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A Importância Da Compatibilização de Projetos Como Fator de Redução de Custo Na Construção Civil
A Importância Da Compatibilização de Projetos Como Fator de Redução de Custo Na Construção Civil
Julho 2014
A importância da compatibilização de projetos como fator de redução de
custos na construção civil
José Marcos do Nascimento - marcos_nascimento@ibest.com.br
Master em Arquitetura
Instituto de Pós-Graduação e Graduação – IPOG
Goiânia, GO, 08 de agosto de 2013
Resumo
Este artigo procura refletir sobre as perdas na construção civil e as possíveis reduções de custo,
embasada na baixa dos lucros ocasionados pelo desperdício relacionados a perda de materiais,
retrabalho e má gestão dos projetos. Procurou-se relacionar e discutir os problemas encontrados nas
obras através de um estudo de caso devido às deficiências de projetos, tomando-se como referência o
fluxo de processo de elaboração de projetos desenvolvido pelas empresas. Objetivando conscientizar
para a importância da compatibilização de projetos como fator primordial para diminuição de
retrabalhos e problemas durante a execução dos serviços, este trabalho pretende demonstrar os
benefícios da compatibilização de projetos em obras de construção civil, objeto de estudo e na
racionalização de seus processos a fim de aprimorar sua construtibilidade.
1. Introdução
Este artigo foi construído objetivando analisar os conceitos de perda na construção civil que ocorrem
com freqüência e são em sua maioria associados ao desperdício de materiais. O conceito de perdas na
construção civil é, com freqüência, associado unicamente aos desperdícios de materiais. No entanto,
as perdas estendem-se além deste conceito e devem ser entendidas como qualquer ineficiência
que se reflita no uso de equipamentos, materiais, mão de obra e capital em quantidades
superiores àquelas necessárias à produção da edificação. Neste caso, as perdas englobam tanto a
ocorrência de desperdícios de materiais quanto a execução de tarefas desnecessárias que geram
custos adicionais e não agregam valor.
Tais perdas são conseqüência de um processo de baixa qualidade, que traz como resultado não só
uma elevação de custos, mas também um produto final de qualidade deficiente. Muitas vezes
ocasionados por processos que poderiam ser evitados fosse uma análise mais profunda na elaboração
dos projetos e fossem acompanhados de uma compatibilização adequada.
Os projetos arquitetônicos, segundo Adesse (s/d, p.2) precisam ser valorizados como a "espinha
dorsal" do processo de produção, na mesma proporção que se exige a melhoria da qualidade das obras,
considerando tanto os aspectos econômicos quanto funcionais, deixando, dessa forma, de serem
considerados como os “vilões da qualidade”.
Desta forma, arquitetos, engenheiros, fornecedores, agentes financeiros, investidores, entre outros, são
envolvidos nas fases do processo do projeto que teoricamente, termina no cliente ou usuário
final. Compõem esse processo os projetos de arquitetura, estrutura, instalações hidráulicas, elétricas,
telefonia, incêndio, ar condicionado, lógica, impermeabilização, alvenarias, fachadas, caixilharia,
paisagismo, comunicação visual, decoração de interiores, entre outros, de acordo com a necessidade
do empreendimento e as exigências do empreendedor destacando-se que esse processo se inicia no
promotor do empreendimento.(ADESSE, s/d, p.2)
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 7ª Edição nº 007 Vol.01/2014 Julho/2014
A importância da compatibilização de projetos como fator de redução de custos na construção civil
Julho 2014
Nos últimos anos o Brasil vem passando por uma vertiginosa transformação na indústria da
construção civil. Como aumento na demanda de novas habitações e infra-estrutura, resultado das
políticas de expansão de crédito e programas de financiamento, o setor cresce a taxas acima do
PIB brasileiro. Este crescimento impulsiona o desenvolvimento de toda cadeia da construção civil,
como novas tecnologias, materiais e equipamentos, refletindo diretamente no processo de produção
dos empreendimentos.
Todo esse movimento gera mudanças, seja nos aspectos tecnológicos, culturais ou
mercadológicos, influenciando diretamente na concepção dos projetos. Estes devem, cada vez
mais, serem inovadores e adequados as necessidades atuais, atendendo a expectativas de
construtores, incorporadores e consumidor, não só em qualidade, mas também em eficiência e
produtividade.
Dentro desta temática, os edifícios de múltiplos andares passam por uma padronização do partido
arquitetônico, devido a necessidades de mercado em tornar o produto final adequado ao maior
número de pessoas. Este nivelamento da organização espacial permite a utilização de soluções
coordenadas como shafts, prumadas, modulações e redes de distribuição, que imprescindivelmente
necessitam de uma análise mais apurada.
