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EM SÃO LUÍS - MA
RESUMO
O trabalho em foco analisa a mobilidade urbana em São Luís, dando ênfase ao
transporte coletivo baseado no ônibus, destacando o seu contexto histórico e os
principais problemas atuais. Como procedimentos utilizados destacam-se:
levantamento, seleção e análise de material bibliográfico que trata dessa temática;
trabalhos de campo nos terminais de integração e nas principais avenidas que circulam
linhas de ônibus coletivo. Os principais problemas enfrentados pelos usuários do
transporte coletivo e na mobilidade urbana em São Luís são: ausência de planejamento
urbano; acessibilidade ruim nas ruas e avenidas; qualidade do transporte coletivo
urbano; acesso ao transporte nos vários sentidos de deslocamento, dentre outros.
Concluiu-se que em função do continuado incremento demográfico e da frota de
veículos que se concentra na capital maranhense e já abrange a Região Metropolitana da
Grande São Luís, que esse tema seja priorizado em termos de debate a fim de ser
melhor apreendido e indicadas soluções.
1
Estudante do Curso de Geografia da Universidade Federal do Maranhão.E-mail:
juan_siqueira16@hotmail.com
2
Estudante do Curso de Geografia da Universidade Federal do Maranhão. E-mail:
juscinaldogoes@hotmail.com
3
Professor Doutor do Departamento de Geociências da Universidade Federal do Maranhão. E-mail:
ajaf@ufma.br
No inicio do século XVIII, a capital maranhense já registra um incremento
populacional onde se constata uma concentração da população e consequentemente uma
expansão horizontal da cidade. No período de 1650 a 1750, a cidade de São Luís
começou a se expandir em torno do largo do Carmo em direção ao Desterro. Destaca-se
que se tratava de um crescimento espontâneo, não tendo nenhum critério de
planejamento, sendo que na época ainda não se utilizava transporte terrestre.
Já em 1665, as necessidades de melhoria da infraestrutura urbana de São Luís
fizeram com que se abrissem novas vias que davam acesso da Praia Grande ao Cutim
(atualmente bairro do Anil), cuja referência passou a ser o denominando Caminho
Grande, sendo posteriormente ampliado até São José de Ribamar. Nesse trajeto,
utilizavam-se carros de bois e cavalos como meio de transporte de pessoas e
mercadorias (Nunes, 1991, p. 20).
No ano de 1755, um fator que contribuiu para aumentar o dinamismo da cidade
de São Luis, diz respeito à instalação da Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e
Maranhão que introduziu os cultivos, sobretudo de algodão com utilização de mão de
obra escrava em larga escala, resultando no aumento da produção econômica e, por
conseguinte, no crescimento da cidade.
Na proporção que a cidade crescia, em 1871 começaram surgir as primeiras
linhas urbanas de bondes (Ferreira, 2009, p.4) puxados à tração animal, criadas pela
Companhia Ferro - Carril São Luís do Maranhão. No ano de 1879 fazia os seguintes
trajetos: Largo do Palácio / Cutim (atual Anil); Largo do Palácio / Estação Central (Alto
da Carneira); Largo do Palácio / João Paulo; Largo do Palácio / Largo dos Remédios;
Largo do Palácio / São Pantaleão. Posteriormente, a empresa sofreu uma terceira
mudança de proprietário e de denominação passando a se chamar Companhia Ferro-
Carril Maranhense em 1886 4.
Na década de 1920 a população era de 52.929 habitantes e problemas com
transporte urbano, saúde pública, higienização das habitações, calçamento de ruas, água
tratada dentre outros, foram e continuam sendo os principais fatores a exigirem uma
solução objetivada pelo então prefeito Octacílio Saboya Ribeiro (Farias Filho, 2004, p.
24).
4
Federação das Empresas de Transporte Rodoviário do Ceará, Piauí e Maranhão (CEPIMAR).
http://bancodedados.cepimar.org.br/bdmaranhao/.
Em 1928 foi feito a primeira experiência de ônibus destinado ao transporte de
passageiros e cargas entre a capital e Estiva (Nunes, 1991, p.22). Ainda conforme
Nunes (1991, p. 22) no inicio dos anos de 1960 começaram a circular as Kombis no
intuito de reforçar a frota de ônibus que era reduzida e insuficiente para servir a
população da cidade. Apesar de a cidade possuir em determinado período da sua história
simultaneamente três tipos de veículos coletivos (Bondes, Ônibus e Kombis) a
população não desfrutava de um serviço de boa qualidade, tendo em vista que além de
serem insuficiente, recolhiam-se cedo (com exceção das Kombis) eram de estruturas
falhas, percorriam poucas ruas, os horários eram irregulares e desorganizados (Nunes,
1991, p. 22,23).
