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INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO:

teoria & prática

A Teoria Piagetiana das Trocas


Sociais e sua Aplicação aos
Ambientes de Ensino-aprendizagem

AntÙnio Carlos da Rocha Costa

The Piagetian Theory of Social


Exchanges and its Application to
Learning Environments
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teoria & prática

Resumo: Este artigo resume a teoria piagetiana


das trocas sociais, apresenta o n˙cleo formal da
teoria ó a teoria dos valores de troca qualitati-
vos ó e mostra algumas possibilidades de utili-
zaÁ„o dessa teoria de valores de troca no con-
texto da Inform·tica na EducaÁ„o.

Palavras-chave: Inform·tica na educaÁ„o. Teo-


ria piagetiana das trocas sociais.

Abstract: This paper summarizes the piagetian


theory of social exchanges, presents its formal
nucleus ó the theory of qualitative exchange
values ó, and shows some possible uses of the
theory of exchange values in the context of
Educational Informatics.

Keywords: Computers in education. Piagetian


theory of social exchanges.

COSTA, AntÙnio Carlos da Rocha. A Teoria


Piagetiana das Trocas Sociais e sua AplicaÁ„o aos
Ambientes de Ensino-aprendizagem. Informática
na Educação: teoria & prática, Porto Alegre, v. 6,
n. 2, p. 77-90, jul./dez. 2003.

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1 Introdução 2 O pensamento sociológico de


Piaget
O presente artigo procura sumariar a
sociologia piagetiana. Inicialmente demons- O pensamento sociolÛgico de Piaget
tra-se de que os aspectos sociais das rela- se concentra refletido em uns poucos textos
Áıes humanas n„o foram desconsiderados fundamentais. Estes textos est„o compila-
nem menosprezados por Piaget, na elabo- dos no livro intitulado Études Sociologiques
raÁ„o de sua teoria do desenvolvimento (PIAGET, 1965), que tem traduÁ„o brasilei-
cognitivo. Na seq¸Íncia tem-se um resumo ra (PIAGET, 1973b) da 1a ediÁ„o e inglesa
da sociologia piagetiana, apresentando suas (PIAGET, 1965b), da 2a ediÁ„o.
noÁıes centrais, quais sejam, as noÁıes de
totalidade social e de trocas sociais. Os textos principais s„o os seguintes:
Apresena-se o n˙cleo formal dessa sociolo- ∑o quadro geral da concepÁ„o sociolÛgica
gia, que È a teoria dos valores de troca qua- de Piaget aparece no capÌtulo ìA Explica-
litativos, e a aplicaÁ„o, por Piaget, desta te- Á„o em Sociologiaî (PIAGET, 1973c), que faz
oria na formalizaÁ„o dos aspectos morais e
parte do terceiro tomo de sua principal obra
jurÌdicos das trocas sociais.
epistemolÛgica, a Introdução à Epistemo-
AlÈm disso, o artigo mostra a impor- logia Genética (PIAGET, 1950); o capÌtulo
t‚ncia da teoria sociolÛgica de Piaget para a apresenta o pensamento epistemolÛgico de
Inform·tica na EducaÁ„o.Descreve uma apli- Piaget sobre a Sociologia e inclui os resulta-
caÁ„o computacional da teoria dos valores dos obtidos nos seus trabalhos anteriores,
de troca na ·rea da InteligÍncia Artificial Dis- que est„o listados a seguir;
tribuÌda (COSTA, 2002; RIBEIRO, 2003a; RI-
∑ o artigo ìLÛgica GenÈtica e Sociologiaî
BEIRO, 2003b), propondo o uso dessa teo-
(PIAGET, 1995a), publicado originalmente
ria para a modelagem dos aspectos morais
em 1928, que È uma primeira abordagem ‡
e jurÌdicos das trocas entre agentes de um
quest„o das relaÁıes entre LÛgica e Socio-
sistema multiagentes. Introduz uma delimi-
logia, consolidando a noÁ„o piagetiana de
taÁ„o das duas principais formas de utiliza-
totalidade social;
Á„o da teoria dos valores de troca em ambi-
entes computacionais de apoio ao ensino- ∑o artigo ìEnsaio sobre a Teoria dos Valores
aprendizagem, quais sejam, a modelagem Qualitativos em Sociologia Est·tica
das conversaÁıes (aÁıes ling¸Ìsticas) e a (ìSincrÙnicaî)î (PIAGET, 1973g), publicado
an·lise das trocas realizadas por aÁıes ma- originalmente em 1941, Piaget desenvolve
teriais. Apresenta um detalhamento prelimi- a teoria dos valores de troca, que È o n˙cleo
nar da quest„o que d· sentido ˙ltimo ‡ teo- formal de sua teoria das trocas sociais e que
ria dos valores de troca, que È a quest„o do consolida as relaÁıes dessa teoria com a
uso dos sistemas de valores como instru- noÁ„o de totalidade social, incluindo os as-
mentos da manutenÁ„o do equilÌbrio pectos morais e jurÌdicos dessa totalidade;
normativo das trocas sociais, e uma propo-
siÁ„o inicial de um mecanismo de regulaÁ„o ∑o artigo ìAs RelaÁıes entre a Moral e o
desse equilÌbrio no contexto dos ambientes Direitoî (PIAGET, 1973f), publicado original-
computacionais. mente em 1944, que explicita mecanismos

