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FUNDAMENTOS

DA ORATÓRIA
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DIAGNÓSTICO DE
COMUNICAÇÃO
DIAGNÓSTICO DE AUTOANÁLISE DA COMUNICAÇÃO

1. No geral, percebo a minha comunicação

2. Voz (volume, timbre e entonação)

Volume □ Muito Baixo □ Médio □ Alto □ Muito Alto


Timbre □ Grave □ Tom médio □ Tensa □ Rouca □ Trêmula □ Aguda

Entonação (variação do tom) □ Ruim □ Regular □ Bom □ Ótimo

3. Fala (dicção, ritmo, vocabulário, fluência)

Dicção □ Boa □ Média □ Ruim


Ritmo □ Acelerado □ Moderado □ Lento
Vocabulário □ Pobre □ Adequado □ Sofisticado
Fluência □ Consigo encadear bem as palavras com os assuntos
□ Possuo vícios de linguagem
□ Gaguejo mais do que gostaria ao dar explicações
□ Ao ser interrompido perco a linha de pensamento

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4. Contato com o público

Facilidades Dificuldades

5. Sei qual é o meu estilo primário de comunicação □ Não □ Sim


□ Dominante □ Influente □ Estável □ Conforme
6. Tenho mais dificuldades de me comunicar com o estilo

□ Dominante □ Influente □ Estável □ Conforme


7. Minha atividade exige o seguinte nível de habilidade e comunicação

Pouca 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Muita

8. Avalio minha habilidade de comunicação atual como

Pouca 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Muita

9. Uso do microfone

Ruim 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Excelente

10. Expressão Corporal

Ruim 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Excelente

11. Aparência Pessoal

Ruim 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Excelente

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12. Conhecimentos

Para uma boa comunicação, é necessário que a pessoa tenha conhecimentos sobre
o assunto e as técnicas de comunicação. Eu avalio meu conhecimento como:

Pouco 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Total

13. Comportamentos

Tenho prazer em me comunicar com as pessoas, estejam elas em pequenos ou


grandes grupos.

Nenhum 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Total

14. Habilidades

Pratico várias vezes uma apresentação até que tenha total domínio sobre o assunto
e a forma de apresentação.

Nenhum domínio 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Total domínio

15. Tenho medo de falar em público

Muito 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Nenhum

16. Demonstro empatia quando me comunico em público □ Sim □ Não

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O PODER DA ORATÓRIA
O PODER DA ORATÓRIA

O
ratória é a arte de falar em público de forma estruturada e deliberada,
com a intenção de informar, influenciar ou entreter os ouvintes. A orató-
ria refere-se ao conjunto de regras e técnicas adequadas para produzir e
apresentar um discurso e apurar as qualidades pessoais do orador.
Na Grécia Antiga e em Roma, a oratória era estudada como componente da retórica,
ou seja, a composição e apresentação de discursos, e era considerada uma importante
habilidade na vida pública e privada. Aristóteles e Quintiliano estão entre os mais conhe-
cidos autores clássicos que estudaram o tema. A oratória tem sido essencial na atualidade.
O contexto dos negócios exige profissionais cada vez mais preparados e com várias
habilidades. Dentre as qualificações profissionais, a capacidade de comunicar-se de for-
ma eficaz apresenta-se como uma das principais características solicitadas nas grandes
corporações. Falar bem, com segurança, elegância e naturalidade em qualquer situação é
imprescindível. É através do poder da oratória que mantemos um número maior de con-
tatos diários: palestras, cursos, reuniões, recados, bate-papo, ordens, contraordens etc. Os
ambientes também são diversos: profissionalmente, em família e/ou entre amigos. Muitas
pessoas são peritas em seus ramos de trabalho, possuindo até especializações como mes-
trado ou doutorado, mas quando necessitam expor seus conhecimentos, agem com tanta
timidez e insegurança, que o público ouvinte fica literalmente decepcionado. Assim, o
aprimoramento do processo comunicativo é recomendado a todos que se interessam pelo
desenvolvimento de sua comunicação pessoal e profissional, facilitando a formação do
marketing pessoal, a utilização de linguagem “persuasiva” e influência de pessoas.
O aprendizado da oratória tem como objetivo desenvolver, aperfeiçoar e valorizar
a comunicação oral através de técnicas e exercícios de dicção, voz, expressão corporal
entre outras, visando fortalecer a autoestima e aprimorar a capacidade de comunicar-se
em público com eficácia. Sendo assim, é possível tornar-se um bom comunicador, falando
em público com desembaraço, eficiência e naturalidade, eliminando bloqueios, inibições.
Além disso, é possível:

• Contornar situações difíceis e inesperadas


• Falar com desembaraço e sem constrangimento
• Projetar uma imagem confiante e simpática
• Conversar com desenvoltura em todos os ambientes
• Planejar apresentações vencedoras
• Evitar o “branco” e situações embaraçosas
• Eliminar cacoetes, vícios e maneirismos
• Desenvolver a postura e a gesticulação com harmonia e naturalidade
• Conquistar ouvintes hostis e indiferentes
• Argumentar sob pressão
• Ativar o relacionamento pela comunicação
• Responder perguntas com segurança

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• Fazer apresentações
• Melhorar a voz e a dicção para falar de maneira agradável
• Participar, com sucesso, de entrevistas diante das câmeras e microfones
• Usar o humor, a emoção e a presença de espírito para dar brilho as apresentações.

O psiquiatra americano William Glasser demonstrou por meio da sua teoria que ao
passar um conhecimento, aprendemos muito mais. Segue abaixo a sua pirâmide de Apren-
dizagem
que ilustra a importância da oratória como principal ferramenta educativa.

O medo como algo a ser eliminado

De acordo com vários estudos e pesquisas, falar em público é um dos maiores medos
da humanidade. 
Assim como o medo, boca seca, taquicardia, suor, tremor, mãos frias,
hesitações
na fala, desviar o olhar, 
falar rápido demais e ter pensamentos negativos são
algumas das manifestações da timidez, um fenômeno comum que atinge aproximada-
mente 56% da população.
A timidez é definida pela inibição de comportamento
e pela ansiedade causada na presença de uma pessoa ou
situação nova, principalmente em um contexto de expo-
sição e de avaliação. Sentimos medo ou timidez para falar
em público por diversos motivos, pois a forma como nos
apresentamos no mundo, está diretamente relacionada
à percepção que temos sobre nós mesmos. Cada detalhe
que compõe essa apresentação está carregado de mitos
e verdades pessoais, características e peculiaridades,

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construídas ao longo de nossas vidas. Como nos vestimos ou como utilizamos as palavras,
nossos gestos, gostos e preferências, contam um pouco de nós, de nossa cultura e de nos-
sas crenças. Além disso, alguma experiência de comunicação negativa no passado, pode
ajudar a aumentar essa insegurança.
Sentir medo ou timidez não é o problema, pois são fenômenos comuns. O que deve-
mos fazer é aprender a lidar com esses fenômenos e com a lembrança negativa das expe-
riências. Para isso, precisamos ter oportunidade para vivermos uma nova e positiva situa-
ção de comunicação em público. Com ajuda e muito treino, esse medo pode ser eliminado
e é possível desenvolver a habilidade de falar em público com autoconfiança e autoestima.

Anotações

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1. A prática lhe proporcionará o reflexo

No início, você não saberá se deve gesticular com o braço direito, com o esquerdo,
com os dois, se olha para o auditório, se pensa no que vai falar ou se fala sem pensar.
Nessa fase, você estará agindo com a atenção concentrada em cada detalhe, timidamente.
A partir do momento que as suas atitudes forem impulsionadas pelos reflexos adqui-
ridos pela prática, você se sentirá despreocupado, natural e confiante.
Dificilmente descobrimos quando estamos vivendo esta transformação. De repente,
percebemos que o medo de falar já está controlado e chegamos a rir, quando nos lembra-
mos daqueles temores que, durante boa parte da vida, estiverem ao nosso lado.

2. Quando o medo aparecer, encare-o normalmente

Não, você não é o único que sente medo de falar em público. É um dos maiores medos
do ser humano, como já dito. Os maiores oradores, embora não demonstrem ou até mes-
mo não confessem, de vez em quando são atacados pelo mesmo inimigo.
Muitos deles, mesmo declarando que não sentem receio de falar em público, traem-se
pelo empalidecer das faces, pelo tremor das mãos, pela movimentação desordenada das
pernas e outros indicadores da presença do gigante assustador. Portanto, não fique deses-
perado quando o medo aparecer. Ele é normal e com o tempo perderá a batalha para a sua
experiência e tranquilidade. Acredite: muitas pessoas que hoje você admira enfrentaram
as mesmas dificuldades. Para evitar o medo, nada melhor do que conhecer bem o assunto
e praticar bastante.

3. Controle seu nervosismo

Ao se aproximar o momento de falar; seja numa solenidade importante, diante de um


auditório numeroso; seja numa reunião social, diante de alguns amigos, não alimente a
chama do seu nervosismo.
Atitudes como fumar seguidamente, roer as unhas, cruzar de maneira descontrolada os
braços e as pernas, andar sem rumo de um lado para outro são condenáveis, farão você ficar
mais tenso e aumentarão sua intranquilidade. Procure deixar seu corpo em posição descon-
traída, solte os braços e as pernas, não fume muito e respire profundamente. Se você estiver
muito agitado, esta desconCtlruabçeãdoa Fafolarçada poderá, no início, parecer um pouco
desconfortável, mas, quando pronunciar as primeiras palavras de forma mais tranquila e
confiante, reconhecerá que seu pequeno esforço foi plenamente recompensado.

4. Tenha uma atitude correta

Renomados psicólogos estudaram profundamente o significado dos gestos e hoje


podemos conhecer com pequena margem de erro o que as pessoas estão sentindo ou

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pretendendo, sem ouvirmos uma só palavra, isto é, apenas analisando a linguagem do
corpo. Normalmente, os nossos gestos são inconscientes, mas, observados até por leigos
neste campo da psicologia, podem transmitir o que se passa em nosso íntimo. Vigiar o
comportamento do corpo é instruí-lo a não refletir os nossos receios, além de ser uma
técnica correta de combatê-los.
Ao caminhar para o palco, demonstre pela sua postura um comportamento seguro e
confiante; faça-o sem hesitar. O auditório ficará interessado em ouvir um orador que de-
monstra a atitude de alguém equilibrado.
Com o tempo, você estará tão acostumado a comandar seu corpo, que acabará agindo
naturalmente, adquirindo e transmitido sua confiança.

5. Antes de pensar como, saiba o que falar

O orador preparou a sua palestra com todo cuidado, efetuou completa pesquisa nos
seus livros, arquivos e Anotações. Não esqueceu um detalhe. Ao revisar o trabalho, con-
clui que ali não caberia uma vírgula sequer, nada mais poderia ser acrescentado. Porém,
ao apresentá-lo diante do auditório, verificou que estava enganado, faltava algo na sua
exposição. Enquanto falava, lembrou-se de um fato que ilustraria o assunto de forma mais
simples e objetiva.
Quadros como este que descrevemos são muito comuns. Quase sempre o orador com-
plementa sua palestra com observações feita no próprio ambiente do auditório. Um sim-
ples gesto ou comentário dos ouvintes pode dar a quem fala a oportunidade de perceber
aspectos que não poderia imaginar sozinho, afastado deste clima repleto de motivações.
Embora saiba, entretanto, que estes fatos são frequentes, não espere que a tribuna seja
sua única fonte de inspiração. Você controlará o medo de falar na frente das pessoas, se
souber exatamente o que vai dizer. Apresentar um assunto que não foi convenientemente
preparado é o mesmo que andar por um campo minado, temendo a cada passo encontrar
uma bomba.
Ocorrem-se novas ideias enquanto estiver falando, ótimo, as transmita aos ouvintes.
Agora, deixar de se preparar, esperando que elas apareçam diante da plateia, além de tirar
sua tranquilidade, é um risco que ninguém deve correr.

6. Não adquira vícios

Botões do paletó, bolsos, lápis, giz, folha de papel, fio do microfone não poderão ofe-
recer-lhe segurança. Já observou quantos oradores procuram acalmar-se, mexendo nos
botões do paletó ou colocando as mãos nos bolsos? Pensar que, agindo assim, o nervosis-
mo vai desaparecer é um engano.
Poderá tornar-se um péssimo vício (se é que existem bons) e arriscará desviar a aten-
ção do auditório que, durante todo o tempo, precisa ficar concentrada nas suas palavras.
Acostume-se, desde o início, a não colocar os cotovelos sobre a mesa ou sobre a tri-
buna, a não segurar objetos nas mãos, a não se apoiar, ora sobre uma perna, ora sobre a

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outra. Estas são fugas que só poderão atrapalhá-lo. Enfrentando conscientemente e sem
artifícios o problema do medo, você irá controlá-lo mais rapidamente.
Desde que não se transforme num vício, pouco antes de se dirigir à tribuna, descar-
regue o excesso de tensão, apertando as mãos. Mas faça isso apenas uma ou duas vezes,
ou poderá chegar diante do público com esta atitude, e demonstrando que está nervoso.

7. Chame sua voz com a respiração

Normalmente, a primeira indicação que recebemos sobre as alterações ocorridas no


estado emocional de uma pessoa é através da voz.
O nervosismo deixa a voz enroscada na garganta e cada frase é pronunciada com difi-
culdade, aumentando assim a intranquilidade de quem fala. Tossir, pigarrear, além de ser
desagradável aos ouvidos da plateia, não resolve o problema, ao contrário, poderá agravá-
-lo. Se ocorrer um desequilíbrio vocálico quando estiver falando, fique tranquilo, respire
profundamente e em seguida, provavelmente, a voz voltará ao estado normal.

