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DETERMINAÇÃO DA

RESISTÊNCIA INTERNA DAS


CÉLULAS DE UM PACK
Baterias de Tração - Laboratório

Carlos Campos – Luís Gaspar – Mafalda Fernandes


Pós-Graduação em Motorização de Veículos Elétricos e Híbridos – março 2020
Baterias de Tração - Laboratório

Índice
TRABALHO PRÁTICO ............................................................................................................................................ 2
DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA INTERNA DAS CÉLULAS DE UM PACK............................................................. 2
1. Objetivo ....................................................................................................................................................... 2
1.1. Introdução – Conceitos fundamentais .................................................................................................... 2
2. Realização Experimental.............................................................................................................................. 3
2.1. Material Necessário:................................................................................................................................ 3
2.2. Procedimento: ......................................................................................................................................... 3
2.3. Cálculo da Resistência Interna ................................................................................................................. 7
2.4. Estimativa da capacidade retirada do pack: ............................................................................................ 8
3. Interpretação dos Resultados...................................................................................................................... 9
4. Instrumentação ......................................................................................................................................... 12
5. Conclusão: ................................................................................................................................................. 13
6. Anexo 1- Especificações técnicas das células testadas: ............................................................................ 14

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TRABALHO PRÁTICO

DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA INTERNA DAS CÉLULAS DE UM PACK

1. Objetivo
Este trabalho pretende demonstrar a importância da resistência interna nas células,
e suas consequências no pack de baterias de química à base de lítio.

1.1. Introdução – Conceitos fundamentais


A tensão elétrica medida nos terminais de uma célula, ou de um pack, sofre uma
queda quando ligada a um circuito e passa a fornecer corrente elétrica. Essa queda
é tanto maior, quanto maior for a corrente fornecida ao circuito. Os efeitos dessa
queda, são semelhantes aos de uma resistência em série com a bateria, designada
por resistência interna da bateria.

A resistência interna é um parâmetro importante, uma vez que condiciona o seu


desempenho, ou seja, o nível de transferência de energia, cortando o fluxo de
energia da célula ao atingir um dos seus limites de tensão, superior na carga ou
inferior na descarga, impedindo de ser usada em ciclos profundos, por exemplo,
como bateria de tração.

O aumento da resistência é função do envelhecimento, mesmo respeitando a


profundidade de descarga (DOD) recomendada no seu ciclo de funcionamento
(Duty Cycle). Quando acontece, é irreversível a oxidação da célula que origina a falha
por aumento da resistência interna.

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2. Realização Experimental

2.1. Material Necessário:


Circuito constituído 4 células SP-LFP100AHA - LiFePO4 (3.2V / 100Ah), 4
multímetros na função de voltímetro, pinça amperimétrica, 3 reóstatos de 1Ω e 1
de 3Ω, fonte de alimentação estabilizada de corrente ou tensão, etc.

Figura 1 – Montagem experimental para medição da resistência interna.

2.2. Procedimento:
Depois de ser montada a série de 4 células, ligados os reóstatos em paralelo,
aparelhos de medida, etc., efetuou-se uma pequena carga no pack em corrente
constante.

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As medições das tensões nas quatro células começaram no minuto zero em OCV, e
depois com uma corrente de descarga (≈0,43C) foram realizadas durante 50
minutos, seguidos de 5 minutos de relaxamento em OCV, e depois um pequeno
carregamento para se verificar a recuperação de tensão nas células. Os resultados
são apresentados na figura 2

