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INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS

DEPARTAMENTO DE ÁREAS ACADEMICAS IV


ENGENHARIA MECANICA

PROJETO DE UMA ESTEIRA INDUSTRIAL

OLAIR ROSA DE SOUZA JÚNIOR


WASHINGTON FELIPE
WESLEI RODRIGUES NIZ

Prof. Dr. Sergio Tino

GOIÂNIA, DEZEMBRO 2018


SUMÁRIO

1. INTRODUCAO……………………………………………………………………………………..3
2. OBJETIVOS………………………………………………………………………………………...4
3. DIMENSIONAMENTO DOS COMPONENTES………………………………………………....5
3.1 DIMENSIONAMENTO DO EIXO……………………………………………………..5
3.2 DIMENSIONAMENTO DA CORRENTE E COROA………………………………..7
4. CONCLUSÃO………………………………………………………………………………………12
5. BIBLIOGRAFIA…………………………………………………………………………………….12
1. INTRODUÇÃO

A história das esteiras transportadoras começa a partir do século XVII, na Inglaterra,


durante a primeira revolução industrial, não é possível atribuir o seu advento a apenas um
inventor ou à uma data específica. Nesse contexto, o ano de 1795 representa o momento em
que elas começam a ser um meio de transporte popular de materiais em grandes quantidades.
Porém é importante destacar que a fama deste produto aumentou de maneira significativa
quando o fabricante de automóveis Ford utilizou o equipamento de montagem de seus carros.
Por fim o produto se firmou no mercado no decorrer da segunda guerra, a partir da integração
das correias transportadoras sintéticas.

“Há um punhado de homens que conseguem enriquecer simplesmente porque prestam


atenção aos pormenores que a maioria despreza.” (Henrry Ford 1863-1947)

Mesmo vivendo no século 21 muitas pessoas não imaginam a importância de uma esteira
transportadora, ao longo dos anos esse equipamento tem sido fabricado e adaptado de acordo
com o segmento onde está empregada. As esteiras transportadoras são amplamentes
utilizadas em diversas atividades industriais, especialmente em transportes de grãos, produção
de cimento, fertilizantes, mineração e etc.

Figura 1: Exemplo de uma esteira industrial


Fonte: Internet

As esteiras são fabricadas sob medida para as empresas, visto que tamanho, forma e
materiais utilizados na construção precisam ser adequados a atividade de destino. As esteiras
podem ser projetadas para serem utilizadas em linhas de produção para transportes de
produtos, túnel de recolhimento ou em outros segmentos apenas para transporte entre os
setores.
2. OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo projetar, descrever e calcular o funcionamento de uma
esteira transportadora de latas de refrigerante com comprimento da esteira será de 2 metros.
Devido a leveza das latas, a carga gerada pelas mesmas não é relevante, portanto não será
considerada nos cálculos, a variável importantes será a velocidade, para evitar queda das
garrafas.

Figura 2: Desenho de uma esteira


Fonte: Internet

Um fato importante a ressaltar sobre a esteira transportadora é de que a velocidade de


transporte é uma variável importante para o seu funcionamento, pois é através da esteira que o
produto, no caso lata de alumínio de refrigerante, sairá de um processo de esterilização até o
próximo ponto de operação, em que ocorrerá o enchimento do líquido dentro da lata. Calcula-se
a velocidade da esteira para conciliar a quantidade de latas produzidas, pois uma vez que a
velocidade da esteira seja inferior, poderá ocorrer um engarrafamento de latas na saída da
máquina, prejudicando, assim, a produção do produto.
3. DIMENSIONAMENTO DOS COMPONENTES

3.1 DIMENSIONAMENTO DO EIXO

A princípio, foram utilizados os dados do motor:

● Torque do motor = 50 N/m


● Redutor 10:1
● Diâmetro da polia 1 = 70mm
● Diâmetro da polia 2 = 140mm

Após selecionar o motor elétrico foi feita a escolha do material. Por ser de custo menor e
fácil de ser encontrado foi optado pela utilização do aço ABNT 1050 com as seguintes
características:

● σadm = 56 N/m
● τadm = 26 N/m

A partir desses dados iniciou-se o cálculo do diâmetro do eixo:

Etapa 1: Encontrar o torque de saída:


M T f = M T m + iT Eq.1

M T f = Momento torque final


M T m =Momento torque do motor
iT = Relação de transmissão total

Substituindo na Equação 1:

M T f = 50.000 N
mm ( 140
70
x10)
M T f =1.000.000 N.mm

Etapa 2: Encontrando a força tangencial

2 MTf
F tg = DP 2 Eq.2

● F tg : Força tangencial
● DP 2 : Diâmetro da Polia 2

Então utilizando os dados disponíveis na Equação 3 obtemos a força tangencial,

F tg = 2 . 1000000
140
F tg = 14,286 N

Etapa 3: Encontrar o momento da força através da força tangencial


MF = FT × X Eq.3

● M F : Momento da força
● F T : Força tangencial
● X : Distância entre apoio

M F = 14, 286 × 100


M F = 1.428,6 N.mm

Etapa 4: Encontrar o momento ideal para o projeto utilizando a Equação 4,


2
Mi = Mf+ ( a
2 x MTf ) Eq.4

● M i : Momento ideal
● a: Coeficiente de Bach

σ adm
a= τ adm
Eq.5
a = 2, 5

M i = 1.250 N.mm

Desta maneira, com todos os dados obtidos, pode-se finalizar o dimensionamento do eixo
ao achar seu diâmetro mínimo para trabalho.