Anotações

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Como ler um discurso
Existem três formas estruturais básicas de se apresentar um discurso: a fala de impro-
viso, o discurso com alguns pequenos tópicos anotados e o discurso em forma de leitura.
Discursos feitos de forma espontânea, mesmo que tenham sido preparados e estuda-
dos de antemão, costumam ser muito mais vivos e agradáveis de assistir.
A leitura, pelo contrário, muitas vezes é um fator de desmotivação do público.
A leitura deve ser reservada para circunstâncias especiais como:

• Pronunciamentos oficiais.
• Textos muito técnicos que não possam conter erros.
• Discursos de posse de entidades, pois esse é o momento em que apre-
sentam as bases da sua administração e não deve, portanto, improvisar.
• Discursos de despedida de presidentes de entidades, pois ao deixar
o cargo, de maneira geral, fazem um levantamento das suas realizações.
• Agradecimentos de homenagens feitas a grupos, especialmente
quando a mensagem representar a filosofia das pessoas, ou o discurso
tiver de ser distribuído para a imprensa.
• Discursos de oradores de turma, pois nesse momento estão repre-
sentando a vontade de todos os colegas formandos.

Tenha em mente que a mensagem deve ser transmitida para os ouvintes. Por isso, não
fique olhando para o texto o tempo todo, como se estivesse conversando com o papel.
Durante as pausas prolongadas e nos finais de frases, olhe para os ouvintes e demonstre
com essa atitude que as informações estão sendo transmitidas para eles.
Uma boa dica para não se perder, enquanto olha para os ouvintes, é marcar a linha de
leitura com o dedo polegar. Mantenha o papel na altura correta. Se deixar o papel muito
baixo, terá dificuldade para enxergar o texto. Se, entretanto, deixar muito alto, esconderá
seu rosto da plateia. Por isso, procure deixar a folha na parte superior do peito, para ler
com mais facilidade e não se esconder do público.
Ao digitar o texto, procure usar apenas os dois terços superiores da página, deixando
o terço inferior em branco. Esse cuidado permitirá um contato visual mais tranquilo e
suave, já que para ver as pessoas bastará apenas levantar os olhos, sem movimentar muito
a cabeça.
É melhor manter as folhas soltas sem clips ou grampos. Toda página deve terminar
com um ponto final, para que você nunca interrompa uma frase no meio, enquanto vira a
folha aceleradamente. As folhas precisam ser numeradas de forma bem visível, para que
você nunca se perca. As letras devem ser grandes, e em tipo minúsculo. O espaçamento
entre as linhas deve ser duplo ou triplo. Antes de apresentar o discurso, leia-o antes em
voz alta por várias vezes. Essas são algumas dicas de como fazer um discurso lido.

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Anotações

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Exercício
Cinco Bolas
A beleza da arte de dizer as coisas ou toda a sua força está na combinação dos tons e
na habilidade de saber dispô-las.
Por exemplo:

• Num momento de entusiasmo, de alegria e de emoção o tom de voz deve ser o da


peroração, que é o momento em que se apela para esses sentimentos.
• Assuntos delicados exigem voz suave clara e agradável.
• Assuntos solenes exigem uma voz volumosa e declamatória.

Segue abaixo alguns trechos da palestra de Brian Dyson, ex-presidente da Coca-Cola,


em uma conferência de uma universidade americana, onde ele falou sobre a relação entre
o trabalho e outros compromissos da vida.

“Imaginem a vida como um jogo, no qual vocês fazem malabarismo com cinco bolas
que lançam ao ar.

Essas bolas são: o trabalho, a família, a saúde, os amigos e o espírito.

O trabalho é uma bola de borracha. Se cair, bate no chão e pula para cima.

Mas as quatro outras são de vidro. Se caírem no chão, quebrarão e ficarão permanen-
temente danificadas.

Entendam isto e busquem equilíbrio na vida.

Como?

• Não diminuam seu próprio valor, comparando-se com outras pessoas. Somos to-
dos diferentes. Cada um de nós é um ser especial.
• Não fixem seus objetivos com base no que os outros acham importante. Só vocês
estão em condições de escolher o que é melhor para vocês próprios.
• Deem valor e respeitem as coisas mais queridas aos seus corações. Apeguem-se a
elas como a própria vida. Sem elas a vida carece de sentido.
• Não deixem que a vida escorra entre os dedos por viverem no passado ou no futu-
ro. Se viverem um dia de cada vez, viverão todos os dias de suas vidas.
• Não desistam quando ainda não são capazes de um esforço a mais. Nada termina
até o momento em que se deixa de tentar.
• Não temam admitir que não são perfeitos. Não temam enfrentar riscos. É correndo
riscos que aprendemos a ser valentes.
Exercício
• Não excluam o amor de suas vidas dizendo que não se pode encontrá-lo. A melhor
forma de receber amor é dá-lo. A forma mais rápida de ficar sem amor é apegar-se
demasiado a si próprio. A melhor forma de manter o amor é dar-se asas.
• Não corram tanto pela vida a ponto de esquecerem onde estiveram e para onde
vão.
• Não tenham medo de aprender. O conhecimento é leve. É um tesouro que se car-
rega facilmente.
• Não usem imprudentemente o tempo ou as palavras. Não se podem recuperar. A
vida não é uma corrida, más sim, uma viagem que deve ser desfrutada a cada passo.

Lembrem-se:

Ontem é história. Amanhã é mistério e hoje é uma dádiva. Por isso se chama “presente”.

Diálogo de A a Z
Um grupo vai à frente da sala para iniciar um dialogo. O 1º grupo a falar deve usar a
primeira letrada do alfabeto na primeira palavra, estende a conversa e termina sempre
com uma pergunta. O 2º grupo a falar responderá a pergunta com a letra seguinte do alfa-
beto, estenderá a conversa e terminará novamente com uma pergunta e assim por diante.
A FORÇA E O
ENCANTAMENTO
DA VOZ E DA FALA
A FORÇA E O ENCANTAMENTO DA VOZ E DA FALA

A
voz é a ferramenta de comunicação mais primária e mais imediata de
que dispomos para interagir na sociedade, pois ela não requer qualquer
acessório nem mecanismo especial para ser utilizada.
A voz é um elemento de fundamental importância, porque por meio
dela observamos as emoções, sensações, intenções e se as pessoas estão alegres, tristes,
apressadas, ou seguras.
É por intermédio dela que as pessoas também revelam seu entusiasmo, cansaço, an-
siedade, estado de humor, interferindo de modo decisivo na eficácia de nossa comunica-
ção social ou profissional e determinando a própria personalidade e o estado de espírito
de quem fala, pois a voz sofre muita influência de hormônios e de nossas emoções. Além
disso, a voz pode indicar a região em que você nasceu ou recebeu educação.
Sendo assim, a voz tem uma força incrível, por ser um dos instrumentos de influência
mais eficazes nas comunicações humanas. Conhecer a própria voz é conhecer um pou-
quinho da própria alma.
Um dos primeiros passos é reconhecer a voz que temos e identificar seus pontos for-
tes e frágeis, através de uma autoanálise e da ajuda do fonoaudiólogo.
Essa avaliação pode ser feita por meio de uma gravação de preferência com imagem
e som. A partir daí, é extremamente importante aperfeiçoá-la em sua expressividade,
pois somos julgados e avaliados a cada instante da nossa vida, também pelos sons que
emitimos. Precisamos buscar uma voz que agrade nossos ouvidos e os ouvidos alheios.
O que falamos é importante, mas o que dá credibilidade à mensagem são a harmonia e a
coerência entre o que se diz e a forma como a voz transmi-
te a informação.
A voz é importante para que a mensagem seja com-
preendida. No ambiente profissional, a voz pode nos ajudar
em inúmeras situações. Em qualquer circunstância, é pos-
sível transmitir confiança, liderança, credibilidade, asserti-
vidade. Não são raros os profissionais com inúmeras quali-
dades, mas que não conseguem demonstrá- las por motivos
associados à voz.
A capacidade de persuasão aumenta consideravelmente quando a voz é clara e bem
definida, isso intensifica a compreensão da mensagem.
Quando queremos falar em um tom mais grave ou aveludado, utilizamos a região do
tórax onde ressoam os tons graves e médios, já os timbres mais altos, ressoam na região da
face, onde os tons agudos se amplificam, dando uma aparência mais jovial a fala. Caso sua
apresentação dure mais de três minutos é necessário modular o volume vocal, falar Clube
da Fala mais alto e mais baixo, mais depressa e mais devagar. Para um bom orador, a voz
deve passar competência, segurança, autoridade, credibilidade, propriedade e poder de
decisão; deve ser sonora, com ressonâncias equilibradas, boa projeção no espaço; emitida
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de forma serena, liberada de todo esforço e flexível para realizar as alterações necessárias
sem interferir na função de seu trato vocal. A qualidade da voz reflete no bom desempe-
nho profissional.
O ouvinte quer um orador que interaja com ele e, por esse motivo, a técnica vocal
deixou de ser privilégio de religiosos, filósofos, políticos, professores, advogados e comu-
nicadores, passando a estar em evidência em todas as profissões, inclusive, nas relações
interpessoais.

A qualidade vocal implica:

1. Dicção: modo de articular e pronunciar as palavras de uma língua


2. Tonalidade: harmonia dos sons
3. Timbre: qualidade distinta da voz no que diz respeito ao volume e intensidade
4. Volume: força da voz
5. Ênfase: entonação da voz em certos vocábulos

Sendo assim, por meio da voz traduzimos quem somos o que sentimos e como enxer-
gamos o mundo. Por meio dela é possível detectar as sombras e a luminosidade de cada
um. A voz é uma arma poderosa. Cuidemos da voz como quem afina um instrumento
precioso, pois investindo no aprimoramento vocal teremos maiores condições de sucesso
profissional!

Anotações

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Aspectos da Voz
A voz está associada à fala, na realização da comunicação verbal e pode variar quanto
à intensidade, (altura), ressonância, frequência, qualidade vocal (timbre), entonação e
muitas outras características.

Intensidade Vocal – é um parâmetro físico e está relacionado com a amplitude da


vibração e tensão das pregas vocais. Assim, durante a comunicação em conversações, au-
las, palestras, atividades teatrais, locução profissional, canto, entre outras atividades que
requerem o uso da voz, é necessário observar o público-alvo a quem se destina à mensa-
gem; nesse sentido não se pode gritar diante de três pessoas, nem sussurrar diante de uma
multidão. Devem-se verificar o número de participantes e o ambiente físico.

Ressonância – a ressonância consiste no esforço de sons de determinadas frequências


e no amortecimento de outras; é a vibração do ar
dentro das caixas de ressonância, visando a modelar
e projetar o som no espaço. A ressonância é respon-
sável pela identificação da voz de cada falante, já que
fornece as características particulares de cada indi-
viduo. As caixas de ressonância são: laringe, faringe,
cavidade oral e nasal e seios paranasais. O ideal é ter
uma ressonância equilibrada entre todas cavidades.
Conforme o aparecimento de uma concentração de
ressonância em uma determinada cavidade, podem-
-se encontrar focos de ressonância. Um exemplo é o
foco hipernasal, gerando a “voz fanhosa”.

Entonação – é a variação do tom usado durante a fala. Por meio dela, pode-se valo-
rizar o conteúdo e ressaltar o significado. Usamos a entonação, por exemplo, para ex-
pressar surpresa ou ironia, e mais comumente para distinguir uma declaração de uma
interrogação.

Qualidade vocal – era anteriormente conhecida como timbre da voz. É a caracterís-


tica final e geral de uma voz. É com esse aspecto que se conclui uma avaliação perceptiva
de voz. É um termo utilizado para nomear o conjunto das características que diferenciam
uma voz da outra. Os tipos de qualidade vocal são diversos: rouca, soprosa, áspera, tensa,
trêmula etc.

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Anotações

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30 | C lu b e da Fa l a
Como a voz é produzida
A voz é produzida por meio do ar que vem dos pulmões e que, ao chegar à laringe, faz
as pregas vocais vibrarem.
Na laringe, as pregas vocais estão na posição horizontal. Quando respiramos, elas es-
tão afastadas. Ao falarmos, elas aproximam-se e vibram.

A voz pode ser modificada


A voz reflete o desenvolvimento físico e a qualidade vocal reflete as características in-
dividuais e o meio social em que se insere o indivíduo. A literatura descreve um aumento
na incidência de alterações vocais devido a pressões da vida diária e padrões educacionais
exigentes. A susceptibilidade psicológica dos adolescentes, unida a fatores ambientais,
pode ser causa da muda vocal incompleta, caracterizada pela voz infantil nas meninas e
aguda nos meninos. Embora raras, as causas orgânicas também devem ser descartadas.
A voz pode modificar-se de acordo com o conteúdo afetivo e com a necessidade que
a provoca. Pode-se manipular o mundo com ações e reações através de nosso apelo vocal.
A voz pode ser mudada, trabalhada e melhorada, sem mágica, apenas desenvolvendo
habilidades. Podemos modificar e melhorar todos os aspectos relacionados à voz, como
volume, intensidade, ressonância e timbre.

Cuidados com a voz


Cuidados básicos com a voz ajudam na preservação de possíveis alterações e doenças
vocais e devem ser seguidos por todos, principalmente por aqueles que utilizam a voz
como ferramenta de trabalho. Para ter uma boa voz é necessária mantê-la saudável e isso
significa ter uma voz clara, limpa, emitida sem esforço e agradável ao ouvinte.

O que se pode fazer para manter a voz saudável?

• Beba bastante água (em temperatura ambiente) enquanto estiver


falando, em pequenos goles. Um corpo permanentemente hidratado
significa pregas vocais hidratadas e com melhor flexibilidade e vibra-
ção. O ideal é ingerir de 7 a 8 copos por dia. A cor da urina (clara)
pode auxiliar no controle de uma hidratação adequada.
• Preocupe-se em manter uma alimentação equilibrada, sem grande
número de horas em jejum, mastigando bem cada alimento a ser
ingerido.
• Coma maçã, pois é adstringente e limpa o trato vocal. Além disso, sua mas-
tigação exercita a musculatura responsável pela articulação das palavras.
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• Use roupas confortáveis e de tecidos
que absorvam a transpiração. Roupas
leves e folgadas são ideias para quem
trabalha com a voz. Sapatos confortá-
veis favorecem a postura correta.
• Sono regular, momentos de lazer e atividades físicas também contribuem para
uma boa produção vocal.
• Procure respirar sempre corretamente levando ar até o abdômen e expandindo
as costelas. Não eleve os ombros e o peito como se fosse um pombo. O
abdômen que tem de se expandir como se estivesse cheio de ar.
• Enquanto estiver falando, mantenha a postura de corpo ereta, po-
rém relaxada, principalmente a cabeça.
• Evite competir com ruídos externos durante a fala. Fique atento a eles e procure
não aumentar o volume de sua voz na tentativa de superá-los.
• Tente não gritar. Se for possível, opte sempre pelo microfone ao falar em público.
• Fale pausadamente e de maneira correta, articulando bem as palavras, mas sem
exagero.
• Ter audição normal é importante, pois o monitoramento
vocal é realizado pela audição.
• Ao sentir vontade de tossir ou pigarrear, respire profun-
damente pelo nariz e engula a saliva várias vezes ou beba
água, pois essas ações provocam um forte atrito nas pregas vocais, irritando-as.
• Para diminuir a tensão na região dos ombros e do pescoço, boceje e espreguice
diversas vezes ao dia.
• Após o uso intenso da voz procure permanecer em repouso vocal por algum tempo.
• Outro fator importante é o ambiente de trabalho. Pro-
cure discutir com seus colegas e gestores meios que possi-
bilitem um ambiente de trabalho agradável, capaz de di-
minuir a tensão e favorecer o diálogo. Uma voz saudável é
resultado de cuidados individuais e de ações ambientais.