Assim cada novo empreendimento traz consigo especificidades, definidas por questões locais, de
implantação e entorno, ou imposições de mercado, gerando características construtivas específicas
que originam um conjunto de projetos único, de diversas especialidades, necessários para perfeita
execução da construção.
Segundo Callegari, quando a atividade de projeto é pouco valorizada, os projetos são entregues à
obra repletos de erros e de lacunas, levando a grandes perdas de eficiência nas atividades de
execução, bem como ao prejuízo de determinadas características do produto que foram idealizadas
antes de sua execução. Isso é comprovado pelo grande número de problemas patológicos dos edifícios
atribuídos às falhas de projeto. Callegari (2007).
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De acordo com Callegari (2007) deve-se conscientizar de que o projeto tem autossuficiência e
informação de alto-nível para permitir eficientes planejamentos e programações, controle de
materiais, execução, tempo, mão-de-obra, bem como a qualidade destas, para subsidiar as
atividades de produção em canteiro.
Estes projetos quando desenvolvidos em um ambiente multidisciplinar, onde há a cooperação dos
diversos profissionais envolvidos na concepção do empreendimento, tendem a ser mais bem
resolvidos, diminuindo retrabalhos e problemas durante a execução.
A compatibilização é ferramenta fundamental no processo de desenvolvimento dos projetos,
detectando e eliminando problemas ainda na fase de concepção, reduzindo retrabalhos, o custo da
construção e prazos de execução, qualificando o empreendimento e aumentando sua competitividade
frente ao mercado.
Desta forma este trabalho pretende demonstrar os benefícios da compatibilização de projetos em
obras de construção civil, objeto do estudo, na gestão do seu processo de desenvolvimento e na
racionalização dos métodos a fim de aprimorar sua construtibilidade.
Desenvolvimento de projetos de acordo com a ISO 9001:2008
Segundo a NORMA ISO9001: 2008, durante, ou até mesmo após a conclusão de um projeto ou de um
desenvolvimento, podem ser identificadas oportunidades de melhoria daquilo que já foi realizado.
Quando isso ocorre, a ISO 9001:2008 no item 7.3.7 – Controle de alterações de projeto e
desenvolvimento exige da organização que essas alterações sejam devidamente controladas.
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analisar os efeitos que tais alterações irão produzir nos produtos entregues ao cliente;
verificar as alterações;
validar as alterações; e
aprovar, se for o caso.
Percebemos então que o processo de elaboração, controle e aprovação de projetos está intrinsecamente
ligado ao processo de gestão de qualidade. Desta forma fica assegurado a garantia de que falhas pela
elaboração dos projetos uma vez que se controlados pelo processo de controle de projetos
determinados pela NORMA ISO, não deverão nem poderão ocorrer durante a execução da obra.
O projeto
O início do processo de projeto é algo indefinido, ficando a critério da percepção do projetista e das
suas habilidades acumuladas ao longo do exercício da profissão (CROSS, 1999). Porém, há um
conjunto de informações que direcionam os projetistas, fazendo com que estes desenvolvam ou
excluam algumas soluções durante o processo de desenvolvimento da edificação (JACQUES, 2000).
Estas informações são absorvidas ao longo de todo o desenvolvimento do processo de construção da
edificação, sendo que na etapa de acompanhamento da obra o engenheiro é o principal responsável por
informar os projetistas sobre as falhas de projetos na obra, servindo como feedback para os mesmos e,
por conseguinte, serem utilizadas em empreendimentos futuros das empresas. O desenvolvimento dos
diversos projetos necessários para a construção do edifício deve ser visto como um investimento e não
como custo extra, visto que é nesta fase onde se pode antever dificuldades de execução eliminando
retrabalhos posteriores. Salgado (2007) afirma que o projeto executivo pode ser um eficaz instrumento,
capaz de otimizar o uso dos materiais, levando em conta suas dimensões, diminuindo desperdícios na
hora de sua colocação e de orientar/estudar as melhores soluções de integração dos sistemas
construtivos utilizados evitando, assim, incompatibilidades entre os mesmos.
Diante das constatações do setor, nos benefícios do desenvolvimento coordenado da construção, o
projeto passou a ser a “espinha dorsal” de qualquer empreendimento, devendo ser explorado ao longo
de seu desenvolvimento, com a finalidade de se equalizar as diversas especialidades envolvidas, a fim
de se racionalizar a construção.
