Você está na página 1de 99

lllllllllllllllllllllllll

.l.

Toxicidade dos Metais

Professora: Msc. Paula Moraes 1


2
Mimetismo: Metal xenobiótico compete com
o metal essencial em vários processos
bioquímicos. Ex.: transportadores de membrana,
ptn transportadoras de metais, estruturas
intracelulares de estoque, sítio de ligação em
Metais biomoléculas.

Ligação com centros Nucleofílicos:


:Se :SH :NH :OH

3
Ligação com centros Nucleofílicos
• Ligação com Selênio (mecanismo imune, biossíntese ubiquinona e ATP)

Diminuição dos estoques


de selênio, favorecendo o
estresse oxidativo.

4
Ligação com centros Nucleofílicos

Ligação com grupos SH  Glutationa

oxidação

redução

Estrutura da glutationa na sua


Tripeptídeo: Ácido glutâmico forma oxidada. Uma ligação
Cisteína e Glicina dissulfeto é formada entre os
grupos tiol das cisteínas.

Molécula do sistema antioxidante ;



5
 Molécula da fase II da biotransformação (conjugação)
Ligação com a Glutationa

 O conjugado é excretado (bile e/ou urina), diminuindo o estoque


de GSH, favorecendo o estresse oxidativo.

6
Ligação a Metalotioneínas

• Classe de proteína de baixo peso molecular;


• Ricas em cisteína (grupamento tiol livre, SH-)  coordenação de METAIS!!
• Intracelular, sem atividade enzimática;
• Sua síntese é induzida pela presença Cd, Hg, Pb, Zn e Co;
• Abundante fígado e rim.

 Detoxificação de metais pesados


potencialmente tóxicos;
 Regulação da homeostasia dos
metais essenciais;
 Ação antioxidante e scavenger de
radicais livres.

7
Recaptação renal da metalotioneína

8
E o Mimetismo Molecular??

• Refere-se à semelhança entre uma molécula ligada ao metal e outra


molécula fisiológica. Ex.: semelhança entre o aminoácido metionina e
a molécula de metilmercúrio ligada à cisteína; dipeptídeo cistina e a
conjugado formado pelo mercúrio com duas moléculas de cisteína.

9
10
Cádmio
+2
(Cd )

11
Cádmio

12
Toxicocinética

Absorção

Via Respiratória
Depende da forma química, tamanho e solubilidade da partícula (20 – 50%).
• Sais de cádmio (poeira)
• Cádmio metálico (fumo)  folhas de tabaco [metal]

Via Cutânea
Pode ser significativa no contato direto da pele com soluções concentradas de sais
de cádmio, por várias horas.

Via Oral
De 1 – 5% dependendo da dieta e estado nutricional.
A absorção do cádmio aumenta na deficiência de ferro.

13
Toxicocinética

DMT1 – divalent metal transport


(transporte ativo)

Ordem de afinidade: Fe2+, Cd2+,


Mn2+ > Co2+, Ca2+, Cu2+, Ni2+,
Pb2+ > Zn2+.

14
Toxicocinética
Distribuição

15
Toxicocinética
Excreção

Célula tubo proximal

Quando a capacidade renal de produção de metalotioneínas é ultrapassada


(6 meses na exposição ocupacional de intensidade moderada)
Efeitos tóxicos sobre as células dos túbulos proximais
• Inicia a disfunção tubular, com diminuição na capacidade de reabsorção
de vários elementos
• Aumenta a concentração de cádmio e outros elementos na urina
16
Cádmio
• se liga a grupos sulfidrila(SH)de várias enzima;
• A ligação com a glutationa (GSH) diminui a capacidade redutora da célula.
• A ligação do cádmio com selênio reduz a atividade da glutationa
peroxidase (aumenta o tempo de vida de peróxidos).
• A afinidade do cádmio pela metalotioneína é 1010 maior do que por
qualquer outro grupo nucleofílico. Um molécula de metalotioneína se
complexa com até 7 moléculas de cádmio.
Cd++ compete com outros metais pelos seus sítios de ligação. Entre estes
metais estão cálcio, ferro, cobre e zinco. O zinco é importante em vários
processos incluindo a regulação do DNA ( zinc fingers ).

