modelação
Coesão Grupal
Catarse
Recapitulação coercitiva do grupo familiar
Tratamento Cognitivo-Comportamental em grupo para fobia social
Apresentação
Psicoeducação
Importância aos fatores grupais
Modelo Cognitivo da Fobia Social
Identificação e reestruturação de pensamentos automáticos
Identificação e reestruturação de crença central
Respiração e relaxamento
Exposição
Videofeedback
THS
Prevenção de recaída
Treinamento de habilidades sociais (THS) no tratamento da fobia social
Avaliação Inicial
Questionários
Inventários de Ansiedade
Elementos principais do tratamento: psicoeducação, respiração diafragmática, relaxamento
muscular progressivo, reestruturação cognitiva, exposições e treino assertivo
Psicoeducação sobre o Transtorno do Pânico e a TCC
Treino respiratório
Respiração diafragmática/abdominal
Treino em reestruturação cognitiva
Exposição intereoceptiva
Gradual
Prolongada
Tratamento medicamentoso
Benzodiazepínicos
Motiva
Ajuda a resolver problemas
Não me pega de surpresa
Função adaptativa (no TAG, a preocupação perde a função adaptativa pela questão
do exagero)
Mas...
Intensa, desconfortável → Afeta a qualidade de vida
É o prejuízo no funcionamento geral e a duração e a intensidade dos sintomas (da
preocupação, ansiedade) que vão determinar o diagnóstico.
DSM: preocupação excessiva e difícil de controlar.
Porém a preocupação se torna crônica quando:
Família (79%)
Questões econômicas (50%)
Trabalho (43%)
Doenças (14%)
As sete regras das pessoas altamente preocupadas segundo Leahy:
1) se algo ruim pode acontecer, é sua responsabilidade preocupar-se com isso;
2) não aceite qualquer incerteza;
3) trate todos os pensamentos negativos como se fossem verdade;
4) qualquer coisa ruim que venha a acontecer é reflexo de quem você é;
5) o fracasso é inaceitável;
6) livre-se de qualquer sentimento negativo imediatamente;
7) trate tudo como emergência.
Segundo Borkovec:
Preocupação crônica: “Pensar sobre eventos futuros inexistentes que têm pouca
probabilidade de acontecerem e sob os quais temos pouco controle”.
OBS: Quando a preocupação ocorre sobre algo que tem alta probabilidade de acontecer,
geralmente essa preocupação é produtiva, pois vou engajar em uma solução de problema.
Dois tipos de preocupados:
Controladores: atribuem todos os seus problemas ao mundo externo. Quer que o terapeuta
conserte o mundo externo ao invés de aprender formas de se adaptar e flexibilizar.
Excessivamente cuidadores: nunca se sentem recompensados a altura. O desafio é propor
esse cuidado de outras formas e satisfazer suas necessidades também. Não se sentem
prestigiados: "faço tudo pelos outros e não sou reconhecido".
Preocupação x Planejamento
Quando eu planejo, estou buscando a solução do problema, indo além do primeiro passo,
que é se preocupar.
Ex1: já que pode acontecer do pneu furar na viagem, eu vou providenciar um step para o
meu carro.
Pessoas que se preocupam demais não vão além do primeiro passo.
Ex2: ficar ruminando indefinidamente sobre o que pode acontecer durante a viagem e não
tomar providências como no exemplo 1.
Estratégia segundo Borkovec:
Ensinar o cliente a diferença entre quando ele está só se preocupando e quando ele está de
fato planejando e resolvendo problemas.
Ensinar técnicas de resolução de problemas.
Depressão
Transtornos alimentares
T. controle dos impulsos
T. de ansiedade generalizada (preocupações intrusivas)
Experiências ou sensações subjetivas:
Nojo/ Disgust:
Alívio obtido com a execução do ritual perpetua a sua execução- reforço negativo.
Estratégia regular para lidar com medo e ansiedade.
Valida a crença: De fato havia uma ameaça e ela foi afastada porque fez a
compulsão.
Comportamentos evitativos ou Evitações
Situações de trabalho.
Dúvida em relação à fidelidade do parceiro.
Crianças que pedem para ouvir sempre a mesma história.
Coleções sem sentido.
Preocupações excessivas antes e depois do parto.
Passar constantemente a matéria antes da prova.
Revisar o que está dentro da mala mais de uma vez, ver o passaporte.
Mas...
Obsessões:
Contaminação/limpeza;
Dúvidas e verificações;
Pensamentos repugnantes- agressivos, sexuais e blasfemos;
Simetria/ ordem;
Acumulação compulsiva.
Críticas ao modelo dimensional
A comorbidade é alta.
Consequência do comprometimento causado pelo TOC nas atividades.
Pensamentos catastróficos, inadequados.
Se condenam: excesso de culpa e responsabilidade.
TOC X TAG
Preocupação excessiva.
Necessidade constante de verificar se tudo está bem.
Medo de que algo ruim possa acontecer com sua saúde, finanças, filhos, etc.
TAG não tem tantos rituais fantasiosos.
TOC X Fobias Específicas
Fobia a pequenos animais ou insetos faz com que a pessoa fique constantemente
vigilante.
Evita entrar em contato com o objeto ou com o local onde o objeto temido pode ser
encontrado.
Avaliação: