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Atividade avaliativa - Teoria Social Contemporânea

Nome: ​Leonardo de Oliveira Dias ​Curso: ​Administração ​Turno: ​Integral ​R.A: ​150831

1. Quais são os elementos listados por Harvey para entender o declínio dos
sindicatos com o fim do fordismo?

Os elementos são:
1. O desemprego: Com a grande competição internacional, que se deu com a
recuperação do Japão, do sudoeste da Ásia e da europa ocidental os americanos
contraíram diversos problemas fiscais, pois aqueles países e continentes continham
uma grande produção industrial. Eles deixaram de ser consumidores dos EUA e
passaram ser produtores, deixando o mercado mais acirrado e competitivo. Nessa
época se iniciaram os negócios de substituição de importação entre os países
subdesenvolvidos, no sul da américa. Ao mesmo tempo com o sudoeste asiático
eles começaram a se introduzir na concorrência internacional através de trabalhos
mais inferiores.

2. Inflação: A política keynesiana com suas práticas de emissão de moeda, para acatar
o estado americano contribuiu muito para tal inflação. de 1965 - 1973 o
keynesianismo se mostrou incapaz de lidar com os problemas que o capitalismo
estava apresentando. Assim como o sistema fordista, pois esse demonstrava uma
certa complexidade em sua disposição de capitais em grande escala.

3. Crise do petróleo/Estagflação: Em 1973, a OPEP aumentou de modo considerável o


preço do petróleo e os árabes meio que impedem a exportação para o ocidente.
Com os custos de produção elevados, ocorre a estagnação dos países capitalistas.

Essas coisas, juntamente com outros problemas, contribuíram para que o poder
sindical diminuísse de maneira considerável. A subcontratação ( meio que uma
terceirização), permitia que fossem feitos contratos e acordos entre as empresas e
os funcionários, de maneira mais flexível, fazendo com que as contratações
pudessem acontecer de maneira fácil e rápida, sem tanta burocracia envolvida.
Entretanto, a demissão desses trabalhadores era muito rápida também e menos
custosa, por seu caráter simples e objetivo. E com isso, por não existir uma relação
plena entre empregado e empregador, a contribuição sindical sofre um impedimento
no que se diz respeito ao exercício de sua função.
2. Que tipo de fenômenos culturais você associa ou poderia apresentar como
exemplos da subjetividade pós-moderna, tal como apresentada por Stuart
Hall?

A identidade do sujeito dono de si ( autônomo ) e centrado, que é denominado


sujeito do iluminismo, sofreu uma transição sendo substituída por um sujeito mais
interativo, um sujeito que não tem o seu próprio “ eu “ como algo suficiente, mas se
relaciona com a sociedade. Este sujeito é conhecido como o sujeito sociológico. E
por último, temos o sujeito pós moderno, que se apresenta num aspecto sem
identidade permanente, mas com identidade móvel, um sujeito totalmente
fragmentado, onde ele exerce em diferentes situações uma identidade coerente com
a situação que ele está envolvido. Este sujeito nos leva a entender a identidade fixa
e permanente como algo “ anormal “ e ultrapassado, como algo inaplicável na atual
sociedade. A principal diferença entre as sociedades, entre os povos antigos e os
modernos é a mudança constante que os povos modernos reproduzem.
Essa ruptura com aquilo que é tradicional existe, pois a necessidade na
modernidade de se ter vários tipos de identidades é criada e os sujeitos modernos
passam a viver em função disso, com práticas reflexivas, ao oposto das sociedades
antigas/tradicionais, que viviam em função das experiências passadas conservando
as práticas e hábitos que eles julgam ser justos e dignos de repetição, de
conservação.

3. Por que Graeber afirma que o escambo era uma prática mais comum entre tribos e
ou grupos desconhecidos do que entre conhecidos? De que modo essa afirmação se
encaixa no argumento do autor em torno da origem do dinheiro?

