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RELAÇÃO DE ORDEM
Pedro Sá

Questão Inicial

Qual dos números é o maior 3 +4i ou 5+6i?

Para respondermos esta questão é necessário que façamos uma análise do nosso
conceito de ordenação.
Normalmente quando pensamos em ordenar objetos, pessoas ou utensílios
fazemos por meio de critérios lineares como idade crescente, idade decrescente, altura
crescente, altura decrescente, ordem alfabética, peso crescente, peso decrescente ou
ordem de chegada. Nestes casos quase sempre as relações utilizadas são “ser menor ou
igual” ou “ser maior ou igual” ou “preceder”.

Neste momento estudaremos uma relação que generaliza a idéia de ordem


praticada no senso comum nas situações acima descritas.
Essa relação é denominada de relação de ordem.

Antes de definir uma relação de ordem devemos analisar quais são as


propriedades que as relações “ser menor ou igual” ou “ser maior ou igual” ou
“preceder” possuem.

Vejamos a relação “ser menor ou igual” !


i) Para todo x podemos afirmar que xx, logo a relação “ser menor ou igual” e
reflexiva;
ii) Se x y e y  x então y=x, logo a relação “ser menor ou igual” é anti-
simétrica;
iii) Se x y e y  z então x z, logo a relação “ser menor ou igual” é transitiva.

Vejamos agora a relação “ ser maior ou igual” !


i) Para todo x podemos afirmar que xx, logo a relação “ser maior ou igual” e
reflexiva;
ii)Se x  y e y  x então y=x, logo a relação “ser maior ou igual” é anti-simétrica;
iii)Se xy e y  z então x z, logo a relação “ser maior ou igual” é transitiva.

Assim podemos concluir que as relações mais utilizadas no dia dia para ordenar são
relações que tem as seguintes propriedades: reflexiva, anti-simétrica e transitiva.

Desse modo podemos generalizar a idéia de ordenar por meio da seguinte definição

Definição:
Seja R uma relação sobre o conjunto A. Diz-se que R é uma relação de ordem
em A, se for reflexiva, anti-simétrica e transitiva simultaneamente.

Exemplo 01
A relação R definida por xRy   n  ℕ|x = y+n , sobre o conjunto dos números
naturais é uma relação de ordem.
2

Pois, para todo x pertencente ao conjunto dos números naturias temos que x R x
devido x = x + 0,xℕ . Logo, R é uma relação reflexiva.
Dados x, y pertencentes ao conjunto dos números naturais tais que xRy e yRx temos
que x= y+n e y= x+m, onde m, nℕ. Substituindo x= y+n em y=x+m obtenos y= y+ m
+ n . O que implica em m = -n. como me n são núeros naturias entãpom = n = 0. O que
mostra que R é uma relação anti-simétrica.
Dados x, y e z pertencentes ao conjunto dos números naturais. Supondo que xRy e
yRz então x = y + n e y = z + m, onde m, nℕ . Substituindo y = z + m em x = y + n
obtemos x= z + m + n. Como m, nℕ então m+nℕ . Então, x = z + k, onde k=
m+nℕ. Portanto, xRz. Isto mostra que R é uma relação transitiva
Devido R ser uma relação reflexiva, anti-simétrica e transitiva então R é uma
relação de ordem no conjunto dos números naturais.
A relação de ordem R definida por xRy   n  ℕ|x = y+n , sobre o conjunto dos
números naturais é muitas vezes de nomida de ordem natural ou ordem habitual.
Em relação à ordem habitual dados dois números naturais quaisquer xe y só duas
possbilidades xRy ou yRx.

Exemplo 02
A relação R definida por xRy  xy (x divide y) , sobre o conjunto dos números
inteiros positivos e uma relação de ordem.
Pois, para todo x pertencente ao conjunto dos números inteiros positivos temos que
x divide x . Logo, R é uma relação reflexiva.
Dados x, y pertencentes ao conjunto dos números inteiros positivos. Supondo que
xRy e yRx temos que x divide y e y divide x. Logo, x = y. O que mostra que R é uma
relação anti-simétrica.
Dados x, y e z pertencentes ao conjunto dos números inteiros positivos. Supondo
que xRy e yRz então x divide y e y divide z . Logo, x divide z. Isto mostra que R é uma
relação transitiva.
Devido R ser uma relação reflexiva, anti-simétrica e transitiva então R é uma
relação de ordem no conjunto dos números inteiros positivos.
A relação de ordem R definida por xRy  xy (x divide y) , sobre o conjunto dos
números inteiros positivos é denominada de ordem da divisibilidade.
Em relação à ordem da divisibilidade temos que 2R4 porém 2R3. O que mostra que
para relação de ordem de divisibilidade é possivel que dois elementos não se
relacionem.