O que deve ser evitado?


• Cigarro e qualquer tipo de droga irritam a mucosa do trato vocal e
aumentam a sensação de pigarro, podendo causar alterações nas pregas
vocais.
• Bebidas alcoólicas devem ser evitadas. Além de irritarem a mucosa do
trato vocal, têm efeito anestésico, que mascara a dor de garganta. As
bebidas destiladas são mais prejudiciais que as fermentadas.
• Sprays, pastilhas e dropes também têm efeito anestésico, mascarando
sintomas e permitindo o abuso vocal.
• Alergias são consideradas prejudiciais à voz.

32 | C lu b e da Fa l a
• Substâncias como fumaça e poeira devem ser evitadas por pessoas alérgicas. As
alterações psíquicas podem desencadear crises à medida que aumentam a sensibi-
lidade do organismo, causada pela diminuição de suas defesas.
• As mudanças bruscas de temperatura são prejudiciais à voz. As
bebidas geladas ou muito quentes também produzem choque tér-
mico no organismo.
• Bebidas à base de cafeína, refrigerantes, frituras e alimentos pesados, gordurosos
ou condimentados podem dificultar a digestão, provocando refluxo gastroesofágico.
Se você possui tendência à azia e má digestão, evite essas substâncias. A “queima-
ção” pode chegar às pregas vocais e irritá-las.
• Pessoas com predisposição a alterações vocais devem evitar chocolate, leite e deri-
vados antes do uso intenso da voz. Esses alimentos aumentam a secreção do muco
no trato vocal, o que induz à produção de pigarro.
• Ambientes com ar condicionado também devem ser evitados. Nesse caso, o res-
friamento é feito com redução da umidade do ar, o que resseca a mucosa do trato
vocal, prejudicando a voz.
• Alguns medicamentos interferem na produção vocal. Evite a automedicação. Cui-
dado com receitas caseiras (gengibre, romã, vinagre e alho). Não há estudos que
comprovem a eficácia desses produtos.
• Ambiente de trabalho ruidoso, tenso e estressante é prejudicial à voz. Ele pro-
picia tensão corporal e laríngea. A emissão vocal nessas condições é feita com
esforço e leva a um desgaste.
• Gritar constitui-se numas das atitudes mais agressoras para a laringe, pois nes-
se momento ocorre uma verdadeira “trombada” entre as pregas vocais. Por esse
motivo, o grito deve ser evitado, ficando exclusivo para momento de perigo ou
sobrevivência.
• Cantar de maneira inadequada ou abusiva em “videokês” ou fazer parte de co-
rais sem preparo vocal.
• Falar durante os exercícios físicos: qualquer exercício de esforço muscular junto
com a fala irá provocar sobrecarga na musculatura da laringe.

Livre das tensões e mantendo a respiração adequada à fala, o profissional deve verifi-
car de que forma está articulando as palavras. Todos os órgãos móveis da boca, tais como:
língua, bochechas, lábios, palato mole e mandíbula, devem ser bem articulados, produzin-
do os pontos articulatórios dos fonemas e a forma bucal das vogais de maneira correta. É
fundamental que haja harmonia entre a respiração e a articulação para que a colocação da
voz seja feita com naturalidade. Qualquer pessoa pode brincar com sua voz sem cometer
esforço, desde que tenha um preparo.

Fala
Fala é a capacidade ou o uso da capacidade de emitir sons. Para falar ou cantar movi-
mentamos, a proximadamente, cerca de uma dúzia de músculos da laringe, em especial, as

C lu b e da Fa l a | 33
pregas vocais. Chegando a boca, o som é articulado graças à ação
da língua, dos lábios, dos dentes, do véu palatino e do assoalho
da boca.
Nós, seres humanos, aprendemos a usar a respiração para a
fala. Falar ou cantar requer um fluxo de ar expiratório capaz de
ativar a vibração das pregas vocais. É comum apresentarmos um
certo desequilíbrio entre a respiração e a fala, pois essa coorde-
nação é complexa, porém podemos capacitá-la ao máximo atra-
vés de exercícios de voz, fala e oratória.

Dicção
A dicção é o modo em que uma pessoa articula e pronuncia as palavras de uma língua.
Denota a pronúncia clara e correta entonação de um texto.
Uma articulação com sons bem definidos transmite ao ouvinte franqueza, desejo de
ser compreendido e clareza de ideias (mesmo que na realidade elas não sejam tão claras).
A emissão clara confere credibilidade ao falante, mesmo se ele não possuir uma voz de
qualidade, especialmente bela ou potente. A falta de exatidão na constituição das pala-
vras, com sons distorcidos ou emitidos sem a necessária precisão, pode fazer com que
fatos admiráveis passem despercebidos.
Articulação mal-definida pode também indicar dificuldades na organização mental,
não preocupação em ser compreendido, ou até mesmo, falta de vontade de se comunicar.
Por sua vez, uma articulação exagerada, facilmente detectada pelo ouvinte, indica certo
grau de narcisismo. Todas as pessoas apresentam variações na qualidade da articulação
dependendo do domínio que possuem do discurso, da confortabilidade da situação de
comunicação e da aceitação mútua entre interlocutores.
A pronúncia se refere ao uso de algumas substituições de sons nas palavras ou modi-
ficações articulatórias para o mesmo som, ou resultado sonoro de uma comunidade lin-
guística especifica. Nesse sentido, temos o regionalismo que representa um exemplo in-
teressante e, no caso de algumas funções e profissões, é fator decisório e até eliminatório.
Por exemplo, a substituição do fonema /S/ pelo fonema /R/, /meSmo/ para /meRmo/,
na cidade do Rio de Janeiro. Outro exemplo, é o caso de sotaques.
Seguem algumas dicas com relação ao bom uso da voz e da fala:

• A voz num ambiente sem microfone necessita de uma boa projeção, entonação
e impostação para que não ocorra o abuso vocal e para que todos mantenham o
interesse por um tempo prolongado.
• Fale com boa intensidade, nem alto nem baixo demais, sempre de acordo com o
ambiente; fale com boa velocidade, nem rápido nem lento demais e fale com bom
ritmo, alternando a altura e a velocidade da fala para manter aceso o interesse dos
ouvintes.
• Pronuncie bem as palavras, sem exagero e fale com emoção, demonstrando inte-
resse e envolvimento pelo assunto.

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Anotações

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Exercício
Aquecimento (Áreas de ressonância)
Nossa voz ressoa em três regiões do nosso corpo: no peito (tons médios e graves),
cabeça e face (tons agudos)

• Para aquecer a voz nos tons graves usamos a expressão EI. Sentindo o peito vibrar.
EI ..., EI ..., EI ..., EI ..., EI ...,EI ..., EI ... (TONS GRAVES)
• Nos tons médios usar A vogal sentindo o som entre o peito e a garganta
• AAA..., AAA..., AAA..., AAA..., AAA..., AAA..., AAA...
• Nos tons agudos usar a expressão HUMMM, sentindo o som vibrar a face.
• HUMMM..., HUMMM..., HUMMM..., HUMMM...

Através de sílabas vamos vocalizar. Este exercício é fundamental para aprimorar a


expiração, inspire antes e após faça a vocalização, expirando.

Taaa baaaaaaaa... Jaaa naaaaaaa...


Teee beeeeeeee... Je neeeeeeee...
Tiiii biiiiiiiiiiiiiii... Ji niiiiiiiiiiiiiiii...
Tooo booooooo... Jô noooooooo...
Tuuu buuuuuuu... Ju nuuuuuuuu...

Ba taaaaaaaaa... Na jaaaaaaaaaa
Be teeeeeeeee... Ne jeeeeeeeee
Bi tiiiiiiiiiiiiiiii... Ni jiiiiiiiiiiiiiiii
Bo ooooooooo... No joooooooo
Buuuuuuuuuu... Nu juuuuuuuu

Sobrearticulando Palavras (Silabação)


Pronunciar exageradamente cada sílaba das palavras no exercício a seguir:

• Maria-Mole é molenga, se não é molenga, não é Maria-Mole. É coisa malevolente,


nem mala, nem mola, nem Maria, nem mole.

• Tinha tanta tia tantã. Tinha tanta anta antiga. Tinha tanta anta que era tia. Tinha
tanta tia que era anta.
Exercício
• A sábia não sabia que o sábio sabia que o sabiá sabia que o sábio não sabia que o
sabiá não sabia que a sábia não sabia que o sabiá sabia assobiar.

• O doce perguntou pro doce qual é o doce mais doce que o doce de batata-doce. O
doce respondeu pro doce que o doce mais doce que o doce de batata-doce é o doce
de doce de batata-doce.

• Três tigres tristes para três pratos de trigo. Três pratos de trigo para três tigres
tristes.
A EXPRESSÃO DO CORPO
A EXPRESSÃO DO CORPO

T
odo nosso corpo fala, quando estamos nos comunicando. É a chamada co-
municação não verbal, considerada bastante importante no processo co-
municativo. As posições dos pés e das pernas, os movimentos dos troncos,
dos braços, das mãos e dos dedos, a postura dos ombros, o balanço da ca-
beça, as contrações do semblante e a expressão do olhar, cada gesto possui um significado
próprio, encerra em si uma mensagem.
A leitura das atitudes e pensamentos expressos no comportamento das pessoas foi
o primeiro sistema de comunicação usado pelo ser humano, muito antes do desenvolvi-
mento da linguagem oral.
Antes da invenção do rádio, a maior parte da comunicação entre as pessoas era escri-
ta e se fazia por meio de livros, cartas e jornais. Isto significa que políticos feios e maus
oradores como Abraham Lincoln alcançavam sucesso sendo persistentes e escrevendo
bons textos. A era do rádio deu oportunidade a pessoas dotadas de um bom domínio da
linguagem oral, como Winston Churchill, que falava maravilhosamente bem, mas não era
favorecido visualmente.
Os políticos de hoje em dia compreendem perfeitamente que a política é uma questão
de aparência, razão pela qual a maioria deles recorre a consultores de linguagem corpo-
ral para ajudá-los a criar a imagem de sinceros, honestos e responsáveis, principalmente
quando não são.
A maioria das pessoas acredita que a fala é ainda a nossa principal forma de comu-
nicação. Em termos evolucionários, a fala só passou a fazer parte do nosso repertório
de comunicação em tempos recentes, usada fundamentalmente para transmitir fatos e
dados. Estima-se que ela tenha se desenvolvido há cerca de 2,5 milhões de anos, tempo
durante o qual o nosso cérebro triplicou de tamanho. Antes disso, a linguagem corporal e
os sons produzidos pela garganta eram as principais formas de transmissão de emoções e
sentimentos humanos – e continuam sendo até hoje, embora a excessiva atenção dada às
palavras faça com que sejamos profundamente desinformados a respeito da linguagem do
corpo e da importância que ela tem em nossas vidas.
A linguagem falada, apesar disso, reconhece a importância da linguagem corporal
para a nossa comunicação. Eis aqui algumas expressões que mostram isso:
Arranque essa tristeza do peito. Não fique de queixo caído. Esteja ao alcance da mão.
Tire esse peso dos ombros. Dê um passo adiante. Entre de cabeça erguida. Não seja ca-
ra-de-pau. Vê se não me enche o saco. Que nariz empinado! Não empurre com a barriga.

No começo…

Os atores do cinema mudo, como Charles Chaplin, foram os pioneiros das técnicas de
linguagem corporal, até então o único modo de comunicação disponível na tela. A técnica
de um ator era considerada boa ou má à medida que ele fosse capaz de usar gestos e sinais
corporais para se comunicar com o público. Com a popularização do cinema falado, e a

C lu b e da Fa l a | 41
consequente perda de importância dos aspectos não verbais da representação, muitos
atores do cinema mudo caíram na obscuridade. Só sobreviveram os que eram dotados de
talentos verbais e não verbais.
Albert Mehrabian (1950), pioneiro da pesquisa da linguagem corporal, apurou que
em toda comunicação interpessoal cerca de 7% da mensagem é verbal (somente pala-
vras), 38% é vocal (incluindo tom de voz e suas inflexão) e 55% é não verbal.
A pesquisa visava descobrir como a emoção era comunicada. A questão não era o que
realmente a pessoa dizia (conteúdo), mas sim como ela falava (forma).
O antropólogo Ray Birdwhistel, pioneiro do estudo da comunicação não verbal, calcu-
lou que, em média, o indivíduo emite de 10 a 11 minutos de palavras por dia em sentenças
com duração média de apenas 2,5 segundos e estimou também que somos capazes de
fazer e reconhecer cerca de 250 mil expressões faciais. Tal como Mehrabian, Birdswhistel
descobriu que o componente verbal responde por menos de 35% das mensagens transmi-
tidas numa conversação frente a frente; mais de 65% da comunicação é feita de maneira
não verbal.
Outros estudos mostraram que, nas negociações por telefone, as pessoas que têm os
argumentos mais fortes geralmente prevalecem, o que não acontece quando se negocia
frente a frente, já que quase todo mundo toma suas decisões finais mais pelo que vê do
que pelo que ouve.
Por que não se trata do que você diz?
Embora não pareça politicamente correto fazer isso, quando somos apresentados a
uma pessoa, nós rapidamente a julgamos como sendo ou não simpática e adequada como
potencial parceira sexual – e não são os olhos dela a primeira coisa que observamos.
A maioria dos pesquisadores hoje concorda que as palavras são usadas primordial-
mente para transmitir informações, ao passo que a linguagem corporal é usada para ne-
gociar atitudes interpessoais e, em alguns casos, como substituta das mensagens verbais.
Por exemplo, quando uma mulher manda “aquele olhar” para um homem, está lhe trans-
mitindo uma mensagem muito clara sem precisar abrir aboca.
Como qualquer outra espécie, somos ainda dominados por regras biológicas que con-
trolam nossas ações, reações, linguagem corporal e gestos. O fascinante em tudo isso é
que o animal humano raramente tem consciência de que suas posturas, movimentos e
gestos podem contar uma história enquanto sua voz está contando outra.
Sendo assim, embora os gestos tenham estreita ligação com a natureza das ideias, nem
sempre é fácil encontrar na sua expressão o complemento ideal para as nossas mensagens.
Todo nosso corpo fala, quando estamos nos comunicando. É a chamada comunicação
não verbal, considerada bastante importante no processo comunicativo. As posições dos
pés e das pernas, os movimentos dos troncos, dos braços, das mãos e dos dedos, a postura
dos ombros, o balanço da cabeça, as contrações do semblante e a expressão do olhar, cada
gesto possui um significado próprio e encerra em si uma mensagem.