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operatÛrios comuns ao funcionamento das estabelece entre o mental e o social, no


sentido de que o indivÌduo tornado mem-
regras morais e das regras jurÌdicas; bro adulto da sociedade n„o poderia mais
pensar fora desta socializaÁ„o acabada.í
∑ o artigo ìAs OperaÁıes LÛgicas e a Vida Soci- (PIAGET, 1973c, p. 29)
alî (PIAGET, 1973f), publicado originalmente em
1945, que explicita a presenÁa das estruturas Por que, ent„o, Piaget teria abstraÌdo
de grupamentos nas trocas sociais. a referÍncia aos fatores sociais na esmaga-
dora maioria dos seus trabalhos sobre o de-
Que Piaget abstraiu as trocas sociais senvolvimento da inteligÍncia na crianÁa?
na maioria dos seus estudos da Psicologia
A interdependÍncia da sociogÍnese e da
da InteligÍncia È um fato ineg·vel. Que des- psicogÍnese se faz sentir de forma parti-
conheceu ou negou a import‚ncia dessas cularmente marcante no terreno da psico-
trocas sociais para o desenvolvimento logia da crianÁa, ‡ qual fizemos numero-
sos apelos para explicar a construÁ„o das
cognitivo da crianÁa È simplesmente uma noÁıes. Ora, tal recurso ao desenvolvimen-
falsidade. to intelectual da crianÁa, concebido a tÌtu-
lo de embriogÍnese mental, È um recurso
Em v·rias ocasiıes, Piaget manifestou do qual j· defendemos o princÌpio 1 ape-
lando para os serviÁos prestados pela
explicitamente a dependÍncia do desenvolvi- embriologia biolÛgica ‡ anatomia compa-
mento cognitivo em relaÁ„o aos fatores sociais: rada, pÙde deixar certo mal-estar no espÌ-
rito de mais de um leitor. A psicologia da
O conhecimento humano È essencialmen- crianÁa explicaria sem d˙vida o modo de
te coletivo e a vida social constitui um dos formaÁ„o das noÁıes ou das operaÁıes,
fatores essenciais da formaÁ„o e do cres- objetariam alguns leitores, 2 se a crianÁa
cimento dos conhecimentos prÈ-cientÌficos pudesse ser estudada em si mesma, in-
e cientÌficos.í (PIAGET, 1973c, p.17) dependentemente de qualquer influÍn-
cia adulta, e se ela construÌsse assim
O conjunto das condutas humanas com- seu pensamento sem se servir dos ele-
porta, desde o nascimento e em graus di- mentos essenciais no meio social.
versos, um aspecto mental e um aspecto (PIAGET, 1973c, p.26)
social.í (PIAGET, 1973c, p. 21)
PorÈm, continua Piaget:
O desenvolvimento individual È em parte
condicionado pelo meio social, e a Mas o que È a crianÁa em si mesma, e as
psicogÍnese È parcialmente uma socio- crianÁas n„o existem a n„o ser em rela-
gÍnese. (PIAGET, 1973c, p. 27) Á„o a certos meios coletivos bem determi-
nados? ëIsso È evidente, e, se se chama
Mas, se a sociogÍnese das noÁıes inter-
vÈm, pois, na psicogÍnese, desde os es- ìpsicologia da crianÁaî ao estudo do de-
t·gios elementares do desenvolvimento, È senvolvimento mental individual, È simples-
lÛgico que sua influÍncia cresce em pro- mente em referÍncia aos mÈtodos experi-
gress„o geomÈtrica em relaÁ„o ‡ suces- mentais utilizados nessa disciplina: na ver-
s„o dos est·gios ulteriores.í (PIAGET, dade, e tanto no que concerne ‡s noÁıes
1973c, p. 29) explicativas da qual se serve, quanto rela-
tivamente a seu objeto de investigaÁ„o, a
A construÁ„o progressiva das operaÁıes psicologia da crianÁa constitui setor da
intelectuais supıe uma interdependÍncia sociologia, consagrado ao estudo da soci-
crescente ente os fatores mentais e as alizaÁ„o do indivÌduo, ao mesmo tempo em
interaÁıes interindividuais. Uma vez as que se constitui setor da psicologia mes-
operaÁıes constituÌdas, um equilÌbrio se ma. (PIAGET, 1973c, p.26)

1 A traduÁ„o brasileira traz ìproibimosíí ao invÈs de ìdefendemosíí! (cf. PIAGET, 1995b, p.35).
2 A traduÁ„o brasileira n„o traz essa cl·usula de relativizaÁ„o (cf. PIAGET, 1995b, p.35).

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Ou seja, a abstraÁ„o dos fatores so- volve para definir o conjunto de fatores
ciais no estudo do desenvolvimento da cri- interindividuais aos quais o desenvolvimen-
anÁa È uma quest„o de mÈtodo de pesqui- to da inteligÍncia e dos conhecimentos deve
sa, uma opÁ„o metodolÛgica durante o pro- ser relacionado.
cesso de investigaÁ„o, n„o uma quest„o de
Vamos apontar as principais noÁıes
fundamento ou de posicionamento teÛrico
sobre o papel da vida social naquele desen- dessa teoria sociolÛgica, enfatizando o seu
volvimento. Como tal, essa abstraÁ„o deve n˙cleo operatÛrio, o qual cremos poder usar
como base para fundamentar o trabalho re-
ser feita de modo a ter a menor influÍncia
possÌvel sobre os resultados obtidos. Assim, lativo aos aspectos morais das interaÁıes
logo que os resultados procurados forem en- em sistemas cooperativos de apoio ao ensi-
no-aprendizagem.
contrados, importa imediatamente reintegrar
os fatores sociais ‡ an·lise, para que aque- As trÍs noÁıes centrais s„o: a noÁ„o
les resultados possam ser retrabalhados ‡ de totalidade social, que orienta todo o pro-
luz dessa perspectiva ampliada: ìRenuncie- cesso de estruturaÁ„o da teoria; a noÁ„o de
mos agora ao artifÌcio que nos fez conside- valor de troca qualitativo, que permite cap-
rar como um sistema fechado o indivÌduo, tar nas trocas sociais os aspectos que n„o
assim como suas relaÁıes com o meio fÌsi- s„o estritamente econÙmicos; e a noÁ„o de
co, e perguntemos o que ser„o as relaÁıes equilÌbrio do sistema de trocas qualitativas,
de ordem intelectual com os outros indivÌdu- em funÁ„o do qual se constituem as normas
osî (PIAGET, 1973e, p.178). morais e jurÌdicas.
A quest„o da explicaÁ„o sociolÛgica 3.1 A noção piagetiana de totalidade social
do desenvolvimento cognitivo se impıe como
necess·ria, ent„o, para complementar a ex- Contrapondo-se ao atomismo e ao
plicaÁ„o biolÛgica e psicolÛgica: puro holismo, Piaget coloca no estruturalis-
mo relacional a soluÁ„o para o problema da
O problema È ent„o o seguinte: se a lÛgi-
ca consiste numa organizaÁ„o de opera- definiÁ„o da noÁ„o de totalidade social. A
Áıes que s„o definitivamente interiorizadas totalidade social n„o È um agregado de indi-
e tornadas reversÌveis, pode-se conceber vÌduos nem È uma realidade existente (ou
que o indivÌduo consegue atingir sozinho
esta organizaÁ„o, ou a intervenÁ„o de fa- prÈ-existente) num plano acima do plano dos
tores interindividuais È necess·ria para indivÌduos.
explicar o desenvolvimento que acabamos
de descrever? (PIAGET, 1973e, p. 178). Podem-se reduzir, parece, todos os ìfatos
sociaisî a interaÁıes entre indivÌduos e,
O resto do artigo, È claro, consiste na mais precisamente, ‡s interaÁıes que mo-
demonstraÁ„o positiva de que È a segunda dificam o indivÌduo de maneira dur·vel.
(PIAGET, 1973g, p.114)
alternativa que È v·lida.
As totalidades sociais oscilam entre dois
3 A sociologia de pequenos tipos: num dos extremos, as interaÁıes em
jogo s„o relativamente regulares, polari-
grupos de Piaget zadas por normas ou obrigaÁıes perma-
nentes, e constituem sistemas compostos
N„o È possÌvel resumir, aqui, a socio- dos quais pressentimos a analogia com os
logia de pequenos grupos que Piaget desen- agrupamentos operatÛrios no caso em que