Exemplo 03
Dado um conjunto A e 𝒫(A), o conjunto das partes de A, a relação R sobre 𝒫(A)
definida por XRY  XY é uma relação de ordem.
Como X 𝒫(A) temos que XX, o que implica em que XRX, X 𝒫(A). O que
garante que R é uma relação reflexiva.
Sejam X,Y 𝒫(A) tais que XRY e YRX, então XY e YX. Logo X=Y. O que
mostra que R é uma relação anti-simétrica.
Sejam X,Y,Z 𝒫(A) tais que XRY e YRZ, então XY e YZ.Logo XZ, o que
implica que XRZ e garante que R é uma relação transitiva.
Devido R ser uma relação reflexiva, anti-simétrica e transitiva então R é uma
relação de ordem no conjunto 𝒫(A) das das partes de A.
A relação de ordem R definida por XRY  XY sobre 𝒫(A) é denominada de
relação por inclusão.
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Em relação à ordem por inclusão é possível temos subconjunto Xe Y de A que não


se relacionem.

Exemplo 04( ordem lexicografica)

Se R é uma relação de ordem sobre um conjunto A quando xRy dizemos que “x


precede y na relação R” ou que “ y segue x na relação R”
Para representar que “x precede y na relação R” utilizamos a seguinte notação xy.
Para representar que “x precede y na relação R e x y” utilizamos a seguinte
notação x<y.
Com esta definição podemos ordenar com maior liberdade sem perder as relações
“ser menor ou igual” ou “ser maior ou igual” ou “preceder” como relações de ordem.

O fato de ser possível em uma dada ordem existirem elementos que não se
relacionem estimula a seguinte definição.
Definição
Seja R uma relação de ordem sobre um conjunto A. Os elementos x,y A são ditos
comparáveis se x y ou y  x.

Exemplo 05
Os números 2 e 3 são comparáveis em relação à ordem habitual sobre os números
naturais mas, não são comparáveis em relação à ordem da divisibilidade.

Definição
Se R é uma relação de ordem sobre um conjunto A tal que todos os elementos de A são
comparáveis por meio de R dizemos que R é uma relação de ordem total sobre A.
Do contrário dizemos que R é uma ordem parcial sobre A.

Exemplo 06
A ordem habitual sobre os números naturais é uma ordem total. Pois todos os
números naturais são comparávis em relação à ordem habitual.

Exemplo 07
A ordem da divisibilidade sobre os números inteiros positivos é uma ordem parcial.
Pois, 2 e 3 não se relacionam por meio da ordem da divisibilidade.

Vejamos agora a definição de um conjunto parcialmente ordenado


Definição
Um conjunto parcialmente ordenado é um conjunto sobre o qual se definiu uma
relação de ordem parcial. Um conjunto totalmente ordenado é um conjunto sobre o
qual se definiu uma relação de ordem total.

Exemplo 08
O conjunto dos números inteiros positivos é parcialmente ordenado pela ordem da
divisibilidade. Pois, 2 e 3 não se comparáveis pela ordem da divisibilidade.

Exemplo 09
4

O conjunto dos números naturais é totalmente ordenado pela ordem habitual. Pois,
todos os números naturais são comparáveis pela ordem da divisibilidade.
Questões
01)Verifique se a relação R definida por xRy  n  ℤ|x = y+n , sobre o conjunto dos
números inteiros é uma relação de ordem.

02) Verifique se a relação R definida por xRy  n  ℚ|x = y+n , sobre o conjunto
dos números racionais é uma relação de ordem.

03) Verifique se a relação R definida por xRy  n  ℝ|x = y+n , sobre o conjunto
dos números reais é uma relação de ordem.

