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TRATAMENTO

DE RESÍDUOS
Troca Iônica e Tratamentos
Eletroquímicos
TROCA IÔNICA
• Troca iônica é um processo unitário onde íons de uma determinada carga
presentes em uma solução são adsorvidos em um material sólido, sendo
substituídos em quantidades equivalentes por outros íons de mesma carga
liberados pelo material sólido.
• A troca iônica envolve processos químicos que podem ser divididos em três
categorias:
• Substituição;
• Separação;
• Remoção.
TROCA IÔNICA
• Operação:
• Regime estático;
• Processo contínuo
• Paralelo: há a possibilidade de se regenerar uma das colunas enquanto se utiliza a
outra;
• Série: As segundas colunas atuam como polimento das primeiras.
• Resinas de troca iônica: (Fonte: MetCalf & Eddy) TROCA IÔNICA
Tipo de Resina Características

As resinas catiônicas fortemente ácidas se comportam de maneira similar a um ácido forte e


Catiônica
são altamente ionizadas, tanto na forma ácida (R- SO3H) como na de um sal (R-SO3Na), em
fortemente ácida
uma ampla faixa de valores de pH.
As resinas catiônicas fracamente ácidas apresentam um grupo funcional de um ácido fraco
Catiônica
em sua estrutura, geralmente um grupo carboxílico (- COOH). Essas resinas se comportam
fracamente ácida
como ácidos orgânicos que são fracamente dissociados.
As resinas aniônicas fortemente básicas são altamente ionizadas, apresentando, em sua
Aniônica fortemente estrutura, grupos funcionais de uma base forte, como (OH-), e podem ser utilizadas em uma
básica ampla faixa de pH. Essas resinas são utilizadas na forma de hidróxido (OH-) para a produção
de água desmineralizada.
Aniônica Resinas aniônicas fracamente básicas têm um grupo funcional de uma base fraca, cujo grau
fracamente básica de ionização depende do valor do pH.
As resinas quelantes comportam-se como uma resina catiônica fracamente ácida, mas
Quelantes seletivas, apresentam alto grau de seletividade para cátions de metais pesados. O grupo funcional
para metais pesados presente na maioria das resinas deste tipo é o EDTA, e a estrutura da resina na forma sódica é
R- EDTA- Na.
TROCA IÔNICA
• Resinas catiônicas fortemente ácidas:

• Resinas catiônicas fracamente ácidas:

• Resinas aniônicas fortemente básicas:

• Resinas aniônicas fracamente ácidas


TROCA IÔNICA
• A capacidade de troca da resina é expressa em equivalentes por medida
de massa ou por unidade de volume.
• Fabricantes de resina fornecem dados padrões e curvas para cada tipo de
resina.
• O ciclo de troca iônica é dividido em quatro estágios básicos:
• Exaustão;
• Retrolaavagem;
• Regeneração;
• Lavagem;
• Descarte.
TROCA IÔNICA
• Aplicações
• Reduzir resíduos iônicos líquidos gerados no processo industrial.
• Indústria galvânica e de circuitos impressos.
• Remoção de nitrogênio.
• Remoção de sólidos dissolvidos totais.
Efluentes com altas concentrações de SST podem resultar na
obstrução dos poros dos leitos de resina, resultando no
aumento da perda de carga e em uma operação ineficiente.
Por outro lado, efluentes com elevada concentração de SDT
podem exigir volumes elevados de resina ou maior frequência
de regeneração dos leitos, o que também é um problema.
Compostos orgânicos residuais presentes nos efluentes
tratados por sistemas biológicos podem resultar na agregação
das resinas e no desenvolvimento de biofilme. Para que o
processo de troca iônica possa ser aplicado no tratamento de
efluentes, um sistema de pré-tratamento para a clarificação
do efluente é necessário.
TRATAMENTOS ELETROQUÍMICOS
• Tratamentos eletroquímicos se baseiam na aplicação de um campo
elétrico entre anodos e catodos constituídos de materiais específicos para
cada tecnologia e tipos de substâncias que ser remover:
• Eletrocoagulação;
• Eletroxidação;
• Eletro-peroxicoagulação.
ELETROCOAGULAÇÃO
ELETROCOAGULAÇÃO
• No ânodo:
M(s) → M(aq)n+ + ne-
2H2O(l) → 4H(aq) + + O2(g) + 4e-
• No cátodo:
M(aq)n+ + ne- → M(s)
2H2O(l) + 2e- → H2(g) + + 2OH-
ELETROCOAGULAÇÃO
• Para um eletrodo de alumínio:
• No anôdo, oxidação do alumínio sólido:
Al → Al(aq)+3 + 3e-
• Solvatação do cátion:
Al(aq)+3 + 6H2O → Al(H2O)6+3
• Formação do agente coagulante:
Al(H2O)6+3 → Al(OH)3(s) + 3H+ + 3H2O
• Reações secundárias:
nAl(OH)3 → Aln(OH)3(s)
ELETROCOAGULAÇÃO
• Fofatos, 100

• Fenóis,
80
• Cianetos,
• Fluoretos, 60

Dt(%)
Bruto
• Separação de emulsões oleosas, 5 min
10 min

• Melhora na taxa DBO/DQO.