Portanto, centralizando-se no engenheiro de obra como interveniente essencial para o feedback dos
projetos, propôs-se pesquisar o ponto de vista dos mesmos quanto à qualidade dos projetos recebidos.
Para tal, aplicou-se um questionário com alguns engenheiros de obras, tendo como objetivo contribuir
para a melhoria do processo de projeto através da avaliação dos problemas que ocorrem durante a
execução da obra ocasionada por falhas ou indefinições de projeto.
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1. Relatar os problemas construtivos ocasionados por indefinições ou falhas nos seguintes projetos:
Instalações elétrico-telefônicas, Instalações hidro-sanitárias, Instalações de gás e de combate a
incêndio, Arquitetura, Estruturas, Fundações, Drenagem e Luminotécnico.
2. Quais os demais projetos que você julga necessário para a execução de uma obra com qualidade?
3. Comentar sobre erros comuns em obras por falta de uma melhor compatibilização de projetos.
4. Comentar sobre erros comuns em obras por motivos de falta de detalhamento de projetos.
5. Como se dá a troca de informações entre a obra e o núcleo de projetos quanto à questão de sanar
uma dúvida ou resolver um problema (tempo de resposta, prontidão, visita a obra, envio da
informação, relacionamento)?
8. Quais os principais problemas relacionados com compras e projetos, como: erros de compras, atraso
nos pedidos, etc.
9. Há mudança de projeto feita diretamente na obra, sem consulta do projetista? Com que freqüência?
Em quais projetos isto ocorre?
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Arquitetura
Juntamente com os projetos de instalações, estes são os que mais levam o engenheiro de obras a
consultar o núcleo de projeto para dirimir dúvidas.
Entre os problemas detectados verificou-se que os projetos de arquitetura apresentam erros de cotas,
falta de detalhamento em relação às cotas de nível do pavimento térreo. Além disso, não possuem, em
alguns empreendimentos, detalhes executivos da guarita (corte e fachada), que ocasionam dúvidas em
relação à construção deste ambiente no final da obra.
Além disso, o projeto de cobertura não vem sendo detalhado ocasionando dúvidas constantes quando
da execução desta fase da obra. Diante disso, o projeto de arquitetura deverá conter o detalhamento do
madeiramento, do chapim a ser colocado etc.
Os projetos antigos possuíam poucos detalhamentos, dificultando o trabalho do construtor. Entretanto,
o número de detalhamentos no projeto aumentou, possuindo, por exemplo, detalhes de peitoris,
esquadrias e contra-marcos, antes não existentes.
Estruturas
De acordo com o relato dos engenheiros entrevistados, este projeto apresenta, às vezes, erros de
desenhos, porém em quantidade menor que os demais apresentados. Um problema constantemente
verificado é o não detalhamento da cisterna em relação à laje de fundo e paredes, onde faltava o
detalhamento do tipo de laje a ser executada e o tipo de armadura. Os engenheiros detectaram também
a necessidade de um maior detalhamento da armadura e o tipo da laje da guarita.
Através das entrevistas feitas com os engenheiros de obra verificou-se que, em geral, os projetos
atendem suas necessidades. No entanto, os entrevistados citaram alguns projetos que podem contribuir
para a execução de uma obra com mais qualidade, como o projeto de passagens de instalações na
estrutura e o projeto de impermeabilização, que foram implantados recentemente na empresa, sendo
que estes projetos são conhecidos apenas por alguns engenheiros de obra.
Os demais projetos, ainda não desenvolvidos pela empresa como paginação da fachada, alvenaria e
paginação de piso, foram introduzidos recentemente no processo de projeto da empresa, sendo
verificada a opinião dos engenheiros quanto à implantação ou não dos mesmos:
O projeto de passagens de instalações na estrutura é um projeto bastante útil para a execução correta da
previsão de furos nas lajes. Entretanto, este projeto conforme já citado anteriormente apresenta
problemas, ocasionando um posterior retrabalho e assim aumento de custo. Deste modo, este projeto
deveria ser entregue antes do início da obra para que fosse analisado detalhadamente pelo engenheiro
da obra.
Este é um projeto que será de grande utilidade dependendo do tipo de empreendimento, visto que para
fachadas que não possuem um grande percentual de revestimento cerâmico não seria necessário. De
acordo com os engenheiros entrevistados, este projeto poderia conter o tipo, a localização e a espessura
das juntas de dilatação, bem como o tipo de argamassa a ser utilizada, a definição da colocação de tela
aramada etc.
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Projetos de Alvenaria
O projeto de paginação de piso já existe nos novos projetos de arquitetura, entretanto precisam ser
mais bem detalhados, pois os detalhes existentes mostram a partida da cerâmica, entretanto não
detalham o arremate do final do piso revestido.