04) Dado o conjunto ℂ dos números complexos e sejam os números complexos


x = a+ bi e y = c + di de ℂ. Verifique se a relação xRy  a  c e b  d é uma relação
de ordem parcial em ℂ.

05)Seja ℂ o conjunto dos números complexos e sejam x = a+bi e y = c+di dois


elementos de ℂ. Considere a relação R sobre ℂ definida por xRy a <c ou a = c e b  d.
a)Verifique se R é uma relação de ordem parcial sobre ℂ;
b)Verifique se R é uma relação de ordem total sobre ℂ.

06)Sejam A={ 2,3,4,5,.....} e R uma relação sobre AxA definida por (x,y)R(z,t)  x|z e
t|y. Verifique se R é uma relação de ordem em AxA.

07)Seja T a relação de ordem habitual definida ℤ e seja R a relação uma relação em ℤ2


definida por (x,y)R(z,t)  xz e yt. Verifique que se a relação R é uma relação de
ordem em ℤ2.

08) Seja R uma relação de ordem em um conjunto A. Verifique se R-1 é uma relação de
ordem em A.

09) Seja R uma relação de ordem em um conjunto A. Verifique se a ordem T definida


em AxA por (x,y) T(z,t)  xRz e yRt é uma relação de ordem em AxA.

10) Seja R uma relação de ordem em um conjunto A e S uma relação em um conjunto


B. Verifique se a relação T definida em AxB por (x,y)T(z,t)  xRz e ySt é uma relação
de ordem em AxB.

11) Sejam A ℝ e f:A →ℝ uma função e T uma relação em A tal que xTyf(x) f(y).
Demonstre que T é uma relação de ordem se e somente se f é injetora.

12) Sejam f:A →B uma função e R uma relação de ordem em B. Verifique se a relação
T em A definida por xTy f(x)R f(y) é uma relação de ordem em A.

Antes de apresentarmos alguns resultados sobre as relações de ordem vejamos como


construir um diagrama simplificado e que, sendo R uma relação de ordem em A e xRy,
vale:
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xRy ou x está relacionado y ou x → y ou x precede y ou y é precedido


por x

DIAGRAMA SIMPLIFICADO

A partir de um exemplo, mostraremos como construir um diagrama simplificado


de uma relação de ordem.
Exemplo:
Como já vimos a relação R definida por xRy  xy (x divide y), sobre o conjunto A =
{1, 2, 3, 4, 6, 8} é uma relação de ordem formada pelos seguintes pares ordenados
R = {(1,1); (1,2); (1,3); (1,4); (1,6); (1,8); (2,2); (2,4); (2,6); (2,8); (3,3); (3,6); (4,4);
(4,8); (6,6); (8,8)}.
Para construirmos o diagrama simplificado vale as seguintes regras para
construção do diagrama:
* Se (1,2)  R, então 1 → 2;
* Se (1,2) e (2,4)  R, então 1 → 2 → 4, isto é, não há necessidade de indicar 1 → 4;
* Considerando que toda relação de ordem é uma relação reflexiva, fica subtendido a
existência de um laço em torno de todo par (x,x)  R;

O diagrama a seguir representa a ordenação dos aelemtnos do conjunto


A={1,2,3,4,6, 8} por meio da relação xRy  xy (x divide y)

4
6

2 3

Questões

13) Construa o diagrama simplificado da ordenação dos elementos do conjunto


A={1,2,4,5, 10, 20} por meio da ordem:
a) habitual.
b) da divisibilidade.

14) Construa o diagrama simplificado da ordenação dos elementos do conjunto


A = {2,3,5,10,15,30} por meio da ordem:.
a) habitual.
b) da divisibilidade.

15) Construa o diagrama simplificado da ordenação dos elementos do conjunto


A = {2,3,4,6,8,12} por meio da ordem:.
6

a) habitual.
b) da divisibilidade.

16) Construa o diagrama simplificado da ordenação dos elementos do conjunto


A = {1,2,3,4,6,8,12,24} por meio da ordem:.
a) habitual.
b) da divisibilidade.

17)Construa o diagrama simplificado da ordenação dos elementos do conjunto


A = {2,4,8,16,....., 2n,....} por meio da ordem:.
a) habitual.
b) da divisibilidade.