Esta pertence à estrutura de vários


fatores de transcrição, inclusive
receptores nucleares para T3,
glicocorticóides,
estrógenos,retinóis, etc.

17
Cádmio
Efeitos Renais
Os rins são o principal alvo de toxicidade, com desenvolvimento de lesões nos
túbulos proximais, caracterizada pela presença na urina de proteínas de baixo
peso molecular, enzimas e elementos que deveriam ser reabsorvidos, como
glicose, fosfato, cálcio, etc.

A lesão pode levar à diminuição gradativa e irreversível na taxa de filtração


glomerular, mesmo se afastada a exposição.
Elevada freqüência de formação de cálculos renais (interferência no
metabolismo do cálcio) foi observada.

18
Cádmio Interferência no
metabolismo da
Efeito sobre os ossos Vit D e Ca++

Estudos epidemiológicos  correlação entre aumento [cádmio] no sangue, a


liberação de cálcio dos ossos e a diminuição na densidade óssea em seres 19
humanos expostos ocupacionalmente ao cádmio.
Cádmio

20
Cádmio
Efeitos endócrinos

Desiodases (contém selênio e dependem de tióis – SH), convertem T4 em T3. Sua


inibição leva a diminuição nos níveis de T3 (~ hipotireoidismo ).
T3 participa na regulação do desenvolvimento do esqueleto, na regulação da
mineralização óssea.

Cádmio se acumula na tireóide e pâncreas  produzindo stress oxidativo e


sinalização de apoptose.

Efeitos sobre os testículos

Observado em animais, na dose oral 5,8mg Cd/Kg/dia.


Necrose e atrofia do epitélio dos tubos seminíferos, aumento no peso dos
testículos, diminuição na contagem e motilidade dos espermatozóides.

21
Cádmio

Efeitos neurológicos

Somente em exposição excessiva, observam-se efeitos


neurológicos.
Os efeitos neurológicos compreendem perdas cognitivas, incluindo
prejuízo na memória e, em níveis mais elevados, tremores,
fraqueza muscular e atrofia muscular.

Efeitos hematológicos

Somente em exposição excessiva, e acompanhada de ingestão


baixa de ferro, é que se observaram casos de anemia.

22
Cádmio
Respiratório

(fumos de óxido de cádmio, partículas de sais)

Em altas concentrações é irritante, provoca dispnéia, tosse, mialgia e


febre. Pode deixar seqüelas pulmonares após intoxicação aguda por essa
via.
Em níveis moderados, a longo prazo, produz dispnéia, bronquite e
enfizema. Alguns casos de rinite e diminuição no olfato.

23
Cádmio

Feminino: pode causar aborto ou


nascimento prematuro

Sistema Reprodutor
Masculino: Exposição moderada (conc.
sangue < 10µg/l) reduz de forma
significativa a qualidade* do sêmen

*concentração, motilidade e morfologia  o que contribui


para a infertilidade masculina, com redução na taxa de
gravidez.

24
Chumbo
+2
(Pb )

25
Chumbo

26
Chumbo
Chumbo inorgânico – grupo 2B (IARC)
Provável carcinógeno para o homem = existe
evidência limitada ou inadequada em
homens, e menos que suficiente em animais.

 Grande maleabilidade
 Baixo ponto de fusão
 Alta resistência à corrosão
 Alta densidade
 Alta opacidade aos raios X e gama
 Estabilidade química no ar, solo e água.

27
NÃO É UM METAL FISIOLÓGICO!!!!
Toxicocinética
Absorção oral
Cerca de 40% em crianças e mulheres grávidas, e 10% em adultos
O chumbo (Pb++) compete com o Ca++ e com o Fe++, a nível de
transportadores (DMT), sendo mais absorvido quando a dieta é pobre nestes
íons, como também em fósforo e proteínas.

Absorção Pulmonar
Chumbo inorgânico (metal e sais): material particulado e fumos.
Eficiência de 20 – 50%
Chumbo orgânico: líquido, vapor Eficiência de 60 – 80%

Absorção cutânea
Rápida e eficiente para derivados orgânicos (acetato de chumbo; chumbo
28
tetraetila)
Toxicocinética
Após absorção, cerca de 99% do chumbo presente na corrente sanguínea se
encontra preferencialmente nos eritrócitos, ligado principalmente à enzima
-aminolevulínico desidratase (ALAD).

Redistribuição 
depositado ossos,
dentes e cabelo

~95% Tecidos
moles

29
Toxicocinética
Distribuição
• Tempo de meia-vida no sangue = cerca de 36 dias
Possibilidade de saturação em doses elevadas de chumbo.
• Tempo de meia vida nas vísceras = cerca de 40 dias
• Tempo de meia vida nos ossos = 27 anos

Carga corpórea
4% nos rins, cérebro e fígado
1% no sangue
95% na matriz óssea Liberação na osteólise
Pós natal (aleitamento)
gravidez
Menopausa
30
Toxicodinâmica

Complexa com proteínas ligantes de Ca++, ativando-as ou


inibindo-as.

Compete com o cálcio pelos seus transportadores (mimetismo).

Liga-se a grupos sulfridrila (-SH) e amidas (-NHCO) de várias


proteínas e enzimas, alterando suas configurações e atividade.

A afinidade do chumbo por algumas enzimas chega a ser 1000


vezes maior que a do cálcio

31
Efeitos neurológicos

Injúria primária: astrócitos Alterações estruturais


Injúria secundária: endotélio capilar na BHE

Local preferencial: córtex cerebral, hipocampo e cerebelo


Mecanismo: interferência nos processos regulados pelo cálcio

Quanto maior a carga corporal de chumbo, maior o risco de demência.

No sistema nervoso periférico, o chumbo promove a desmielinização e


degeneração axonal  prejudicando as funções psicomotorase neuromusculares.

Pintores com paralisia do chumbo

32
Toxicidade Hematológica

• O grupo heme é produzido em todos os tecidos animais,

principalmente na medula óssea e fígado

33
Biossíntese Grupo HEME

34
Toxicidade Hematológica

Fluorescente!!!

35
Toxicidade Hematológica

Efeito  Anemia microcítica e hipocrômica

• Devido à redução da sobrevida das hemácias e


• Inibição da síntese do grupo Heme.

Quando a [Pb] no sangue oscila em torno de 80mg/dl, os eritócitos


apresentam pontilhado basofílico

36
Toxicidade no Trato Gastrintestinal

Chumbo afeta a musculatura lisa do intestino e causa sintomas


intestinais que constituem um indício precoce importante da
exposição ao metal.

Cólica Saturnínica (dor abdominal intensa), constipação, náusea e


vômito. Esses sintomas geralmente são acompanhados de anorexia,
perda de peso e câimbras.

controle das cólicas


•gluconato de Ca 10%

37
Nefrotoxicidade

• Menos grave do que os efeitos SNC e no TGI

• Associada a níveis de chumbo > 60 g/dL por muitos anos (20 – 30 anos)
 Intoxicação aguda
Afeta túbulos proximais (síndrome de Fanconi = proteinúria, hematúria e
cilindros na urina). Diminuição na produção de eritropoietina

 Intoxicação crônica
A síndrome de Fanconi cronifica e pode evoluir para nefrite intersticial
(irreversível), que se associa com a esclerose glomerular.