Projetos de Impermeabilização
4. Incompatibilidade do projeto
Na opinião dos engenheiros entrevistados, as maiorias dos projetos não são feitos com os detalhes
necessários à sua execução. Entretanto, os projetos de instalações de gás são os menos detalhados.
Como exemplo, tem-se a indefinição do posicionamento da tubulação de gás, pois, muitas vezes, "não
se sabe se esta deverá ser executada por cima ou por baixo da manta de impermeabilização", como
mencionou um dos respondentes.
Outro problema constatado foi referente ao projeto de arquitetura ou ao de instalações hidro-sanitárias
que não contém detalhamento dos shafts, em relação, por exemplo, ao tipo de material que será
utilizado como fechamento da área de visita de manutenção neste shafts, a altura dessa visita, etc.
Apesar disso, os novos projetos estão sendo mais bem detalhados, ocasionando, por conseguinte, uma
redução do número de consultas ao núcleo de projetos
Durante as entrevistas realizadas com os engenheiros de obra procurou-se avaliar quais projetos
atrasam a obra por não serem disponibilizados em tempo hábil. Todos os entrevistados comentaram
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sobre os atrasos dos principais projetos da edificação: arquitetura, estruturas e instalações e alguns
projetos de produção, ressaltando-se que o projeto de instalações contra-incêndio e de gás é
disponibilizado em tempo hábil visto que não possuem um projeto executivo, sendo utilizado nas obras
apenas o projeto desenvolvido para efeito de aprovação.
Durante as entrevistas, verificou-se que a falta de especificações em alguns projetos torna a solicitação
de compras ao setor de suprimentos um processo bastante complexo, ocasionando pedidos errados.
O projeto de instalações hidro-sanitárias poderia conter o quantitativo das conexões de cada isométrico
detalhado na prancha, bem como o quantitativo das tubulações constantes nas plantas baixas, com o
objetivo de uma melhor definição nas quantidades de compra destas peças.
A existência de falhas entre as especificações e o projeto de arquitetura, também ocasionam erros nos
pedidos de compra, visto que alguns detalhes existentes no projeto de arquitetura, às vezes, não estão
especificados.
Em resumo, a relação obra x suprimentos melhorou muito, mas ainda ocorrem alguns problemas que
precisam ser solucionadas através de especificações mais claras e detalhadas, bem como de um melhor
fluxo de informações, pois em alguns projetos não se especificam detalhadamente o material a ser
utilizado, acarretando problemas no momento da solicitação dos pedidos ao núcleo de suprimentos.
Resultados
No processo de projeto desenvolvido na empresa foi detectado que o engenheiro de obra não participa
ativamente do desenvolvimento dos projetos, participando apenas das reuniões com a equipe ampliada
interna da empresa, sendo esta uma das causas dos inúmeros problemas relatados pelos engenheiros
nas entrevistas.
Pode-se afirmar que uma das principais contribuições destas entrevistas foi o conhecimento das
principais falhas de projetos, na visão dos engenheiros, que, na empresa em estudo, não estão sendo
utilizadas pelos projetistas como feedback para empreendimentos futuros.
5. A compatibilização
De acordo com o SEBRAE (1995), compatibilização define-se como uma atividade de gerenciar e
integrar projetos correlatos, visando ao perfeito ajuste entre os mesmos e conduzindo para a obtenção
dos padrões de controle de qualidade total de determinada obra.
Para Grilo (2002) a compatibilização tem como intuito subordinar os interesses individuais dos
projetistas às demandas do processo como um todo e salienta a necessidade que se trabalhe dentro de
uma visão sistêmica, onde todos os intervenientes passam a ter um papel fundamental no processo
tanto na participação cooperativa no desenvolvimento dos projetos quanto no próprio aprimoramento
contínuo deste processo.
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Já Salgado (2004) enfatiza que este procedimento deve ser realizado no âmbito da coordenação de
projetos, com o intuito de conciliar física, geométrica, tecnológica e produtivamente, os componentes
que interagem nos elementos verticais e horizontais das edificações. Ainda segundo o autor, estes
procedimentos constituem-se num importante fator de melhoria da construtibilidade e da
racionalização construtiva por promover a integração dos diversos agentes e especialidades com a
produção.
A compatibilização, num sentido amplo, não ocorre isoladamente. São necessárias ferramentas que a
viabilizem. Estas ferramentas podem ser chamadas de “Técnicas de Compatibilização”, e são
estratégias adotadas que facilitam o trabalho do profissional responsável pela compatibilização.
