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I. INTRODUÇÃO
Não existe uma noção satisfatória de Direito Comercial. À primeira vista, o Direito
Comercial seria o direito que regula as relações de comércio. Todavia, a palavra “comércio”
pode ser tomada, pelo menos, em dois sentidos distintos: económico ou jurídico. Assim, o
Direito Comercial pode ser o conjunto de normas que regula o comércio em sentido
económico ou o comércio em sentido jurídico, mas nenhuma das duas aceções está correta.
Comércio em sentido económico: conjunto de atividades económicas pertencentes ao setor
terciário da economia, relativo à circulação de bens, à intermediação entre a produção e o
consumo.
pesca).
Existem inúmeros “sub-ramos” do Direito Comercial com relevante autonomia, entre outros:
Em Portugal:
Na Idade Média não se formou um ramo jurídico autónomo regulador das relações
comerciais, uma vez que foram poucas e pouco significativas as regras jurídicas
especialmente destinadas ao comércio.
Nem na Idade Moderna, “o desenvolvimento do comércio externo provocado pelas
descobertas marítimas e ultramarinas não foi acompanhado por significativo
movimento legislativo-comercial”.
Quais as razões para que o Direito Civil se tornasse insuficiente para regular de modo eficaz os
atos da vida comercial? Por outras palavras, porquê a necessidade da autonomia do Direito
Comercial?
O comerciante não adquire as mercadorias para si, mas para as colocar onde se
manifeste a sua necessidade, daí que seja indispensável a maior rapidez na conclusão
dos negócios;
O comerciante não adquire as mercadorias para si, mas para terceiros; compra para
revenda, daí que seja indispensável a facilidade de crédito.
O Direito Civil não satisfazia estes dois requisitos.Assim, o Direito Comercial mereceu
autonomia, tendo em conta as características seguintes:
I. Simplicidade:
Art.º 1143.º CC: Sem prejuízo do disposto em lei especial, o contrato de mútuo de
valor superior a € 25 000 só é válido se for celebrado por escritura pública ou por documento
particular autenticado e o de valor superior a € 2500 se o for por documento assinado pelo
mutuário.
Art.º 396.º C. Com: O empréstimo mercantil entre comerciantes admite, seja qual for
o seu valor, todo o género de prova.
De acordo com o art.º 8.º n.º 2 CRP: “As normas constantes de convenções
regularmente ratificadas ou aprovadas vigoram na ordem interna após a sua publicação oficial
e enquanto vincularem internacionalmente o Estado Português”. Exemplo: A Lei Uniforme
relativa às Letras e Livranças (LULL) foi estabelecida pela Convenção Internacional assinada em
Genebra em 7 de Junho de 1930, aprovada em Portugal pelo Decreto-Lei n.º 23 721, de 29 de
Março de 1934.
B) Costume Internacional
Note-se que a maioria da produção legislativa europeia versa sobre as relações económicas.
Fontes Internas:
A) Lei
B) Costume
C) Doutrina
D) Jurisprudência
A doutrina tem muito impacto quer nos tribunais, quer na construção do Direito Comercial.
Lei:
I. Lei Constitucional:
Art.º 61.º (iniciativa económica privada)
Art.º 81.º f) (incumbência do Estado: assegurar o funcionamento eficiente dos
mercados, de modo a garantir a equilibrada concorrência entre as empresas, a
contrariar as formas de organização monopolistas e a reprimir os abusos de posição
dominante e outras práticas lesivas do interesse geral)
Art.º 82.º (setores de propriedade dos meios de produção)
Art.º 85.º (cooperativas)
Art.º 86.º (empresas privadas)
Art.º 99.º (objetivos da política comercial)
Art.º 100.º (objetivos da política industrial)
II. Lei Ordinária (enumeração exemplificativa):
Código Comercial:
Juros legais:
Artigo 102.º § 3, 4 e 5.º CCom
O DL n.º 62/2013, de 10 de maio, que entrou em vigor no dia 1 de julho de
2013, aplica-se a todas as transações comerciais, quer as estabelecidas entre
empresas, incluindo profissionais liberais, quer entre empresas e entidades públicas,
apenas não se aplicando às transações com os consumidores, aos juros relativos a
outros pagamentos (como os efetuados em matéria de cheques e letras, ou a título de
indemnização por perdas e danos efetuados ou não por seguradoras) e às operações
de crédito bancário.