TENSÕES (VOLTS)
[MINUTOS] CORRENTE [A]
CÉLULA 569 CÉLULA 721 CÉLULA 722 CÉLULA 729

0 0,00 3,369 3,557 3,545 3,505


1 42,5 3,233 3,282 3,289 3,277
2 42,5 3,227 3,271 3,279 3,269
3 42,5 3,224 3,268 3,276 3,266
4 42,5 3,223 3,268 3,276 3,265
5 42,6 3,222 3,266 3,275 3,264
6 42,6 3,221 3,266 3,274 3,264
7 42,6 3,218 3,265 3,273 3,263
8 42,6 3,218 3,264 3,273 3,263
9 42,7 3,217 3,264 3,272 3,262
10 42,7 3,216 3,263 3,272 3,262
11 42,8 3,215 3,262 3,272 3,261
12 42,8 3,215 3,262 3,271 3,261
13 42,8 3,215 3,261 3,27 3,26
14 42,8 3,215 3,26 3,27 3,26
15 42,9 3,216 3,26 3,269 3,259
16 42,9 3,215 3,259 3,269 3,259
20 42,8 3,212 3,257 3,266 3,257
25 42,9 3,204 3,253 3,263 3,253
30 42,9 3,206 3,25 3,26 3,25
35 43,0 3,191 3,247 3,256 3,246
40 43,0 3,193 3,245 3,253 3,243
50 43,0 3,175 3,241 3,249 3,239
55 0,00 3,276 3,294 3,3 3,292
56 40,6 3,383 3,351 3,356 3,352
Estágio final
2,35 1,23 1,19 1,23
Resistência Interna (mΩ)

Figura 2 – Tabela de resultados experimentais nas células.

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Na figura 3 representa-se o gráfico de descarga das células, fornecido pelo


fabricante, pretende estimar o estado de carga (SOC).

Figura 3 – Gráfico de descarga das células, segundo o fabricante

Na figura 4 apresenta-se uma ampliação do estado inicial de carga

Figura 4 – Pormenor da tensão na célula no início da descarga, na sua capacidade nominal.

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Usando uma interpolação linear como método de aproximação, podemos inferir que com a
carga aplicada de 42,5A, caso as células estivessem na sua capacidade nominal, tensão
deveria ser 3,44±0,05V. (Figura 5)

Intensidade descarga (A) Tensão da célula no início da descarga (V)


10,0 3,560
30,0 3,446
42,5 3,437 (interpolação linear)
100 3,393

Figura 5 – Resultados da interpolação linear.

A figura 6 representa em gráfico os dados da figura 2.

CURVAS DE DESCARGA NAS CÉLULAS


3,60
3,55
3,50
TENSÃO (VOLTS)

3,45
3,40 CÉLULA 569
3,35 CÉLULA721
3,30 CÉLULA 722
3,25
CÉLULA 729
3,20
3,15
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 20 25 30 35 40 50
TEMPO (MINUTOS)

Figura 6 – Curvas de tensão de descarga nas células.

Como se pode observar, a tensão nominal mantém-se praticamente constante durante quase
todo o período de descarga, tornando pouco sensível um método que utilize as variações em
tensão.

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2.3. Cálculo da Resistência Interna


Existem várias técnicas de medição, o método sugerido foi o teste de carga DC, que
consiste na aplicação de uma corrente de descarga provocada pelo paralelo dos 4
reóstatos, e na medição consequente da queda de tensão. Procurou-se que as
medições fossem realizadas em dois estágios temporais contíguos, para ser garantida
uma variação pouco significativa do SOC.

A bateria ligada aos reóstatos (carga) comporta-se como um


divisor de tensão (figura 8). Deve ser desprezado o efeito de carga
no voltímetro considerando que a sua resistência interna é muito
elevada face á resistência interna da bateria, assim sendo a
corrente é nula, e a tensão da célula (E) não sofre qualquer quebra
devido à resistência interna (r), (figura 7).

Figura 7 – Célula em circuito aberto.

Ao fornecer corrente elétrica à carga, (figura 8), a célula


apresenta uma queda de tensão na resistência interna igual a
I.r. A tensão nos terminais da célula (V), será igual à tensão
(E) da célula desligada, deduzida da queda de tensão na
resistência sua interna, I.r.
Figura 8 – Circuito análogo a um divisor de tensão.

A tensão aos terminais da célula será de:


𝑉 = 𝐸 − 𝐼. 𝑟

E a resistência interna da célula dada por:


𝐸−𝑉
𝑟=
𝐼
A expressão anterior é válida para o estágio inicial e final. No entanto, apenas deve ser
considerado para efeitos de cálculo da resistência interna das células, o estágio final,
em virtude de no estágio inicial a tensão pode ainda não ter estabilizado por efeito da
carga inicial.

Usando os valores da figura 2, apresentamos na figura 9, os valores da resistência


interna calculados.

