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Parecer 0812009
Parecer 0812009
PARECER Nº 81/2009
INTERESSADO: ELSIO BALSAN – RESPONSÁVEL PELO SETOR DE TRÂNSITO DO
MUNICÍPIO DE DIONÍSIO CERQUEIRA
ASSUNTO: FISCALIZAÇÃO DE RUÍDOS EMITIDOS POR ESCAPAMENTOS DE
MOTOS
CONSELHEIRO RELATOR: ANDRÉ GOMES BRAGA
EMENTA: Conforme previsão do art. 230, inciso XI, do CTB, nas ações
de fiscalização de trânsito, o agente de trânsito somente poderá autuar o
proprietário de uma motocicleta, motoneta ou ciclomotor se a descarga
estiver livre ou o silenciador de motor de explosão estiver defeituoso,
deficiente ou inoperante. A troca do escapamento original das
motocicletas por escapamentos chamados esportivos não configura
alteração de característica de veículo.
I. Consulta:
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toque esportivo, ou seja, por abafar menos o ruído, o escapamento esportivo proporciona ao
motor um funcionamento mais livre melhorando de certa forma a performance da moto.
4. O Código de Trânsito Brasileiro prevê em seu artigo 230, inciso XI: “Conduzir
o veículo com descarga livre ou silenciador de motor de explosão defeituoso, deficiente ou
inoperante”.
1. Descarga livre: Significa ser um tubo oco, sem nenhuma espécie de abafador, silencioso
ou miolo interno, os quais servem para reduzir os níveis de emissão de ruídos e
poluentes, sendo, portanto altamente ruidosos. Normalmente são escapes feitos em casa
partindo do corte da peça original ou mesmo com a colocação de um cano simplesmente
sem nenhum padrão de confecção técnica;
2. Silenciador defeituoso deficiente ou inoperante: Significa dizer que são escapes em que
as partes internas, como as câmaras ou miolo interno estão desgastados, bem como a
área externa do mesmo esteja quebrada, furada ou danificada, ocasionando assim,
emissão de ruído extremamente alta. Ocorre quase sempre nos escapes com muito
tempo de uso que em decorrência da corrosão da parte interna, devido ao contato com
os resíduos da queima do combustível, que agem como ácido, dissolvendo as câmaras
internas e podendo ocasionar furos na parte externa do escape, aumentado assim o nível
de ruído.
7. Cumpre salientar que no artigo 230, XI, do CTB e até mesmo na legislação de
trânsito, não há qualquer previsão de nível máximo de ruído a ser emitido por escapamentos de
veículos, e, consequentemente nenhum equipamento deve ser utilizado por agente de trânsito
quando da fiscalização de tal equipamento.
8. Apenas o art. 104 do Código de Trânsito Brasileiro prevê que “os veículos em
circulação terão suas condições de segurança, de controle de emissão de gases poluentes e de
ruído avaliadas mediante inspeção, que será obrigatória, na forma e periodicidade estabelecidas
pelo CONTRAN para os itens de segurança e pelo CONAMA para emissão de gases poluentes
e ruído”.
9. Pelo artigo 104 do CTB, ficou estabelecida a divisão de competência para fins
de inspeção, cabendo ao Contran a forma e periodicidade de avaliação dos itens de segurança
e ao CONAMA a forma e periodicidade de avaliação de gases poluentes e ruídos. Desta forma,
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o Contran estabeleceu as normas referentes à inspeção técnica de veículos conforme art. 104
do CTB através da Resolução nº 84 de 19 de Novembro de 1998, estabelecendo a
obrigatoriedade da mesma para o licenciamento de veículos tendo por objetivo inspecionar e
atestar as reais condições dos itens de segurança da frota em circulação, sendo que conforme
Anexo I da referida Resolução, o sistema de exaustão de gases é um dos itens de análise quando
da inspeção. Ocorre porém, que tal Resolução teve sua vigência suspensa pela Resolução nº
107 de 21 de dezembro de 1999 do Contran, a qual permanece em vigor.
13. Do exposto, conclui-se que nas ações de fiscalização de trânsito, apenas poderá
o agente de trânsito autuar o proprietário de uma motocicleta, motoneta ou ciclomotor se a
descarga estiver livre ou o silenciador de motor de explosão estiver defeituoso, deficiente ou
inoperante, conforme previsão do art. 230, Inciso XI do Código de Trânsito Brasileiro.
14. Naquelas situações em que a descarga não esteja livre ou o silenciador de motor
de explosão não esteja defeituoso, deficiente ou inoperante, mas conforme palavras do
consulente, “que aos ouvidos do agente parecem emitir ruídos acima do suportável”, não há
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previsão legal de alguma ação por parte do agente de trânsito, já que deverá ser objeto de
inspeção técnica regulamentada pela Resolução nº 84/1998 do Contran, infelizmente ainda com
sua vigência suspensa, seguindo-se o preconizado na Resolução nº 252 de 01 de fevereiro de
1999 do CONAMA.