De acordo com o Aviso nº 2553/2019, e em conformidade com o § 5º do artigo
102º do Código Comercial, a taxa supletiva de juros de mora relativamente a créditos
de que sejam titulares empresas comerciais, singulares ou coletivas, emergentes de
transações comerciais sujeitas ao Decreto-Lei 62/2013, de 10 de maio, é de 8,00%.
Relativamente à taxa supletiva de juros de mora relativamente a créditos de
que sejam titulares empresas comerciais, singulares ou coletivas, não emergentes de
transações comerciais sujeitas ao Decreto-Lei 62/2013, que foi fixada para o mesmo
período em 7,00%.
Se o credor for comerciante e se se tratar de uma transação comercial: neste
semestre mantém-se a taxa de 8,00% (ver a tabela de evolução da taxa de juros
comerciais);
Se o credor for comerciante e não se se tratar de uma transação comercial
(por exemplo entre comerciante e um consumidor): neste semestre mantém-se a taxa
de 7,00% (ver a tabela de evolução da taxa de juros comerciais);
Se o credor não for comerciante aplica-se a Portaria n.º 291/03, de 8 de abril,
que estabelece a taxa de juros civil em 4%. (cf. artigo 1146.º CC).
5) RESPONSABILIDADE DOS BENS DO CASAL PELAS DÍVIDAS CONTRAÍDAS PELO
CÔNJUGE COMERCIANTE
Art.1690º C.Com.
(Legitimidade para contrair dívidas)
1. Qualquer dos cônjuges tem legitimidade para contrair dívidas sem o consentimento
do outro.
2. Para a determinação da responsabilidade dos cônjuges, as dívidas por eles
contraídas têm a data do facto que lhes deu origem.
As questões a abordar não se põem quanto às dívidas comerciais contraídas
pelos dois cônjuges em conjunto ou por um deles com o consentimento do outro.
Nota sobre os regimes de bens de casamento:
a comunhão de adquiridos;
a comunhão geral;
a separação;
o ou ainda outro que os nubentes convencionem.
✓ Comunhão de adquiridos:
“O casamento será celebrado neste regime de bens se os noivos não
celebrarem convenção antenupcial. Fazem parte da comunhão o produto do trabalho
dos cônjuges e os bens adquiridos a título oneroso na constância do matrimónio que
não sejam excetuados por lei. São considerados bens próprios de cada um dos
cônjuges os bens que cada um deles tiver ao tempo da celebração do casamento, os
que vierem a receber por título gratuito, doação ou testamento, e os bens adquiridos
na constância do matrimónio por virtude de direito anterior.”
✓ Separação de bens:
Neste regime de bens não há comunhão de nenhum bem quer o tenham
adquirido a título oneroso ou gratuito antes ou depois do casamento. Cada um
conserva o domínio de todos os seus bens quer presentes quer futuros. A lei impõe o
regime imperativo da separação de bens quando o casamento tenha sido celebrado
sem organização do processo preliminar de casamento, ou, quando um, ou ambos os
noivos, tenham 60 anos de idade.
dividas comuns
1691º e 1695º CC dividas próprias
1691º e 1695º CC
MUITO IMPORTANTE:
A alínea d) do n.º 1 do art.º 1691.º CC favorece o credor em termos probatórios
relativamente à alínea c):
na alínea c) é o credor que tem que provar que a dívida foi contraída em
proveito comum do casal (a fim de provar que a dívida é comum);
na alínea d) é ao cônjuge do comerciante ou ao próprio comerciante que
caberá provar que a dívida não foi contraída em proveito comum (a fim de
provar que a dívida não é comum, mas sim uma dívida própria).
Dívidas Comuns:
Artigo 1695.º + 1691º CC
(Bens que respondem pelas dívidas da responsabilidade de ambos os cônjuges)
1. Pelas dívidas que são da responsabilidade de ambos os cônjuges respondem os bens
comuns do casal, e, na falta ou insuficiência deles, solidariamente, os bens próprios de
qualquer dos cônjuges.