Graeber afirma isso, pois ele procura derrubar a teoria que os economistas apresentaram
sobre a economia como disciplina e sobre o escambo, o crédito e a moeda. Os
economistas tinham em suas teorias que o crédito veio a ser usado como recurso
econômico depois do dinheiro. Ou seja, segundo essa teoria, primeiro veio o dinheiro e
depois o crédito chegou a ser utilizado. Entretanto, Graeber mostra justamente o contrário
dessa teoria, pois em seus argumentos ele justifica com argumentos reais (fatos históricos)
que o crédito veio primeiro e depois o dinheiro.
Ele dá alguns exemplos sobre como o escambo era utilizado como prática entre as tribos ou
grupos desconhecidos. Primeiro ele demonstra que as palavras “ troca e escambo “ teriam
um sentido, em algumas línguas, de trapaça, tirar vantagens e engano. Então, isso já nos
leva a pensar que determinados grupos que realizavam essas práticas, tinham como
objetivo seu bem estar, através de vantagens na aquisição de troca produtos feitas pelo
escambo. Vantagens sobre outras pessoas, sobre o parceiro da troca. Se esse parceiro
fosse um vizinho ou alguém de sua tribo ( ou grupo ), seria mais difícil realizar a transação,
pois de maneira ética e honesta ele não iria se interessar em agir de maneira injusta ou
antiética com o seu parceiro de tribo/grupo. Não teria lógica ele querer tirar vantagem em
cima dessa pessoa que, segundo Graeber, poderia ser um amigo ou até um vizinho seu.
Mas, se as pessoas com quem ele realizasse a troca fossem pessoas desconhecidas,
pessoas que ele nunca mais veria na vida outra vez, seria mais fácil e prático realizar essa
transação.
Ele também acaba mostrando através de dois exemplos que Adam Smith estava
equivocado no que se diz respeito a “dupla coincidência de desejos“, pois era comumente
possível que uma pessoa “doasse” algo para a outra ( sendo elas do mesmo território),
mesmo sem que a outra pessoa pudesse dar aquilo que ela precisava em troca. Não
necessariamente ele deveria receber a “dívida” logo em seguida, mas poderia receber
depois. Nesse caso só existe o desejo de um de receber algo, e o outro que emprestou,
pode não estar precisando de nada naquele momento, mas, posteriormente possa ser que
ele precise. Logo, observa-se, nesse exemplo, que não é necessário que ambos tenham o
desejo, naquele momento, por mercadorias.

4. De que modo a compreensão do trabalho como capital humano altera a


compreensão sobre o desenvolvimento econômico?

De modo muito significante, pois Foucault nos leva a compreensão de que o capital humano
é fruto do sistema econômico Neoliberal, onde este apresenta um viés qualitativo e esse
viés, está ligado às capacidades e habilidades que os indivíduos possuem que são postas a
serviço dele mesmo para obter uma determinada renda. E esses geradores de renda
(capacidades e qualidades), são denominados capital humano. Foucault vai dizer que o
trabalhador é como uma máquina ( no regime Neoliberal ), pois produz renda ao longo de
toda sua vida.
Mas o pulo do gato do regime Neoliberal, segundo Foucault, é que o trabalhador passa a
ser considerado uma empresa, que injeta seu próprio capital. Ele usa o termo “indivíduos
que são empresários de si próprios”. Daí, eu acredito que a compreensão sobre o
desenvolvimento econômico é alterada, pois os indivíduos, como empresários, precisam se
aprimorar, precisam buscar formas de aperfeiçoar seus conhecimentos e habilidades, para
que ele possa produzir mais e mais de maneira que ele aprimore seu capital humano. Isso,
obviamente, gera uma competição, entre os indivíduos, que sempre estarão tentando
superar um ao outro, no conhecimento e habilidade, para que o seu capital humano seja o
melhor. A concorrência é vasta nesse caso, pois todos desejam um salário maior. E ainda
existe a questão familiar, aqueles que nascem numa família mais estruturada, já está num
outro patamar, quando comparados às pessoas que descendem de famílias menos nobres
e mais simples ( pobres, com pequenas condições ). Tudo isso altera o desenvolvimento
econômico, pois as pessoas que estão em constante busca de capital utilizam instrumentos
para alcançar isso, e muitas vezes esses instrumentos são custosos, levando aqueles que
são chefes desses instrumentos a ganharem um bom capital e ao mesmo tempo enriquecer
outros com habilidades e conhecimentos, para que estes possam um dia adquirir mais
capital para suas “ empresas “. Isso faz o capital estar num giro frenético na sociedade,
levando ao desenvolvimento econômico, apesar das vantagens e desvantagens do sistema
Neoliberal.

5. O que é trabalho para Marx? Qual é a crítica que ele faz à forma com que o
capitalista se apropria do mesmo?
Marx observa o trabalho como sendo uma forma interativa entre o ser humano e a natureza,
onde as composições deste último são alteradas a fim de se alcançar um determinado fim.
O trabalho é como o homem se apropria dos recursos da natureza em busca de satisfazer
suas próprias necessidades. Olhando por essa perspectiva, só pode ser considerado
trabalho de fato, aquilo que tenha uma relação com a natureza e de forma consequente,
esse trabalho só seria produtivo se formasse um produto.
Essa definição de trabalho por Marx, é considerada uma forma abstrata de se pensar, pois
dentro do regime capitalista, algumas coisas mudam. Nas sociedades antigas, a divisão do
trabalho era vista como algo natural, entretanto, sobre a percepção capitalista, isso muda. O
capital passa a ser valorizado e a produção de valores de troca, entram em jogo. Numa
relação de trabalho e capital, o trabalhador é afastado dos meios de produção e faz da sua
força de trabalho o único meio de se reproduzir, sua força de trabalho ganha status de
mercadoria. O trabalho acaba sendo coagido, na economia capitalista, a reproduzir
vastamente, dando maior poder econômico e político aos capitalistas ( os detentores dos
meios de produção ), enquanto a maior parte da população que está separada dos meios
de produção e de subsistência, é obrigada a se submeter ao trabalho, como forma única de
sobrevivência.

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