18)Construa o diagrama simplificado da relação de ordem por inclusão em


A= 𝒫({a, b}).

19)Construa o diagrama simplificado da relação de ordem por inclusão em


A= 𝒫({a, b, c}).

Agora vejamos a seguinte questão!

Dados os conjuntos E = { 1,2,3,4,6,9,12,18,36} e A = { 2,4,6} e a relação de ordem


R definida por xRy  xy :
a) o diagrama dos elementos do conjunto E ordenados por R é o seguinte.

36

12 18

4 6 9

2 3

b) Com base no diagrama anterior quais são os elementos de E tais que todos os
elementos da A os precedem?
Resposta:
A observação do diagrama permite concluir que os elementos de E tais que
todos os elementos de A os precedem são os elementos 12 e 36.
Os elementos 12 e 36 são denominados de limites superiores do conjunto A em
relação à ordem em questão. Vejamos a definição de limites superiores.
7

Definição:
Seja E um conjunto parcialmente ordenado, A ≠  um subconjunto de E, um elemento
L  E é denominado limite superior de A se qualquer elemento de A precede L.
Exemplo

Exemplo

c) Com base no diagrama anterior quais são os elementos de E tais que todos os
elementos da A são precedidos por eles?
Resposta: O s elementos de E tais que todos os elementos de A os precedem são
os elementos 1 e 2.
A observação do diagrama permite concluir que os elementos 1e 2 são
denominados de limites inferiores do conjunto A em relação à ordem em
questão.
Vejamos a definição de limites inferiores.

Definição:
Seja E um conjunto parcialmente ordenado, A ≠  um subconjunto de E, um elemento
L  E é denominado limite inferior de A se qualquer elemento de A é precedido por L.

Exemplo

Exemplo

d) Com base no diagrama anterior qual é o elemento M de A tal que todos os


elementos da A precedem M?
Resposta:
A observação do diagrama permite concluir que não existe um elemento M do
conjunto A tal que todos os elementos de A precedam M.
Quando este elemento existe é denominado de Maximo do conjunto.
Vejamos a definição de máximo de um conjunto.
Definição:
Seja E um conjunto parcialmente ordenado, A ≠  um subconjunto de E, um elemento
M A é denominado máximo de A se qualquer elemento de A é precede M.

Exemplo

Exemplo

e) Com base no diagrama anterior qual é o elemento m de A que precede todos os


elementos de A?
Resposta:
Da observação do diagrama podemos concluir que o elemento de A que precede
todos os elementos de A é 2.
Neste caso dizemos que 2 é o máximo do conjunto A.
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Vejamos a definição de mínimo de um conjunto.


Definição:
Seja E um conjunto parcialmente ordenado, A ≠  um subconjunto de E, um elemento
m A é denominado mínimo de A se qualquer elemento de A é precedido por m.

Exemplo

Exemplo

f) Com base no diagrama quais são o(s) elemento(s) de A tal que o único elemento
de A que é precedido por ele é ele mesmo?
Resposta:
A observação do diagrama nos indica que não existe um elemento no conjunto A
tal que os elementos de A que soa precedidos somente por eles mesmo são os
elementos 4 e 6.
Neste caso dizemos que 4 e 6 são os elementos maximais do conjunto A.
Vejamos a definição de elemento maximal de um conjunto.
Definição:
Seja E um conjunto parcialmente ordenado, A ≠  um subconjunto de E, um elemento
de A é denominado elemento maximal de A se o único elemento de A que é precedido
por ele é ele mesmo.

Exemplo

Exemplo

g) Com base no diagrama quais são o(s) elemento(s) de A tal que o único elemento
de A que é precede ele é ele mesmo?
Resposta:
Da observação do diagrama o elemento 2 é o único elemento de A que quem o
precede é ele mesmo.
Neste caso dizemos que 2 é o elemento minimal do conjunto A.
Vejamos a definição de elemento minimal de um conjunto.
Definição:
Seja E um conjunto parcialmente ordenado, A ≠  um subconjunto de E, um elemento
de A é denominado elemento minimal de A se o único elemento de A que é o precede
é ele mesmo.