2. No regime da separação de bens, a responsabilidade dos cônjuges não é
Dívidas Próprias:
Artigo 1696.º + 1692º CC
(Bens que respondem pelas dívidas da exclusiva responsabilidade de um dos cônjuges)
1.Pelas dívidas da exclusiva responsabilidade de um dos cônjuges respondem os bens
próprios do cônjuge devedor e, subsidiariamente, a sua meação nos bens comuns.
III. COMERCIANTES
Art.º 10.º: os bens afetos ao EIRL respondem apenas pelas dívidas desse
estabelecimento (e não pelas dívidas pessoais);
Art.º 11.º: pelas dívidas do estabelecimento respondem, apenas os bens afetos
ao EIRL.
O EIRL é constituído com autonomia patrimonial, mas depois esta autonomia
sofre várias exceções – daí que o EIRL não tivesse tido o sucesso que se esperava.
Exceções ao art.º 10.º: cfr. art.º 7.º e art.º 11.º n.º 2 e n.º 3;
Exceções ao art.º 11: cfr. art.º 22.º (o próprio EIRL está sujeito às vicissitudes da
vida privada do seu titular).
O Decreto-Lei n.º 257/96, de 31 de dezembro, introduziu alterações profundas
no CSC, e consagrou a possibilidade de constituição de sociedades unipessoais por
quotas (SUQ). O legislador veio constatar, pelo meio legislativo, que a obtenção da
limitação da responsabilidade por parte do comerciante em nome individual é melhor
conseguida através das SUQ do que através do EIRL.
II. Sociedades Comerciais
Artigo 1.º n.º 2 CSC consagra os seguintes tipos legais societários:
→ sociedades em nome coletivo;
→ sociedades por quotas e sociedades unipessoais por quotas;
→ sociedades anónimas;
→ sociedades em comandita (simples e por ações).
2. Sujeitos não qualificáveis como comerciantes
Existem determinados sujeitos que a lei exclui expressamente da qualidade de
comerciantes:
A) Agricultores
Não são qualificáveis como comerciantes as pessoas singulares ou coletivas que
exerçam atividade agrícola. Este conceito deverá ser entendido de modo amplo e
abranger a silvicultura, pecuária, criação de animais, etc. Cfr. artigos 230.º § 1.º, 230.º
§ 2.º e 464.º n.º 2 CCom.
B) Artesãos
Os produtores manuais, ditos artesãos, não são considerados comerciantes
(sapateiros, oleiros, ferreiros), bem como artistas tais como pintores e escultores. Cfr.
artigos 230.º § 1.º e 464.º n.º 3 CCom.
C) Profissionais liberais
São profissionais que exercem de modo habitual e independente uma
determinada atividade, que está sujeita a controlo deontológico de uma ordem
profissional. Ex: solicitador, advogado, médico, contabilista certificado, etc…
D) Artigo 17.º CCom
O Estado, o distrito, o município e a paróquia não podem ser comerciantes,
mas podem, nos limites das suas atribuições, praticar atos de comércio, e quanto a
estes ficam sujeitos às disposições deste Código.
§ único. A mesma disposição é aplicada às misericórdias, asilos, mais institutos de
beneficência e caridade.
Nota Bem: Existem situações em que o registo tem efeito constitutivo (não
apenas declarativo)- artigo 13.º n.º 2 CRC; artigos 5.º, 112.º, 120.º, 160.º n.º 2
CSC, entre outros.
1. Noção
O Direito Comercial não se limita aos atos de comércio e aos comerciantes:
compreende determinados bens que constituem o património dos comerciantes!
Entre estes bens, o mais importante é o estabelecimento comercial (EC). O EC constitui
uma organização de bens corpóreos e incorpóreos, através dos quais o comerciante –
seja individual ou coletivo – realiza a sua atividade mercantil.
Existem três grupos de elementos do EC:
“por qualquer título”: é uma fórmula muito vaga, mas pretende-se abranger
inúmeros casos, entre os quais o trespasse e a locação do EC;
os contratos de trabalho mantêm-se e transmitem-se os respetivos direitos;
por outras palavras, os contratos de trabalho não são afetados pela
“mudança”.