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estes se aplicariam ‡s trocas e ‡s aÁıes de ordem total, sem car·ter mÈtrico, que sa-
hierarquizadas inter-individuais e ‡s ope-
raÁıes intra-individuais. No outro extremo, tisfaÁa ‡ exigÍncia mÌnima de permitir que
a totalidade constitui uma associaÁ„o de seja definida uma relaÁ„o assimÈtrica de
interaÁıes interferindo entre elas e cujas maior ou menor ñ ver os conceitos de quan-
formas de composiÁ„o lembram as regu-
laÁıes ou os ritmos da aÁ„o individual. tidade, no livro Ensaio de Lógica Operató-
(PIAGET, 1973c, p.43) ria. (PIAGET, 1973d)

O primeiro tipo È o dos pequenos gru- Quanto ‡ noÁ„o de troca, para simpli-
pos, no qual as contribuiÁıes dos indivÌduos ficar o problema e permitir-lhe uma
ao grupo podem ser plenamente iden- formalizaÁ„o operatÛria, Piaget restringiu-se
tificadas e as regras permanecem est·veis ‡ quest„o (na verdade, bastante geral) da
durante o processo de interaÁ„o. O segun- troca de serviços entre sujeitos. Assim,
do caso È o das massas sociais. Os ambi- Piaget define troca como qualquer seq¸Ín-
entes de ensino-aprendizagem nos quais cia de aÁıes entre dois sujeitos, tal que um
estamos interessados s„o, evidentemente, deles, pela realizaÁ„o de suas aÁıes, pres-
do primeiro tipo.3 te um serviço ao outro.

3.2 A teoria dos valores de troca quali- 3.2.2 Regras


tativos
O terceiro conceito operatÛrio funda-
O cerne operatÛrio da sociologia mental na teoria piagetiana das trocas È o
piagetiana È uma teoria de valores de tro- conceito de regra ou norma.
ca qualitativos, na qual as regras sociais
(normas e leis) servem ‡ finalidade de de- As regras sociais s„o pensadas com
terminar e manter o equilÌbrio moral (e eco- duas formas possÌveis:
nÙmico) das trocas sociais que ocorrem no
∑equações que devem verificar-se entre os
sistema.
valores envolvidos nas trocas entre indivÌdu-
3.2.1 Valores e trocas os, determinando condições de equilíbrio de
valores de troca;
Piaget d· uma dupla definiÁ„o da no-
Á„o de valor. Por um lado, valor È ìqualquer ∑operações de negaÁ„o (puniÁıes) ou reci-
coisa que dÍ lugar a uma trocaî. Por outro procidade (reparaÁıes), que podem ser re-
lado, Piaget define como valores os cons- alizadas para que o equilÌbrio seja restabe-
trutos mentais de car·ter qualitativo, que se lecido, quando ele È quebrado.
associam mentalmente, no momento de uma
Ou seja, a teoria piagetiana das tro-
troca, aos elementos que s„o valores no pri-
cas sociais È uma teoria na qual a funÁ„o
meiro sentido e que servem ao propÛsito de
reguladora das regras e das normas È
avaliar esses elementos.
estabelecida a partir de um cálculo de valo-
Os valores s„o caracterizados como res qualitativos, em que cada troca deve im-
elementos qualitativos, porque deles n„o se plicar a validade de certas equaÁıes entre
exige mais do que uma estrutura extensiva os valores nela envolvidos, assim como pode

3 Note-se que Piaget (1973g) se atÈm ‡ sociologia îsincrÙnicaíí, isto È, n„o trata da evoluÁ„o das estruturas sociais.

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implicar a realizaÁ„o de operaÁıes regula- no modo de aplicaÁ„o da teoria piagetiana