Etapa 5: encontrar o diâmetro do eixo.


Mi
Φ ≥ 2, 178 τ adm
Eq.6

● Φ : Diâmetro do eixo

É obtido o valor do diâmetro mínimo,

Φ ≥ 89, 6784 mm

Para facilitar a compra do eixo o diâmetro mínimo do eixo de transmissão será de 90


mm.
3.2 DIMENSIONAMENTO DA CORRENTE E DA COROA

O estudo do projeto tem como modelo uma esteira transportadora de latas de refrigerante.
Os dados técnicos da esteira fornecidos pela empresa Coca cola é de que a máquina tem a
capacidade de produção de 40.000 latas por hora. Com essa informação será calculado a
velocidade em metros por minutos que a esteira transportará as garrafas.

V = 40000 / hora => V = 400000 / 60 => V = 666,66 latas/min Eq.7

Uma lata tem aproximadamente 60 milímetros de diâmetro. (Dado fornecido pelo


fabricante). Logo:

666,66 x 0,06 = 40m

Como 666,66 latas tem a equivalência de 40 metros, a equação (7) pode ser substituída
pela formulação acima e assim encontrar a velocidade da esteira.

V = 40 m/min

A esteira transportadora será feita com chapas ligadas na corrente conforme o desenho (1)
mostra. Com isso, descobrindo a velocidade da corrente, terá o valor da velocidade da esteira
transportadora de garrafa.

Figura 2: À esquerda vista frontal da esteira projetada. A direita, vista da corrente utilizada.
Fonte: Internet
Com isso a velocidade em m/min e:

V = N.pc.n Eq.8

● V : velocidade da corrente
● N : número de dentes da roda dentada,
● pc : passo da corrente, em metros,
● n : velocidade de rotação da roda denteada, em rpm.

Para resolver a equação (8) precisa-se calcular o número de dentes, e o passo


da corrente, uma vez, que já temos a rotação da roda denteada. A rotação da roda
denteada (coroa) é fornecida pelo dimensionamento do eixo do motor. Neste trabalho foi
projetado um motor com uma potência de 15 kW de entrada e 7, 5 kW na saída do eixo e
uma rotação de 590 rpm.
Por sua vez a coroa é acoplada no eixo e sua rotação também é a mesma do eixo,
com isso temos que a rotação da coroa é de 580 rpm. Porém para efeitos de cálculos
será aproximado a rotação de 580 rpm para 600 rpm, cujo é o valor fornecido na tabela de
velocidade angular da roda denteada.
Com o valor da potência e da rotação encontrados no dimensionamento do eixo,
consegue-se encontrar o número da corrente ANSI pela tabela abaixo.
A tabela abaixo (tabela 1.1) foi reconstruída para melhor visualização dos valores
estudados. A tabela 1.1 completa pode ser encontrada no livro Elementos de máquinas 2
– JOSEPH ED. SHIGLEY.

Tabela 1.1 – Capacidade de Potência para Correntes de fileiras Simples (KW)


Com um valor de 600 rpm e um valor mais próximo de 7,5 KW, encontrou-se um
valor de 6,18 KW, ou seja, o número da corrente para esse estudo é de número 60.
Da mesma forma que na tabela 1.1, a tabela 1.2 foi reconstruída para melhor
visualização dos termos estudados. A tabela 1.2 completa pode ser encontrada no livro
Elementos de máquinas 2 – JOSEPH ED. SHIGLEY.

Tabela 1.2 – Dimensões da Padronização para Corrente de Transmissão (Fileira Simples)

Com o valor encontrado na tabela, a corrente número 60 tem a seguinte


característica:
pc = 19,05 mm
Com o valor do passo da corrente é possível calcular o diâmetro primitivo da coroa
pela tabela 1.3. Procede-se da seguinte forma: determinado o número de dentes, verificase
na tabela 1.3 o fator X correspondente, multiplica-se o passo da corrente pelo fator e
teremos o diâmetro primitivo, na mesma unidade do passo.
Tabela 1.3 Diâmetro primitivo de engrenagens pela multiplicação do passe pelo fator X.

