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https://novaescola.org.br/conteudo/9133/uma-feira-de-
ciencias-de-verdade-ao-alcance-de-todos
O QUE É?
Metodologia Científica ao Alcance de Todos (MCAT), vencedora Projeto
vencedor do prêmio Desafio Aprendizagem Criativa Brasil 2017,
promovido pela Fundação Lemann, pelo MIT Media Lab e pela Rede
Brasileira de Aprendizagem Criativa.
E-mail para contato: cienciarn@gmail.com
QUEM FEZ?
Professores e servidores da Universidade Federal Rural do Semi-Árido
(UFERSA): Carlos Eduardo Soares, Celicina Azevedo, Cristiane de
Carvalho Moura, Cybelle Vasconcelos, Darlan Dantas de Araújo, Felipe
Ribeiro, Késia Castro, Natália Celedonio, a professora da Universidade
Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), Simone Santos, a técnica
pedagógica da Rede Estadual de Ensino, Maria Goretti Silva, e o
professor do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), Renato
Silva Castro.
Etapa
Ensino Fundamental e Médio.
ANO
6° ao 9° e 1° ao 3°
CONTEÚDOS
Ciências Exatas, Ciências Humanas, Ciências Biológicas, método
científico.
Histórico
Em 2006, um grupo de professores universitários e estudantes de graduação e
pós-graduação fizeram um levantamento da situação das escolas na 12a.
Diretoria Regional de Educação do Rio Grande do Norte e constataram um
ensino teórico em demasia, basicamente pautado em leituras e resolução de
questionários. Faltavam atividades de campo e práticas em laboratório. O grupo
também notou que os professores tinham pouca ou nenhuma formação em
metodologia científica e que não existia tradição de realizar feiras de ciências
nas escolas usando a metodologia. Constatado isso, foi organizada uma ação de
formação docente que tinha como objetivo final a realização de feiras de
ciências de qualidade na região. As barreiras para a realização de feiras de
ciências também foram constatadas em outras cinco Diretoria Regional de
Educação do estado, para onde a MCAT foi levada em 2011 e 2012. Atualmente,
os trabalhos desenvolvidos pelos alunos são apresentados na feira de ciências
da escola em que estudam, em uma feira regional, na Feira de Ciências do
Semiárido Potiguar (esfera estadual) e feiras nacionais e internacionais. Entre a
ação de formação docente, geralmente realizada logo no início do ano letivo, e a
realização da feira de ciências na escola, passam quatro meses. Depois disso,
até a realização da feira regional, entre um e dois meses. E, por fim, mais um
mês e meio até a Feira de Ciências do Semiárido. Nesse período, os alunos
podem aprimorar o trabalho, até mesmo modificando algum aspecto
fundamental.
Objetivos
- Formar novos cientistas e estimular a inovação nas escolas.
- Tirar o foco da escola do ensino puramente teórico, permitindo que os alunos
coloquem as próprias ideias em xeque e busquem respondê-las.
- Desenvolver feiras de ciências em escolas com apresentação de trabalhos
investigativos e de qualidade, seguindo as etapas e as premissas do método
científico.
- Estimular os alunos a seguir carreira científica.
Desenvolvimento
1ª etapa
Dois encontros de formação de professores de disciplinas variadas a respeito
do método científico por meio do estudo dos gibis “Eu, Cientista?” e “Feira de
Ciências” a fim de que conheçam as etapas do método científico, a validade de
trabalhar com ele, a importância de despertar nos alunos o interesse em fazer
boas perguntas que possam levá-los a investigações científicas. No primeiro
encontro, é apresentada a Metodologia Científica ao Alcance de Todos (MCAT) e
como fazer uma tempestade de ideias: os professores são organizados em
grupos de até três pessoas, com 5 minutos para fazer perguntas sobre qualquer
assunto que têm curiosidade, sem julgar o teor delas ou tentar respondê-las.