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Anotações

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Expressões faciais
O semblante talvez seja a parte mais expressiva de todo corpo, pois por meio dele
pode-se avaliar a performance de uma pessoa. Porém, essa tarefa é algo complexo, pois
muitas pessoas conseguem camuflar suas emoções e sentimentos expressos pelos movi-
mentos faciais.
O queixo, a boca, as faces, o nariz, os olhos, as sobrancelhas e a testa, trabalham iso-
ladamente ou em conjunto, para demonstrar ideias e sentimentos, transmitidos pelas pa-
lavras e muitas vezes sem a existência delas. O olhar e o sorriso são dois fatores extrema-
mente importantes da expressão facial.
Pela observação de alguns detalhes podem-se identificar alguns sinais como: lábios
apertados e pálidos indicam raiva e irritação; boca semiabertas com os olhos abertos in-
dica estado de espanto, surpresa; sobrancelhas unidas indicam concentração, reflexão e
sisudez; testa com rugas indica admiração, espanto, desconfiança.
O semblante trabalha também como
indicador de coerência e de sinceridade
das palavras. Deve demonstrar exatamen-
te aquilo que estamos dizendo.
O conhecimento de todo jogo fisio-
nômico, a certeza de estar demonstrando
no semblante exatamente o que deseja, dá
a quem fala confiança e convicção ao se
apresentar. Porém, a expressão facial deve
ser também natural. E nada melhor que a
prática de falar em público com orienta-
ções e autoanálise.

Aparência
A aparência é outro aspecto importante na oratória. Ela reflete a imagem de cada in-
divíduo. Nesse sentido, a maneira de se vestir, de pentear os cabelos, maquiar e utilizar
detalhes como: joias, relógios, anéis, esmalte, entre outros, influenciam juntamente com
os gestos, postura e discurso, a impressão e o julgamento sobre sua pessoa.
Assim, em situações de reuniões, entrevistas, apresenta-
ções e palestras, deve-se estar atento à imagem que se quer
transmitir, pois nem sempre o que queremos transmitir é
alcançado. Desta forma, a observação é o melhor caminho
para conseguir a aparência adequada.

Dicas quanto à apresentação pessoal

• Nós não temos uma segunda chance de causar uma


boa primeira impressão.

44 | C lu b e da Fa l a
• Use sempre roupas adequadas ao ambiente onde está se apresentando.
• Seja discreto e sóbrio.
• Use roupas limpas, bem passadas, botões bem pregados, bainhas bem
feitas e sem vestígios de puídos, manchas, pêlos, etc.
• Prefira tecidos que não amassem.
• Não abuse das cores, roupas xadrez, listradas, etc.
• Use no máximo duas cores.

Uso do microfone
Seria difícil imaginar os dias de hoje sem a presença do mi-
crofone. Sua utilidade é incontestável. Ele permite que a comu-
nicação do orador seja mais natural e espontânea, além de pre-
servar a voz do orador, possibilitando-o falar a grandes plateias
da mesma forma que se conversa com uma ou duas pessoas.
Mesmo possuindo todas essas qualidades, o microfone,
muitas vezes, é visto como terrível inimigo, chegando a provo-
car pânico em determinados oradores.

O microfone de pedestal é o mais comum na maioria dos auditórios.

• Deve-se inicialmente verificar como funciona o mecanismo da haste onde o mi-


crofone se sustenta e se existe regulagem na parte superior onde ele é fixado.
• Teste a sensibilidade do microfone para saber a que distância deverá falar. Nor-
malmente à distância indicada é de 10 a 15 centímetros.
• Sempre que for possível converse antes com o técnico de som e peça uma sugestão
a ele com relação ao retorno. Se ainda assim, quando não tiver nenhum retorno do
som e aparecem dúvidas, não tenha medo em perguntar a plateia, que certamente
estará pronta.
• Ao acertar a altura do microfone, procure não o deixar na frente do rosto, permi-
tindo que auditório veja o seu semblante. O ideal é um pouco abaixo do queixo.
• Ao falar, não segure na haste e fale sempre olhando sobre o microfone, para que a
voz seja captada.
• Fale, não grite, aja como se estivesse conversando com um pequeno grupo de
amigos. Isso não quer dizer que deverá falar baixinho, sem energia; ao contrário;
transmita sua mensagem animadamente, com vibração, mas sem gritar.
• Caso seja preciso segurar o microfone pela mão para se movimentar, o cuidado
deverá ser o mesmo; nesse caso não movimente a mão que segura o microfone e
deixe-o sempre à mesma distância.

O microfone de lapela também é utilizado e não apresenta grandes


problemas quanto a sua utilização.

C lu b e da Fa l a | 45
• Ele é preso na roupa por uma presilha tipo “jacaré”, de fácil manuseio. É muito útil
quando se pretende liberdade de movimentos.
• Ao colocá-lo na lapela, na gravata ou na blusa, procure deixá-lo na parte superior
do peito, pois ele possui uma boa sensibilidade e esta distância poderá captar a voz
com perfeição.
• Enquanto estiver falando não mexa no fio, não o enrole e nem o torça.
• Outra precaução importante é de não bater as mãos e não tocar no peito com força,
pois esses ruídos também são ampliados durante a apresentação, prejudicando a
concentração e o entendimento dos ouvintes.
• É perigoso fazer comentários alheios ao assunto tratado perto de qualquer micro-
fone, principalmente o de lapela que sempre o acompanhará.
• Não se esqueça de retirar o microfone quando terminar de falar.

Há ainda o microfone head-set, o qual é preso na cabeça ou na orelha e uma haste até
a boca o sustenta. Os cuidados com esse microfone são muito similares ao de lapela, devi-
do à alta sensibilidade. A diferença é o cuidado que se deve ter com relação à distância da
boca para não haver estouros, sibilações e outros problemas.
Como nos itens anteriores, é sempre importante
testá-lo antes de usar para que se tenha uma boa
apresentação.

Os Gestos
Os gestos são movimentos que devem complementar uma mensagem, uma conversa-
ção, de forma leve e sincrônica. Normalmente, estão relacionados com os pensamentos
e emoções. Geralmente, acontecem com movimentos de membros superiores (braços e
mãos) acima da linha da cintura e abaixo do peito.
Entretanto, cada pessoa possui e desenvolve ao longo de sua vida gestos muito parti-
culares que denotam uma comunicação espontânea e real.
Mesmo sabendo que a gesticulação pode ser aprendida e treinada, não há como ensi-
ná-la ostensivamente, pois a atitude poderia ficar artificial.
Em comunicação, nada deverá superar a naturalidade.
Nas relações profissionais, os gestos têm importância incontestável, pois por meio
deles pode-se reforçar as ideias e estimular os ouvintes.
Entretanto, se utilizado inadequadamente ou exageradamente, podem prejudicar o
objetivo da apresentação em público, da conversação, reunião, entrevista e outras situa-
ções de comunicação.
Gestos mais extensos e expansivos são características de pessoas mais expansivas, ex-
trovertidas e desinibidas. Esses são mais intensos e refletem a personalidade do indivíduo.
No entanto, em certas situações, podem estar inadequados e comprometer os resultados
da apresentação. Outros gestos menores, mais restritos e quase imperceptíveis, são utiliza-
dos normalmente por pessoas mais tímidas e comedidas. Nesse caso, também se observa

46 | C lu b e da Fa l a
situações na qual a pessoa não consegue expressar suas ideias, pensamentos e sentimentos
de maneira convincente prejudicando o objetivo da situação e da comunicação.
Alguns gestos prejudicam a interação com a plateia, entre ele temos: os acima da ca-
beça, os repetitivos, os sem relação com a mensagem expressada e os exagerados. Esses
provocam cansaço e desinteresse pelo discurso. Os extremamente exagerados provocam
o desperdício de energia pelo indivíduo, dificultando a sua performance comunicati-
va e a utilização eficaz de outros elementos da comunicação, como o tom da voz adequado
e a expressão facial, responsáveis por detalhes da apresentação em público. Alguns gestos
exagerados e extensivos podem ser utilizados para atingir uma grande quantidade de pes-
soas e com o objetivo de expressar emoções mais intensas. Podem- se verificar exemplos
desses gestos nos discursos de políticos em época de campanha.
Ao falar em público, sabe-se quais os gestos mais adequados, através da avaliação do
contexto do público envolvido. Assim, pode-se ter maiores probabilidades de acertos,
influência e eficácia.
Eis o que deve ser evitado ao falar em público, quanto aos gestos

• Mexer na gravata.
• Brincar com chaveiros e canetas.
• Ficar ajeitando os cabelos e os óculos.
• Coçar as orelhas, cabeça, nariz.
• Esconder a boca.
• Roer unha.
• Deixar os braços cruzados.
• Colocar as mãos para trás.
• Colocar as mãos nos bolsos.
• Adotar a posição de xícara, as duas mãos agarradas à cintura.
• Deixar os braços cruzados.
• Tamborilar os dedos ou estalar os dedos.
• Se utilizar microfone, nunca o segure com as duas mãos
• Movimentar as mãos em excesso.
• Não se apoiar sobre a mesa, a cadeira, ou a tribuna.

Sempre que possível, as mãos devem estar livres para gesticular, de forma natural e
sincronizada com o assunto em questão. Mantenha as mãos no nível da cintura, pois assim
gesticulará normalmente.

Significado de alguns desses gestos

• parar com as mãos na cintura: incompreensão, agressividade


• sentar com pernas cruzadas e pequenos chutes no ar: cansaço, aborrecimento,
ansiedade
• sentar com as pernas abertas: abertura, relaxamento
• braços cruzados no peito: defensiva
• mãos nas maçãs do rosto: avaliação, pensamento

C lu b e da Fa l a | 47
• esfregar os olhos: descrença, dúvida, mentira
• apoiar a cabeça nas mãos: cansaço e tédio
• esfregar as mãos: antecipação, ansiedade
• mãos abertas, palmas para cima: sinceridade, inocência, abertura
• coçar a ponta do nariz, olhos fechados: avaliação negativa
• batucar com os dedos, olhar o relógio: impaciência;
• alisar o cabelo: insegurança
• inclinar/ virar a cabeça na direção: interesse
• coçar o queixo: pensando
• roer unhas: ansiedade, insegurança
• puxar ou coçar a orelha: indecisão

Anotações

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Exercício
Mímica
A mímica foi um recurso artístico muito utilizado nas representações de teatro da
Grécia Antiga, que consiste numa forma de expressão baseada em gestos e movimentos
corporais e fisionômicos. Através da mímica, uma pessoa pode passar ideias e pensamen-
tos sem usar a fala, apenas fazendo sinais e usando sua expressão corporal.
Esta atividade lúdica é excelente para o desenvolvimento do raciocínio, expressão e
melhora o relacionamento entre as pessoas envolvidas.

Atividade:

• Dividir o grupo em duplas.


• Cada dupla vai sortear um nome de um filme ou uma música.
• A dupla vai tentar representar o nome sem dizer uma palavra, para que o grupo
adivinhe o tema.
• A dupla que melhor fizer a mímica, fazendo com que o grupo adivinhe com mais
rapidez, vence a atividade.

Regras:

• Não falar.
• Não soletrar palavras usando números ou o alfabeto.
• Indicar o número de palavras no título.
• Apontar o número de sílabas em uma palavra e, então, fazer a mímica das sílabas
diferentes.

Dublagem
Um grupo de pessoas simula uma situação dramática, intercalando ao máximo e usan-
do as expressões corporais e faciais adequadas, à frente da turma sem emitir som. As
pessoas na plateia serão os dubladores desse grupo.
A SUTILEZA DOS ESTILOS
DE COMUNICAÇÃO
A SUTILEZA DOS ESTILOS DE COMUNICAÇÃO

W
illiam Moulton Marston, psicólogo, pesquisador e professor da
universidade de Harvard descobriu, em 1928, que as pessoas se
agrupavam por semelhanças, ele quis dizer que cada grupo possuía
atitudes e que tinha uma forma muito específica de se comportar
diante da vida e das situações.
Isso explicava esta quantidade imensa de diferenças individuais que certamente enri-
quecem o nosso dia a dia e aumentam a capacidade produtiva das empresas, porém, tor-
na-se também um fator dificultador nos processos de
relacionamento. Isto porque as pessoas não aprenderam
a lidar com a diversidade de características que existe
entre os seres humanos. Não é por acaso que não passa-
mos um dia inteiro sem nos atritarmos ou fazermos,
pelo menos, uma cara feia para alguém.
Por isso, é tão importante que todos nós possamos
conhecer a forma como cada pessoa se comunica, e para
isso é importante conhecer o seu comportamento (ver
livro Talento para a Vida), bem como os seus estilos
de comunicação. Existem sete conceitos importantes,
a que devemos estar bastante atentos:

• São quatro os estilos de comunicação: DOMINANTE, INFLUENTE, ESTÁVEL e


CONFORME.
• Em geral, as pessoas usam o estilo predominante na maior parte do tempo, o cha-
mado “estilo primário”. Cada pessoa tem, também, um estilo de “suporte” que é o
segundo de uso mais frequente.
• Entretanto, as pessoas poderão usar um “mix” dos quatro estilos.
• Os estilos de comunicação são manifestados nas atitudes. Assim sendo, você pode
observar como os outros agem para identificar os seus estilos “primários” e “de
suporte”.
• Quando os estilos de comunicação são usados em demasia ou subutilizados, sur-
gem os problemas.
• Em geral, as pessoas são mais receptivas a um estilo de comunicação semelhante
aos seus estilos “primários” ou de “suporte”.
• É plenamente possível para qualquer pessoa adaptar ou modificar, temporariamen-
te, seu estilo “primário” para atender ao estilo de comunicação de outra pessoa.