Atualmente a Tecnologia da Informação oferece recursos que apóiam esta tarefa. Neste trabalho
serão apresentadas as seguintes técnicas: o uso de Extranets, a sobreposição de projetos e o uso de
listas de checagem (“check-lists”).
Extranets
As Extranets vêm sendo utilizadas na Construção Civil de modo a otimizar o trabalho do
coordenador de projetos.
De acordo com Soibelman (2000), os membros envolvidos no projeto se comunicam através de e-
mails e de um ambiente colaborativo, onde cada agente tem acesso individual e controlado, tendo a
possibilidade de transferir e compartilhar arquivos, sendo possível acompanhar um projeto desde
seu planejamento até a sua construção.
Além de suprir as necessidades inter organizacionais, a ferramenta ainda tem a função de um
arquivo virtual, que armazena o banco de dados de uma construção. Há, no entanto, problemas de
superlotação de informações, o que gera a necessidade de melhor organizar os dados do projeto.
Sobreposição de projetos
A sobreposição é uma técnica de apoio a coordenação utilizada para verificar a compatibilidade entre
projetos de diversas especialidades. O pressuposto do projeto simultâneo tem por objetivo integrar o
desenvolvimento do produto ao desenvolvimento dos outros processos envolvidos por intermédio da
cooperação entre os diversos agentes, de acordo com Fabrício (2002).
Algumas empresas utilizam-se de ferramentas de última geração para viabilizar a sobreposição de
projetos, principalmente com o advento da Tecnologia da Informação. Uma alternativa é o uso do
modelo 3D integrado e/ou único de projeto. Neste contexto a troca de informação entre projetistas e
suas respectivas ferramentas não se restringe ao desenho 2D e é ampliado para ou até mesmo focado
no modelo 3D (STAUB-FRENCH; KHANZODE, 2007). Entretanto, persiste o uso de técnicas
relativamente atrasadas, comparando prancha por prancha e detectando visualmente as
incompatibilidades. Vale a pena destacar que Ferreira e Santos (2007) há muito chamam a
atenção para as limitações da representação 2D na compatibilização em projetos de edifícios.
Estes autores identificam na representação 2D problemas como visão espacial restrita,
ambigüidade, generalização e simbolismos empregados são fontes de erro de construtibilidade,
especificação e compatibilização.
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CONCLUSÃO
Vimos que o processo de compatibilização de projetos é bastante complexo, porem se bem coordenado
trás grandes retornos positivos para as empresas de construção civil. É claro que os profissionais
responsáveis pela compatibilização devem possuir todos os atributos necessários para execução das
etapas, alem de ter que haver uma integração e interação entre os vários profissionais envolvidos no
processo, desde o estudo preliminar dos projetos, elaboração, suprimentos até os engenheiros
responsáveis para execução dos projetos. Todas as partes devem ser ouvidas para que todos os
problemas apresentados sejam solucionados nas compatibilizações.
As técnicas aplicadas aqui variam de acordo com o nível das equipes responsáveis para as
compatibilizações e com os recursos disponíveis. O importante é deixar claro que mesmo as técnicas
mais simples e talvez menos onerosas gerem um resultado bem satisfatório na redução de custo, pois já
eliminam consideravelmente os custos com retrabalhos gerando custos com material e mão de obra
bem como compras erradas de material. Os custos com os atrasos nos cronogramas são relevantes
quando se tem uma compatibilização mesmo que mais simples que seja.
Processos como atrasos na entrega de projetos, projetos errados ou que apresentem falhas de detalhes
executivos também devem ser considerados, pois esses atrasos apresentam resultados bem relevantes
nos custos da construção.
Referencias bibliográficas
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 7ª Edição nº 007 Vol.01/2014 Julho/2014
A importância da compatibilização de projetos como fator de redução de custos na construção civil
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ÁVILA, Vinícius Martins. A958c Compatibilização de projetos na construção civil [manuscrito]:
estudo de caso em um edifício residencial multifamiliar / Vinícius Martins Ávila. Monografia
apresentada ao Curso de Especialização em Construção Civil da Escola de Engenharia UFMG -- 2011.
84 f., enc.: il.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1988, p. 214.
FABRICIO, M.M. Projeto simultâneo na construção de edifícios. 2002. Tese (Doutorado) – Escola
Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.
JÚNIOR, C. A importância das fôrmas para a qualidade da obra. TOR Engenharia, 2000.
Disponível em: <http://www.tqs.com.br/jornal/consulta/entrevistas/ent_clelio.htm>. Acesso em Julho
de 2007.
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