Assim:

Φ p = pc x Eq.9

● Φ p = diametro primitivo.
O número de dentes da coroa para este projeto foi determinado em 13 dentes, pois
de acordo com a literatura, para o funcionamento suave em velocidades baixas é
considerado aconselhável o uso de uma roda com, no mínimo de dentes possível.
Pela tabela 1.3 vemos que com 13 dentes o fator X vale = 4,179, com isso, o
diâmetro primitivo da coroa acionadora é:

Φ p = 79,6 mm

Com o número de dentes da coroa já definido, o passo da corrente e a rotação da coroa,


consegue-se calcular a velocidade da corrente. Com isso a equação (10) é reescrita
Abaixo:

Φ p = Npc n Eq.10

Temos:

V = 143,64 m/min

O valor real da velocidade da esteira é de aproximadamente 58 m/min muito


inferior ao valor calculado pelo projetista.
58m/min < 143 m/min
Para adequar a velocidade da esteira do projeto para ficar próximo do valor
verídico, será necessário colocar uma redução na saída do motor para reduzir a
velocidade da esteira, sendo assim Utilizando uma caixa de redução de 3:1 temos que. A nova
rotação do projeto é de;

Rpm = 580/3 = 193,3 rpm

Como a potência do eixo se mantém a 7, 5 kW pela tabela 1.1 teremos um novo


valor para o número da corrente. Com um valor próximo de 7,5 kW de potência temos
que a corrente mais próxima é a de 80 e com 200 rpm.
Na tabela 1.2. Obteremos o passo da corrente ANSI 80 que é igual a 25,4 mm. Já
na tabela 1.3. teremos o mesmo valor do fator X (já que a quantidade de dente irá manter
igual a 13 dentes) e consequentemente um novo valor do diâmetro primitivo do pinhão, o
diâmetro primitivo é calculado de acordo com a equação abaixo.
Assim substituindo os termos:

Φ p = 104,6mm

Com o número de dentes do pinhão já foi definido, o passo da corrente e a rotação


do pinhão, consegue-se calcular a velocidade da corrente. Com isso a equação (10) é
reescrita abaixo.
Assim:

V = 62,9 m/min

O valor calculado de 62,9 m/min é muito próximo do valor real encontrado.


62,9 m/min ≅ 58,3 m/min.
Cálculo para a construção da coroa acionadora.
Como foi calculado o diâmetro primitivo do pinhão na equação (11) e repetindo
ela abaixo, conseguimos calcular o seu diâmetro externo.

Φ e = m (2+n) Eq.11

Onde:
● Φ e = diametro externo
● m = módulo da engrenagem
Para calcular o módulo é necessário dividir o diâmetro primitivo pelo número de
dentes conforme mostra a equação (12)

M = Φ p/N = 8 Eq.12
Com o valor do módulo obtido e calculado na equação (3.16) obteremos o diâmetro
externo do pinhão.
Φ e = 120mm
Como necessitou de uma caixa de redução (3:1) a engrenagem acionada que será
chamada de coroa, tem o seu diâmetro primitivo calculado em cima do triplo de dentes do
pinhão. Sendo assim de acordo com a tabela 1.3 o valor do fator X é de 12,428 para um
número de 39 dentes (13 x 3).
Com isso:

Φ p = 311 mm
Φ e = 328 mm
4. CONCLUSÃO

Foi possível conhecer o passo a passo para o dimensionamento de uma esteira e seus
componentes, bem como compreender sua história e sua importância para vários processos
industriais utilizados atualmente.
O trabalho realizado foi proveitos para os alunos, sob a perspectiva que as informações
necessárias para o desenvolvimento desse projeto foram pesquisadas e reunidas utilizando
normas, livros e exemplos de trabalhos similares.

5. BIBLIOGRAFIA

Neto I. M. C., ESTEIRA CONTADORA DE PEÇAS:


http://www.educatronica.com.br/excute/Monografias%2039%C2%AA%20EXCUTE/Mecatr
%C3%B4nica/Esteira%20Contadora%20de%20Pe%C3%A7as.pdf < Acesso: 16 de julho
de 2018 >

R. A. B. Rodrigues, J. Medeiros, A. Bittencourt, DESENVOLVENDO UMA ESTEIRA


TRANSPORTADORA DIDATICA
:http://propi.ifto.edu.br/ocs/index.php/connepi/vii/paper/viewFile/3430/2460 < Acesso: 16 de
julho de 2018 >

D. F. Gomes, F. Li I. Reginato, J. M. Stumpf, O. M. Júnior, R. Tanuri, T. M. Ventura, ESTEIRA


TRANSPORTADORA AUTOMATIZADA:
https://pt.scribd.com/document/264847407/FATEC-SP-Esteira-TransportadoraAutomatizada
< Acesso: 16 de julho de 2018 >

Budynas,R. Keith, J. Elementos de Máquinas de Shigley. 10º.ed.2016 < Acesso: 16 de


julho de 2018 >

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