Resistência Interna (mΩ) Célula 559 Célula 721 Célula 722 Célula 729
Estágio final 2,35 1,23 1,19 1,23
Variação em relação ao valor
+2,4x102% +76% +70% +77%
original (0,7mΩ)
Figura 9 – Resistência interna das células e sua variação, medidas no final do processo.

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2.4. Estimativa da capacidade retirada do pack:


Recorrendo ao seguinte gráfico (figura 10) pode-se estimar a capacidade retirada e o
estado de carga SOC.

CORRENTE DE DESCARGA NAS CÉLULAS


43,10
CORRENTE DESCARGA (AMPERES)

43,00

42,90

42,80

42,70

42,60 Corrente descarga

42,50

42,40
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 20 25 30 35 40 50
TEMPO (MINUTOS)

Figura 10 – Correntes descarga nas células.

A linha de tendência linear, constitui um bom ajuste da linha de dados, uma vez que o
coeficiente de determinação R2 está perto de 1.

Foi usado o método Book Keeping Systems, denominado Coulomb Counting, baseado
na medição e integração dos valores da corrente elétrica durante a carga e descarga da
bateria.
A precisão desse método depende, entre outros fatores, da exatidão das medições da
corrente durante a carga e descarga da bateria. Como os valores medidos são
continuamente integrados, podem resultar erros de medição ao longo do tempo, e
grandes erros na determinação no estado de carga (SOC). Um erro comum é o offset
que o circuito de medição pode introduzir. Embora este possa e seja compensado,
existem sempre não linearidades que podem induzir pequenos erros.
Apesar dessas limitações foram elaborados os seguintes cálculos:

Integrando a equação do gráfico, obtemos a expressão matemática:

50
60

𝑦 = ∫ (0.0261𝑥 + 42.445)𝑑𝑥
0

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Cuja primitiva é,
261 2
𝑦= 𝑥 + 42,445𝑥 + 𝑐
20000

calculando nos limites de integração,

261 5 2 5 261
𝑦=[ ( ) + 42,445 ( )] − [ (0)2 + 42,445(0)]
20000 6 6 20000

obtém-se a capacidade retirada do pack de baterias:

𝑌 = 35.4𝐴ℎ

Supondo que a bateria estava inicialmente totalmente carregada, podemos estimar o


estado de carga (SOC), expresso em percentagem em relação à capacidade nominal:

100𝐴ℎ − 35.38𝐴ℎ
𝑆𝑂𝐶 = 100 = 64.6%
100𝐴ℎ

3. Interpretação dos Resultados.


Analisámos e obtivemos a incerteza explicita da resistência interna, tendo em conta a precisão
dos instrumentos de medida usados.

Inicialmente tratámos o processo de medição da corrente, no qual foi usado um transdutor


de corrente/tensão (pinça amperimétrica), com uma precisão de ±1,0%, na escala de 0 a 150A,
obtendo-se a medida da intensidade no fluxo da corrente elétrica que passa através da seção
transversal do condutor, gerando um sinal em tensão lido no voltímetro, com uma precisão
de ±0,5%, de forma a obtermos uma leitura da corrente.

O valor médio obtido na leitura foi 43,00A, mas qual a sua incerteza?

O maior valor que a operação pode assumir:


𝑀𝑎𝑥 = 43.00 × (1 + 0.01) × (1 + 0.005) = 43.647𝐴

O mínimo será:
𝑀𝑖𝑛 = 43.00 × (1 − 0.01) × (1 − 0.005) = 42.357𝐴

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A representação da medida de corrente e a sua incerteza explicita será:


43.647 − 42.357
𝐼 = 43.00 ± = 43.00 ± 0.65 𝐴𝑚𝑝𝑒𝑟𝑒𝑠
2
Agora tratando o numerador da equação da resistência interna para a célula 559, que
apresenta um valor mais elevado da resistência interna.