3. Natureza Jurídica
Quatro Teorias sobre a natureza jurídica do EC:
Posição adotada pela Prof. Susana Gil: Concorda com as duas últimas teorias:
o EC constituiu uma unidade jurídica objetiva, uma vez que representa algo
mais e algo diferente das coisas que o constituem. O legislador reconheceu o
EC como tal no trespasse e na locação do EC.
Nota bem:
Transmissão temporária: locação do EC;
Transmissão definitiva: trespasse.
A locação é sempre um negócio oneroso; já o trespasse poderá ser oneroso ou
gratuito.
Dois sujeitos:
Locador/Cedente;
Locatário/Cessionário.
O transmitente continua a ser o titular do EC – cedente/locador; à outra parte,
dá-se o nome de cessionário/locatário. Coutinho de Abreu não se refere a este negócio
jurídico como cessão de exploração, mas sim como locação do EC. Só haverá locação
do EC, se estivermos perante uma transmissão como um todo e não seja para exercer
um outro tipo de ramo. Pretende-se prevenir as “falsas locações do EC”; haverá um
contrato de arrendamento se apenas se colocar à disposição do locatário as “quatro
paredes”.
Também na locação, não é necessária a autorização do senhorio – artigo 1109.º
CC. Aplica-se, de igual modo, neste contexto, a obrigação de não concorrência.
Não é feita qualquer referência à forma deste contrato. Daí que alguns autores
entendam que vigora o princípio da liberdade de forma: o contrato será válido se
celebrado verbalmente. A Prof. Dra. Susana Gil não concorda com esta doutrina, pois
tendo em conta que se exige forma para o trespasse, também se deverá exigir para a
locação do EC.
V. AS SOCIEDADES COMERCIAIS
1. Noção de sociedade
Para termos uma noção completa de uma sociedade comercial, temos que
conjugar dois artigos:
Artigo 1.º n.º 2 CSC: diz-nos quais os requisitos para que uma sociedade seja
comercial
ARTIGO 980º CC
(Noção)
Contrato de sociedade é aquele em que duas ou mais pessoas se obrigam a contribuir
com bens ou serviços para o exercício em comum de certa atividade económica, que
não seja de mera fruição, a fim de repartirem os lucros resultantes dessa atividade.
1) Elemento Pessoal: “… entre 2 ou mais pessoas...” Até 1996 era pacífico que a
constituição de uma sociedade exigia no mínimo duas pessoas; daí a definição de
contrato de sociedade como um negócio jurídico bilateral (duas declarações de
vontade). Quando em 1996, o legislador português criou a figura de “sociedade
unipessoal por quotas”, parte da doutrina portuguesa criticou esta opção, afirmando
tratar-se de um paradoxo.
É crucial nesta matéria o artigo 7.º n.º 2 CSC: a regra é de dois, exceto:
os sócios têm que assumir uma obrigação de entrada (artigos 25.º e ss. CSC);
é uma obrigação imperativa (artigo 20.º a) CSC).
Natureza das entradas:
Em dinheiro (pecuniárias)
formam no seu conjunto o património com o qual a sociedade vai iniciar a sua
atividade;
e fixam o capital social (cifra representativa da soma dos valores nominais das
participações sociais).
Momento de realização das entradas: artigo 26.º CSC
As entradas devem ser realizadas até ao momento da celebração do contrato.
De acordo com o n.º 3 do mesmo artigo, os sócios poderão estipular no contrato o
diferimento das entradas em dinheiro:
“… não seja de mera fruição”: as sociedades não podem ter por objeto
atividades de mera perceção dos frutos dos bens. Exemplo: António pretende
comprar um prédio para arrendar as várias frações autónomas. Para enquadrar
tais operações, propõe-se a constituir uma sociedade unipessoal por quotas.
Não o poderá fazer, pois essa atividade é de mera fruição.
4) Elemento teleológico (finalidade da sociedade): “… a fim de repartirem os lucros…”.
As sociedades comerciais propõem-se a obter lucros: esses lucros da sociedade,
destinando-se a ser distribuídos pelos sócios. É um dos direitos dos sócios: artigo 21.º
e 22.º CSC.