Em 24 de junho de 1967, é desativado o serviço de bonde elétrico na capital pelo
então prefeito Epitácio Cafeteira, afirmando que este não teria condições de
funcionamento devido à impossibilidade de manutenção elétrica por falta de fábricas
que os produzissem.
Aproximadamente em 1970, a cidade de São Luís teve seu crescimento na área
Itaqui-Bacanga com a abertura da barragem do rio Bacanga que proporcionou a ligação
no eixo oeste da cidade sendo que era isolada do centro histórico. A sua abertura teve
como principal foco a ligação portuária com o porto do Itaqui e a instalação das grandes
indústrias como a Vale (CVRD) e a Alumar, não sendo planejada para a distribuição da
população e sim para beneficiar o capital privado com o apoio do governo do estado
(SILVA, 2003).
Dentro desse contexto, a implantação da Companhia Vale do Rio Doce (atual
VALE), a ALUMAR e o porto do Itaqui teve como seu principal intenção, o
desenvolvimento econômico e a circulação do capital, aliado com a implantação da
rodovia BR-135. Esta obra do governo do estado ligou o eixo oeste com a implantação
da ferrovia e o porto resultando no sistema multimodal dos meios de transporte
acelerando o processo de reprodução do capital privado o que resultou na diminuição de
custos de reprodução do capital (SILVEIRA, 2011).
Após a implantação da barragem do Bacanga e a implantação da BR-135, houve
a necessidade de novos usos e foi legalmente liberada a sua ocupação sob o regime de
reserva do domínio da união ao estado do maranhão pelo decreto Lei n° 66.227, de 1 de
fevereiro de 1970, cuja área correspondia a uma superfície de 7.210 hectares (SILVA,
2003); na mencionada área deveria ser implantado o plano de desenvolvimento
urbanístico na Ilha do Maranhão, com prazo de 2 anos para execução. Esse plano
viabilizaria a atividade econômica de alto investimento, ou seja, a industrial. No
entanto, continua no papel e até hoje não foi implantado por não haver vontade política
e interesse dos empresários (SILVA, 2003). Isso possibilitou a ocupação daquela área
espontaneamente sem nenhum planejamento adequado.
Neste contexto, os itinerários serviram para definir a rede básica ligando os
bairros onde se localizavam os setores que concentravam um fluxo de passageiros (áreas
comerciais, estabelecimentos, escolas, cursos técnicos) que foi complementada com
trechos de vias projetadas pelos órgãos municipais e pelo DERMA (PREFEITURA DE
SÃO LUÍS, 1977).
O planejamento das linhas de ônibus apresentava-se estratégico, pois beneficiou
as empresas operadoras de transporte coletivo. Os estudos feitos pelos órgãos
responsáveis como o DERMA visavam o monopólio das empresas direcionando as
linhas de ônibus partindo dos seus bairros de origem para o centro da cidade. Com isso,
as empresas são privilegiadas pelas suas rotas porque não tem concorrência com as
demais e o centro se torna o único ponto de concorrência para as empresas.
Na década de 1990, São Luís não possuía ainda o SIT5, sendo que os ônibus
circulavam normalmente pela cidade e na época sua população total era de 696.371
habitantes (IBGE, 1991). Durante o mandato do ex-prefeito Jackson Lago em 1992,
houve uma tentativa de reorganizar o transporte coletivo de São Luís na reformulação
das linhas e a construção dos terminais de integração adequando o modelo utilizado na
cidade de Curitiba-PR onde as vias de comunicação foram interligadas, o que resultou
numa mobilidade urbana melhor.
Em 1992, durante a administração do prefeito Jackson Lago, a Secretaria
Municipal de Obras e Transportes (SEMOT) era o órgão responsável pelas questões
referentes ao transporte de São Luís. Durante um breve período a secretaria produziu
um diagnóstico da situação do transporte público do município e, com base nesses
dados, fez um planejamento intitulado “Plano de Reorganização do Sistema de
Transporte Público de São Luís” (PITANGA, 2010). Por conta da mudança do governo
municipal, o plano não foi totalmente concretizado e só pode ser retomado a partir do
ano de 1997. Esse sistema de transporte urbano não aconteceu no momento devido à
mudança de governo municipal e os empresários através do SET terem recusado a
5
SIT significa Sistema Integrado de Transporte. Em São Luís, foi criado no ano de 2003 na inauguração
do então segundo terminal de integração da cidade, o do São Cristóvão. Por meio deste sistema, foi
possível pegar diferentes ônibus nos terminais pagando apenas uma passagem.
proposta por afetarem seus interesses, temendo prejuízos, pois não tinham interesse em
melhorar a mobilidade urbana porque não queriam abrir mão dos seus lucros.