doras, no caso de desequilÌbrios. dos valores de troca qualitativos que
estamos definindo.
4 Um modo de aplicar a teoria
dos valores de troca a sistemas Nesta subseÁ„o, descrevemos esses
computacionais modelos em seu conjunto e deixamos para
a prÛxima subseÁ„o a definiÁ„o precisa do
Esta seÁ„o resume a teoria piagetiana
nosso modo de aplicaÁ„o da noÁ„o de tro-
das trocas sociais e sumariza nossa propos-
ca, porque nos apoiaremos para isso na
ta metodolÛgica para a aplicaÁ„o dessa teo-
combinaÁ„o dos conceitos piagetianos com
ria a sistemas computacionais em geral
os modelos de trocas computacionais resu-
(COSTA, 2002).
midos aqui.
4.1 Modelos computacionais básicos de
Uma troca que se d· entre dois agen-
processos de trocas
tes (usu·rios ou programas) em um sistema
Os dois modelos computacionais b·- computacional, seguindo o modelo produtor-
sicos para processos de trocas s„o respec- consumidor, ocorre conforme mostrado no
tivamente denominados modelo de troca pro- diagrama de seq¸Íncia do tipo Prd-Cns, na
dutor-consumidor e modelo de troca cliente-ser- Figura 1. Nesse modelo, Prd È o agente pro-
vidor. S„o modelos cl·ssicos, tradicionalmen- dutor, Cns È o agente consumidor, prod È a
te usados em v·rias ·reas da computaÁ„o, aÁ„o de produÁ„o realizada por Prd, cons È
como sistemas operacionais, bancos de da- a aÁ„o de consumo realizada por Cns, e o
dos e redes de computadores, para mode- processo de troca È essa seq¸Íncia de ope-
lar processos de troca de serviÁos. Esses raÁıes. Trata-se de um modelo muito sim-
dois modelos de troca tÍm papel importante ples, e por isso mesmo de ampla utilizaÁ„o.

Figura 1 - Modelos computacionais b·sicos de processos de troca

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Uma troca que se d· entre dois agen- vel definir um modo de aplicaÁ„o de sua no-
tes (usu·rios ou programas) em um sistema Á„o de troca ‡s que ocorrem em ambientes
computacional, seguindo o modelo cliente- computacionais, e mesmo estendÍ-la a ca-
servidor, ocorre conforme mostrado no dia- sos importantes n„o considerados explicita-
grama de seq¸Íncia do tipo Cl-Srv, na Figura mente por Piaget. Para tanto, faz-se uma
1. Nesse modelo, Cl È o agente cliente, Srv combinaÁ„o dos conceitos presentes nos
È o agente servidor, req È a aÁ„o de requisi- modelos b·sicos de troca computacional, de-
Á„o de serviÁo que Cl faz a Srv, serv È a finidos na seÁ„o 4.1, com os conceitos ex-
execuÁ„o do serviÁo por parte de Srv, útil È traÌdos da an·lise dos processos de trocas
a aÁ„o de Cl de utilizar os resultados do ser- em pequenos grupos (PIAGET, 1973b).
viÁo prestado por Srv, e o processo de troca
È essa seq¸Íncia de operaÁıes. TambÈm se Assim, define-se troca em ambiente
trata de um modelo simples, porÈm com utili- computacional como qualquer seq¸Íncia de
zaÁ„o mais especÌfica em funÁ„o de seu maior operaÁıes realizada por dois agentes, que
detalhamento. tenha uma das formas b·sicas mostradas
nos diagramas de seq¸Íncias da Figura 2.
4.2 Um modo de aplicar os valores de tro-
Denomina-se de troca do tipo produtor-con-
ca qualitativos às trocas em ambientes
sumidor qualquer troca que siga o padr„o
computacionais
Prd-Cns da Figura 2, porque a seguinte in-
A partir da descriÁ„o dos tipos de tro- terpretaÁ„o È possÌvel para a sua seq¸Ín-
cas analisados por Piaget (1973b), È possÌ- cia de operaÁıes:

Figura 2 - Formas b·sicas de interaÁ„o

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∑Prd = Agente produtor 4.3 As regras morais e jurídicas e o equi-