Exemplo

Exemplo

h) Qual é o primeiro limite superior do conjunto A?


Resposta:
9

A observação do diagrama indica que os limites superiores de A são os


elementos 12 e 36. Pela disposição dos elementos 12 e 36 o primeiro limite
superior de A é o elemento 12.
Nesta caso dizemos que 12 é o supremo de A.
Vejamos definição de supremo de um conjunto.
Definição:
Seja E um conjunto parcialmente ordenado, A ≠  um subconjunto de E, um elemento
de E é denominado supremo de A se o primeiro dos elementos superiores de A.

Outra maneira de definir o supremo é a seguinte.


Definição:
Seja E um conjunto parcialmente ordenado, A ≠  um subconjunto de E, um elemento
de E é denominado supremo de A se for o “menor” dos limites superiores de A, caso
exista.

Exemplo

Exemplo

i) Qual é o primeiro limite inferior do conjunto A?


Resposta:
A observação do diagrama indica que os limites inferiores de A são os elementos 1
e 2. Pela disposição dos elementos 1 e 2 o primeiro limite inferior de A é o elemento
2.
Nesta caso dizemos que 2 é o ínfimo de A.
Vejamos definição de ínfimo de um conjunto.

Definição:
Seja E um conjunto parcialmente ordenado, A ≠  um subconjunto de E, um elemento
de E é denominado ínfimo de A se o primeiro dos elementos inferiores de A.

Outra maneira de definir o ínfimo é a seguinte.


Definição:
Seja E um conjunto parcialmente ordenado, A ≠  um subconjunto de E, um elemento
de E é denominado supremo de A se for o “maior” dos limites inferiores de A, caso
exista.

Exemplo

Exemplo

Proposição 4: Se E é um conjunto parcialmente ordenado, A ≠  um subconjunto de E


se existe um máximo de A ele é único.
Demonstração:
10

Seja E é um conjunto parcialmente ordenado por uma relação R, A ≠  um subconjunto


de E .
Suponhamos que sejam M1 e M2 máximos de A.
Como M1 é máximo de A então M2 M1 (*)
Como M2 é máximo de A então M1 M2 (**)
Como R é anti-simétrica então comparando (*) e (**) temos que M1 = M2.

Proposição 5: Se E é um conjunto parcialmente ordenado, A ≠  um subconjunto de E


se existe um mínimo de A ele é único.
Demonstração:
Seja E é um conjunto parcialmente ordenado por uma relação R, A ≠  um subconjunto
de E.
Suponhamos que sejam m1 e m2 de mínimos A.
Como m1 é mínimo de A então m1 m2 (*)
Como m2 é mínimo de A então m2 m1 (**)
Como R é anti-simétrica então comparando (*) e (**) temos que m1 = m2.

Exemplos:

01. Sejam a relação R definida por xRy  x  y sobre o conjunto A = ℝ e o


subconjunto B = [ 0 , 1] de A.

Representando A e B em retas, temos:

B
0 1

Limite(s) superior(es) do sub conjunto B: Lim sup(B) = { L  ℝ  L  1}


Limite(s) inferior(es) do sbconmjunto B: Lim inf(B) = { l  ℝ  l  0 }
Supremo do subconjunto B: Sup(B) = 1
Ínfimo do subconjunto B: Ínf(B) = 0
Máximo do subconjunto B: Máx(B) = 1
Mínimo do subconjunto B: Mín(B) = 0
Maximal do subconjunto B: Maximal(B) = 1
Minimal do subconjunto B: Minimal(B) = 0

02. Sejam a relação R definida por xRy  x  y sobre o conjunto A = ℝ e o


subconjunto B = ] 0 , 1] de A. Representando A e B por retas, temos:

B
0 1

Limite(s) superior(es) do sub conjunto B: Lim sup(B) = { L  ℝ  L  1}


Limite(s) inferior(es) do subconjunto B: Lim inf(B) = { l  ℝ  l  0 }
11

Supremo do subconjunto B: Sup(B) = 1


Ínfimo do subconjunto B: Ínf(B) = 0
Máximo do subconjunto B: Máx(B) = 1
Mínimo do sbconjunto B: Mín(B) = Não existe.
Maximal do subconjunto B: Maximal(B) = 1
Minimal do subconjunto B: Minimal(B) = Não existe.