Um dos membros fica responsável por anotar as perguntas formuladas pelos
colegas. No segundo encontro da formação, os professores apresentam as
questões propostas pelos alunos durante a tempestade de ideias na escola (leia
a segunda etapa) e os formadores trabalham as questões, reformulando-as se
necessário, para que abarquem os critérios que fazem dela uma pergunta
científica: ser clara e precisa, estar delimitada a uma dimensão viável, não
envolver julgamento de valor e ser possível de solução.
2ª etapa
Trabalho dos professores em sala de aula, diretamente com os alunos. Abre-se
o debate: o que nos impede de pensar livremente e ser criativos? Em seguida,
todos os estudantes são convidados a formular perguntas livremente em
grupos, fazendo uma tempestade de ideias, a mesma que os professores
realizaram durante o primeiro encontro de formação (leia a 1a. etapa). Fica a
cargo de um aluno de cada grupo anotar todas as questões levantadas.
3ª etapa
Os alunos são convidados a ler o gibi “Eu, Cientista?” e posteriormente, com
base no que aprenderam, analisar, selecionar e reescrever as perguntas feitas
anteriormente. Em paralelo, durante o segundo encontro de formação dos
professores, as perguntas formuladas pelos alunos são debatidas e
reformuladas, se necessário, para que atendam aos critérios de formulação de
um problema científico, como descrito na 1a. etapa. Confira alguns exemplos de
perguntas reformuladas, retiradas do do livro Metodologia Científica ao
alcance de todos (Ed. Manole):
2. Porque os peixes não respiram fora d'água? Podemos substituir o por quê
por uma outra expressão que facilite a formulação de uma hipótese: Qual o
fator fisiológico impede os peixes de respirar fora d’água? Com essa pergunta, é
mais fácil formular uma hipótese e realizar um experimento ou levantamento
para testá-la. Outra ideia é partir do por quê para encontrar outra forma de
questionar.
4ª etapa
Os alunos devem, com ajuda dos professores, formular hipóteses para
responder às perguntas, ainda que de modo provisório.
5ª etapa
Depois de escolher um professor orientador para o tema que vai ser
pesquisado, cada grupo deve escrever o projeto de pesquisa e partir para a
prática da pesquisa tendo em mente a exposição do processo e do resultado
em uma feira de ciências a ser organizada na escola.
Para escolher o professor orientador, não é necessário que ele lecione na área
do tema do projeto dos alunos. O orientador tem um papel central para ajudar
os alunos a buscarem respostas, ajudá-los a encontrar caminhos e se organizar
para pesquisar. É fundamental que ele se engaje no projeto. Depois da
formação docente do projeto, na teoria, todo professor, seja lá qual sua
especialidade, está apto a atuar como orientador.
Leia, no quadro ao final do texto, o exemplo de um trabalho desenvolvido sobre
energia eo?lica, por alunos da EE 11 de Agosto, em Umarizal (RN) pelos alunos
Jonas Medeiros de Paiva, Marcondes Matheus de Morais Silva e Fla?via Kaline de
Paiva Silva, orientado por Jose? Everton Pinheiro Monteiro.
6ª etapa
Encerrada a etapa de prática de pesquisa, os alunos chegam a conclusões
considerando os resultados obtidos durante o processo e devem escrever o
relatório final da pesquisa. Para organizar a apresentação na feira de ciências da
escola, cada grupo de alunos deve elaborar um banner simples - na forma de
cartaz, por exemplo, que apresente um resumo do trabalho e planejar uma boa
apresentação oral para o público em geral e avaliadores que visitarão o
projeto.
Produto final
Feira de ciências apresentada na escola e em outras feiras de ciências
(regionais, nacional e internacionais).
Objetivos do projeto:
- Mostrar o que é a energia eólica e seus princípios, vantagens e desvantagens.
- Mostrar que, quando o petróleo acabar e a água se tornar mais escassa, essa
seria uma solução para a produção de energia limpa, já que é inesgotável, não
emite gases poluentes nem geradores de resíduos, diminuindo a emissão de
gases do efeito estufa.
E você, leitor? O que acha de organizar uma feira de ciências em sua escola?
Deixe seus comentários e relatos de experiências abaixo, no espaço indicado.