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Anotações

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Estilo Dominante
Quando Marston definiu o comportamento Dominante, ele viu características de mui-
ta ação, voltadas para o desenvolvimento do EU que estimula a autoestima. A criança, na
sua primeira fase de vida, é temperamental, exigente, ditadora, tem a dominância em toda
sua pujança porque precisa definir sua identidade separando-a do meio.
Algumas pessoas adultas, cuja predominância é a Dominância, podem cristalizar esta
forma de se comportar em lugar de amadurecerem e evoluírem os aspectos positivos de
seu perfil. Entretanto, outras pessoas anulam características deste fator, às vezes por con-
ta de uma educação muito rígida, comprometendo sua autoestima. As pessoas com alta
Dominância são:

• Visionárias – enxergam o futuro e por isso mesmo tendem a ser empreendedoras.


• Ambiciosas – competitivas, buscam o pódio com forte tendência a ter sucesso em
seus empreendimentos.
• Gostam de desafios – quebram limites externos de tempo/espaço conseguindo
realizar façanhas que muitos não conseguem.
• Perspicazes – antenados com as oportunidades e descobrindo possibilidades de
negócios onde muitos sequer imaginavam existir.
• Focam nos resultados – não admitem falhar e isso os faz recomeçar quantas vezes
seja necessário.
• Autorreferenciados – rápidos nas decisões, não se deixam contaminar pelas opi-
niões alheias e, por isso mesmo, perseguem o seu sonho até alcançá-los.
• Assumem o poder – ditam as ordens. Sabem liderar com pulso quando se faz ne-
cessário, mantendo o prumo especialmente nas situações emergenciais.

Como reage, normalmente, o Dominante

Basicamente, o Dominante é um executor. Operando dessa forma, ele tende a ir em


frente, de forma determinada, dando soluções e movendo para fora do seu caminho o que
parecia um obstáculo intransponível. Ele avança no trabalho com uma grande variedade
de projetos e tarefas ao mesmo tempo e demonstra o que parece ser uma capacidade in-
crível de fazer coisas. Se o Dominante não pode entender uma ação proposta em termos
de experiência direta (quem vai fazer o que, como e para que, como saberemos se a tarefa
vai ser levada a cabo), então poderá ser mais difícil para ele prosseguir com o assunto,
mas não desistirá de seu objetivo. O Dominante tende a aprender melhor, não a partir de
uma base conceitual teórica, mas de uma base de experiência imediata, direta e pessoal.
O Dominante é usualmente visto como decidido. A rápida tomada de decisão é importan-
te, porque, agindo dessa forma, torna-se um mecanismo para aliviar ansiedade ou evitar
perda de tempo.

Seu lado positivo

O Dominante parece ser um “dínamo”, o trabalhador “hercúleo” que, uma vez com-
prometido com uma tarefa, removerá montanhas para a obtenção de êxito. O Dominante

C lu b e da Fa l a | 55
é considerado uma pessoa de recursos, bem articulada, pragmática e condutora. Visual-
mente, impõe altos padrões de utilidade para si mesmo e para os outros. Nesse grau, o Do-
minante é provavelmente, visto como um impaciente e incansável “consultor”. Algumas
vezes, as pessoas o veem como otimista e prático apto a transmitir um senso de missão e
propósito para os outros.

Seu lado negativo

O Dominante pode falhar ao avaliar consequências em longo prazo. Pode ser visto
como tão orientado para a ação que passe a gerar “curtos-circuitos” entre passos impor-
tantes no processo de planejamento. Quando está muito confiante, em geral, o Dominante
dispensa cautela e análise, como que dizendo: “Viemos aqui para beber ou conversar?”.
O Dominante pode ser criticado por impor sua liderança, alta velocidade na execução
das atividades e controle sobre os outros. Na pior das hipóteses, ele tende a enfatizar,
excessivamente, os resultados em curto prazo e agir impulsivamente, tentando conduzir
os outros à sua vontade, em vez de adotar estratégias baseadas em conceitos, planos ou
percepções dos outros.

Características

• É um estrategista que avança criativamente, parece mover montanhas.


• Empolga-se por trabalhar em vários projetos ao mesmo tempo.
• Tem inacreditável habilidade para cumprir prazos.
• Assume compromissos sempre com a certeza de que poderá cumpri-los.
• Tem que estar apto a entender uma ação proposta e relacioná-la com sua própria
experiência ou terá maior dificuldade para conduzí-la.
• Aprende melhor fazendo, em vez de fazê-lo por análise teórica ou conceitual.
• É diretivo, assertivo e decisivo.
• Descarrega suas ansiedades através de várias ações conjuntas.
• É bem articulado, pragmático e conduz seus projetos incisivamente.
• Impõe altos padrões de resultados para si mesmo e para os outros.

Sob Tensão

• É impaciente (age impulsivamente, busca resultados em curto prazo, perdendo a


visão de longo prazo).
• Reage com excesso a opiniões que refreiam ação e movimento.
• Possui tendência a passar como um “trator” sobre os sentimentos alheios.
• Considera como lealdade o grau com que os outros concordam ou colaboram com
ele (mesmo que discordem dele).
• Pode demonstrar pouco envolvimento ou falta de “visão de equipe”.
• É percebido algumas vezes como preconceituoso.
• Pode encarar o fracasso como evidência de que os outros não foram suficiente-
mente leais ou esforçados, não admitindo ser responsabilizado pelo mau resultado.

56 | C lu b e da Fa l a
Atitudes

Aplicadas Negativamente Aplicadas Positivamente

Visão de curto prazo Pragmático

Preocupado com “status”, egocêntrico Assertivo, objetivo e direcionado

Age antes, pensa depois Voltado para resultados

Não confia em terceiros Objetivo, opina baseado no que vê

Arrogante e dominador Competitivo e independente

Anotações

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Estilo Influente
Marston definiu o alto Influente também como pessoas de ação e como especialmente
interessadas em lidar com pessoas, elas estão sempre preocupadas com o NÓS. Para elas,
nada está suficientemente bom se não estiver bom para ambas às partes. Aquela história
do ganha-ganha tão falada ultimamente nas empresas é muito bem entendida e aplicada
pelos altos Influentes que diferentemente dos D, que são competitivos, trabalham pela
cooperação.
Na adolescência, o Influente predomina ou se apresenta em toda sua força naqueles
que o têm como fator predominante porque é a época em que o jovem está desenvolven-
do a solidariedade. Quando isto é reprimido pela sociedade, pelos pais ou escola, os re-
sultados serão vistos no futuro e nem sempre serão agradáveis. Algumas pessoas podem
viver tão intensamente esta fase na adolescência que tendem a cristalizá-la procurando
ser o eterno adolescente que não assume responsabilidades diante da vida. A nossa socie-
dade está vivendo uma fase difícil onde nossos jovens não têm oportunidade de viverem
saudavelmente esta fase, deixando-os uma grande interrogação sobre o futuro emocional.
As pessoas com alto I são:

• Idealistas – buscam satisfazer as outras pessoas, estão sempre envolvidas em ações


sociais ou dispostas a ajudar os outros.
• Buscam a harmonia entre as pessoas – focam no prazer de estar junto, de partilhar
afinidades, de dividir conhecimentos.
• Empáticos – compreendem as pessoas e, por isso mesmo, são bem acolhidas por
elas. Interessam-se verdadeiramente pelo que elas pensam e sentem.
• Intuitivas – escutam seu coração, possuem um sexto sentido para perceber o que
está acontecendo ou o que é melhor a ser feito e ouvem o seu coração.
• Persuasivas – quebram as barreiras internas das pessoas porque falam aos seus
corações e não às suas mentes.
• Flexíveis – possuem a capacidade de adaptar-se e trazer leveza à vida encarando,
com simplicidade, as mudanças de percurso e sempre dando soluções práticas às
situações.
• Comunicativas – com grande fluência verbal elas interagem facilmente com todos,
informando, comunicando, motivando, instruindo, agregando, articulando e sem-
pre procurando manter o clima agradável.

Como reage, geralmente, o Influente

O Influente é percebido como sendo dinâmico e estimulante. Em particular, essa pes-


soa é provavelmente “calorosa” e muito próxima das outras. É capaz de notar discrepân-
cias entre o discurso e a prática, entre o comportamento externo e a motivação interna. É
sensível as suas próprias motivações e as de terceiros.
Pelas razões acima, o Influente é frequentemente visto como perceptivo e discer-
nido. As pessoas procuram o Influente pela sua capacidade de resolver problemas e
situações emocionais complexas, interpretar as razões e o significado de determinados

58 | C lu b e da Fa l a
comportamentos, ou avaliar o clima e o ânimo do grupo. O Influente é provavelmente,
o mais eficiente para prever a forma como as pessoas poderão reagir a uma mudança ou
ação planejada.

Seu lado positivo

O Influente é verdadeiramente perceptivo, sensível, consciente e empático. Habili-


doso na comunicação tem alto poder de persuasão e grande fluência verbal, o que o faz
convencer as pessoas com extrema facilidade. O Influente pode, frequentemente, ler e
avaliar a política organizacional com grande discernimento. Essa pessoa geralmente po-
siciona-se de forma otimista diante das mudanças e pode transmiti-las aos outros de uma
forma que tende a reduzir as resistências “antes de o fato acontecer” e, dessa forma, au-
mentar as possibilidades de cooperação, trabalho em equipe e progresso e satisfação com
o trabalho.

Seu lado negativo

O Influente pode ser visto como mais preocupado com o sucesso das interações e dos
relacionamentos do que com a razão pela qual as pessoas estão interagindo.
Colocando de outra forma, ele pode ser visto como tendo menos interesse em de-
senvolver conceitos, análises, planos ou programas (ou sistematicamente consegui-los
fazer funcionar), do que atuar na comunicação e interpretação das situações para que a
mudança ocorra.
Muitos perceberão o Influente como uma pessoa que confia mais no sexto sentido do
que na lógica de pensamento e perceberão também como a rejeição das pessoas o gol-
peiam emocionalmente. Em última análise,
o Influente pode parecer mais preocupado em causar um impacto emocional aos ou-
tros com sua presença ou em persuadi-los a se envolver e mobilizar por alguma ideia, do
que em saber se esses movimentos foram ou não cuidadosamente planejados. O Influente
parece ser movido por suas percepções e reações emocionais e o que pensa sobre os ou-
tros para ele se transforma em “fatos”.
Consequentemente, o Influente pode ser criticado com frequência, pelo seu excesso
de emoção, que muitos entendem como um substituto para a ação. O Influente também
pode ser percebido como uma pessoa intrigante que, apesar dos esforços bem-intencio-
nados de conduzir outras pessoas, tende a soprar brasas, emocionalmente latentes, trans-
formando-as em “fogueiras”. Sente-se desapontado quando outras pessoas não compar-
tilham com ele suas preocupações, pois acredita que as percepções humanas funcionam
como a pedra angular para uma ação e uma mudança significativa.

Características

• É dinâmico, criativo, otimista e estimulante.


• É caloroso e sensível as necessidades e desejos de outros.
• Pode captar facilmente a discrepância entre o que alguém fala e o que realmente
quer dizer.

C lu b e da Fa l a | 59
• É extrovertido e perceptivo com relação às pessoas.
• É persuasivo e tem muita facilidade para “vender” ideias que acredite.
• Entende a psicologia do comportamento humano.
• Age com base em sua “intuição”.
• Baseia-se nas suas próprias reações emocionais e opiniões sobre os outros ao apre-
sentar suas ideias como se fossem “fatos”.

Sob Tensão

• É impulsivo.
• Pode ser hipersensível e intempestivo.
• Pode alterar rapidamente seu estado de espírito, apresentando comportamentos
imprevisíveis.
• Está frequentemente preocupado com o impacto emocional de uma situação.
• Pode ser visto como alienado em relação aos detalhes e precauções valorizadas
por outros.

Atitudes

Aplicadas Negativamente Aplicadas Positivamente

Impulsivo Espontâneo

Manipulador Persuasivo

Personalista Empático

Sentimental Participativo

Procrastinador Otimista

Dominado por suas emoções Extrovertido

Estimula conflitos Capta os sentimentos dos outros

Subjetivo Carismático

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Anotações

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Estilo Estável
Marston definiu o perfil de alta Estabilidade como o perfil daquelas pessoas mais pas-
sivas, também interessadas em lidar com pessoas, porém de uma dedicação ímpar às ne-
cessidades dos outros. Elas nos ensinam a importância do servir. São capazes de passar
por cima de suas próprias necessidades para atender ao próximo. Na escolha do uso dos
pronomes, o TÚ certamente tem a sua preferência. Na idade adulta a alta Estabilidade
predomina na nossa vida quando temos oportunidade de pensar mais no outro do que em
nós mesmos. É na hora que constituímos família, que os filhos aparecem roubando toda
nossa atenção e energia, tornando-se prioridade maior.
Crianças alta Estabilidade gostam de brincar de casinha, de boneca, interessam-se por
atividades mais quietas e já possuem senso de estética. Tornam-se adultos que valorizam
a família e sabem cuidar muito bem da educação de seus filhos mesmo trabalhando fora
de casa em outras profissões. Quando na infância, suas famílias não permitem que viven-
ciem o seu comportamento, obrigando-as a atividades que não fazem parte do seu perfil,
elas tendem a desenvolver a timidez e em lugar de serem apenas pessoas mais reflexivas
ou introspectivas tornando-se medrosas e retraídas.