50% dos casos de nefropatia por chumbo evolui para hiperuricemia(Gota)

38
Efeitos Endócrinos
Em crianças:

• Níveis elevados de chumbo impedem conversão da vitamina D à sua


forma ativa.
• afeta desenvolvimento de ossos
• afeta desenvolvimento de dentes
• afeta crescimento celular
• afeta maturação celular

Adultos em níveis crônicos > 60 g/dL

Risco maior de osteoporose 39


Outros Efeitos Tóxicos
Efeitos cardiovasculares
Os resultados dos estudos sobre a correlação entre chumbo e hipertensão
são controversos. A hipertensão também pode estar associada à nefropatia.

Efeitos sobre a cavidade oral


Exposição excessiva pode levar ao aparecimento de linhas escuras (azul
acinzentado) na gengiva – orla gengival de Burton Pb + H2S (tártato)= PbS
Gengiva frouxa, esponjosa, hálito fétido.

40
Efeitos sobre a Reprodução

41
Efeitos sobre a Reprodução

42
43
Agentes quelantes empregados na redução de
altas concentrações sanguíneas de Pb

44
Antagonistas dos Metais: Quelantes
• Edetato de cálcio dissódico • Dimercaprol (BAL)

Complexo de quelação entre grupos


Íons metálicos com mais afinidade SH e os metais (Hg, As - usado em
ao CaNa2EDTA do que o cálcio: Pb+2 combinação com CaNa2EDTA para
tratar intoxicações por Pb)

Succímero (ácido 2,3-dimercaptosucccínico)


Quela Pb, As, Cd, Hg e outros... Mas não
interfere nos metais essenciais (Fe, Zn, Cu)

45
46
Alterações Laboratoriais

47
Diagnóstico Clínico

48
Mercúrio
+2
(Hg )

49
Mercúrio

50
Ciclo biogeoquímico do mercúrio
metálico inorgânico orgânico

bioacumulação

Sulfato
redutoras

51
Neurotoxicidade relacionada ao consumo de peixes
contaminados

• Japão – baía de Minamata - 1955


Vulnerabilidade fetal = déficit cognitivo à paralisia cerebral
Sinais clínicos – parestesia, ataxia, disartria e surdez; alterações
visuais, redução do campo visual e cegueira; alterações do olfato,
paladar; distúrbios emocionais; tremores musculares e perturbações
de movimento.
A latência entre exposição e síndrome tóxica depende da intensidade
da exposição.
A neurotoxicidade, quando severa, é irreversível!
52
Toxicocinética
Vias de absorção

• Respiratória
Vapores de mercúrio metálico (Hg0) e de organomercuriais (CH3HgCH3) = 80% de
eficiência
Partículas de sais inorgânicos de mercúrio (Hg+ ou Hg++) eficiência variável de
acordo com as características das partículas; mas de modo geral, pouco absorvidos.

• Cutânea
Para todas as formas, com baixa eficiência. Absorção dérmica de vapores de
mercúrio = 2,2% da pulmonar

• Oral
Eficiente para organomercuriais: 90 – 100% (+ lipofílicos)
Restrita para os sais inorgânicos: 2- 10%
Não significativa para o mercúrio metálico. 53
Toxicocinética
Captação Intestinal e distribuição dos mercuriais orgânicos

A
Conjugação glutationa P
O
L
Secreção na bile A
R
Reabsorção na vesícula
biliar

54
Toxicocinética

Em virtude da semelhança
estrutural com a metionina,
os transportadores dos
aminoácidos das células
endoteliais captam o
complexo metilmercúrio

55
Toxicocinética

Excreção – mercuriais orgânicos

56
Toxicocinética
Para o mercúrio Elementar... Hg0

80% excretado como Hg++ (via fezes e urina, principalmente)


Mercúrio metálico < 0,1% na urina

57
Toxicocinética
Para o mercúrio Inorgânico... Hg++
Distribuição acentuadamente heterogênea após a absorção; espécies polares
não atravessam facilmente BHE ou placenta.