15 min
40 30 min
45 min
60 min
75 min
20 90 min
105 min
120 min
Glicose

0
0 5 10 15 20 25 30
Tempo (dias)
ELETROCOAGULAÇÃO
• Parâmetros que afetam o processos de Composição do lodo de eletrocoagulação

eletrocoagulação: % Massa
Elemento
• Material do eletrodo; 5 min 120 min
• pH inicial; C 43,62 46,32
• Distância entre os eletrodos; O 37,32 22,14
Na 0,53 0,48
• Condutividade da solução;
Mg 0,24 0,07
• Densidade de corrente elétrica.
Al 10,84 4,77
Si 0,75 0,75
Cl 4,32 7,84
K 0,63 2,18
Ca 0,17 0,7
Fe 1,59 14,75
Total 100 100
ELETROXIDAÇÃO
• O material do eletrodo geralmente é recoberto com metais nobres que possuem
propriedades catalíticas que permitem oxidar os contaminantes por contato direto
com o anodo, como por oxidação do meio ao gerar ácido hipocloroso,
persulfatos, hidroxilas, ozônio, etc.
• Eletroxidação do cloro:
2Cl- → Cl2 + 2e-
6HOCl + 3H2O → 2ClO3- + 4Cl- +12H+ +3/2O2 + 6e-
2H2O → O2 + 4H+ + 4e-
Cl2 + H2O → HOCl + H+ + Cl-
HOCl → H+ + OCl-
• Reações catódicas:
2H2O + 2e- → 2OH- + H2
OCl- + H2O + 2e- → Cl- + 2OH-
ELETRO-PEROXICOAGULAÇÃO
• Eletrodo de Ferro;
• Reação Fenton.
TRATAMENTO
DE RESÍDUOS
Tratamento Biológico
TRATAMENTO BIOLÓGICO
• Objetivos:
• Remoção de conteúdo orgânico dos despejos;
• Remoção de nutrients, tais como nitrogenio e fósforo;
• Redução parcial ou total de determinados compostos organicos de natureza
toxica.
TRATAMENTO BIOLÓGICO
• As formas Segundo as quais se subdivide o processo biológico de
depuração são:
• Processos aeróbios;
• Processos anóxicos;
• Processos anaeróbios.
TRATAMENTO BIOLÓGICO
• Crescimento suspenso

• Crescimento aderido
TRATAMENTO BIOLÓGICO
TRATAMENTO BIOLÓGICO
• Microrganismos
• Procariontes:
• Bactérias
• Algas azuis
• Cianoficeas
• Eucariontes:
• Fungos,
• Protozoários,
• Algas unicelulares
TRATAMENTO BIOLÓGICO
• Bactérias
• Unicelulares;
• Procarióticos;
• Formas esféricas, cilíndricas ou helicoidais;
• Dimensões: 0,5 a 15 μm;
• pH ótimo para desenvolvimento: entre 6,5 e 7,5;
• Reprodução: fissão binária;
• Composição: 80% água, 20% matéria seca
• C5H7O2N Temperatura (°C)
Tipo
Faixa Ótimo
Psicrofilicas -10 a 30 12 a 18
Mesofilicas 20 a 50 25 a 40
Termofílicas 35 a 75 55 a 65
TRATAMENTO BIOLÓGICO
• Protozoários
• Unicelulares;
• Eucariontes;
• Parede cellular frequentemente ausente;
• Maioria heteretrófica e aerobia estrita;
• São usualmente maiores que as bactérias;
• Classificação pela locomoção:
• Amebas;
• Flagelados;
• Ciliados

https://www.youtube.com/watch?v=lNZdhUm2YNc
TRATAMENTO BIOLÓGICO
• Fungos
• Formam uma massa filamentosa: Micélio
• Rotíferos
• Sua presença na biomassa indica um estágio mas avançado no processo de
depuração biológica.
• Algas
• Produzem oxigênio por fotossíntese
TRATAMENTO BIOLÓGICO