As pessoas com alto S são:

• Estáveis buscam a segurança procurando sempre deixar o ambiente acolhedor e


seguro.
• Simpáticas – gostam de ajudar as pessoas, estão sempre disponíveis para colaborar.
• Sensíveis – valorizam os sentimentos dos outros e empatizam facilmente com os
seus problemas.
• Imaginativas – quebram as barreiras da imaginação. Fantasiam com facilidade por-
que vivenciam em sua mente tudo aquilo que não possuem coragem nem vontade
de viver na vida real. Por isso, são capazes de desenvolver o dom de escrever ex-
pressando na arte sua riqueza de pensamento. Grandes escritores possuem este
comportamento.
• Atenciosos – capacidade de ouvir atentamente as pessoas e interessar-se realmen-
te pelo que elas dizem.
• Pacientes – sabem esperar a sua vez e as oportunidades surgirem. São persistentes
e conseguem terminar tudo quanto iniciaram.
• São pessoas que amam a beleza e a poesia da vida e possuem grande senso de es-
tética trazendo sempre ao ambiente uma sensação de aconchego.

Como reage, tipicamente, o Estável

O Estável age e é normalmente respeitado como um profissional extremamente per-


sistente e dedicado a suas atividades, mesmo que envolvam tarefas rotineiras ou desagra-
dáveis. O Estável frequentemente revela uma excelente imaginação e tende a se questio-
nar o tempo todo, porém tem grande dificuldade de perguntar diretamente as pessoas
algo que deseje saber. O Estável não costuma “tomar as coisas como garantidas”, embora

62 | C lu b e da Fa l a
para ele ter a segurança de saber o que vai acontecer seja absolutamente relevante. Com
isso, frequentemente, vive certa “angústia” por não ser capaz de antecipar ou de prever o
futuro “saber antes se algo será bom ou não para sua vida”. Assim, o Estável muitas vezes
oscila demais antes de tomar uma decisão e muitas vezes não o faz em função desta neces-
sidade que tem de estabilidade. Isto faz com que seja percebido como uma pessoa inde-
cisa, pensativa ou insegura. Algumas vezes, as pessoas dizem que o Estável é “um mundo
em si mesmo”. O Estável se ressente se for colocado em uma situação onde, por qualquer
razão, não possa pensar ou operar de uma maneira estruturada e bem definida. O Estável
gosta de criar estruturas a partir da desordem e de se sobressair em tarefas integrativas e
situações que demandem organização e uma visão de longo prazo.

Seu lado positivo

Quando o Estável está operando no seu melhor nível, ele é um líder conservador e
amigo – aquele que pode atravessar os momentos difíceis com paciência e tenacidade,
focalizando de maneira planejada o ponto crucial da situação. O Estável é usualmente
percebido como um bom ouvinte e um observador paciente apto a ver novas soluções de
grande valor que outros deixaram passar e, frequentemente, utiliza sua abordagem conci-
liadora para resolução de problemas.

Seu lado negativo

O Estável pode ser visto como uma pessoa que “pensa demais e age pouco”. Isto sig-
nifica que a necessidade que ele tem de se sentir seguro é tão importante que, às vezes,
é capaz de levar tempo demais avaliando todas as possibilidades de uma situação, já que
a considera por todos os seus ângulos ou detalhes. Com isso, pode perder oportunidades
preciosas, embora se relacione muito bem com as pessoas, ainda que de forma mais re-
servada. O Estável pode, frequentemente, estar tão convicto do que deseja para seu futu-
ro, que sua persistência poderá levá-lo a teimosia e a perder o discernimento necessário
para perceber a competitividade crescente ao seu redor. Geralmente oferece sua ajuda
e contribuições para seu grupo de trabalho com muito boa vontade. O Estável pode ser
criticado por ser “excessivamente” preocupado com o bem estar das pessoas, que pode
parecer paternalismo e paciência demais com os outros. Algumas vezes, as pessoas veem
os Estáveis colocando os interesses da equipe acima de seus interesses pessoais ou sendo
condescendentes em suas comunicações.

Características

• É pensador, conciliador e tolerante com os outros.


• Acredita na sua lealdade e na dos outros; consequentemente, “magoa-se demais
com a deslealdade”.
• Parece, às vezes, uma pessoa desligada e pouco conectada à realidade.
• Ressente-se de ser solicitado a operar várias tarefas ao mesmo tempo e sem muitas
explicações.

C lu b e da Fa l a | 63
• Aprecia criar estrutura própria, organizar a partir do “caos”.
• Percorre seu caminho através do pensamento tradicional e às vezes demora a des-
cobrir novas direções.
• Preocupa-se com o bem estar geral das pessoas.
• Pode ser muito paciente com os outros.
• É muito bom ouvinte em qualquer grupo social.
• É introspectivo e reservado ao estabelecer seus relacionamentos profissionais.
• Pode se preocupar demais com o desenvolvimento das ideias e perder tempo para
pô-las em prática.

Sob Tensão

• Pode ser visto como inseguro ou excessivamente indeciso.


• Algumas vezes é muito preocupado e pouco prático.
• Mais envolvido no entendimento de todas as etapas de suas atividades e com as
condições de segurança e ambiente de estabilidade que terá para executá- las, do
que com a necessidade de viabilizar boas ideias e sugestões palpáveis que possam
prejudicar seu planejamento inicial.
• É dominado pela culpa quando não consegue cumprir suas atividades ou metas.

Atitudes

Aplicadas Negativamente Aplicadas Positivamente

Dramático Ponderado

Conservador Imaginativo

Fantasioso Paciente

Teimoso Abrangente

Pouca ambição Conciliador

Dependente de outras pessoas Amável

Previsível Tenaz

Teórico Organizado

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Anotações

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Estilo Conforme
Marston definiu o perfil de alta Conformidade como o de pessoas também passivas,
interessadas em coisas como os altos Dominantes que possuem uma grande capacidade
de transcender as emoções e olhar as situações de fora sem se tocar por elas. Elas nos
ensinam a maneira correta de JULGAR. São capazes de analisar uma situação friamente,
levando em conta apenas os fatos, com o único objetivo: serem justos.
Na escolha do uso dos pronomes o ELES certamente tem a sua preferência. Na idade
madura, o Conforme predomina na nossa vida. Nesta ocasião já passamos pelas intem-
péries da jornada do crescimento pessoal e profissional, já aprendemos a construir e a
reconstruir, caído e levantado, absorvido as perdas, enfim, vivido tanto as emoções como
feito uso da razão. A experiência “calejou” a alma e aguçou o cérebro. Nossos sentidos
ficaram mais apurados. Agora é mais fácil entender as pessoas e as situações. Identificar
onde está a verdade e onde está a mentira. Onde está a oportunidade e o engodo. Pesar e
medir ficaram muito mais fáceis. O conhecimento transformou-se em sabedoria.
As crianças de alta Conformidade são mais fechadas, caladas, reflexivas. Gostam de
mexer em coisas, gostam de jogos, números, instrumentos. Quando não são compreen-
didas tornam-se antissociais, isoladas, fugidias. As características da conformidade são:

• Lógicos – buscam a certeza nos fatos. Não emprenham pelo ouvido, querem os
detalhes de tudo o que aconteceu.
• Analíticos – pesquisam o passado, analisam o presente e projetam para o futuro.
• Inventivos – quebram as barreiras da razão. Enveredam sozinhos pelos caminhos
da mente como navegam pelos computadores dominando sua linguagem e técnica.
• Curiosos – mergulham nos detalhes. Sempre na busca da profundeza do conhecer.
• Disciplinados – seguem as normas e padrões pré- estabelecidos e descobrem, com
sua sensibilidade aguçada, novos pontos de convergência criando outros padrões.
• Ponderados – buscam estar sempre certos, justos e dentro da verdade.
• Diplomáticos – não confrontam com agressividade.
• Seu confronto são argumentos sólidos.
• Perfeccionista – desejam que tudo saia como planejaram e só se satisfazem se o
nível de perfeição atingido for conforme ao que ele mesmo estipulou.

Como reage, geralmente, o Conforme

O Conforme funciona de uma maneira disciplinada e uniforme, baseando-se em ob-


servações e princípios racionais, enquanto evita excesso de emoção. Tem ceticismo em
direção a novos desenvolvimentos, pelo menos, até que as ideias, planos, ou programas
tenham sido minuciosamente analisados, testados e revistos à luz de todas as alternativas
possíveis. O Conforme é sensivelmente cético quanto a todas as formulações iniciais que
não possuam base científica ou racional.
Assim sendo, ele prefere “dormir” sobre uma nova ideia e refletir cuidadosamente
antes de tomar uma posição ou assumir um compromisso. O Conforme, conscientemente,
evita seguir com qualquer projeto ou ser ultrapassado pelas necessidades do momento,

66 | C lu b e da Fa l a
se não estiver convencido de sua viabilidade. Ele precisa de tempo para fazer análises
detalhadas antes de emitir sua opinião. Frequentemente é visto como um Dominante con-
sistente, o gerador de resultados lógicos, em oposição ao indivíduo que é, primariamente,
um visionário ou uma pessoa de ideias nem sempre factíveis.

Seu lado positivo

O Conforme pode ser percebido como uma força para o progresso, um pensador que
analisa criteriosamente suas próprias ideias, bem como um executor disciplinado.
Tende a ser visto como alguém que pode atravessar a “cortina de fumaça” das ideias
não-testadas e do fervor emocional. O Conforme pode, muito frequentemente, ser alta-
mente efetivo ao planejar e programar-se, bem como aos outros para a pesquisa. Assim, o
Conforme pode ser de grande assistência na execução de projetos lógicos, exatos, esme-
rados e lucrativos.

Seu lado negativo

O Conforme pode ser visto como super cauteloso e conservador. Pode haver tanto
esforço nas fases de avaliação, teste, pesquisa e checagem, que outros podem concluir
que o Conforme é perfeccionista. Algumas vezes, é visto como obstáculo para ações que
fujam do tradicional. Quando o Conforme tenta lidar com a mudança, normalmente ba-
seia suas ações em princípios racionais, e por isso, pode, por vezes, ser visto como rígido
ou dogmático. Pelas razões acima, pode ser criticado como “mecanicista” ou “impessoal”.
Frequentemente é acusado de ser extremamente cauteloso, metódico ou lógico. Outras
vezes, as pessoas o veem como “artificial” ou ainda “seco” e “frio emocionalmente”.

Características

• Trabalha de maneira continuamente disciplinada e detalhista.


• Fundamenta-se em observações e princípios racionais (lógicos).
• Evita o excesso de emoções.
• É cético com relação a novas trajetórias, a não ser que já tenha sido testado e dado
certo no passado.
• É cético às reações iniciais de terceiros, até que as soluções sejam testadas e
analisadas.
• Prefere “dormir” sobre novas ideias, se não estiver certo que deve assumir com-
promissos.
• Evita se envolver com necessidades momentâneas ou ser afetado por paixões.

Sob Tensão

• Pode ser extremamente cauteloso, a ponto de manifestar incertezas.


• Tende a aparentar rigidez e precaução.
• Investe tanto tempo em precisão, a ponto de perder oportunidades.

C lu b e da Fa l a | 67
• Aparenta ser emocionalmente intocável, orientado apenas para as tarefas simples
ou complexas.
• Não demonstra interesse em abandonar métodos ou procedimentos estabelecidos
em que confie.

Atitudes

Aplicadas Negativamente Aplicadas Positivamente

Prolixo Usa o bom senso na comunicação

Lógico Meticuloso

Cauteloso Prudente

Excessivamente analítico Ponderado

Extremamente frio Emocionalmente estável

Pouco dinâmico Objetivo

Muito controlado Racional

Rigidez em demasia Analítico

Anotações

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Exercício
Estilos de comunicação
Qual a principal deficiência que devo minimizar?

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Qual a principal força que devo maximizar?

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A BELEZA DA
APRESENTAÇÃO
A BELEZA DA APRESENTAÇÃO

A preparação do discurso ou apresentação

N
a fase de preparação, tente responder, para si mesmo, estas perguntas:

• Qual é o tema?
• Qual é a finalidade?
• A quem se destina (idade, sexo, educação)?
• Quantos serão?
• O que eles sabem sobre o assunto?
• Por que eles estão aqui? Como chegaram até você?
• Onde devo ficar? Será que todos me ouvem e enxergam?
• O que eles precisam? O que eu preciso?
• Que necessidades específicas eu devo tratar?
• O que os ouvintes esperam aprender ou ouvir de mim?
• Quanto tempo dura a exposição?
• Com que recursos conto?

Reserve tempo suficiente para escrever e ensaiar, incluindo tempo para uma revisão
final. Um texto para 30 minutos de discurso, por exemplo, precisa de cerca de 4.800
palavras e muitas horas de trabalho. A repetição pode ser deselegante na escrita, mas é
essencial na oratória. Se você planeja usar tópicos, faça-os curtos. Você deve ser capaz de,
ao ver uma simples palavra, lembrar-se de várias ideias complexas. Montar o discurso ou
a apresentação a partir de tópicos é mais rápido. Resuma cada tema e reúna o material em
forma de notas.

• Pesquise sobre o assunto que você vai falar: Procure em uma biblioteca ou mesmo
na internet. Assim você vai ter mais segurança.
• Pense na mensagem: Faça um esquema com os pontos principais. Tenha certeza
de que os pontos que você escolher concordam com o que você disse antes, a me-
nos que você queira se contradizer propositadamente.
• Se você estiver escrevendo sobre, digamos, política, não fale o que todo mundo
espera escutar. Encontre um meio termo entre o que você quer dizer e o que o
público deseja escutar.
• Torne-se interessante incluindo brincadeiras, curiosidades ou histórias legais.
• Escreva de forma simples e concisa.
• Pratique do início ao fim.

O discurso deve estruturar-se em três partes: introdução, corpo e conclusão.

C lu b e da Fa l a | 73
Introdução – Parte I
Revela o que vai ser dito. Um bom começo é vital para qualquer apresentação. Ela
prepara o ânimo do ouvinte para receber bem o restante do discurso. O orador deverá
envolver o auditório, aguçando o seu interesse e a sua curiosidade.

Uma sequência possível a seguir nesta fase pode ser

• Apresentação pessoal.
• Comentar os pontos principais e os objetivos.
• Explicar as regras do jogo e a metodologia a seguir.

Como cativar a plateia

• Respeito antes de tudo (pontualidade,dignidade).