58
Toxicocinética

59
Toxicodinâmica

Ligação a grupos sulfidrila (-SH)


uracila e timina (-CO-NH-CO-)

Lipoperoxidação lipídica
• Pela depleção de tióis
• Pela ligação com selênio
• Antagonizando o feito antioxidante

Leva à necrose celular (exposição excessiva)


Ou apoptose (exposição suave, a longo prazo)

60
Toxicidade do Mercúrio

Intoxicação crônica ocupacional (hidrargirismo ou mercurialismo)

Mercurialismo
Relacionada a exposições > 0,1mg/m3 de mercúrio
Surgimento de tremores musculares (dedos, pálpebras, lábios e língua) e
alterações de comportamento.

Os tremores podem se apresentar sob dois padrões:


a) Leve (semelhantes aos encontrados na esclerose múltipla)
b) Parkinsonismo (de grau leve inicialmente)

61
Toxicidade do Mercúrio

A alteração de comportamento é conhecida como eretismo


mercurial: pronunciada hiperatividade mental e irritação mórbida,
insônia, depressão, dificuldade de concentração, ansiedade,
indecisão, embotamento intelectual.
Pode progredir para perda de memória, apatia, alucinações e
delírios, melancolia suicida e psicose maníaco-depressiva.

Sistema nervoso periférico: paralisia flácida de músculos


extensores, parestesias e reflexos anormais.

62
Toxicidade do Mercúrio

Rim

Doença glomerular de fundo imunológico. A glomerulonefrite inicial


pode evoluir para um nefrite intersticial.
Proteinúria.
Em exposição excessiva observa-se necrose celular.

O dano tubular pode ser avaliado através de enzimas N-acetil-b -D-


glucosaminidase e b -galactosidase.

TGI
Gengivite. Estomatite. Gosto metálico. Sialorréia. Mau hálito. Em casos
de ingestão: irritação, hemorragia, cólicas.
63
Toxicidade do Mercúrio

Pele

Sais irritantes como cloreto ou nitrato de mercúrio são irritantes, podem


provocar eritema, perfuração septo nasal, dermatite de contato,
acrodinia.

Pulmão

A irritação pulmonar pela inalação pode evoluir para pneumonite


intersticial, com infiltrados e áreas de enfisema e atelectesia na
radiografia torácica, até bronquiolite necrosante, hemorragia,
pneumotórax ou edema pulmonar, dependendo da intensidade da
exposição.

64
Toxicidade do Mercúrio

Reprodução

Exposição crônica a níveis elevados de mercúrio aumenta a ocorrência


de aborto espontâneo, natimortos e malformação congênita.

Sistema imunológico

Num primeiro momento o mercúrio induz a autoimunidade (Ex. lesão


renal) Reduz a imunidade celular e humoral comprometendo a resposta
de Th1 e aumentado a respota de Th2, com alteração da resposta
antigênica.
65
Tratamento
A afinidade do mercúrio pelos tióis constitui a base para o tratamento.

Para o mercúrio inorgânico e elementar usa-se agentes quelantes:

• Dimercaprol IM – O complexo formado é eliminado pela bile


• Penicilamina VO - O complexo formado é eliminado pela Urina,
portanto cuidado com nefropatia!!!

Para o mercúrio orgânico:


• O Dimercaprol está contra indicado! (aumenta [metil-Hg] cérebro)
* Resina de politiol  substância não-absorvível que fica na luz do TGI.
66
67
68
a

69
26. O Chumbo é um metal pesado
encontrado em vários produtos utilizados
rotineiramente no mundo moderno. Os
principais usos estão relacionados às
indústrias extrativa, petrolífera, de baterias, C
tintas e corantes, cerâmica, cabos, tubulações
e munições. Quanto à determinação do
índice de exposição humana ao chumbo,
avalia-se a quantidade de:
(A)Cromo sérico.
(B)Chumbo inorgânico e ácido fórmico.
(C)Chumbo inorgânico e zincoprotoporfirina.
(D)Cromo sérico e zincoprotoporfirina.
(E) Manganês e quelantes.