• Mecanismos de decomposição da matéria


orgânica:
• Respiração Aeróbia:
• Receptor de hidrogênio é o oxigênio molecular;
• Produz gás carbônico e água
• C6H12O6 + 6O2 → 6CO2 + H2O + 673 kcal
• Respiração Anaeróbia:
• O receptor de hidrogênio não é o oxigênio;
• Produtos da reação são metano e gás carbônico.
TRATAMENTO BIOLÓGICO
TRATAMENTO BIOLÓGICO
• Floculação biológica:
• Os microrganismos se organizam
em uma unidade estrutural que é
capaz de se separar do líquido por
sedimentação.
TRATAMENTO BIOLÓGICO
• Floculação Biológica:
• A matéria orgânica é adsorvida pelo
floco,
• O material particulado é hidrolisado por
exoenzimas,
• As vezes o meio líquido não está
desprovido de oxigênio, mas o interior do
floco estará.
• Hipótese: bactérias filamentosas exerçam
a função de matriz estrutural

https://www.youtube.com/watch?v=oS8aN0Q2oNQ
TRATAMENTO BIOLÓGICO
• Equilíbrio entre organismos filamentosos e formadores de floco: Boa
decantabilidade e adensabilidade do lodo;
• Predominância dos organismos formadores de floco: Há insuficiente rigidez
no floco, gerando um floco pequeno e fraco, com má decantabilidade.
• Predominância dos organismos filamentosos: Os filamentos se projetam para
fora do floco, impedindo a aderência de outros flocos. Assim, após a
sedimentação, os flocos ocupam um volume excessivo, que pode trazer
problemas na operação do decantador secundário, causando a
deterioração da qualidade do efluente final. Tal condição é denominada
intumescimento do lodo.

https://www.youtube.com/watch?v=Aa9ugDG8IDQ
TRATAMENTO BIOLÓGICO
• Biofilme em sistemas de crescimento aderido
• Imobilização: Aderência de microrganismos
em um suporte sólido ou suspenso.
TRATAMENTO BIOLÓGICO
• Biofilme fino:
• Não cobre toda a superfície do meio suporte;
• O crescimento bacteriano se dá segundo a taxa logarítmica;
• Todos os microrganismos crescem nas mesmas condições
TRATAMENTO BIOLÓGICO
• Biofilme intermediário:
• A espessura da camada ativa permanece inalterada, independentemente do
aumento da espessura total do biofilme;
• Caso o suprimento de matéria orgânica seja limitado, os microrganismos
assumem um metabolismo suficiente apenas para sua manutenção, não
havendo crescimento bacteriano;
• Caso o suprimento de matéria orgânica seja inferior aos requisitos para
manutenção, a espessura do biofilme torna-se menor.
• Biofilme espesso:
• O crescimento microbiano é contraposto pelo próprio decaimento dos
organismos, pelo consumo por outros organismos e pela tensão de
cisalhamento;
• Partes do biofilme podem ser desalojadas do meio suporte.
TRATAMENTO BIOLÓGICO

Crescimento disperso Crescimento aderido

• O tempo de detenção • Tempo de detenção


hidráulica tem que de ser hidráulica pode ser menor do
maior do que o tempo para que o tempo de geração
geração de novas células. celular.
• Microrganismos só podem ser • Concentração de biomassa
reutilizados se tiver ativa pode ser superior.
recirculação da biomassa. • Microrganismos
continuamente reutilizados.
QUESTÃO 01
Sobre os tipos de crescimento e sustentação da biomassa no tratamento biológico dos esgotos, marque a alternativa
correta.
I – O crescimento disperso é quando a biomassa cresce de forma dispersa no meio líquido e possui estrutura de sustentação
como um material sólido.
II – O crescimento aderido é quando a biomassa cresce aderida a um meio suporte, formando um biofilme. O meio suporte
pode estar imerso no meio líquido, ou receber descargas contínuas ou intermitentes de líquido. A matriz do meio suporte
pode ser um material sólido natural ou artificial ou constituído pela própria biomassa aglomerada.
III – O floco biológico, característico do tratamento por lodos ativados, apresenta uma estrutura heterogênea que contém
material orgânico adsorvido, material inerte dos esgotos, material microbiano produzido para a matriz, células vivas e
mortas.
IV – A imobilização é a aderência de microrganismos a um suporte sólido ou suspenso. A imobilização apresenta a
desvantagem de que uma elevada concentração de biomassa pode ser retida em um reator por elevados períodos de
tempo e considera os estágios de formação do biofilme (fina, intermediária e elevada). Os sistemas com biofilme
apresentam como características a coexistência entre condições aeróbias, anóxicas e anaeróbias.
A) As alternativas I e IV estão corretas.
B) As alternativas II e IV estão corretas.
C) As alternativas II e III estão corretas.
D) As alternativas I e III estão corretas.
E) As alternativas III e IV estão corretas.
TRATAMENTO BIOLÓGICO
• Representação da biomassa
• A unidade de massa das células microbianas é normalmente expressa em
termos de sólidos em suspensão (SS).
• Matéria orgânica: SSV
• Durante a morte de células, ocorre a lise celular com a liberação de materiais
celulares no líquido, para o consumo de outras bactérias. Uma porção da
massa celular (paredes da célula) não se dissolve, permanecendo no sistema
como matéria particulada não biodegradável. O material não biodegradável
remanescente é designado como resíduo celular e representa
aproximadamente 10 a 15% do peso original da célula. O resíduo celular é,
também, medido como SSV e contribui para a concentração de SSV total.

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