∑Cns = Agente consumidor líbrio das trocas sociais
∑ r = Valor de investimento para Prd
da aÁ„o realizada por Prd As regras sociais (normas, leis), na
∑s = Valor de satisfação para Cns da teoria sociolÛgica de Piaget, s„o regras ope-
ratÛrias que tÍm por funÁ„o garantir o equi-
aÁ„o realizada por Prd
∑t = Valor de reconhecimento por par- lÌbrio das trocas realizadas pelos agentes em
te de Cns da satisfaÁ„o causada pela interaÁ„o.
aÁ„o de Prd Piaget considera que toda troca se
∑v = Valor de acumulação de crÈdito realiza em duas etapas: a etapa da acumu-
por Prd em funÁ„o do reconhecimen- lação de valores virtuais e a etapa da reali-
to de Cns zação de valores virtuais. Cada etapa fica
definida por uma regra de equilíbrio espe-
Denomina-se troca do tipo cliente-ser- cÌfica, que Piaget formula em termos de varia-
vidor qualquer troca que siga o padr„o Cns- Á„o dos valores r, s, t, v, r’, s’, t’ e v’.
Srv da Figura 2, porque a seguinte interpre-
taÁ„o È possÌvel para a sua seq¸Íncia de Piaget descreveu a etapa de acumu-
operaÁıes: lação de valores virtuais em termos que, re-
lacionados ‡ Figura 2, s„o os de trocas do
∑Cns = Agente cliente tipo produtor-consumidor. Ele denominou
∑Srv = Agente servidor esse tipo de regra de tipo I. J· a etapa de
∑v’ = Valor de crédito de Cns frente a realização de valores virtuais, ele descreveu
Srv devido a aÁıes anteriores reali- em termos de trocas do tipo cliente-servi-
zadas por Cns dor. E denominou de regra de tipo II esse
∑t’ = Valor de reconhecimento de Srv segundo tipo de regra.
do crÈdito pretendido por Cns
∑r’ = Valor de investimento de Srv em Essas regras podem ser expressas
como:
aÁ„o para Cns
∑s’ = Valor de realização de crÈdito de ∑Regra de acumulação de valores virtuais:
Cns em funÁ„o do investimento de Srv
↓ (r )+ ↑ ( s )+ ↓ (t )+ ↑ (v) = 0
Aos valores correspondentes a aÁıes
efetivas dos agentes (valores r, r ’, s e s’ ), ∑Regra de realização de valores virtuais:
Piaget chamou de valores reais, porque di-
zem respeito ‡ valoraÁ„o de ações concre-
↓ (v' )+ ↑ (t ' )+ ↓ (r ' )+ ↑ ( s ' ) = 0
tas dos agentes. Os valores corresponden- onde as setas indicam variaÁıes qualitati-
tes a crÈditos ou dÈbitos adquiridos ou reco- vas positivas (↑ ) e negativas (↓ ) dos valo-
nhecidos (valores v, v’, t e t’), chamou de res em jogo.
valores virtuais, porque se referem a repre-
sentações mentais que os agentes criam das A regra de acumulação de valores vir-
situaÁıes de troca que se estabeleceram tuais resume a idÈia de que, se o produtor
entre eles. Prd realizou uma aÁ„o com investimento r

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de recursos e seu parceiro Cns deu-lhe o Essa situaÁ„o favor·vel de equilÌbrio


crÈdito devido, ent„o v = r È o crÈdito que normativo pode ser representada mais dire-
Prd adquiriu frente a Cns, por ter realizado ta e significativamente atravÈs da adiÁ„o ter-
essa aÁ„o para ele, e a igualdade represen- mo a termo das duas regras de conserva-
ta que o crÈdito acumulado È equivalente ao Á„o de valores (a de acumulaÁ„o e a de re-
investimento que ele realizou. alizaÁ„o), combinado-as em uma ˙nica re-
gra. Fazendo isso, cancelando os valores vir-
A regra de realização de valores vir- tuais complementares (≠ (v) com Ø(ví), e Ø(t)
tuais resume a idÈia de que, se o cliente Cl
com ≠ (tí)), obtemos a regra:
tem um crÈdito v’ por ter realizado uma aÁ„o
para o servidor Srv, que o servidor Srv reco- ↓ (r )+ ↑ ( s )+ ↓ (t )+ ↑ (v ) = 0
nhece esse dÈbito e compensa com uma
aÁ„o r’, ent„o s’ = v’ È a satisfaÁ„o recebida ↓ (v' )+ ↑ (t ' )+ ↓ (r ' ) ↑ ( s ' ) = 0
por Cl em funÁ„o da realizaÁ„o de seu crÈ- ↓ (r ) + ↑ ( s ) + ↓ ( r ' ) + ↑ ( s ' ) = 0
dito, e a igualdade representa a realizaÁ„o
a qual expressa uma lei de equilÌbrio que
completa desse crÈdito.
deixa de lado os valores virtuais e sÛ envol-
Quando cada uma dessas regras È ve valores reais.
respeitada, diz-se que os valores são con-
Leis de equilÌbrio que envolvem valo-
servados, nas etapas respectivas.4. Um ci-
res virtuais s„o chamadas por Piaget de leis
clo completo de interaÁ„o, com o andamen-
de equilíbrio moral e leis que envolvem so-
to das duas etapas em seq¸Íncia, realizado
mente valores reais s„o chamadas de leis de
nas seguintes condiÁıes:
equilíbrio econômico. O equilÌbrio econÙmico
∑cada agente sÛ cobra o crÈdito que ele efe- pressupıe, portanto, o equilÌbrio moral.
tivamente tem (v’ = v) e cada agente paga
Essa estrutura normativa para siste-
exatamente o dÈbito que reconheceu (t’=t)
mas computacionais, que foi introduzida em
∑cada etapa garante a conservaÁ„o dos va- Costa (2002), pode ser aplicada a qualquer
lores envolvidos, isto È, as duas regras s„o situaÁ„o de interaÁ„o na qual seja possÌvel
respeitadas, identificar os papÈis de cliente e servidor ou
de produtor e consumidor.
tem como conseq¸Íncia o conjunto de igual-
dades v = r, v’ = v, s’ = v’, que implica s’ = r, Como cada um desses papÈis pode
isto È, o agente que realizou a primeira aÁ„o ser identificado em praticamente todo tipo
tem como resultado final um valor de satis- de sistema computacional onde haja intera-
faÁ„o equivalente ao seu valor de investimen- Áıes (seja do sistema com seus usu·rios,
to inicial. Essa conservaÁ„o geral dos valo- seja de agentes do sistema entre si, seja dos
res, no nÌvel em que engloba as duas eta- usu·rios entre si), essa estrutura normativa
pas seq¸enciais, caracteriza o equilíbrio tem praticamente aplicabilidade universal
normativo do sistema. aos sistemas de computaÁ„o.