Como vimos nos exemplos anteriores, dado um conjunto ordenado é possível


que o mesmo possua ou não um elemento mínimo. Entretanto, existem conjuntos com a
propriedade de que todo subconjunto possui um elemento mínimo. Vejamos os
exemplos que seguem

Exemplo
Para o conjunto A = {1, 2, 3,....., 100} todo subconjunto de A possui um
elemento com relação a ordem habitual dos numeros inteiros.

Exemplo
Para o conjunto ℕ ={0,1,2,3,4,......} todo subconjunto de ℕ possui um mínimo
em relação a ordem habitual dos numeros naturais.

Exemplo
Para o conjunto ℤ− ={......., -5, -4, -3, -2, -1, 0} nem todo subconjunto de ℤ−
possui um elemento mínimo em relação a ordem habitual dos numeros inteiros.

Exemplo
1 1 1
Para o conjunto A={......., 𝑛,...., 3, 2, 1} nem todo subconjunto de 𝐴 possui um
elemento mínimo em relação a ordem habitual dos numeros racionais.

Exemplo
Para o conjunto 𝑃={{a}, {a,b}, {a,b,d}, {a,b,c,d}} todo subconjunto de 𝑃 possui
um elemento mínimo em relação a ordem de inclusão.

O fato de que dado um conjunto ordenado pode ou não ocorrer de que todo
subconjunto do conjunto possuir um elemento mínimo estimulou a seguinte definição
que foi proposta em 1883 por Georg Cantor.

Definição
Seja A um conjunto ordenado. Diz-se que A é bem ordenado se todo
subconjunto não vazio de A possui um elemento minimo.

Exemplo
O conjunto A = {1, 2, 3,....., 100} é um conjunto bem ordenado pela relação a
ordem habitual dos numeros naturais.

Exemplo
O conjunto ℕ ={0,1,2,3,4,......} é bem ordenado pela relação a ordem habitual
dos numeros naturais.
Exemplo
12

Para o conjunto 𝑃={{a}, {a,b}, {a,b,d}, {a,b,c,d}} é bem ordenado pela relação
a ordem de inclusão.

Como vimos o conjunto ℤ dos números inteiros não é bem ordenado. Entretanto,
todo subconjunto S de ℤ de elementos não negativos possui um mínimo. Este fato é
conhecido como princípio da boa ordenação em ℤ.

Princípio da Boa Ordenação


Todo subconjunto S de ℤ de elementos não negativos possui um mínimo.

O principio da boa ordenação em ℤ permite demonstrar resultados interessantes


sobre os elementos do conjunto ℤ.
Questões
20)Abaixo está o diagrama simplificado da relação de ordem R sobre E =
{a,b,c,d,e,f,g,h,i,j}.
Pede-se:
a)Determinar os limites superiores, os limites inferiores, o supremo, o ínfimo, o máximo
e o mínimo de A = {d, e}.

b)Determinar os limites superiores, limites inferiores, o supremo, o ínfimo, os


elementos maximais, os elementos minimais, o máximo e o mínimo, quando existirem,
de A = {a, b, c, d, e, f, h}.

c) Determinar os limites superiores, limites inferiores, o supremo, o ínfimo, os


elementos maximais, os elementos minimais, o máximo e o mínimo, quando existirem,
de A = {a, b, c, d, e, f, h, i}.

d) Determinar os limites superiores, limites inferiores, o supremo, o ínfimo, os


elementos maximais, os elementos minimais, o máximo e o mínimo, quando existirem,
de A = { c, e, f, g, h, i , j}.

e) Apresentar os pares que constituem R-1


h i j

f g

d e

a b c

21) Construa um diagrama dos elementos de E = {2, 3, 5, 6, 10, 15, 30} com a ordem da
divisibilidade. Determine os limites superiores, limites inferiores, o supremo, o ínfimo,
os elementos maximais, os elementos minimais, o máximo e o mínimo, quando
existirem, de A = {6,10}.

22) Demonstre que entre 0 e 1 não existe um número inteiro.

23)Demonstre que entre dois inteiros consecutivos não existe um número inteiro.

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