Em 1993, o prefeito de São Luís àquela época, fez um projeto para implantar um
sistema no qual o usuário pagava uma única passagem para se deslocar até ao centro,
cuja referência era o Mercado Central. Em 1996 foi inaugurado o primeiro Terminal de
ônibus de São Luís, o da Praia Grande 6, integrando 59 linhas.
A lei n° 8987/1995 dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação
de serviços públicos previstos no art. 175 da Constituição Federal. No art 2 inciso II -
concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente,
mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de
empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por
prazo determinado; inciso III – permisssão do serviço público: a delegação, a título
precário, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física
ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.
METODOLOGIA DA PESQUISA
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O Terminal Praia Grande foi o primeiro terminal de integração inaugurado em São Luís em 1996. Teve
o seu principal objetivo interligar as linhas vindas de outras áreas da cidade possibilitando a sua
integração. No momento o SIT não foi implantado o que ocorreu em 2003 na inauguração do segundo
terminal.
Esse método visa a investigar as deficiências da mobilidade urbana abordado em
trabalhos realizados por autores como: Alcântara Jr, Selbach (2009); Diniz (2007);
Pitanga (2010); Nunes (1991); Fernandes (2003); Silva (2003); Espírito Santo (2006);
Farias Filho (2004); Prefeitura de São Luís (1977); Abreu (2009); CEPIMAR; Ferreira
(2009) acerca do processo histórico de ocupação da cidade de São Luís e como as
políticas agem no espaço urbano; os problemas ocorridos no transporte público durante
o processo de desenvolvimento e ocupação do espaço urbano nos meios de transporte
abordado em Vasconcellos (2000); Cocco (2011); Silveira (2011); Galvão (2009);
IBGE (1991), (2000) a sua análise pela questão dos investimentos no setor do transporte
público para a população e os interesses políticos e econômicos, nas legislações sobre
transporte coletivo e mobilidade urbana (Política Nacional de Mobilidade Urbana Lei
12.587/2012); Lei n° 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; planos diretores de São Luís
(Prefeitura de São Luís 1977; 2006) e sua política de investimento para o transporte
coletivo dentro de sua importância para a população, pois mostra que a sua dinâmica
sempre está em transformação (MARKONI, LAKATOS 2007).
Esse método será aplicado através das entrevistas feitas com os usuários,
funcionários e com base na informação de cada frota, donos de empresa para
informação do sistema e suas gestões de linha e frota. A pesquisa seguirá os seguintes
procedimentos metodológicos: 1) Levantamento, seleção e análise de material
bibliográfico em que se priorizaram autores que tratam do tema proposto em diferentes
realidades empíricas; 2) realização de dois trabalhos de campo em órgãos/entidades
responsáveis pela mobilidade urbana na cidade referida, a exemplo da Secretaria
Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) e Sindicato das Empresas de Transporte
(SET), bem como usuários do transporte coletivo nos terminais de integração e nas
principais vias de grande movimento para a realização de duas entrevistas semi-
estruturadas.
A ATUAL CONFIGURAÇÃO DO TRANPORTE COLETIVO URBANO EM
SÃO LUÍS: problemas e soluções possíveis
Figura 01: Foto da Avenida São Marçal no bairro João Paulo. Esta possui grande fluxo de linhas de
ônibus, no entanto apresenta infraestrutura insuficiente para uma mobilidade adequada. - Fonte:
SIQUEIRA, Juan Guilherme Costa, 2012.
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O IPK (Índice de Passageiros por Quilômetro Rodado) é um indicador que mede a quantidade de
passageiros em cada percurso do itinerário das linhas de ônibus (VASCONCELOS, 2000). Os que pegam
poucos passageiros durante o seu percurso têm o seu IPK baixo, os que pegam muitos passageiros durante
o seu percurso têm o seu IPK elevado. O IPK também é medido não apenas pela quantidade e sim pela
qualidade do serviço prestado. As linhas que tinham pequeno percurso e pegavam muitos passageiros tem
o seu IPK elevado, os que têm médio e grande percurso e pegam uma quantidade razoável de passageiros,
também tem o IPK elevado. Sendo que este indicador também é considerado os custos e subsídios de
locomoção para o seu deslocamento (Combustível, tempo de viagem, manutenção dos veículos) o que
permite obter desempenho no serviço das linhas de ônibus dando a sua viabilidade (COCCO, 2011).