Artigo 1.º n.º 2 CSC:
1) Objeto comercial: prática de atos de comércio. Para que uma sociedade seja uma
sociedade comercial, é necessário que os atos previstos no objeto revistam natureza
comercial.
2) Forma comercial: para que uma sociedade seja comercial é necessário que revista
forma comercial: Só se podem constituir os tipos de sociedades previstos no artigo 1.º
n.º 2 CSC – princípio da tipicidade.
Artigo 1.º n.º 2 CSC: Princípio da Tipicidade
Tipos de Sociedades:
I. legais comuns;
II. legais especiais.
Tipos legais especiais: visam responder a necessidades concretas, daí que
tenham uma regulamentação específica e diferente da contida no CSC. Por exemplo:
Artigo 178.º CSC: os sócios de indústria muito embora respondam pelas dívidas
sociais perante os credores, não respondem perante a sociedade… Assim, caso
aquele sócio pague alguma dívida da sociedade terá direito de regresso face
aos demais pelo total que tiver pago.
SQ:
Em princípio cada sócio responde pela sua entrada – artigo 197.º n.º 1 CSC;
todavia a responsabilidade é solidária pela realização integral do capital social
– artigo 207.º n.º 1 CSC;
“Os sócios são solidariamente responsáveis por todas as entradas
convencionadas no contrato social”; na verdade, se um sócio não pagar à
sociedade tempestivamente a sua entrada, poderá ser excluído, sendo os
demais solidariamente responsáveis perante a sociedade pelo pagamento da
parte da entrada do excluído que estiver em dívida;
A responsabilidade é limitada, por outras palavras,estamos perante uma
autonomia patrimonial perfeita: os bens da sociedade respondem pelas
dívidas da sociedade; pelas dívidas da sociedade apenas respondem os bens da
sociedade.
Os credores não podem executar o património pessoal dos sócios, de acordo
com o artigo 197.º n.º 3 CSC, a não ser que se verifique a situação estipulada
no artigo 198.º n.º 1 CSC (o que é raro acontecer).
SUQ:
As sociedades unipessoais por quotas são, para todos os efeitos, sociedade por
quotas; logo têm todas as características destas, exceto as que pressuponham
uma pluralidade de sócios – artigo 270.º G CSC. Assim sendo, o sócio único de
uma SUQ tem responsabilidade limitada perante os credores sociais.
SA:
Poder deliberativo: Assembleia Geral (todos sócios): artigo 189.º CSC ,por voto
cada sócio tem direito a um voto; ( Sócios ( Assembleia Geral) );
Poder executivo: salvo estipulação em contrário, todos os sócios são gerentes
(artigo 191.º n.º 1 CSC); todos os gerentes devem ser sócios, salvo deliberação
unânime em contrário (artigo 191.º n.º 2 CSC); aos gerentes cabe a
administração e representação da sociedade – artigo 192.º CSC; ( Executivo =
Sócios);
Poder fiscalizador*: as sociedades em nome coletivo não têm órgão de
fiscalização, esta função é exercida diretamente pelos sócios, através do direito
à informação previsto no artigo 181.º CSC. ( Fiscalizador = Sócios );
Cada sócio tem direito a um voto – vigora o princípio democrático, previsto no
artigo 190.º CSC.
*verifica a conformidade da atividade dos outros órgãos com a lei e os estatutos,
denunciando as irregularidades que descubram.
SQ: estrutura mais complexa, em comparação com a da SNC, emque o papel do sócio
continua a ser fundamental.
Poder fiscalizador:
- O contrato de sociedade pode prever um Conselho Fiscal (artigo 413.º e ss.
CSC);
- A sociedade pode ser obrigada a ter um ROC (Revisor Oficial de Contas)- art.
262.º, n.º 2 CSC;
* Se não se verificar nenhuma das duas hipóteses: teremos o direito à informação, que
apenas poderá ser exigido por sócio não gerente – artigo 214.º CSC.
Nas sociedades por quotas, vigora o princípio censitário: o grau de participação e
intervenção depende do valor da respetiva quota – cf. artigo 250.º CSC- deliberações:
cf. 250 n.º 3 e 265.º CSC.
Exemplo:
Sócio A: 30.000 – 30%
Sócio B: 70.000 – 70%
Capital social: 100.000
SA:
Liberdade de escolha