4 Note-se que È possÌvel que uma troca inicie pelo ciclo II, quando ent„o o agente A, que a inicia no papel de cliente,
adquire uma dÌvida em relaÁ„o ao agente B que lhe atende a requisiÁ„o, dÌvida que ser· paga atravÈs de um clico I,
iniciado pelo prÛprio A, ou por um ciclo II, iniciado por B.

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5 Sugestão de um modo de As conversaÁıes tÍm uma import‚n-


aplicação da teoria piagetiana cia operacional que È complementar a das
dos valores de troca aos ambi- trocas materiais e tÍm o sentido de instru-
entes de ensino-aprendizagem mentos de coordenaÁ„o das trocas. … pelas
conversaÁıes que o grupo se organiza, rea-
A aplicaÁ„o da teoria piagetiana dos ge a acontecimentos relevantes do proces-
valores de troca qualitativos aos ambientes so de troca material, etc., mas È pelas aÁıes
de ensino-aprendizagem pressupıe uma materiais que ele produz os resultados que
tomada de posiÁ„o relativamente aos que s„o a raz„o de sua existÍncia.
tipos de trocas sociais que ocorrem nesses
ambientes, desde o ponto de vista ope- … claro que as conversaÁıes podem
racional. ser usadas como forma ˙nica de troca, em
um grupo orientado para a pura troca verbal
Aqui, assumimos que s„o dois os ti-
de informaÁ„o entre seus participantes. Po-
pos principais de trocas sociais que ocor-
rÈm, essa È uma situaÁ„o particular, dentro
rem em um ambiente de ensino-aprendiza-
de um ambiente de ensino-aprendizagem.
gem. Por um lado, tem-se as produÁıes
A situaÁ„o geral È a de um grupo de alunos
materiais dos professores e alunos envolvi-
e professores que age em conjunto para ter
dos no ambiente. S„o os textos, figuras, ani-
maÁıes, p·ginas, apresentaÁıes, vÌdeos, produÁıes materiais como resultados finais
programas, simulaÁıes e todo outro tipo de de suas interaÁıes. Por isso, consideramos
documento ativo ou passivo que os partici- as trocas materiais como as trocas funda-
pantes do ambiente disponibilizam uns aos mentais.
outros, em car·ter p˙blico ou privado.
Representamos nossa concepÁ„o
O segundo tipo de trocas sociais que geral das trocas sociais em um ambiente
ocorrem em ambientes de ensino-aprendi- computacional de ensino-aprendizagem
zagem s„o as conversaÁıes, isto È, as tro- atravÈs da Figura 3, que mostra os tipos de
cas realizadas atravÈs de di·logos mediatos aÁıes sociais que podem ser realizadas por
(atravÈs de correio eletrÙnico, chats, fÛruns, um grupo em um ambiente computacional.
videoconferÍncias, etc.) ou imediatos (pre- Essa figura, que È um refinamento da figura
senciais). introduzida em Behar (1998), explicita a va-
riedade das trocas sociais possÌveis e se
Consideramos que esses dois tipos
constitui em uma expans„o do conhecido
de trocas n„o s„o independentes um do
esquema S-O de Piaget.
outro, nem iguais em import‚ncia opera-
cional. Consideramos que o tipo fundamen- Dada essa concepÁ„o, assim como
tal de trocas È o das trocas materiais, por-
a metodologia de aplicaÁ„o da teoria pia-
que È ele que d· o sentido mesmo da for-
getiana das trocas sociais aos ambientes
maÁ„o do grupo social que participa do am-
computacionais que expusemos anterior-
biente e È a raz„o de sua permanÍncia no
mente, toda a teoria se aplica diretamente
tempo, qual seja, a produÁ„o material dos
aos ambientes computacionais de ensino-
resultados de conhecimento que o grupo vai
aprendizagem.
alcanÁando.