70
C

71
anemia sideroblástica: distúrbio hematológico ocasionado pelo
acúmulo de ferro na mitocôndria dos eritroblastos
A

72
E

73
E

74
Dissulfeto de
carbono b

75
A

76
B

77
C

78
Arsênio
+2
(As )

79
80
Arsênio

81
Toxicidade das Formas de Arsênio

AsH3

82
Arsênio na água

Exposição Ambiental

Bangladeshi, 1992 - 2002.


Intoxicação crônica, de origem ambiental - fontes de água subterrânea
naturalmente ricas em arsênio (acima do limite recomendado pela OMS, que é de
10 g/L).
 Hiperqueratose e hiperpigmentação
 Aumento na incidência de câncer de pele
 Aumento de diabetes mellitus
 Aumento na incidência de arterioesclerose
 Anemia

83
Toxicocinética
Absorção

Via oral  ampla (80-90%) para as preparações trivalentes e pentavalentes do


arsênio; arsenicais pouco solúveis (forma de óxidos) praticamente não sofrem
dissolução, sendo eliminados nas fezes.

Respiratória  depende do tamanho da partícula

Dérmica  pouco. Porém pode ser significativa em contato prolongado a As3+

Distribuição

• No sangue encontra-se preferencialmente ligado à hemoglobina.


• Após 24 horas é distribuído com níveis elevados no fígado, rins, pulmões, baço e
trato gastrintestinal.

84
Toxicocinética

Distribuição

Após 2 semanas, o arsênio é redistribuído para pele, cabelos e unhas (linhas de


Mees)
Alto teor grupos
sulfidrílicos na queratina

Deposita-se também, em menor proporção, em dentes e ossos.

Tendo em vista as semelhanças


químicas entre Fósforo e Arsênio!

Atravessa a placenta. É excretado pelo leite materno


85
Toxicocinética

Biotransformação

Redução acoplada à
Rapidamente eliminado
oxidação GSH-GSSG

AMA-III é mais tóxico do que As3+ para hepatócitos,


queratinócitos de epiderme e células epiteliais dos
brônquios; atividade genotóxica também é maior.

86
Toxicocinética

Biotransformação

Em resumo...

 O arsênio V é reduzido à As III.


 A redução é rápida e ocorre acoplada à oxidação da glutationa a
dissulfeto de glutationa (GSH a GSSG).
 Ocorre principalmente no eritrócito e no hepatócito sendo uma
reação de bioativação!
 As3+ liga-se a proteínas ligantes de arsenito – após saturação, inicia a
metilação dessas espécies, por enzimas metiltransferases (usam a S-
adenosilmetionina como cofator).

87
Toxicocinética

Excreção

Eliminado por diversas vias  fezes, suor, leite, pele, cabelos....

... Maioritariamente por via renal, através da urina:

• tempo de meia-vida da excreção urinária 3-5 dias;


•10-30% As inorgânico;
•10-20% AMA (ácido metilarsinoso);
•55-75% ADMA (ácido dimetilarsínico).

88
Toxicodinâmica

O arsenato (As5+ ) e o arsenito (As3+) têm mecanismos de ação


tóxica diferentes.

O As3+ se liga a grupos sulfidrilas  inibição de mais de 100 enzimas


diferentes.

Inibição de enzimas com um grupo SH

Inibição de enzimas com tióis vicinais

Sistema piruvato desidrogenase é


particularmente afetado!!!!! 89
Toxicodinâmica

Co-fator

90
Toxicodinâmica
O arseniato (As5+ ) interrompe a fosforilação oxidativa mitocondrial, uma vez que ele
pode substituir o fosfato em várias reações bioquímicas devido à sua semelhança
estrutural e propriedades

O arsenato pode também substituir o fosfato na bomba de sódio e no transportador


de troca de ânions no eritrócito, o que vai provocar interferências na cadeia
respiratória de elétrons diminuído a síntese de ATP por um mecanismo chamado
arsenólise.