Antes da implantação dos terminais de integração em São Luís, os empresários mediam nas linhas de
ônibus a quantidade de usuários no veículo e após a implantação dos terminais de integração e com
acréscimo do sistema de bilhetagem eletrônica, passou a ser contabilizado pela quilometragem percorrida
pelo ônibus e não pela quantidade de usuários que utilizavam o serviço.
Historicamente, as linhas de ônibus coletivo em São Luís passavam pelo centro
da cidade porque este se constituía e ainda se constitui em ponto de referência do setor
comercial. Posteriormente, as linhas continuaram sendo direcionadas ao centro, pois
independentemente do itinerário que faziam, seja pelo Bairro do Ipase, São Francisco,
Terminal Rodoviário, João Paulo e Anil, poderiam ir ao centro visto que para se dirigir
a outro lugar tinha que descer do ônibus e pegar outro pagando outra passagem.
Em 1996, como destacado anteriormente, foi inaugurado o primeiro terminal de
integração, o da Praia Grande que proporcionou a integração de várias linhas de ônibus
em vários eixos/setores da cidade, pois este se localiza no centro da cidade, integrando
as linhas vindas de várias localidades.
Com a inauguração dos Terminais de Integração da Cohab, São Cristóvão,
Cohama e Distrito Industrial houve a integração das linhas partindo desses bairros em
direção ao centro da cidade. No entanto, não houve a integração dessas linhas aos
demais terminais o que favorecia a melhor mobilidade. Um exemplo são as linhas de
ônibus do Terminal da Cohama tendo em vista que a maioria é direcionada ao Centro e
os itinerários não são interligados aos outros terminais (Cohab, São Cristóvão, Distrito
Industrial) e vice-versa, sendo redirecionadas algumas linhas para o Terminal Praia
Grande.
A mobilidade urbana das linhas de ônibus em São Luís é limitada, não
atendendo todas as necessidades da população. Após a inauguração dos terminais de
integração (Cohab, Cohama, São Cristóvão e Distrito Industrial) foi criada a linha
denominada T090 – Terminais BR-135 com a finalidade de interligar os terminais de
integração.
Uma questão que também não se pode deixar de mencionar quando se analisa a
mobilidade urbana, notadamente em São Luís, está relacionado à má qualidade das vias
de transporte da cidade. Estas atualmente apresentam condições desfavoráveis, a
exemplo de falta de sinalização, excesso de rotatórias, ausência de manutenção
adequada e a não distribuição adequada das vias para as linhas de ônibus e a falta de
organização de algumas delas.
Vale destacar o grande aumento na quantidade de automóveis, pouca quantidade
de ônibus urbano e a construção de grandes vias priorizam o transporte individual em
detrimento do coletivo. Como exemplo pode-se citar a Via Expressa e Avenida Quarto
Centenário que tem como objetivo a expansão da circulação de veículos, notadamente
nos bairros de alto poder aquisitivo (Renascença, Ipase, Calhau), não sendo interligadas
as linhas de ônibus pelas vias que atenda a uma demanda de usuários dentro dos
projetos de melhoria da mobilidade urbana como Bus Rapid Transit (BRT)8, Bus Rapid
Service (BRS)9 Veículo Leve sob Trilhos (VLT) 10, ônibus articulados e bicicletas, não
sendo priorizado dentro das políticas de mobilidade urbana (Lei 12587/2012)11.
O aumento da densidade periférica de São Luís foi o responsável pela extensão
dos transportes semi-urbanos onde linhas foram criadas para atender essa demanda que
surgiu através desses empreendimentos e vários loteamentos na periferia, originando
bairros cada vez mais distantes do centro. Com o agravamento da falta de planejamento
urbano da cidade, os fluxos de veículos em São Luís aumentaram e as vias públicas não
conseguem atender a demanda de automóveis. Tal situação também está sendo agravada
em função da compra de automóveis pela classe de menor poder aquisitivo dando a
conotação da “cultura do carro novo” (ABREU, 2009). Essa situação se agrava à
medida que os empreendimentos surgem sem ter planejamento comprometendo mais a
população que ainda está sem infraestrutura e políticas públicas que possam amenizar os
problemas (ABREU, 2009; DINIZ, 2007).