87
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO:
teoria & prática

Figura 3 - AÁıes sociais em ambientes computacionais de ensino-aprendizagem

… possÌvel analisar, por exemplo, os computacionais de ensino-aprendizagem se


comportamentos dos agentes em relaÁ„o a torna agora, com a instrumentalizaÁ„o
regras normativas de car·ter geral (regras fornecida aqui, um problema que pode ser
sociais v·lidas para todos os agentes) ou a enfrentado sistematicamente.
regras normativas de car·ter particular
(acordos locais entre agentes em interaÁ„o,
6 Conclusão
estabelecidas por negociaÁıes entre eles), Este artigo n„o dispensa a leitura
a an·lise do grau de cooperaÁ„o e de com- dos textos piagetianos previamente ‡ apli-
petiÁ„o estabelecido entre os usu·rios do caÁ„o da teoria dos valores de troca ‡ an·-
sistema, pela definiÁ„o dos valores que eles lise de ambientes de ensino-aprendiza-
respectivamente atribuem ‡s suas opera- gem. Ao contr·rio, trata-se de um comple-
Áıes de troca, assim como o modo com que mento para aquela leitura.
seguem as leis de equilÌbrio e realizam as
operaÁıes de regulaÁ„o de suas trocas. Nesse sentido, apresentamos apenas
uma articulaÁ„o dos conceitos piagetianos
Outras questıes, tais como as de
de valor de troca e de regra normativa, com
interaÁıes individuais, intra-grupos e mes-
os conceitos de sistemas cliente-servidor e
mo interaÁıes inter-grupos, etc., concreti-
produtor-consumidor, presentes em qualquer
zam-se naturalmente no contexto daqueles
ambiente computacional e de ensino-apren-
ambientes, seguindo diretamente os prÛprios
mÈtodos de an·lise usados por Piaget, de modo dizagem. Consideramos que essa articulaÁ„o,
que o problema de estudar todos esses as- introduzida em Costa (2002), È a chave para
pectos morais e jurÌdicos dos ambientes a aplicaÁ„o dessa teoria a esses sistemas.

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INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO:
teoria & prática

Em Rodrigues (2003a) apresentamos Uma primeira tentativa de an·lise


uma proposta de aplicaÁ„o da teoria dos va- das conversaÁıes do ponto de vista dos
lores de troca a sistemas multiagentes, en- valores de trocas que elas envolvem
quanto que em Rodrigues (2003b) apresen- pode ser encontrada em Ribeiro (2003),
tamos uma demonstraÁ„o do uso dessa apli- que analisa interaÁıes em chats.
caÁ„o na simulaÁ„o de processos sociais.

ReferÍncias
BEHAR, P. Análise Operatória de Ferramentas Computacionais de Uso Individual e Coletivo.
Porto Alegre: CPGCC/UFRGS, 1998. (Tese. Doutorado).
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RIBEIRO, L. O. Evidências de Reciprocidade Normativa num Ambiente Virtual de Aprendizagem
na Formação de Professores para EAD. Porto Alegre: PGIE/UFRGS, 2003. (Trabalho da Disciplina
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AAMAS 2003, Melbourne, July 2003a.
RODRIGUES, M. R.; COSTA, A . C. da R. Using qualitative exchange values to improve the modelling
of social interactions. In: Multiagent Based Simulation – MABS 2003, Melbourne, July 2003b.

Aceito para publicaÁ„o em 2003/2

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INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO:
teoria & prática

AntÙnio Carlos da Rocha Costa


Engenheiro, mestre em CiÍncia da ComputaÁ„o
(UFRGS), doutor em CiÍncia da ComputaÁ„o (UFRGS),
professor da Escola de Inform·tica (UCPel), orientador
colaborador do PGIE/UFRGS e do PPGC/UFRGS.
E-mail: rocha@atlas.ucpel.tche.br

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