Tendo em conta que a precisão do voltímetro de ±0,5%, afeta ambas medições em


±0,016V, temos,
𝑉55 − 𝑉50 = (3.276 ± 0.016) − (3.175 ± 0.016)

Maior valor:
𝑀𝑎𝑥 = (3.276 + 0.016) − (3.175 − 0.016) = 0.133𝑉

O menor:
𝑀𝑖𝑛 = (3.276 − 0.016) − (3.175 + 0.016) = 0.069𝑉

A diferença de tensão:

0.133 − 0.069
𝑉55 − 𝑉50 = (3.276 − 3.175) ± ( ) = 0.101 ± 0.032 𝑉𝑜𝑙𝑡𝑠
2
Finalmente o valor da resistência interna, e a sua incerteza:
𝑉55 − 𝑉50 0.101 ± 0.032
𝑟= = Ω
𝐼 43.00 ± 0.65

O maior valor:
0.101 + 0.032
𝑀𝑎𝑥 = = 0.00314Ω
43.00 − 0.65
O menor:
0.101 − 0.032
𝑀𝑖𝑛 = = 0.00158Ω
43.00 + 0.65

A representação da medida da resistência interna e a sua incerteza:


0.101 0.00314 − 0.00158
𝑟= ± = 0.0024 ± 0.0078 Ω
43.00 2

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O intervalo de confiança do valor da resistência interna, analisado apenas em termos de


incerteza será [0, 0.0102] Ω, zero será o valor mínimo da medida, porque não tem sentido
físico resistências com valor negativo, graficamente o resultado é ilustrado na figura 11:

Resistência Interna (mΩ)

Máximo valor da
medida 10,2mΩ
Valor medido 2,4mΩ
Valor de Referência
0,7mΩ

Figura 11 – Valores da resistência interna da célula.

Devido à grande amplitude dos resultados possíveis ]0, 10.2]mΩ concluímos, que a
instrumentação usada para determinar a resistência interna não é precisa, face ao intervalo
de confiança do valor de referência ]0, 0.7[mΩ indicado pelo fabricante.

O valor concreto da resistência interna das células não é possível ser determinado. Mas
atendendo à maior queda de tensão desta célula em relação às outras, indica que será
certamente maior que as restantes, devendo estar no intervalo ]0, 10.2]mΩ, o mesmo
raciocínio pode ser feito para as restantes células.

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4. Instrumentação

Figura 12 – Ficha técnica da pinça amperimétrica.

Figura 13 – Ficha técnica do multímetro.

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5. Conclusão:
Aplicou-se uma carga a todas as células, não obstante a corrente percorrer todo o pack,
verificou-se que a tensão unitária é diferente devido à resistência interna e /ou ao
estado inicial de carga. As células estão desbalanceadas, sendo causa comum para a
falha do pack de baterias, motivo para o qual a tolerância da capacidade entre células
deve ser inferior a 2,5%, para cargas pesadas.

O desbalanceamento de células é uma condição degenerativa (SOH). As células tornam-


se desequilibradas, por isso suportam uma quantidade distinta de carga, situação que
se vai agudizando com o uso, até que a bateria se destrói. Existe assim uma forte
correlação entre o equilíbrio celular e a perda de capacidade e a sua longevidade.
Para impedir que as células se tornem desequilibradas após muitos ciclos, usam-se as
placas BMS.

As placas BMS permitem que um carregador simples seja usado para carregar um pack
de baterias. A placa BMS situa-se entre o carregador simples e as células de bateria
regulando as células. Ela permite que a tensão total do pack de baterias fornecida pelo
carregador simples, chegue às células de maneira adequada (Figura 14).

Figura 14 – Estrutura de camadas de BMS.

A placa BMS basicamente faz o trabalho de um carregador de balanceamento, mas em


vez de estar no carregador é instalada no interior do pack, sob a forma de uma placa
de circuito separada. Quase todas as placas BMSs possuem também um circuito de
proteção para descarga, estando ligadas a cada célula ou grupo de células,
monitorizando a tensão de cada célula.
Sempre que a primeira célula atinge a tensão mínima de corte, a placa BMS corta o
circuito de descarga e interrompe a descarga da bateria. Isso protege as células da
bateria de serem descarregadas além do mínimo, o que produziria danos irreparáveis.
Além disso, a placa BMS também protege o pack de baterias contra corrente de
descarga excessiva. A placa BMS corta a energia da bateria se a carga da bateria exceder
um determinado limiar. A placa BMS também protege contra curto-circuito.
Algumas placas BMS têm proteção térmica incorporada, onde uma sonda de
temperatura monitoriza a temperatura instantânea, podendo interromper o processo
de carga ou descarga se a bateria ultrapassar a temperatura máxima de serviço.

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6. Anexo 1- Especificações técnicas das células testadas:

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