Outra seria uma linha vinda do Terminal São Cristóvão que passasse pelo
Terminal Rodoviário de São Luís indo pelo Bairro do Ipase, passando pelo Terminal
Cohama, indo pelo Bairro do São Francisco ao Terminal Praia Grande, voltando no
mesmo trajeto (Imagem 05).
Em face aos problemas citados, é importante que haja uma política que priorize
o transporte coletivo visto que a cidade de São Luís necessita disso e precisa avançar no
seu planejamento. Na Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes - SMTT através
de estudos de origem-destino aplicado com as necessidades da população analisando a
sua viabilidade com a mobilidade urbana.
É preciso criar políticas que incentivem transporte coletivo durante alguns
eventos de grande demanda de usuários como shows, turismo, lazer, etc. para evitar
grande concentração de automóveis que são utilizados nesses momentos. É importante
ressaltar a importância do transporte coletivo na implantação do modelo tronco-
alimentador, pois facultaria a necessidade de implantação de corredores em avenidas
que não comportam e outros projetos como BRT, BRS, VLT e etc.
Torna-se importante também a criação de vias que facilitem a mobilidade urbana
priorizando o transporte coletivo, a exemplo de corredores exclusivos para ônibus, pois
o que se percebe atualmente em São Luís é construção de vias que visam atender,
sobretudo o transporte individual em detrimento do de massa.
É importante que os empresários permitam ter uma mobilidade urbana adequada
na cidade e incentivar outros usuários do transporte individual.
É importante que os usuários do transporte coletivo reivindiquem os seus
direitos e não se acomodar diante dos problemas enfrentados que são totalmente
desumanos e inadmissíveis, pois vai permitir a luta para uma sociedade melhor e justa
na mobilidade urbana. É preciso investir no transporte coletivo. A melhoria da
mobilidade urbana está na qualidade de vida das pessoas e dos meios de transporte seja
ele coletivo ou público.
O que se percebe é que a prefeitura de São Luís não investe no planejamento da
mobilidade urbana e as reformas em curso visam solucionar problemas de eficiência
produtiva, procurando reduzir custos de operação e coordenação dos serviços do que
melhorar e eficiência social e atendimento a população. Em conseqüência, colocam
linhas com percursos longos e desnecessários que poderiam ser de médio curso
resultando na reivindicação dos empresários em ocasião de greves. As linhas que
apresentam de baixo percurso (alimentadoras) não ampliam o seu itinerário sendo uma
estratégia de rapidez no atendimento ocorrendo acumulação de capital.
Uma possível proposta para melhorar a mobilidade urbana dos ônibus em São
Luís seria a interligação dos diferentes itinerários passando pelos Terminais de
Integração. A vantagem da interligação das linhas pelas principais avenidas de São Luís
reside na possibilidade de melhoria na mobilidade urbana, com vários itinerários
diferenciados desafogando principalmente o Centro da cidade, com várias opções de
deslocamento para se chegar a um determinado lugar. No entanto, há alguns itinerários
que pelo visto, não despertam interesse dos empresários, pois não abrem mão dos seus
lucros.
REFERÊNCIAS
ABREU, Paulo Henrique Silva de. SÃO LUÍS ENTRE OS ANOS DE 2003-2009: a
evolução dos problemas no trânsito de veículos e seus implicadores. Projeto de
monografia – UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, 2009.
ALCÂNTARA JR, José O.; SELBACH, Jeferson Francisco (org.). Mobilidade urbana
em São Luís. São Luís/MA: EDUFMA, 2009.
FERREIRA, Antonio José de A. São Luís do Maranhão: em que cidade vivemos? Que
cidade queremos no quarto centenário. In: Ciências Humanas em Revista. v. 7, n. 2, São
Luís – MA, 2009.
FERREIRA, Maria da Glória Rocha. Roteiro para proposta de pesquisa In: Ciências
Humanas em Revista. - São Luís, v.1, n.1, Abril, 2003, p. 145-154.
PREFEITURA DE SÃO LUÍS. Plano diretor de São Luís 1977. 2° impressão. São
Luís: SIOGE, 1977.
PREFEITO DEIXA O NOSSO POVO SEM TRANSPORTE. Cidade sem bonde fica
mais distante. Jornal pequeno N° 0727, 25/06/1967. In: Banco de dados, CEPIMAR.