• Não projete uma imagem de infalibilidade e superioridade.
• Brinque com seus defeitos, porém sem se expor. Gera um clima de maior aproximação.
• Empregue exemplos que sejam familiares ao assunto que está sendo abordado e à
experiência de seus ouvintes.
• O corpo fala. Estude os sinais que a plateia lhe envia para reagir adequadamente.

Corpo – Parte II
É no desenvolvimento que a plateia perceba exatamente o que você quer passar. Para
isso, o discurso deve ser simples de seguir e ter uma ordem clara e precisa.

• Use suas notas, mas não fique lendo para o público. O cérebro retém pouca infor-
mação auditiva, portanto torne sua apresentação mais acessível.
• Mantenha a linguagem clara, com frases curtas, ritmo suave e transição lógica en-
tre os pontos.
• Ordene os seus argumentos e se apoie em dados ou exemplos que ajudem o audi-
tório a compreender a mensagem da exposição.
• Se puder, fale sem usar Anotações e se mova com confiança pelo palco. Isso acaba
com o bloqueio psicológico do “subir no palanque” e torna você e sua fala mais
acessíveis.
• Ao falar, mantenha seu olhar no centro da plateia – a cerca de dois terços da dis-
tância entre a última fileira e o palco.
• As pessoas que ouvem, em geral, tendem a ter mais simpatia por você do que hos-
tilidade, portanto, deixe que o apoio delas lhe dê confiança.
• Faça contato visual e encoraje a plateia a participar; fazer perguntas gerais ou in-
dividuais funciona.
• Fazer o público rir também ajuda a quebrar o gelo.

74 | C lu b e da Fa l a
Conclusão – Parte III
A melhor forma de conseguir uma boa apresentação ou um bom discurso é terminá-lo
bem.
O final tem de constituir o compêndio do que foi dito incluindo, na maioria dos casos,
os seguintes elementos:

• Faça um breve resumo do conteúdo principal.


• Faça um apelo à ação.
• Faça um agradecimento sincero.
• Conte uma história interessante, bem humorada e adequada ao tema.
• Faça uma boa citação.
• Arranje uma frase de efeito.
• Esclareça as dúvidas da plateia
• Não diga: “Por hoje é só” ou “Era isso que eu queria dizer”. Despeça-se dizendo
“Muito obrigado pela atenção e boa tarde a todos” ou algo na mesma linha.

O interesse esfria e congela-se, quando o orador não sabe como terminar, ou termina
de qualquer jeito. Toda a apresentação precisa de um clímax e você deve prepará-lo com
o mesmo cuidado com que procura as primeiras palavras. A primeira impressão é a que
vale, mas é a última impressão a que fica.

Anotações

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C lu b e da Fa l a | 75
Cuidados e recomendações nas apresentações
Numa apresentação, de modo geral, deve-se levar em consideração:

• Fale devagar, pausadamente, articulando as palavras e marcando as sílabas tônicas.


• Não coloque as mãos nos bolsos, não cruze os braços e não coloque os braços para
trás.
• Utilize a linguagem do corpo, gesticulando da forma adequada com os braços na
altura da linha da cintura e as palmas das mãos abertas, indicando “abertura”.
• Não passe pela frente do Datashow.
• Não leia a apresentação.
• Decore os primeiros slides, pois o nervosismo é maior nos primeiros minutos.
• Faça a plateia pensar.
• Pergunte, interaja com a plateia, questionando-a.
• Não fale sempre no mesmo tom. Use a entonação e projeção vocal.
• Crie empatia com o público.
• Faça testes antes da apresentação.
• Verifique antecipadamente se a sala e os equipamentos estão OK.
• Obtenha feedback através das expressões dos ouvintes.
• Avalie as críticas e melhore a apresentação.
• Use exemplos reais, não abstratos. Os provérbios são bons, dizem os autores, em
reduzir conceitos abstratos à língua concreta, simples.
• Estatísticas e números não são suficientes.
• Ter parceiros conhecidos ou grandes clientes, ajuda a criar credibilidade.
• A aparência do palestrante é importante para a credibilidade. Cuidado com a for-
ma de se vestir.
• As pessoas são seres emocionais. Use emoção.
• Existem muitas formas de levar emoção através de conteúdo: imagens, citações,
palavras, texto, gráficos, vídeo, som, etc.
• É através das histórias que as pessoas se comunicam. Nós: ensinamos, aprendemos
e crescemos através das histórias.
• Histórias chamam nossa atenção e são mais fáceis de lembrar do que listas de regras.

Recursos Audiovisuais
O orador pode apoiar o discurso utilizando distintos meios visuais: quadro, slides,
projetor etc, pois:

• Captam a atenção do público (rompem a monotonia).


• Facilitam a compreensão.
• Enriquecem a apresentação.
• Ajudam a transmitir uma imagem de profissionalismo.
• Dão segurança ao orador (conta com material de apoio).

76 | C lu b e da Fa l a
O orador tem que saber quando e como utilizar estes meios visuais, pois podem servir
de apoio ao discurso (ajudam a captar a atenção do público) ou podem impor um obstá-
culo (distraem).
Em seu uso, deve-se priorizar a simplicidade.
Utiliza-se para esclarecer e fazer mais compreensível a
exposição; isto só se consegue com imagens simples (se são
complexas e difíceis de interpretar, em lugar de esclarecer,
confundem mais).
Devem-se utilizar imagens coloridas. Estas são mais rele-
vantes e atrativas. A mídia audiovisual mais poderosa usa cores, imagens e até animações.
A tecnologia tornou fácil, rápido e barato ligar microcomputadores a projetores. Não im-
porta o que usar, tenha certeza de que as operações técnicas podem ser realizadas por
qualquer um e que o material visual é o melhor possível. Se for apropriado, reforce seu
discurso distribuindo para o público cópias das Anotações e do material visual.

• Este material de apoio serve como um apoio ao discurso, e não como base da
apresentação.
• Nos ensaios temos que recriar as condições em que vamos desenvolver a intervenção.
• O uso deste material de apoio requer uma prática que somente se consegue com
ensaio.
• Pode acontecer que o orador conte com material de apoio, e se sinta mais tranqui-
lo e isso o leve a desatender o ensaio: não podemos cair nesse erro.
• Temos que prever a possibilidade do não funcionamento do projetor. Para evitar
uma situação tão difícil como esta (por remota que pareça), o orador, além de pre-
parar o discurso contando com estes elementos de apoio, deve ensaiá-lo também
sem ajuda dos mesmos.
• Quer dizer, tem que estar preparado para, se for necessário, desenvolver seu dis-
curso sem utilizar estes apoios visuais.
• A tela ou quadro se situará no centro do cenário para facilitar sua visão em todos
os ângulos.
• Enquanto explica a imagem, o orador se situará do lado da tela para que o público
possa vê-lo ao mesmo tempo em que segue a explicação, sem ter que estar olhando
de um lugar para outro (poderia chegar a perder a atenção no orador).
• O orador, enquanto explica a imagem, estará olhando para o público e não de cos-
tas contemplando o quadro ou a tela.
• Se forem projetar slides ou se vão realizar demonstrações no quadro, devemos
indicar ao público no começo da intervenção, que, ao saírem, vão receber cópia
deste material.
• Trata-se de evitar que passem toda a sessão tomando apontes, pois isto os impedi-
ria de prestar atenção.

Vejamos alguns elementos de apoio:

C lu b e da Fa l a | 77
Quadro e Flip Chart
• Permite desenvolver uma explicação passo a passo.
• Só se utilizará com grupos reduzidos (até 40 pessoas no máximo).
• Escrever com letra clara e grande, que seja fácil de entender.
• É conveniente utilizar várias cores: por exemplo,
azul e vermelho (um para escrever e outro para
sublinhar).
• Enquanto se escreve, temos que situar-nos nas late-
rais para tapar o menos possível.
• Uma vez que se termine de escrever, a pessoa se
voltará rapidamente para o público, se colocando ao
lado do quadro.

Telas com Projetor


Entre as vantagens destacam-se

• Pode-se utilizar para pequenos e grandes públicos.


• Permite ter o material já preparado.
• Ao servir de apoio ao orador ajuda-o a eliminar uma de suas principais preocupa-
ções (a possibilidade de ficar com a mente em branco).
• Na preparação de slides e telas, deve primar
• a simplicidade, temos que ir “direto ao assunto”.
• Somente se recolherão as ideias principais (máximo 3 a 4 linhas por slide ou tela),
que o orador se encarregará de desenvolver.
• O slide não é um resumo do discurso. Temos que evitar os slides complicados que
não comunicam nada e são difíceis de acompanhar.
• Letra clara e grande, que seja de leitura fácil.
• Utilizar cores para destacar as ideias principais.
• Não se pode deixar de comentar nenhuma ideia que apareça no slide, pois se não,
automaticamente a atenção do público ficará nela (se existe uma coisa que não é
importante é melhor eliminá-la do slide).
• Se projetarmos um gráfico, temos que explicá-lo ao público: o que significa e como
se interpreta (às vezes são difíceis de seguir).
• Nos gráficos, temos que jogar com as escalas para ressaltar a mensagem que se
quer transmitir.
• Antes de começar a sessão, temos que conhecer como funciona o projetor, com-
provar que está bem enfocado e que os slides podem ser vistos de toda a sala.
• O projetor deve ser colocado de maneira que não dificulte a visão do público.
• Só se acenderá no momento em que for projetar os slides ou telas e será desligado
cada vez que se produza uma pausa (um projetor ligado produz um ruído enfado-
nho e sua luz é incômoda).
78 | C lu b e da Fa l a
• Os slides e telas deverão estar perfeitamente ordenados para que o orador possa
localizar facilmente aquele que precise.
• À medida que se projetarem se os slides, deve-se agrupá-los em ordem, para faci-
litar uma nova projeção, caso necessário.
• Amplia a capacidade de jogar com as formas, fundos, as cores, a animação, etc.
• O orador deve conhecer perfeitamente seu uso, com vistas a que durante a inter-
venção não encontre dificuldades e possa se concentrar no discurso.
• A explicação deve desenvolver-se a uma velocidade que permita ao público seu
fácil seguimento.

Anotações

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Regras para design de layout simples e atraente
• Utilize um ponto por slide.
• Evite uso excessivo de cores.
• As cores podem parecer diferentes em função da cor do fundo e contexto. Abuse
dos contrastes.
• Evite exagero de informações por slide.
• Evite poluição: textos, imagens, fundo.
• Deixe espaços para a informação respirar e se destacar.
• Evite o uso excessivo de diferentes fontes.
• Fontes como serifa são difíceis de ler no monitor, assim como em itálico, o ideal
é Arial.
• TEXTO EM CAIXA ALTA É MAIS DIFÍCIL DE LER.
• Em caixa baixa é mais fácil.
• Texto pequeno demais também é difícil de ler.
• Utilize menos texto e mais imagens sempre, pois a leitura é mais rápida do que a
fala.
• Use fotos no lugar de cliparts, pois são mais reais.
• Termine bem: parágrafo resumo, dúvidas, agradecimentos.
• Prepare-se e pratique bastante.
• Inclua brincadeiras, curiosidades ou histórias legais.
• Escreva seu discurso simples e conciso.
• Pratique seu discurso do início ao fim.

As atitudes na hora de falar em público


• Primeiro estude e domine o assunto sobre o qual você irá falar. Antes da apresen-
tação, procure ter pensamentos e sentimentos positivos a seu respeito. Pense que
as pessoas não estão ali para perder tempo, portanto desejam que você tenha su-
cesso. Pense que você é o anfitrião, portanto, é o responsável pelo bem estar das
pessoas que estão à sua frente. Diga os benefícios que as pessoas terão ouvindo o
que você tem a dizer.
• Ao chegar diante do público, não tenha pressa para
começar. Respire o mais tranquilo que puder, acerte
devagar a altura do microfone (sem demonstrar que
age assim de propósito), olhe para todos os lados da
plateia e comece a falar mais lentamente e com vo-
lume de voz mais baixo. Assim, não demonstrará a
instabilidade emocional para o público.
• No início, quando o desconforto de ficar na frente do público é maior, se houver
uma mesa diretora, cumprimente cada um dos componentes com calma. Desta
forma, ganhará tempo para superar os momentos iniciais tão difíceis. Se entre os
80 | C lu b e da Fa l a
componentes da mesa estiver um conhecido aproveite também para fazer algum
comentário pessoal.
• Antes de falar, quando já estiver no ambiente, não fique pensando no que vai dizer,
preste atenção no que as outras pessoas estão fazendo e tente se distrair um pouco.
• Antes da apresentação, evite conversar com pessoas que o aborreçam, prefira falar
com gente mais simpática.
• Lembre-se de exercitar respostas para possíveis perguntas ou objeções, com este
cuidado não se surpreenderá diante do público.
• Fale com boa intensidade, nem alto nem baixo demais, sempre de acordo com o
ambiente; fale com boa velocidade, nem rápido nem lento demais e fale com bom
ritmo, alternando a altura e a velocidade da fala para manter aceso o interesse dos
ouvintes.
• Pronuncie bem as palavras, sem exagero e fale com emoção, demonstrando inte-
resse e envolvimento pelo assunto.
• Tenha um vocabulário adequado ao público. Cuide da gramática, pois um erro
nessa área poderá comprometer a apresentação.
• Se der o branco, não se desespere. Repita a última frase para tentar lembrar a se-
quência. Se este recurso falhar, diga aos ouvintes que mais a frente voltará ao as-
sunto. Se ainda assim não se lembrar, provavelmente ninguém irá cobrar por isso.
• Dê depoimentos pessoais. Mostre tabelas e índices. Ilustre seu conteúdo para dei-
xá-lo mais atraente.
• Faça uma conclusão significativa e evite o famoso “Era só isso que eu tinha para
dizer”. Procure fazer um resumo da sua fala, enfatize os pontos principais ou agra-
deça a participação da plateia.
• Mantenha a expressão facial e a postura positiva ao final da sua fala.

Todas essas recomendações ajudam no momento de falar, mas nada substitui uma
consistente preparação. Seja você mesmo. Nenhuma técnica é mais importante que a sua
naturalidade.

