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ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO
Antes de conquistarmos a “era dos direitos”, a pessoa com deficiência passou um lon-
go período de segregação e exclusão. Sua história não foi nada tranqüila, vivendo mo-
mentos de exílio, torturas e mortes, sofrendo o peso de séculos de discriminação e mar-
cada também por idéias errôneas e excludentes.
Durante muito tempo, a elite educou seus filhos em outros países; traziam de
lugares distantes professores estrangeiros para cuidar do ensino das primeiras letras
dos mais abastados. Somente quando o sistema de produção exigiu mão-de-obra quali-
ficada, as classes populares tiveram maior acesso à educação escolar.
Com a expulsão dos Jesuítas pelo Marquês Pombal, em 1750, ocorreu o que
pode ser classificado como desorganização do ensino no Brasil pela falta de professo-
res e diretrizes pedagógicas. Esta situação perdurou até a chegada da família real.
Com a chegada da família real ao Brasil, em 1808, inicia-se uma nova visão
sobre a educação escolar relativamente à deficiência. Formaliza-se o início do Para-
digma da Institucionalização, pois a política vigente passa a aderir parte da proposta
de atendimento à pessoa com deficiência.
A criação dos institutos imperiais para meninos surdos e cegos, segue basicamen-
te a mesma trajetória percorrida na Europa e nos Estados Unidos: expansão da
rede de atendimento, absorção de crianças com problemas, antes não incorpora-
das por ela, diversificação dos serviços oferecidos e organização no plano nacio-
nal como subsistema educacional. (BUENO, 2004, p. 31).
Ressalta Mendes (2002, p. 63) que, no início do século XX, a escola passou a ti-
rar do ensino regular crianças que fracassavam surgindo, desse modo, as classes espe-
ciais nas escolas públicas. Há também um significativo aumento das escolas especiali-
zadas no atendimento educacional de pessoas com deficiência.
Nos anos 50, houve um significativo aumento das entidades assistenciais pri-
vadas que se conglomeraram em federações nacionais ou estaduais. Aumentou tam-
bém o atendimento ao aluno deficiente na rede pública com o oferecimento de Serviços
de Educação Especial e as campanhas nacionais de educação para esse segmento popu-
lacional. Esta década é marcada pela industrialização e aumento da urbanização no
Brasil.
Nos anos 60, norteados pelo Paradigma de Serviços, surgem os primeiros cen-
tros de reabilitação que atendiam todos os tipos de deficiências, com o objetivo de mo-
dificar a pessoa deficiente para integrá-la à sociedade.
Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº. 4.024/61, pela pri-
meira vez na história da educação do Brasil, prevê-se o compromisso do Estado com a
educação das pessoas deficientes. No texto, há referência sobre a proposta de atendi-
mento do aluno com deficiência no contexto da educação regular, desde que possível
(Título X, artigos 88º e 89º). Tal Lei garantia também apoio financeiro às instituições
privadas, uma vez que estas estivessem credenciadas pelos Conselhos Estaduais de
Educação. Desse modo, o governo incentivou o fortalecimento do setor privado para o
atendimento ao deficiente.
Para Romanelli (1978), entre os anos de 1930 a 1930, em relação ao campo polí-
tico, há no campo educacional, Francisco Campos que renovou o Ensino Superior por
meio das suas reformas, o que levou ao estremecimento a relação entre os pioneiros e
os conservadores. Entre 1937 e 1946, na educação, com Gustavo Capanema, estabele-
cem-se as Leis Orgânicas e a criação do SENAI e SENAC, reorganizam-se o ensino
primário e secundário, que passam a ser constituído pelas modalidades: ginásio, de
quatro anos, e colegial, de três anos, esse dividido entre clássico, científico e normal. As
escolas técnicas do sistema oficial de ensino não conseguiram acompanhar o desenvol-
vimento tecnológico e acabaram com poucos alunos; havia, portanto, um sistema dual
de ensino, ou seja, uma escola para a elite e uma escola para as classes populares. A
educação possuía caráter enciclopédico e carregado de disciplinas. Entre os anos de
Nos anos 80, o país viveu uma efervescência de novas tendências com relação
à sociedade e a pessoa deficiente. Kassar (1999) afirma que nesse período o país estava
em processo de reconstrução da sociedade democrática, já que havia permanecido por
vinte e um anos sob o regime da ditadura militar. Vários debates foram realizados, na
época, relacionados aos direitos humanos e das minorias. Com relação aos deficientes,
a discussão gerava em torno dos seus direitos e da possibilidade de uma vida integra-
da em sociedade.
específico do art. 175º: §4º Lei especial sobre assistência à maternidade, à infância e à
adolescência e sobre a educação de excepcionais (ASSIS; POZZOLI, 2005).
Para Assis e Pozzoli (2005, p. 203), a Constituição de 1988, vigente até os dias
atuais, foi escrita sob a forte influência dos pressupostos políticos do neoliberalismo.
As normas genéricas estabelecem os princípios que garantem a dignidade da pessoa
humana, a cidadania, a liberdade e a igualdade. Os autores especificam as normas
constitucionais em relação às pessoas com deficiência:
público começava a assumir seu papel na educação escolar do aluno com necessidade
educacional especial, porém o setor privado continuava atuante na área.
sem fins lucrativos. Além disso, podemos citar que tal lei favoreceu a descentralização
do poder na gestão educacional, proporcionado as bases para a construção do sistema
educacional inclusivo.
Em 1999, o Decreto 3.298 regulamentou a Lei nº. 7.853 (1989) que dispõe sobre
a Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. Estabelece, em
seu art. 1º, que “a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiên-
cia compreende o conjunto de orientações normativas que objetivam assegurar o pleno
exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiência”. Es-
tabelece, como objetivo, no art. 7º, “o acesso, o ingresso e a permanência da pessoa por-
tadora de deficiência em todos os serviços oferecidos à comunidade”.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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inclusiva. Conferência. Texto digitado. UNESP-Bauru. Bauru, SP, 2005.
ASSIS, Olney Queiroz; POZZOLI, Lafayette. Pessoa portadora de deficiência: direitos e
garantias. 2. ed. São Paulo: Damásio de Jesus, 2005.
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