Glicólise

1,3-bifosfoglicerato
gliceraldeído-3-
fosfato

91
Arsênio  Grupo 1 (IARC)

• associado com tumores de pele, fígado, bexiga e possivelmente rim,


fígado e próstata.

• Os cancros de pele induzidos pelo arsênio incluem carcinomas das


células basais e das células escamosas, surgindo ambas em áreas com
hiperqueratose induzida por arsênio.

Em humanos, o cancro de pele ocorre frequentemente nas áreas do corpo


que não são expostas ao sol como a palma das mãos ou a planta dos pés.

92
Mecanismo da ação carcinogênica
• Indução do stress oxidativo – o arsênio orgânico trivalente é capaz de
inibir a GSH reductase e tiorredoxina reductase. A inibição destas
enzimas diminui a capacidade antioxidante, logo faz com que a célula se
torne mais susceptível às espécies reativas de oxigênio que podem
resultar na carcinogenicidade por interação com as macromoléculas.

• Alteração da metilação do DNA – o arsênio pode alterar a metilação do


DNA, podendo levar quer à sua hipometilação ou hipermetilação, o que
resulta no aumento na expressão de c-myc (oncogen) e uma diminuição
na expressão de p-53 (gene supressor de tumor).

• Genotoxicidade – aberrações
cromossómicas, cross-linking DNA-proteína,
trocas de cromatídeos foram verificadas in
vitro em linfócitos humanos. Os efeitos são
dose-dependente e o arsénio trivalente tem
maior potencial.
93
Intoxicação
• Aguda

Usualmente ocorre por via oral. A tríade que prevalece é marcada por distúrbios
do TGI, vascular e neurológico.

• TGI – irritação; sensação de queimação na boca e garganta; segue-se


náuseas, vômitos em jato, diarréia semelhante ao cólera; inflamação;
necrose; hemorragias

• Vasos sanguíneos – dilatação, com lesão endotelial; perda de fluidos para o


intestino; hipotensão e choque hipovolêmico.

• Cardíaco – isquemia de miocárdio, hemorragias focais, arritmias e outras


anormalidades. Hipotensão postural, choque hipovolêmico, taquicardia
sinusal secundária

94
Intoxicação
• Aguda

Usualmente ocorre por via oral. A tríade que prevalece é marcada por distúrbios
do TGI, vascular e neurológico.

• Neurológico: Usualmente após 5 – 10 dias após ingestão observa-se


neuropatia periférica axonal, com predominância de envolvimento sensorial.
Parestesiade pés e mãos. Sistema nervoso central: micro-hemorragias
difusas e edema cerebral; o arsênio também causa atrofia cortical. A
encefalopatia é caracterizada por cefaléia, perda de memória, irritabilidade,
agitação, confusão mental, delírios e alucinações. Podem ocorrer espasmos
musculares,tremorese crise convulsiva.

95
Intoxicação
• Crônica

sintomas e sinais gerais: fraqueza, perda de apetite, perda de peso,


anemia, odor de alho

Alteração na pigmentação da pele


Hiperqueratose palmar e plantar
Descamação marrom e dermatite esfoliativa.
A hiperpigmentação é mais pronunciada em pálpebras, têmporas,
pescoço, axila, mamilos e virilha.
Linhas de Mees nas unhas.

96
Arsênio

Exames laboratoriais

Urina – 0,1mg/l a 0,5mg/l (referência)

intoxicação crônica – acima de 1mg/l


aguda - acima de 1-2mg/l

Análise química: Geração de Hidretos (FI-HG) e EAA 97


B

98
Espectrofotometria de absorção atômica (EAA)
O método é único para cada elemento, sendo usado para a análise de traços de metal
de amostras biológicas, metalúrgicas, farmacêuticas e atmosféricas, dentre outras.

99

Você também pode gostar