C lu b e da Fa l a | 81
Exercício
Apresente você mesmo
Cada grupo dividirá a apresentação já elaborada para que a apresentem usando as técnicas
até então ensinadas.
PLANO DE AÇÃO
PDI – Plano de Desenvolvimento Individual
Descreva, na sua visão, como vai melhorar sua comunicação, bem como o prazo para
chegar aos resultados.

Aspecto que precisa


Ações a empreender Prazo
ser melhorado

Volume da Voz

Timbre da Voz

Entonação da Voz

Dicção da Fala

Ritmo da Fala

Vocabulário

Fluência

Contato com o público

C lu b e da Fa l a | 85
Exercício
Aspecto que precisa
Ações a empreender Prazo
ser melhorado

Improviso

Argumentação

Expressão corporal

Estilo de comunicação

Técnica de apresentação

Medos

Uso do microfone

Aparência pessoal
DÚVIDAS FREQUENTES
DÚVIDAS FREQUENTES

Q uando um ouvinte formular uma pergunta, qual deverá ser a atitude


do orador se não souber a resposta?

Um ouvinte formula uma pergunta ao orador por vários motivos: por


dúvida, por vontade de aprender, por necessidade de destacar-se no ambiente, para pro-
vocar ou mesmo para testar os conhecimentos de quem fala.
Cada circunstância poderá ser contornada de forma diferente, desde que seja possível
manter a tranquilidade e identificar o objetivo da indagação.
Em todas as situações, nunca invente resposta, pois esse artifício poderá ser percebido
pelo auditório, que deixará de acreditar nas suas palavras. Por outro lado, talvez não seja
convincente dizer que não conhece a resposta porque sua autoridade poderia ser enfra-
quecida. Muitos acreditam que a franqueza de dizer “sinto muito, mas não sei a resposta”
é reconhecida com grande qualidade, mas quem se defrontou com episódio semelhante
sabe que isso nem sempre é verdadeiro. Apenas não se deve preocupar muito com as con-
sequências dessa afirmação os oradores que possuem larga e inquestionável reputação no
campo do assunto que tratam. Afora estes, antes de utilizar o último recurso, a confissão
de que não sabe a resposta, alguns procedimentos poderiam ser adotados:

• Caso consiga identificar no ouvinte que faz a pergunta alguém que deseja demons-
trar conhecimento, destacar-se no ambiente, provocar ou testar seus conheci-
mentos, uma alternativa que geralmente apresenta bons resultados é devolver a
questão ao interlocutor. Por exemplo: O que você pensa a respeito? Existe boa
possibilidade de receber a resposta da própria pessoa que formulou a pergunta. Se
ainda assim a resposta for negativa, isto é, se o ouvinte não souber responder aja
de acordo com a sugestão dada na hipótese seguinte.
• Caso perceba que a pergunta tem como origem a dúvida ou a vontade de aprender,
poderá devolvê-la ao grupo. Por exemplo: “O que vocês pensam dessa questão?”
Também haverá chances de que alguém possa ajudá-lo com a resposta. Como o
tema abordado numa apresentação é familiar ao orador, uma sugestão da plateia
poderá ser suficiente para que se encontre uma saída para o problema formulado.
Mesmo que ninguém tenha respondido, haverá uma divisão da responsabilidade
com o grupo, e nesse momento você poderá prontificar-se a pesquisar a solução
em nome de todos, preservando assim a sua imagem.
• Caso julgue que a circunstância é desfavorável para adotar uma dessas sugestões e
que no transcorrer da exposição poderá encontrar uma saída, peça para voltar ao
tema. Dificilmente alguém discordará e você ganha tempo ou para uma resposta
mais apropriada, ou para depois a sós com quem fez a pergunta dizer que irá pes-
quisar. Agora, se sentir que tais procedimentos não serão convenientes, não hesite
em confessar que desconhece a resposta.

C lu b e da Fa l a | 89
Como proceder quando alguém conversa na plateia, atrapalhando a apresentação?

• Fale um pouco mais baixo. Erroneamente, alguns oradores passam a falar num
tom mais intenso, quando percebem ruídos no ambiente. Agir assim, além de não
resolver o problema, poderá agravá-lo, porque quase sempre passa a existir uma
espécie de concorrência, onde o participante no auditório também aumentará a
intensidade da fala. Deve- se falar mais alto somente na primeira ou segunda frase,
para chamar a atenção, depois se recomenda baixar a altura para que a voz da pes-
soa na plateia sobressaia no ambiente, forçando-a naturalmente a ficar em silêncio.

• Passe a falar olhando na direção de quem conversa. Se o primeiro procedimen-


to, falar mais baixo, não for suficiente, o passo seguinte é olhar com insistência na
direção de quem conversa, sempre falando com voz mais baixa. Ao perceber que
foi notado, talvez ele se cale.

• Pare de falar. Praticamente todas as situações poderão ser resolvidas com os dois
procedimentos anteriores, mas, se isto não ocorrer, pare de falar e continue olhan-
do na direção daquele que atrapalha a sua exposição. Dificilmente alguém con-
tinuaria a se manifestar no auditório, sentindo que o orador parou de falar e lhe
dirige o olhar.

• Peça que se cale. É desagradável ter que chegar a este estágio. Nesse instante, já
se caracterizou certa animosidade que nunca interessa a qualquer orador, mas se
depois de todas as tentativas ainda persistir o problema, não tenha receio, peça
que o importunador se cale.

• Retire-a da sala. Esse é o último recurso. Tudo já foi tentado para que a exposição
tivesse um rumo normal, mas a pessoa que ainda continua falando não está inte-
ressada nas suas palavras e não demonstra qualquer respeito ao ambiente; é um
corpo estranho que precisa ser eliminado. Retire a pessoa da sala. Antes de tomar
essa decisão, com certeza você já estará certificado de que possui autoridade para
isto. Como é que poderíamos colocar alguém fora da sala se ele é o presidente de
uma companhia para qual necessitamos vender nossos serviços?!

• Faça uma pergunta simples. Nesse caso, nada mais resta a fazer. O indivíduo conti-
nua conversando, atrapalha totalmente a apresentação e não existe autoridade para
retirá-lo da sala. Antes de desistir, faça uma pergunta bastante simples relacionada
com o tema que desenvolve e procure envolvê-lo pela sua própria resposta.

Caso, depois de todo esse esforço, sentir que as tentativas foram em vão, peça a Deus
que o ajude.
Caso nem ele ajude, pare de falar e se retire. Isso provavelmente nunca ocorrerá.

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Anotações

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Quando um orador comete um engano, deve corrigir o erro ou continuar falando?

Depende do tipo de erro cometido. Se transmitir uma informação incorreta e este


fato prejudicar a compreensão do auditório, o erro deverá ser corrigido. Não dê muita
importância ao fato. Admita o erro, se possível de forma descontraída e siga em frente.
Insistir em se desculpar ou fornecer muitas explicações é embaraçoso tanto para o ins-
trutor como para os ouvintes.
Caso o erro não prejudique o entendimento da plateia, siga em frente sem interrup-
ção, e se possível, encontre uma forma de encaixar a mesma palavra em uma das frases
seguintes, para demonstrar que se tratou mesmo de um engano.
Ninguém sabe tudo, não tente passar uma falsa impressão de que é a autoridade má-
xima no assunto.
Ninguém é e não precisamos nos desgastar com este tipo de fingimento. Quem tem
medo de errar não aprende. Encare os erros como algo natural e inevitável.

Como o orador deverá preparar a matéria de sua palestra?

• Reúna todas as informações de que puder lembrar-se sem recorrer a qualquer tipo
de auxílio.
• Em seguida, providencie uma entrevista com alguém que seja um especialista ou
autoridade no assunto que deverá abordar.
• O próximo passo é fazer pesquisas com auxílio do computador e consultar os li-
vros, revistas, jornais e apontamentos da sua própria biblioteca e de biblioteca
pública, arquivos de jornais e livrarias.
• Coloque todas as informações pertinentes à matéria numa folha de papel e só após
este primeiro trabalho é que deverá selecionar aquelas que julgar mais importante.
• Distribua as informações que merecerem ser incluídas em três ou quatro partes,
de acordo com a sua natureza.
• Enquadre esse material dentro da ordenação didática da fala, treine bastante e es-
tará pronto para falar.

Como manter o interesse do auditório por tempo prolongado?

Não existe assunto que, bem elaborado e bem conduzido, deixe de interessar ao audi-
tório. Entretanto, sabemos que alguns são mais áridos do que outros e que por isso mes-
mo exige maior esforço de concentração do público.
Há recursos que poderão auxiliar a manter o interesse da plateia:

• Procure preparar o ouvinte para receber as informações mais importantes. Faça


isso com a ajuda de perguntas e reflexões como: “Qual a solução para esse proble-
ma?” ou “O que será que o nosso inimigo imaginou?” Assim, quando a informação
for colocada, encontrará o auditório interessado em ouvi-la.
• Quando perceber demonstrações de cansaço na plateia, conte uma história ou ane-
dota descontraída, sem ligação com o conteúdo da matéria exposta. Esse procedi-
mento descansará a mente dos ouvintes, possibilitando revigorar seu interesse e

92 | C lu b e da Fa l a
torná-los mais atentos quando voltarem ao tema de apresentação. O cuidado que
se recomenda é não desenvolver esse assunto marginal por tempo muito prolon-
gado, para não perder completamente a concentração da assistência, pois nesse
caso ela não conseguiria mais voltar a acompanhar o desenvolvimento da linha de
raciocínio.

Quando ocorrer o “branco” e não encontrar as palavras para continuar, o que de-
verá ser feito?

O “branco” ocorre basicamente por três motivos: excesso de nervosismo, falta de


conhecimento profundo sobre a matéria tratada e despreparo na ordenação das diversas
partes da apresentação.
Estando você bem preparado sobre o conteúdo da mensagem, sem medo de falar em
público e ordenando de maneira correta as diversas partes da apresentação, dificilmente
terá “branco” ao falar diante de plateias.
Se ainda assim esse fato vier a acontecer, repita as últimas informações, se possível
com palavras diferentes, como se estivesse fazendo uma revisão para facilitar a compreen-
são dos ouvintes e dessa forma ganhará tempo para procurar com mais tranquilidade a
palavra ou a frase que não consegue se lembrar. Se mesmo com esse recurso a informação
não puder ser recordada, talvez seja possível continuar falando a partir dessa revisão sem
tocar mais no ponto esquecido, e a plateia ou não perceberá o que ocorreu ou julgará que
se tratou de um pequeno engano ou de uma opção diferente do orador. Entretanto, se
sentir que essa alternativa não dará resultado revele ao público que em seguida deverá se
lembrar da informação esquecida e, mesmo que não se lembre, as pessoas envolvidas com
a mensagem talvez nem se deem conta de que num determinado momento da apresenta-
ção ocorrera um esquecimento.
Em todas essas circunstâncias procure manter a calma e a tranquilidade. Assim, as
chances de obter um bom resultado serão melhores.

Quais os cuidados para se utilizar bem os recursos visuais numa apresentação?

Os recursos visuais são muito importantes na comunicação. Basta dizer que, se trans-
mitirmos uma mensagem apenas verbalmente, depois de três dias os ouvintes se lem-
brarão somente de 10% do que falamos; se, entretanto, transmitirmos a mensagem ver-
balmente, mas com o auxílio de recursos visuais, a plateia se lembrará de 65% do que foi
comunicado.
Para saber se a mensagem deve ser transmitida com auxílio de recursos visuais, reflita
se eles atenderão a pelo menos três objetivos fundamentais:

• destacar as informações importantes.


• facilitar o acompanhamento do raciocínio por parte dos ouvintes.
• aumentar a capacidade de memorização da plateia.

Assim, não use um visual só porque é bonito, todo mundo está usando, ou para que
sirva de apoio para que você se lembre dos pontos que irá abordar. Se a utilidade fosse

C lu b e da Fa l a | 93
apenas a de permitir que você acompanhasse os tópicos, seria mais recomendável que
usasse um roteiro numa folha de papel.
Ao produzir um visual tome as seguintes precauções:

• utilize letras com tamanho que todos na plateia possam ler.


• coloque apenas a essência da mensagem traduzida
• em poucas palavras e expressões.
• transforme todos os números que puder em gráficos.
• use cores, sem exagero.

Receita final para se tornar um bom orador?

Não existe receita mágica que transforme alguém num bom orador. Todos os cami-
nhos são trabalhosos e difíceis, exigindo sempre muita vontade, perseverança e determi-
nação. É um aprendizado doloroso e de certa forma solitário, porque dependerá, sempre,
apenas de quem deseja falar bem.

Anotações

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MENSAGEM FINAL
MENSAGEM FINAL

O
Clube da Fala trabalha para desenvolver, aperfeiçoar e valorizar a sua
comunicação verbal e não verbal, por meio de técnicas e exercícios de
dicção, voz e oratória, fortalecendo a sua autoestima e aprimorando a
sua capacidade de se comunicar bem em público. Essas habilidades são
solicitadas no mercado de trabalho, que exige profissionais cada vez mais bem preparados
e com várias competências.
Este Manual será, portanto, um “Guia de Suporte” com todos os conceitos e técnicas,
que serão úteis no seu dia a dia para auxiliá-lo(a) na melhoria de sua comunicação de
maneira simples e objetiva.
Durante todo o curso, nosso maior objetivo foi ajudá-lo(a) a se tornar um(a) comuni-
cador(a) eficaz em diversas situações. Sem dúvida, isto contribuirá no desenvolvimento
da sua comunicação pessoal e profissional, no seu marketing pessoal e na utilização da
sua linguagem persuasiva. Isso certamente potencializará seus relacionamentos em todas
as esferas de sua vida.
Portanto, não hesite em lançar mão deste manual toda vez que julgar necessário. Seu
empenho e dedicação serão fundamentais para o alcance dos objetivos propostos.
Sucesso!

EQUIPE CLUBE DA FALA

C lu b e da Fa l a | 97
BIBLIOGRAFIA

AMORIN, A. – Fonoaudiologia geral. São Paulo: Pioneira, 1972.

BERLO, D.K. – O processo da comunicação. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1960.

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CASANOVA, J. Pena – Manual de Fonoaudiologia. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.

CHALVIN, Dominique; EYSSETTE, François – Como resolver pequenos conflitos no trabalho.


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C lu b e da Fa l a | 99

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